*LRCA Defense Consulting - 29/05/2025
Todo foguete é projetado com uma missão específica: colocar uma carga útil — geralmente um satélite — em uma determinada órbita. No caso do MLBR - Microlançador Brasileiro, a missão é clara e estratégica: viabilizar, a partir do território brasileiro, o lançamento de satélites de pequeno porte para órbitas baixas da Terra. Isso representa um avanço importante para o País, pois combina desenvolvimento tecnológico nacional com a possibilidade de atuação mais autônoma no setor espacial.
O MLBR é um microlançador — um tipo de foguete menor, voltado justamente para cargas mais leves. Esse segmento tem crescido rapidamente, impulsionado pela miniaturização de componentes eletrônicos, que permite construir satélites cada vez menores, mais baratos e com múltiplas aplicações comerciais, científicas e educacionais.
Apesar de o Brasil já possuir satélites próprios e dois centros de lançamento, ainda não temos foguetes capazes de realizar lançamentos orbitais. O MLBR representa mais uma importante etapa na busca de mudança desse paradigma, ao colocar um satélite em órbita utilizando um veículo desenvolvido e lançado a partir do território nacional.
Veja abaixo, o perfil da missão do MLBR - Microlançador Brasileiro:
Como será o voo?
1. Decolagem em Alcântara: o lançamento acontece no Centro de Lançamentos de Alcântara (MA). O foguete fica posicionado em uma rampa ajustável, capaz de apontar tanto em azimute (horizontal) quanto em elevação (vertical), garantindo precisão no rumo inicial.
2. Primeiro estágio: após ignição, o motor do primeiro estágio leva o veículo a aproximadamente 40 km de altitude. Nesse ponto, ocorre a separação do primeiro estágio e a ignição do segundo.
3. Segundo estágio: o segundo motor impulsiona o foguete até cerca de 150 km de altura. A coifa — a “ponta” protetora do satélite — é descartada pouco antes, já que, nessa altura, a atmosfera é praticamente inexistente.
4. Coasting (deslizamento) controlado: sem motores ativos, o veículo (agora composto pelo terceiro estágio e o satélite) segue ganhando altitude por inércia, seguindo uma trajetória rigidamente controlada.
5. Injeção orbital: a cerca de 450 km sobre o oceano Atlântico, o motor do terceiro estágio entra em ação por cerca de 45 segundos — não para subir mais, mas para aumentar a velocidade do satélite. Esse impulso final é crucial: sem ele, a carga útil não “gira” em torno da Terra e acaba caindo de volta.
Ao atingir a velocidade e altitude corretas, o satélite enfim entra em órbita e o Brasil conquista seu lugar no seleto grupo de nações que lançam satélites a partir de seu próprio território.
Na parte inferior da figura que ilustra esta matéria estão os logos das empresas e entidades envolvidas no desenvolvimento do MLBR.
*Com informações do perfil oficial do MLBR- Microlançador Brasileiro no LinkedIn.
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