Exército Brasileiro finaliza aquisição histórica de
mísseis antitanque americanos em operação de US$ 74,4 milhões
O Exército Brasileiro acaba de marcar um divisor de águas em sua modernização militar ao concluir, em setembro de 2025, a aquisição de mísseis antitanque FGM-148F Javelin, estabelecendo o país como pioneiro sul-americano no emprego deste sistema considerado o padrão-ouro mundial em armas anticarro portáteis.
Negociação estratégica de três anos
A operação, fruto de intensas negociações iniciadas em 2022,
foi estruturada através do programa Foreign Military Sales (FMS) do Pentágono,
modelo que garante não apenas o fornecimento do armamento, mas todo o
ecossistema logístico necessário para sua operacionalização efetiva.
No caso específico do Brasil, o contrato prevê a entrega de 222 mísseis e 33 unidades de lançamento CLU (Command Launch Unit), além de simuladores de treinamento, equipamentos de apoio terrestre, estoque inicial de peças de reposição, programas de instrução e suporte logístico integrado, conforme o modelo Total Package Approach (TPA). O valor correspondente ao contrato brasileiro é de até US$ 74 milhões, limitado ao lote adquirido e ao pacote de suporte negociado pelo país. Assim, mais que uma simples compra de armamentos, o acordo garante autonomia operacional ao Brasil.
Revolução tática nas forças terrestres
Para os estudiosos de doutrina militar, a chegada do Javelin
representa uma transformação paradigmática nas capacidades anticarro
brasileiras. O sistema será prioritariamente distribuído entre as brigadas de
infantaria leve, unidades paraquedistas, aeromóveis e os prestigiosos batalhões
de Operações Especiais - setores onde a portabilidade e letalidade do sistema
encontram aplicação ideal.
O FGM-148F destaca-se por sua dupla modalidade de ataque: o modo direto, para alvos em campo aberto, and o devastador "top-attack", que direciona a ogiva contra a couraça superior dos veículos blindados, tradicionalmente seu ponto mais vulnerável. Com alcance efetivo superior a 4 quilômetros e operação por um único combatente, o Javelin incorpora tecnologia "fire-and-forget", permitindo que o atirador abandone a posição imediatamente após o disparo, minimizando sua exposição ao fogo inimigo.
Inserção em estratégia de longo prazo
A aquisição se alinha perfeitamente ao Plano Estratégico
do Exército 2024-2027, documento que norteia a modernização das forças
terrestres brasileiras com foco na ampliação da letalidade, mobilidade e
atualização doutrinária. A escolha do Javelin não representa apenas uma compra
pontual, mas sim um investimento estratégico na capacidade de dissuasão
terrestre nacional.
Fontes militares indicam que o sistema será fundamental para
o desenvolvimento de novas táticas de emprego em operações assimétricas, defesa
anticarro em terreno urbano e apoio direto à infantaria em cenários de alta
intensidade - competências cada vez mais relevantes no atual panorama de
ameaças.
Parceria estratégica Brasil-EUA
A formalização do contrato, após tramitação pelo Comando
Logístico do Exército (COLOG), análise jurídica rigorosa e autorização para
pagamento antecipado parcial, consolida o aprofundamento das relações de defesa
entre Brasília e Washington.
As primeiras entregas estão programadas para os próximos anos, acompanhadas de treinamento especializado para instrutores brasileiros em centros de excelência americanos. Estes militares retornarão ao País com a missão de disseminar o conhecimento nas unidades operacionais, garantindo a absorção efetiva da tecnologia.
Projeção de poder regional
Com esta aquisição, o Brasil ingressa no seleto grupo de
operadores do Javelin - que inclui potências como Reino Unido, França,
Austrália e diversos membros da OTAN - projetando um novo patamar de
capacidades militares na região sul-americana.
Para analistas de defesa, a chegada do sistema americano não apenas moderniza o arsenal nacional, mas estabelece um novo paradigma de dissuasão terrestre, adequado aos desafios contemporâneos e alinhado às melhores práticas internacionais de emprego de sistemas anticarro de terceira geração.
A operação marca, definitivamente, um capítulo histórico na modernização das Forças Armadas brasileiras e na consolidação de parcerias estratégicas internacionais no setor de defesa.
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