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10 julho, 2025

Revolução no Espaço: como o Bluetooth está democratizando as comunicações via satélite – e transformando a Defesa

A tecnologia que conecta seus fones de ouvido agora pode conectar dispositivos diretamente ao espaço, com implicações estratégicas  


*LRCA Defense Consulting - 10/07/2025

Por décadas, a comunicação via satélite permaneceu como um território exclusivo de governos e grandes corporações, exigindo investimentos astronômicos que chegavam a centenas de milhões de dólares. Protocolos complexos, satélites gigantescos e antenas terrestres monumentais eram os pilares dessa tecnologia inacessível para a maioria.

Hoje, uma revolução silenciosa está transformando esse cenário: satélites equipados com tecnologia Bluetooth estão democratizando o acesso ao espaço, utilizando a mesma tecnologia que conecta nossos dispositivos cotidianos. Essa democratização não apenas abre portas para inovações civis, mas também apresenta um potencial significativo para aplicações estratégicas de defesa e segurança.

O Ecossistema Bluetooth: uma base gigantesca pronta para o Espaço

Em 2025, estima-se que existam mais de 15 bilhões de dispositivos Bluetooth ativos em todo o mundo. Esse ecossistema massivo de conectividade, já presente na palma de nossas mãos, representa um potencial inexplorado para comunicações espaciais. Mesmo que apenas uma pequena fração — na casa dos milhões — seja direcionada para aplicações espaciais, isso configuraria uma enorme base de clientes em potencial, incluindo usuários civis e militares.

O que são satélites Bluetooth?
Os satélites Bluetooth são pequenas naves espaciais, tipicamente CubeSats ou PocketCubes, equipadas com rádios modificados e antenas especiais. Esses dispositivos são capazes de executar protocolos Bluetooth ou similares em órbita, permitindo comunicação direta entre sensores terrestres e satélites sem depender de infraestrutura complexa ou dispendiosa. Sua natureza de baixo custo e fácil implantação os torna ideais para constelações distribuídas, aumentando a resiliência e a cobertura.

Casos de sucesso: da teoria à realidade
1. AMSAT-EA: pioneiros na Espanha
Em 2021, a AMSAT-EA marcou história ao lançar os satélites GENESIS-L e GENESIS-N, cada um transportando cargas úteis experimentais de comunicação Bluetooth de curto alcance. Durante suas passagens orbitais, conseguiram receber sinais de dispositivos terrestres em breves intervalos, provando a viabilidade do conceito para IoT espacial.

2. Rede Hubble: marco histórico
O dia 2 de maio de 2024 entrou para a história das comunicações espaciais. A startup Hubble Network, de Seattle, anunciou que dois de seus satélites estabeleceram conexões Bluetooth com sucesso a mais de 600 quilômetros de órbita.

Os satélites, lançados em março pela missão Transporter-10 da SpaceX, receberam sinais de um chip Bluetooth padrão de apenas 3,5 mm na Terra — um feito que representa um avanço monumental nas comunicações via satélite de baixo consumo energético e com potencial para diversas aplicações, incluindo as de segurança.

3. Inovação brasileira no horizonte
O Brasil não fica para trás nessa corrida espacial. A empresa SHAMAL SPACE, em colaboração com a Navollo Aerospace, está desenvolvendo cargas úteis de comunicação baseadas em Bluetooth para aplicações comerciais de picossatélites. O projeto é uma variante do picossatélite de comunicações IoT LEPTONSat, já em desenvolvimento e fabricação.

Paralelamente, universidades brasileiras, em parceria com o INPE, têm utilizado Bluetooth para comunicações suborbitais em missões de balão de alta altitude, alcançando altitudes superiores a 35 km.

Aplicações Revolucionárias – incluindo o Setor de Defesa
As possibilidades de uso dessa tecnologia são vastas e promissoras, estendendo-se além do setor civil para o estratégico campo da defesa:

- Agricultura de precisão: monitoramento de culturas em tempo real.

- Monitoramento ambiental: sensores de baixo custo em regiões remotas.

- Educação STEM: projetos espaciais acessíveis para escolas.

- Navegação alternativa: sistemas para zonas com GNSS negado, cruciais em ambientes de guerra eletrônica.

- Rastreamento de ativos: logística em áreas carentes de infraestrutura, incluindo o rastreamento de equipamentos e pessoal em campo.

Aplicações de Defesa e Segurança

- Comunicações táticas de baixo custo: redes ad-hoc de sensores e dispositivos para tropas em campo, permitindo a troca de dados em áreas sem infraestrutura convencional.

- Monitoramento de fronteiras e áreas remotas: sensores distribuídos para detecção de movimentos, intrusões ou mudanças ambientais em locais de difícil acesso, com dados transmitidos via satélite de forma discreta.

- Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (ISR): pequenos sensores e drones equipados com Bluetooth podem coletar dados em ambientes hostis e transmiti-los para satélites, que retransmitem para bases ou unidades móveis.

- Resiliência em comunicações: a proliferação de pequenos satélites com Bluetooth cria uma rede mais robusta e difícil de ser desabilitada por ataques, oferecendo redundância para comunicações críticas.

- Logística e gerenciamento de ativos militares: rastreamento de comboios, equipamentos e suprimentos em tempo real, otimizando a cadeia de suprimentos militar.

- Testes de equipamentos e prototipagem rápida: a capacidade de lançar pequenos satélites a baixo custo permite que as forças armadas testem novas tecnologias de comunicação e sensores de forma mais ágil e econômica.

Desafios Técnicos a Superar
Apesar dos avanços, a tecnologia ainda enfrenta obstáculos importantes:
- Alcance e Confiabilidade: ampliar a capacidade de comunicação em LEO (Órbita Terrestre Baixa) para garantir cobertura contínua.

- Interferências Espaciais: mitigar ruído e interferência térmica no ambiente espacial, essenciais para a integridade dos dados, especialmente em operações militares.

- Segurança: implementar protocolos de comunicação e criptografia robustos para proteger dados sensíveis, um requisito fundamental para aplicações de defesa.

- Janelas de Comunicação: gerenciar os breves períodos de contato com satélites em movimento rápido para otimizar a transmissão de dados.

O futuro é agora: democratização do acesso ao Espaço e novas capacidades de Defesa
A revolução do Bluetooth espacial prova que não são mais necessários milhões de dólares para enviar uma carga útil ao espaço ou construir uma rede de sensores satelitais. Com módulos comerciais disponíveis no mercado e engenharia criativa, qualquer smartphone pode se tornar um dispositivo conectado via satélite.

"Estamos entrando em um futuro em que drones, sensores ambientais e dispositivos portáteis se comunicam diretamente com satélites usando tecnologias que já possuímos", destacam especialistas do setor. Essa capacidade, antes restrita a grandes potências, agora se torna acessível a um leque maior de atores, com implicações profundas para a segurança global.

Para educadores, empreendedores, pesquisadores e estrategistas de defesa, a oportunidade de experimentar com tecnologia espacial nunca foi tão acessível. A barreira de entrada, antes intransponível, agora está ao alcance de universidades, startups e até mesmo agências de segurança que buscam soluções inovadoras e de baixo custo.

O céu não é mais o limite — é apenas o começo de uma nova era de conectividade global democratizada, onde a tecnologia que carregamos no bolso pode literalmente nos conectar às estrelas e fortalecer as capacidades de defesa.

Saiba mais:
Shamal & Navollo lançam a LEPTONSat, solução nacional para aplicações de comunicação IoT


*Com informações de Prof. Dr. Lester Faria, AMSAT-EA, Hubble Network, SHAMAL SPACE, Navollo Aerospace e INPE, e análise de potenciais aplicações de defesa para tecnologias de satélites de baixo custo e IoT.

29 maio, 2025

Como o Brasil conquistará seu lugar no seleto grupo de nações que lançam satélites a partir de seu próprio território


*LRCA Defense Consulting - 29/05/2025

Todo foguete é projetado com uma missão específica: colocar uma carga útil — geralmente um satélite — em uma determinada órbita. No caso do MLBR - Microlançador Brasileiro, a missão é clara e estratégica: viabilizar, a partir do território brasileiro, o lançamento de satélites de pequeno porte para órbitas baixas da Terra. Isso representa um avanço importante para o País, pois combina desenvolvimento tecnológico nacional com a possibilidade de atuação mais autônoma no setor espacial.

O MLBR é um microlançador — um tipo de foguete menor, voltado justamente para cargas mais leves. Esse segmento tem crescido rapidamente, impulsionado pela miniaturização de componentes eletrônicos, que permite construir satélites cada vez menores, mais baratos e com múltiplas aplicações comerciais, científicas e educacionais.

Apesar de o Brasil já possuir satélites próprios e dois centros de lançamento, ainda não temos foguetes capazes de realizar lançamentos orbitais. O MLBR representa mais uma importante etapa na busca de mudança desse paradigma, ao colocar um satélite em órbita utilizando um veículo desenvolvido e lançado a partir do território nacional.

Veja abaixo, o perfil da missão do MLBR - Microlançador Brasileiro:

Como será o voo?

1. Decolagem em Alcântara: o lançamento acontece no Centro de Lançamentos de Alcântara (MA). O foguete fica posicionado em uma rampa ajustável, capaz de apontar tanto em azimute (horizontal) quanto em elevação (vertical), garantindo precisão no rumo inicial.

2. Primeiro estágio: após ignição, o motor do primeiro estágio leva o veículo a aproximadamente 40 km de altitude. Nesse ponto, ocorre a separação do primeiro estágio e a ignição do segundo.

3. Segundo estágio: o segundo motor impulsiona o foguete até cerca de 150 km de altura. A coifa — a “ponta” protetora do satélite — é descartada pouco antes, já que, nessa altura, a atmosfera é praticamente inexistente.

4. Coasting (deslizamento) controlado: sem motores ativos, o veículo (agora composto pelo terceiro estágio e o satélite) segue ganhando altitude por inércia, seguindo uma trajetória rigidamente controlada.

5. Injeção orbital: a cerca de 450 km sobre o oceano Atlântico, o motor do terceiro estágio entra em ação por cerca de 45 segundos — não para subir mais, mas para aumentar a velocidade do satélite. Esse impulso final é crucial: sem ele, a carga útil não “gira” em torno da Terra e acaba caindo de volta.

Ao atingir a velocidade e altitude corretas, o satélite enfim entra em órbita e o Brasil conquista seu lugar no seleto grupo de nações que lançam satélites a partir de seu próprio território. 

Na parte inferior da figura que ilustra esta matéria estão os logos das empresas e entidades envolvidas no desenvolvimento do MLBR. 

*Com informações do perfil oficial do MLBR- Microlançador Brasileiro no LinkedIn.

27 fevereiro, 2025

Shamal e Assimetry firmam parceria com a ACE Works e planejam, junto com a Navollo, o primeiro satélite IoT Made in Brazil

Imagem ilustrativa de um deployer (lançador) entregando varios picosats em órbita


*LRCA Defense Consulting - 27/02/2025

A Shamal Enterprises e a Assimetry S,T&I Consulting anunciaram ontem (26) a realização de parceria com a ACE Works, uma empresa de consultoria especializada em telecomunicações via satélite, tanto na parte técnica quanto regulatória.

Andre Vale, da ACE Works, traz para a Shamal Enterprises, como parceiro de negócios, anos de experiência sólida e robusta como executivo de alto nível em diversas organizações locais e globais no setor de telecomunicações e satélites, tanto no Brasil quanto no cenário global.

A Shamal Enterprises e sua spin-off, Shamal Space, junto com a Assimetry S,T&I Consulting, buscam desenvolver oportunidades de negócios no mercado brasileiro e latino-americano de comunicações via IoT (Internet das Coisas) por satélite, e também iniciar o desenvolvimento, em parceria com a Navollo Aerospace, do seu próprio microsatélite Picosat "LEPTONSAT", que pretende ser o primeiro satélite IoT totalmente produzido no Brasil. 

Somando esforços, a aliança com a ACE Works traz a expertise e experiência necessárias para entender e observar os aspectos regulatórios da operação de satélites de comunicação no Brasil e no cenário global.

12 fevereiro, 2025

Governo lança as metas da Missão 6, focada em tecnologias estratégicas para a soberania e defesa nacionais


*LRCA Defense Consulting - 12/02/2025

Em evento que marca um ano da Nova Indústria Brasil (NIB), o Governo Federal lança, nesta quarta-feira (12), as metas da Missão 6, focada em tecnologias estratégicas para a soberania e defesa nacionais. Com investimentos públicos e privados de R$ 112,9 bilhões, a missão busca ampliar o domínio brasileiro em áreas como radares, satélites e foguetes.

O lançamento conta com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e representantes do governo federal, da sociedade civil e do setor produtivo.

Para o vice-presidente Geraldo Alckmin, a Missão 6 da NIB vai impulsionar o investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&DI), dando mais competitividade à indústria nacional. “A indústria da defesa é fundamental para o desenvolvimento de tecnologias de ponta, que também podem ser aplicadas em serviços para o nosso dia a dia, como o GPS. Com a Nova Indústria Brasil, vamos fortalecer a indústria nacional e ampliar o potencial brasileiro sobre tecnologias de alto nível, aumentando a competitividade dos produtos no mercado internacional”, avalia Alckmin, que cita o KC-390, da Embraer como exemplo.  

Estratégicas para a indústria nacional, as exportações de produtos de defesa têm se destacado nos dois últimos anos. Em 2024, o Brasil exportou US$ 1,8 bilhão em produtos de defesa, um aumento de 22% em relação a 2023. No ano anterior, as exportações haviam somado US$ 1,5 bilhão, representando um crescimento expressivo de 123% em comparação a 2022.

Investimento
A Missão 6 conta com R$ 112,9 bilhões em investimentos, sendo R$ 79,8 bilhões de recursos públicos e R$ 33,1 bilhões do setor privado. Os investimentos públicos incluem o PAC Defesa, com R$ 31,4 bilhões para projetos como o caça Gripen, o avião cargueiro KC-390, viaturas blindadas, fragatas e submarinos.

A Finep também investe em projetos estratégicos, como o reator multipropósito brasileiro e o foguete de decolagem para veículos hipersônicos, com R$ 4,2 bilhões já investidos e previsão de mais R$ 331 milhões. O BNDES e o Banco do Brasil já apoiaram as exportações do setor com mais de R$ 23,75 bilhões, e o BNDES projeta mais R$ 20 bilhões em apoio até 2026.

Já o investimento privado de R$ 33,1 bilhões será dividido entre os setores aeroespacial e defesa (R$ 23,7 bilhões), nuclear (R$ 8,6 bilhões) e segurança e outros (R$ 787 milhões). No evento, a Finep e o BNDES assinarão contrato com a Embraer para projetos de inovação no setor.

No total, a indústria brasileira já conta com R$ 3,4 trilhões em investimentos públicos e privados. O investimento público é de R$ 1,1 trilhão, incluindo recursos do Plano Mais Produção (P+P), braço de financeiro da NIB, e de programação relacionados, como o Novo PAC e o Plano de Transformação Ecológica. Já o setor produtivo anunciou R$ 2,24 trilhões no fortalecimento da produção nacional nos próximos anos.

Metas e cadeias prioritárias
Os recursos vão abrir caminho para o Brasil fortalecer as três cadeias prioritárias da Missão 6, anunciadas pelo ministro Geraldo Alckmin no evento: satélites, veículos lançadores e radares. Esses setores foram definidos com base na existência de capacidades locais construídas, potencial de geração de exportações de alta intensidade tecnológica e de geração de empregos qualificados.

As metas da Missão 6, definidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), são alcançar 55% de domínio das tecnologias críticas para a defesa até 2026, e 75% até 2033. Atualmente, o Brasil domina 42,7% das tecnologias críticas, definidas a partir de lista de 39 projetos estratégicos de PD&I de tecnologias críticas definidas pelo o MDIC, os ministérios da Defesa e da Ciência, Tecnologia e Inovação, a Finep e a Agência Espacial Brasileira.

Nas próximas semanas, o CNDI vai realizar encontros nas próximas semanas para aprofundar as discussões sobre as cadeias produtivas prioritárias das seis missões da NIB. 

Embraer quer investir R$ 20 bilhões em aeronaves e carros voadores até 2030

O presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, anunciou nesta quarta-feira (12) que a empresa quer investir R$ 20 bilhões na produção de aeronaves e desenvolvimento de carros voadores até 2030.

A declaração foi realizada durante o lançamento da missão 6 da Nova Indústria Brasil (NIB), em cerimônia no Palácio do Planalto.

“Esse valor vai ser destinado no desenvolvimento da produção de aeronaves e no desenvolvimento de novos produtos, como aeronaves elétricas e eVTOL, os nossos carros voadores, que serão fabricados no Brasil pela Eve, a empresa do grupo Embraer”, disse Gomes Neto.

Durante o evento, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinaram o financiamento do plano estratégico de inovação da Embraer avaliado em R$ 331 milhões.

Síntese
- Recursos, públicos e privados, estão voltados ao desafio de fortalecer as cadeias produtivas de satélites, veículos lançadores e radares

- Missão 6 conta com R$ 112,9 bi em investimentos, sendo R$ 79,8 bi de recursos públicos e R$ 33,1 bi do setor privado.

- BNDES e BB já apoiaram as exportações do setor com mais de R$ 23,75 bi, e BNDES projeta mais R$ 20 bi em apoio até 2026.

- Finep e BNDES assinam contrato com a Embraer para projetos de inovação no setor

- Metas da missão 6 da NIB são alcançar 55% de domínio das tecnologias críticas para a defesa até 2026, e 75% até 2033.

10 fevereiro, 2025

Satélite VCUB1, da Visiona (Embraer & Telebras), faz reentrada na atmosfera e encerra sua missão com excelência


*LRCA Defense Consulting - 10/02/2025

O VCUB1, primeiro satélite de observação da terra e coleta de dados projetado pela indústria nacional, encerrou com sucesso sua missão ao reentrar na atmosfera terrestre e se desintegrar conforme programado. Durante quase dois anos em órbita, o VCUB1 cumpriu todas as atividades previstas para o programa e seguiu com todos os seus subsistemas funcionando até o fim da sua jornada.

A maior parte da missão VCUB1 foi dedicada ao teste e desenvolvimento de tecnologias pela Visiona, como os sistemas de navegação, gestão de bordo e comunicação que não podiam ser testadas integralmente em terra. “Essas tecnologias agora irão equipar os próximos satélites da Visiona como o SatVHR, de observação em altíssima resolução, apoiado pela FINEP” disse Himilcon Carvalho, Diretor de Tecnologia da Visiona.

Lançado em abril de 2023, o satélite também coletou quase 500 mil km² de imagens, validando a câmera 3UCAM da Opto Space & Defense e o avançado sistema de comunicação desenvolvido pela Visiona, comprovando a capacidade da indústria nacional de atender às demandas mais desafiadoras do Programa Espacial Brasileiro.

O projeto VCUB1 foi liderado pela Visiona em colaboração com instituições de ciência e tecnologia e empresas brasileiras de renome como a OPTO Space & Defense, responsável pelo projeto e construção da câmera, a AMS Kepler, a Metalcard, a Orbital Engenharia, a Embrapii, por meio de sua unidade ISI Embarcados SENAI-SC, o Instituto de Aeronáutica e Espaço da Força Aérea e o INPE. Além disso, contribuíram no desenvolvimento a Agência Espacial Brasileira, Embrapa, CPRM, CEMADEN, UFSC, ITA, Governo de Santa Catarina, CENSIPAM, IICA, Prefeitura de São José dos Campos, Naturantins, Transpetro e o IBAMA.

“O sucesso da missão VCUB1 reafirma o papel da Visiona como protagonista no desenvolvimento de soluções espaciais no Brasil”, afirma João Paulo Campos, presidente da Visiona. “O legado deixado por essa missão servirá de inspiração e base para novos avanços fortalecendo todo o ecossistema espacial brasileiro”, completa.

Sobre a Visiona
Criada em 2012, a Visiona Tecnologia Espacial é uma joint-venture entre a Embraer Defesa & Segurança e a Telebras. Voltada para a integração de sistemas espaciais e à prestação de serviços baseados em satélites, a companhia atende aos objetivos do Programa Espacial Brasileiro e a demandas de mercado.

A Visiona foi a responsável pelo Programa do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas, o SGDC1, lançado em 2017. Em 2023, a empresa lançou o VCUB1, o primeiro nanossatélite de observação da terra e coleta de dados projetado por uma empresa no Brasil. Atualmente a Visiona lidera o projeto do satélite SatVHR de observação da Terra de altíssima resolução, apoiado pela FINEP e com ampla participação de empresas e ICTs brasileiras.

A Visiona também fornece produtos e serviços de Sensoriamento Remoto e Telecomunicações por satélite, bem como Aerolevantamento SAR nas Bandas X e P, sempre buscando a vanguarda tecnológica. Nesse mercado, a Visiona já realizou mais de 100 projetos em diversos setores como o de agricultura, óleo e gás, serviços financeiros, utilidades, meio ambiente e defesa.

09 fevereiro, 2025

Visiona, braço espacial da Embraer, prepara o mais disruptivo dos satélites brasileiros

“O SatVHR tem o potencial de desempenhar, para a indústria espacial brasileira, o mesmo papel que o avião Bandeirante desempenhou para a indústria aeronáutica brasileira 50 anos atrás”

SatVHR: satélite óptico de altíssima resolução

*LRCA Defense Consulting - 09/02/2025

A Visiona Tecnologia Espacial S.A., uma joint venture entre a Embraer Defesa & Segurança (51%) e a Telebras (49%), caminha a passos largos para se tornar a grande empresa espacial do Brasil, liderando o esforço do País neste setor e vindo a ter uma proeminência similar a que a Embraer tem no setor aeronáutico.

O VCUB1, o primeiro satélite de observação da Terra projetado localmente pela empresa, já transmitiu imagens com sucesso, coincidindo com a proposta do governo de criar a Alada, uma empresa aeroespacial estatal. A Visiona lidera a investida, com base em seu papel de protagonismo no programa de Satélite de Defesa Geoestacionário e Comunicações Estratégicas (SGDC) de US$ 500 milhões.

O sucesso do VCUB1 abre caminho para o promissor futuro da Visiona, incluindo o ambicioso SatVHR, um satélite de observação da terra de altíssima resolução, apoiado pela FINEP e com ampla participação de empresas e ICTs brasileiras. ICT é a sigla para Instituto de Ciência e Tecnologia, tratando-se de entidade que realiza pesquisas científicas e tecnológicas com o objetivo de criar soluções inovadoras. Os ICTs podem ser públicos ou privados, e não têm fins lucrativos. Eles atuam em parceria com empresas, startups, empreendedores e o governo para desenvolver soluções que atendam às necessidades da sociedade.

O contrato do SatVHR foi assinado em maio de 2023 pela FINEP, durante a comemoração dos 30 anos da AIAB, e prevê um investimento total de R$ 231 milhões até 2026 (sendo R$ 220 milhões da FINEP e o restante, contrapartidas das empresas do arranjo industrial). Trata-se do maior projeto de subvenção econômica já concedido pela entidade de fomento.

O SatVHR, com imagens de altíssima resolução (sub-métrica, 0,75) e criptografia avançada, destinado à observação da Terra, garantirá que os dados brasileiros sejam protegidos e acessíveis apenas a quem realmente deve ter acesso. A tecnologia poderá ser usada para o monitoramento e vigilância de florestas, rios e mares, proteção de terras indígenas, defesa e segurança pública, além de outras finalidades.

O SatVHR estará finalizado até 2026.

A Visiona avança firmemente em seus negócios de satélites em um momento em que o Brasil indica que está buscando expandir sua presença no setor. A empresa também tem um lucrativo braço de serviços baseados em satélite que atende aos setores público e privado com projetos em áreas como agricultura, petróleo e gás, serviços públicos e serviços financeiros.

A AIAB (Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil), representada por seu presidente, Julio Shidara, participou de um dos painéis do 5º SELM (Space Economy Leaders Meeting), realizado em Foz do Iguaçu entre os dias 11 e 13 de setembro de 2024.

Julio Shidara, destacou a oportunidade inédita que a indústria espacial brasileira vem recebendo do Governo Federal, de liderar o desenvolvimento de um satélite ótico de alta resolução (SatVHR), sob coordenação da Visiona. Propondo o estabelecimento de uma constelação de satélites SatVHR, afirmou que isso não só seria capaz de atender a demandas nacionais, mas também poderia contribuir para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

Shidara defendeu que, caso a indústria venha a ter êxito no desenvolvimento do satélite ótico de alta resolução para observação da terra, este venha a ser adotado para atender a necessidades do PESE (Programa Estratégico de Sistemas Espaciais), fato que traria previsibilidade de investimentos e criaria um potencial cenário favorável ao crescimento e ao fortalecimento da indústria espacial brasileira.

O presidente da AIAB, manifestado seu grande entusiasmo com o projeto, afirmou que “O SatVHR tem o potencial de desempenhar, para a indústria espacial brasileira, o mesmo papel que o avião Bandeirante desempenhou para a indústria aeronáutica brasileira 50 anos atrás”.

Visiona & Embraer: uma parceria com benefícios estratégicos
A Visiona Tecnologia Espacial tem potencial para trazer diversos benefícios estratégicos à Embraer, especialmente na área de tecnologia espacial, tais como:

Expansão do portfólio tecnológico
A Visiona permite que a Embraer amplie sua atuação para além da aviação e defesa, ingressando no setor aeroespacial, especialmente no desenvolvimento de satélites e tecnologias de comunicação via satélite.

Fortalecimento da soberania e da defesa nacional
Ao participar de projetos estratégicos, como o SGDC (Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações), o VCUB1 e o SatVHR, a Embraer, por meio da Visiona, contribui para o desenvolvimento de capacidades tecnológicas nacionais, reduzindo a dependência de fornecedores estrangeiros.

A Visiona também contribui para o fortalecimento da defesa nacional, fornecendo tecnologias e serviços estratégicos para o governo brasileiro.

Novas oportunidades de negócios e parcerias
A expertise da Visiona em satélites de observação e comunicações pode abrir portas para novos contratos com governos e empresas privadas, fortalecendo a posição da Embraer no mercado de defesa e segurança.

Sinergia com outras áreas da Embraer
O conhecimento adquirido em sistemas embarcados, sensoriamento remoto e telecomunicações pode ser aplicado em produtos da Embraer, como aeronaves militares (ex: C-390 e Super Tucano) e sistemas de controle para aviação comercial.

Maior competitividade internacional
Com o avanço em tecnologias espaciais, a Embraer se posiciona como um player global não apenas na aviação, mas também no setor de defesa e aeroespacial, competindo com empresas internacionais em mercados de alto valor agregado.

Potencial para inovação e desenvolvimento de novas tecnologias
A atuação em projetos espaciais pode acelerar a inovação em inteligência artificial, análise de imagens de satélite, telecomunicações seguras e aplicações para agricultura, monitoramento ambiental e segurança nacional.

Em resumo, a parceria com a Visiona reforça a Embraer como uma empresa de alta tecnologia, diversificando sua atuação e agregando valor a seus produtos e serviços.

Sobre a Visiona
Criada em 2012, a Visiona Tecnologia Espacial é uma joint-venture entre a Embraer Defesa & Segurança e a Telebras. Voltada para a integração de sistemas espaciais e à prestação de serviços baseados em satélites, a companhia atende aos objetivos do Programa Espacial Brasileiro e a demandas de mercado.

A Visiona foi a responsável pelo Programa do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas, o SGDC1, lançado em 2017. Em 2023, a empresa lançou o VCUB1, o primeiro nanossatélite de observação da terra e coleta de dados projetado por uma empresa no Brasil. Atualmente a Visiona lidera o projeto do satélite de observação da terra de altíssima resolução (SatVHR), com ampla participação de empresas e ICTs brasileiras.

A Visiona também fornece produtos e serviços de Sensoriamento Remoto e Telecomunicações por satélite, bem como Aerolevantamento SAR nas Bandas X e P, sempre buscando a vanguarda tecnológica. Nesse mercado, a Visiona já realizou mais de 100 projetos em diversos setores como o de agricultura, óleo e gás, serviços financeiros, utilidades, meio ambiente e defesa.

Parcerias tecnológicas
Os projetos de satélites da Visiona contam com uma extensa rede de parceiros institucionais e tecnológicos na construção do satélite e no desenvolvimento das aplicações, bem como de várias empresas da base industrial brasileira como: OPTO, AMS Kepler, Metalcard, Orbital Engenharia e SENAI-SC, entre outros, além do apoio financeiro da Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) e do Instituto Senai de Inovação. 



18 outubro, 2024

Visiona, JV da Embraer, divulga as primeiras imagens captadas pelo satélite VCUB1 e confirma o sucesso da missão


*LRCA Defense Consulting - 18/10/2024

A Visiona, joint-venture entre a Embraer e a Telebras, apresentou as primeiras imagens coletadas pelo VCUB1, primeiro satélite de alto desempenho projetado pela indústria nacional e com isso conclui a avaliação operacional do satélite. 

“Os satélites desempenham papel fundamental em todo o mundo e no Brasil. O VCUB1 pode ser utilizado para questões que são centrais ao País como a proteção ambiental, a resposta a desastres naturais, o combate às queimadas ou ainda o desenvolvimento da agricultura”, afirma João Paulo Rodrigues Campos, CEO da Visiona. “Além da geração de novas oportunidades de negócios, ampliação da infraestrutura espacial brasileira e geração de empregos”. 

Pesando apenas 12 kg, o VCUB1 está equipado com uma câmera de alta resolução e com um avançado sistema de comunicações. O VCUB1 também é o primeiro satélite com software embarcado 100% desenvolvido no Brasil, o que se traduz na autonomia completa no projeto. O sucesso da missão comprova a capacidade da Visiona em desenvolver soluções capazes de endereçar grandes desafios do Programa Espacial Brasileiro.

Após o lançamento em 2023, o primeiro ano da vida do satélite foi dedicado ao desenvolvimento e amadurecimento de sistemas. Após esse período, passou-se à calibração da sofisticada câmera para que as primeiras imagens fossem coletadas e divulgadas.

O VCUB1 foi concebido originalmente para validar os sistemas de navegação e de controle desenvolvidos pela Visiona, tecnologias até então não dominadas pelo país. “O domínio do software embarcado é o que nos dá liberdade para integrar ou substituir qualquer componente, concedendo total liberdade ao projeto. Entramos num seleto grupo de empresas no mundo capazes de projetar integralmente satélites”, afirma Himilcon Carvalho, Diretor de Tecnologia Espacial da Visiona. “As imagens, por sua vez, confirmam o desempenho dos sistemas desenvolvidos, que devem agora equipar os próximos projetos da empresa”. 

O projeto, liderado pela Visiona, contou com a participação de diversas empresas e Institutos de Ciência e Tecnologias brasileiros como a OPTO Space & Defense, responsável pelo projeto e construção da câmera, a AMS Kepler, a Metalcard, a Orbital Engenharia, a Embrapii, por meio de sua unidade ISI Embarcados SENAI-SC, o Instituto de Aeronáutica e Espaço da Força Aérea e o INPE.  Além disso, contribuíram no desenvolvimento a Agência Espacial Brasileira, Embrapa, CPRM, CEMADEN, UFSC, ITA, Governo de Santa Catarina, CENSIPAM, IICA, Prefeitura de São José dos Campos, Naturantins, Transpetro e o IBAMA.

Sobre a Visiona
Criada em 2012, a Visiona Tecnologia Espacial é uma joint-venture entre a Embraer Defesa & Segurança e a Telebras. Voltada para a integração de sistemas espaciais e à prestação de serviços baseados em satélites, a companhia atende aos objetivos do Programa Espacial Brasileiro e a demandas de mercado.

A Visiona foi a responsável pelo Programa do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas, o SGDC1, lançado em 2017. Em 2023, a empresa lançou o VCUB1, o primeiro nanossatélite de observação da terra e coleta de dados projetado por uma empresa no Brasil. Atualmente a Visiona lidera o projeto do satélite SatVHR de observação da Terra de altíssima resolução, apoiado pela FINEP e com ampla participação de empresas e ICTs brasileiras.

A Visiona também fornece produtos e serviços de Sensoriamento Remoto e Telecomunicações por satélite, bem como Aerolevantamento SAR nas Bandas X e P, sempre buscando a vanguarda tecnológica. Nesse mercado, a Visiona já realizou mais de 100 projetos em diversos setores como o de agricultura, óleo e gás, serviços financeiros, utilidades, meio ambiente e defesa.

07 maio, 2023

Visiona terá subvenção da Finep para desenvolvimento de satélite de pequeno porte

 

*LRCA Defense Consulting - 07/05/2023

A Visiona Tecnologia Espacial, joint-venture entre a Embraer e a Telebras, e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) assinaram hoje um acordo para o desenvolvimento de um satélite de pequeno porte de observação da Terra de alta resolução.

A oficialização da parceria ocorreu durante cerimônia de comemoração dos 30 anos da Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB), em São José dos Campos, interior de São Paulo, no dia 5 de maio de 2023. A solenidade contou com a presença da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e o Vice-Governador do Estado de São Paulo, Felício Ramuth, além de outras autoridades.

“O projeto proposto é bastante audacioso e tem caráter mobilizador. Para executá-lo, montamos um time que engloba algumas das principais empresas e ICTs do setor espacial do Brasil, para projetar um satélite que supera em muito os requisitos do edital e que seja capaz de endereçar diversas demandas de mercado e de governo, através de uma solução nacional.”, disse João Paulo Campos, CEO da Visiona.

O projeto de inovação, que utiliza recursos não reembolsáveis de subvenção econômica do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), terá o aporte de R$ 219 milhões da Finep ao longo dos próximos três anos. Os recursos complementares virão como contrapartida da empresa proponente, a Visiona, bem como de cinco coexecutores: Equatorial, Fibraforte, Kryptus, Opto e Orbital. No contrato é previsto o desenvolvimento de um satélite de pequeno porte para sensoriamento remoto óptico em altíssima resolução espacial, utilizando técnicas de super-resolução, e sistemas de coleta e fusão de dados.

O projeto também contará com a participação de diversos institutos de ciência e tecnologia (ICTs), como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Laboratório de Estruturas Leves do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (LEL-IPT), a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), fortalecendo ainda mais a relação entre Governo, Academia e Indústria – a tríplice hélice que impulsiona o desenvolvimento socioeconômico do país.

A concessão de subvenção econômica para a inovação nas empresas é um instrumento de política de governo amplamente utilizado em países desenvolvidos e operado de acordo com as normas da Organização Mundial do Comércio. O objetivo é promover um significativo aumento das atividades de inovação e o incremento da competitividade das empresas e da economia do país.

29 novembro, 2022

Visiona e empresas coexecutoras vencem edital sobre satélite de pequeno porte


*LRCA Defense Consulting - 29/11/2022

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), a Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTI) e a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) anunciaram, na tarde de 25 de novembro, que a Visiona Tecnologia Espacial, como principal proponente, e as empresas Fibraforte, Opto Tecnologia Optrônica, Equatorial Sistemas, Orbital Engenharia e Kryptus Segurança da Informação, como coexecutoras, foram as empresas vencedoras do edital de Subvenção Econômica à Inovação na temática “Satélite de pequeno porte de Observação da Terra de alta resolução”.

Esse projeto permitirá que as empresas vencedoras continuem a desempenhar um importante papel na indústria espacial Brasileira, contribuindo ainda mais para o desenvolvimento de alta tecnologia no país.

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