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25 abril, 2025

Decola a Orbital Thrusters, aliança estratégica entre a mexicana Thrusters Unlimited e a brasileira Orbital Engenharia

 *Mexico Industry, por Israel Molina - 24/04/2025

Em uma aliança estratégica, as empresas aeroespaciais Thrusters Unlimited, um membro ativo da Federação Mexicana da Indústria Aeroespacial (FEMIA), e a brasileira Orbital Engenharia uniram forças para criar a Orbital Thrusters, uma iniciativa conjunta focada no desenvolvimento de tecnologias de ponta e no fornecimento de soluções abrangentes para aplicações civis e de defesa no setor aeroespacial.

Esta colaboração representa um marco na consolidação das capacidades latino-americanas entre o México e o Brasil na indústria espacial. "Há um ano, começamos a trabalhar com a Orbital para avançar nessa parceria com a Orbital do Brasil, e hoje isso está acontecendo", disse Benjamin Najar Jr., CEO da Thrusters Unlimited.

"Somos uma empresa brasileira, familiar, com 24 anos de mercado desenvolvendo tecnologia espacial no Brasil, e temos muito orgulho de desenvolver esta parceria com a Thrusters Unlimited. No Brasil, consolidamos nossa empresa no fornecimento de componentes para satélites, como painéis solares, EPS, equipamentos e sistemas de engenharia, e a intenção desta colaboração com nossos amigos mexicanos é desenvolver a mesma expertise", disse Celio Costa Vaz, fundador e CEO da Orbital Engenharia.

A Orbital Thrusters combina experiência, talento e visão tecnológica para se posicionar como um participante importante no desenvolvimento de sistemas aeroespaciais de última geração. Isso abre caminho para vários aspectos, incluindo:

- O desenvolvimento de fotodiodos de InGaAs com alta responsividade na faixa de 900 a 1700 nm (em parceria com a PUC-Rio para o processo industrial);

- O desenvolvimento de uma plataforma orbital de microgravidade capaz de transportar 50 kg de experimentos por 10 dias, com lançamento em órbita terrestre baixa (LEO).

- Criação de um Veículo Orbital Reutilizável (pouso autônomo).
 
Esta aliança, formalizada durante a Feira Aeroespacial Mexicana (FAMEX), reafirma o compromisso da Thrusters Unlimited com a inovação, a soberania tecnológica e o desenvolvimento do ecossistema espacial no México e na América Latina.

28 janeiro, 2025

Nasce a Sonda Aerospace: um avanço para o setor espacial brasileiro


*LRCA Defense Consulting - 28/01/2025

Está sendo lançada a Sonda Aerospace, uma joint venture formada pelas empresas Legado Usinagem Ltda, Orbital Engenharia S. A. e PLASTFLOW.

Essa união estratégica reúne décadas de experiência e inovação de três empresas consagradas no mercado espacial, responsáveis por inúmeros projetos de grande relevância no desenvolvimento de tecnologias para o setor aeroespacial brasileiro.

Juntas, as três empresas produzem 99% dos componentes mecânicos, compósitos e eletrônicos do foguete VSB30

Renato Duarte, da Legado Usinagem; Marcus L. Pontarolli, da PASTFLOW; Célio Costa Vaz, da Orbital Engenharia

A Sonda Aerospace nasce com o propósito de desenvolver foguetes suborbitais com capacidade de transportar cargas úteis compostas por experimentos científicos, tecnológicos e realizar operações de lançamentos.

A empresa almeja contribuir de forma sustentável para atender à crescente demanda global de missões suborbitais, tornando-se uma referência no setor.

A Sonda Aerospace está pronta para inovar, construir e transformar o futuro do setor espacial, reafirmando o compromisso de contribuir para o desenvolvimento científico, tecnológico e industrial do Brasil.

Logotipo inspirado nas cores das três empresas fundadoras


18 outubro, 2024

Visiona, JV da Embraer, divulga as primeiras imagens captadas pelo satélite VCUB1 e confirma o sucesso da missão


*LRCA Defense Consulting - 18/10/2024

A Visiona, joint-venture entre a Embraer e a Telebras, apresentou as primeiras imagens coletadas pelo VCUB1, primeiro satélite de alto desempenho projetado pela indústria nacional e com isso conclui a avaliação operacional do satélite. 

“Os satélites desempenham papel fundamental em todo o mundo e no Brasil. O VCUB1 pode ser utilizado para questões que são centrais ao País como a proteção ambiental, a resposta a desastres naturais, o combate às queimadas ou ainda o desenvolvimento da agricultura”, afirma João Paulo Rodrigues Campos, CEO da Visiona. “Além da geração de novas oportunidades de negócios, ampliação da infraestrutura espacial brasileira e geração de empregos”. 

Pesando apenas 12 kg, o VCUB1 está equipado com uma câmera de alta resolução e com um avançado sistema de comunicações. O VCUB1 também é o primeiro satélite com software embarcado 100% desenvolvido no Brasil, o que se traduz na autonomia completa no projeto. O sucesso da missão comprova a capacidade da Visiona em desenvolver soluções capazes de endereçar grandes desafios do Programa Espacial Brasileiro.

Após o lançamento em 2023, o primeiro ano da vida do satélite foi dedicado ao desenvolvimento e amadurecimento de sistemas. Após esse período, passou-se à calibração da sofisticada câmera para que as primeiras imagens fossem coletadas e divulgadas.

O VCUB1 foi concebido originalmente para validar os sistemas de navegação e de controle desenvolvidos pela Visiona, tecnologias até então não dominadas pelo país. “O domínio do software embarcado é o que nos dá liberdade para integrar ou substituir qualquer componente, concedendo total liberdade ao projeto. Entramos num seleto grupo de empresas no mundo capazes de projetar integralmente satélites”, afirma Himilcon Carvalho, Diretor de Tecnologia Espacial da Visiona. “As imagens, por sua vez, confirmam o desempenho dos sistemas desenvolvidos, que devem agora equipar os próximos projetos da empresa”. 

O projeto, liderado pela Visiona, contou com a participação de diversas empresas e Institutos de Ciência e Tecnologias brasileiros como a OPTO Space & Defense, responsável pelo projeto e construção da câmera, a AMS Kepler, a Metalcard, a Orbital Engenharia, a Embrapii, por meio de sua unidade ISI Embarcados SENAI-SC, o Instituto de Aeronáutica e Espaço da Força Aérea e o INPE.  Além disso, contribuíram no desenvolvimento a Agência Espacial Brasileira, Embrapa, CPRM, CEMADEN, UFSC, ITA, Governo de Santa Catarina, CENSIPAM, IICA, Prefeitura de São José dos Campos, Naturantins, Transpetro e o IBAMA.

Sobre a Visiona
Criada em 2012, a Visiona Tecnologia Espacial é uma joint-venture entre a Embraer Defesa & Segurança e a Telebras. Voltada para a integração de sistemas espaciais e à prestação de serviços baseados em satélites, a companhia atende aos objetivos do Programa Espacial Brasileiro e a demandas de mercado.

A Visiona foi a responsável pelo Programa do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas, o SGDC1, lançado em 2017. Em 2023, a empresa lançou o VCUB1, o primeiro nanossatélite de observação da terra e coleta de dados projetado por uma empresa no Brasil. Atualmente a Visiona lidera o projeto do satélite SatVHR de observação da Terra de altíssima resolução, apoiado pela FINEP e com ampla participação de empresas e ICTs brasileiras.

A Visiona também fornece produtos e serviços de Sensoriamento Remoto e Telecomunicações por satélite, bem como Aerolevantamento SAR nas Bandas X e P, sempre buscando a vanguarda tecnológica. Nesse mercado, a Visiona já realizou mais de 100 projetos em diversos setores como o de agricultura, óleo e gás, serviços financeiros, utilidades, meio ambiente e defesa.

08 outubro, 2024

IEAv e Orbital Engenharia firmam parceria para o avanço da tecnologia hipersônica no Brasil


*LRCA Defense Consulting - 08/10/2024

No dia 16 de setembro de 2024, o Instituto de Estudos Avançados (IEAv), do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), e a Orbital Engenharia firmaram um acordo de parceria que promete impulsionar o desenvolvimento da tecnologia de propulsão hipersônica no Brasil. A colaboração visa a execução de projetos de pesquisa científica e tecnológica, com foco no inovador em um Sistema de Controle Eletrônico de Injeção de Combustível (SISCRAMJET) para motores hipersônicos aspirados, que poderá transformar o cenário da propulsão no país.

O acordo foi celebrado como parte do Projeto Propulsão Hipersônica 14-X, uma iniciativa estratégica que busca dominar a tecnologia de voo hipersônico. Para o IEAv, esse é mais um marco em sua missão de desenvolver tecnologias que fortalecem o Poder Aeroespacial Brasileiro, enquanto para a Orbital Engenharia, é uma oportunidade de aplicar sua expertise em um dos desafios mais complexos da engenharia moderna.

O SISCRAMJET desempenha um papel fundamental na operação eficiente dos motores SCRAMJET, uma tecnologia de propulsão hipersônica que permite alcançar velocidades extremamente altas, cruciais para missões de acesso ao espaço. Um dos grandes desafios enfrentados pela equipe é controlar com precisão a injeção de combustível em um ambiente onde os gases queimam em velocidades supersônicas. "É como manter uma vela acesa dentro de um furacão", explica o Gerente do Projeto PROPHIPER 14-X, Tenente-Coronel Aviador Lucas Galembeck. Ele ainda destaca a dificuldade de equilibrar o fluxo de oxigênio e combustível em tais condições extremas. A parceria entre o IEAv e a Orbital Engenharia garantirá que as soluções criadas para o SISCRAMJET sejam testadas em um ambiente controlado antes de serem aplicadas em voos reais, que são caros e demorados.

A assinatura deste acordo é um exemplo do sucesso da colaboração entre instituições públicas e privadas no Brasil, com o objetivo de superar os desafios de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Segundo o CEO da Orbital Engenharia, Célio Costa Vaz, “O IEAv e a Orbital Engenharia já possuem um histórico de cooperação, e este novo acordo fortalece ainda mais nossa parceria, permitindo o uso de recursos da Subvenção Econômica da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) para inovação na Base Industrial de Defesa”.

Para o Diretor do IEAv, Coronel Aviador Charlon Goes Cunha, esse acordo ressalta “o compromisso do DCTA em desempenhar um papel fundamental no avanço da pesquisa, inovação e crescimento tecnológico”. Ele destacou que, no ano em que o Marechal do Ar Casimiro Montenegro Filho completa 120 anos, o DCTA mostra que mantém ativo o DNA da inovação, aperfeiçoando a aplicação no Brasil do modelo internacional de sucesso da Tríplice Hélice, que envolve Governo, Academia e Indústria trabalhando juntos para superar desafios tecnológicos e garantir maior competitividade para a indústria nacional, com subsequentes benefícios socioeconômicos para o povo brasileiro.

A aprovação deste acordo de parceria foi resultado de um esforço conjunto do DCTA, IEAv e Orbital Engenharia, alicerçados pela assessoria da Consultoria Jurídica da União de São José dos Campos (CJUSJC), representada pelo Doutor Carlos Freire Longato.

Com esse acordo, o IEAv e a Orbital Engenharia caminham juntos para consolidar o Brasil como um dos protagonistas no desenvolvimento de tecnologias hipersônicas. Essa conquista não apenas reforça a capacidade tecnológica nacional, mas também insere o Brasil no seleto grupo de nações que buscam dominar a tecnologia hipersônica, uma inovação estratégica que representa um diferencial competitivo para a indústria aeroespacial nacional, trazendo benefícios socioeconômicos para o povo brasileiro.


*Com informações do IEAv.

24 junho, 2023

Empresas brasileiras investem no desenvolvimento e aplicação comercial de nanossatélites



*Revista Pesquisa FAPESP, por Rodrigo de Oliveira Andrade - 24/06/2023

O lançamento em abril de um satélite de 12 quilos (kg), pouco maior do que uma caixa de sapatos, representou um marco para a indústria espacial brasileira. Concebido pela Visiona Tecnologia Espacial, joint venture da Embraer Defesa e Segurança e da Telebras, o VCUB1 é o primeiro nanossatélite de alto desempenho projetado e desenvolvido no país. Também é uma iniciativa pioneira de aplicação comercial – até então, projetos nacionais desse tipo eram de uso científico ou educacional (ver Pesquisa FAPESP nº 219). A expectativa da empresa é validar o software embarcado e usar as informações coletadas para complementar e aperfeiçoar serviços de sensoriamento remoto e telecomunicações que ela oferece a seus clientes, hoje baseados em satélites de terceiros.

O dispositivo custou mais de R$ 30 milhões, dos quais R$ 2,9 milhões foram investidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação (Embrapii). Conta com uma câmera reflexiva de observação – a primeira do tipo desenvolvida no Brasil – com um sistema óptico formado por três espelhos, capaz de coletar imagens da superfície terrestre com resolução espacial de 3,5 metros. Ou seja, se fosse instalada em Campinas, seria capaz de fotografar um caminhão nas ruas do Rio de Janeiro. O equipamento foi desenvolvido pela Opto Space & Defense e Equatorial Sistemas, com apoio da FAPESP e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

O nanossatélite deverá cruzar o território brasileiro várias vezes por dia, coletando imagens e dados de uso meteorológico e de apoio a atividades do setor agrícola, como o monitoramento de lavouras em locais afastados e a identificação de áreas de baixa produtividade. Eventualmente, poderá auxiliar na prevenção de desastres naturais, atividades de monitoramento ambiental ou atender a outros usos, ligados à área de segurança e cidades inteligentes. O principal objetivo da Visiona, no entanto, é validar a tecnologia para lançar satélites maiores e mais complexos. “Para isso, precisávamos de uma arquitetura que fosse escalável e um software embarcado confiável”, diz João Paulo Campos, presidente da empresa.

O equipamento possui um sistema de gerenciamento de dados de bordo, responsável pelo controle de outros subsistemas e da interface com o solo. Tem também um sistema de comunicação e controle de atitude e órbita, que permite apontar com maior precisão a câmera para o local onde se deseja coletar imagens ou direcionar seus painéis solares para o Sol, de modo a ampliar a geração da energia que o alimenta. “Essa é uma tecnologia estratégica, que ainda não era dominada pelo Brasil”, destaca Campos. “O VCUB1, nesse sentido, coloca o país em um grupo de nações que dominam todo o processo de desenvolvimento de satélites”, completa.

Para Fábio de Oliveira Fialho, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), o nanossatélite da Visiona rompe uma barreira tecnológica importante. “O VCUB1 permitirá à empresa explorar, em diferentes camadas, dados de alta qualidade, agregando mais valor aos serviços que oferece a seus clientes.”

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) participou do esforço conjunto de desenvolvimento, ajudando a definir as cores que o satélite iria enxergar – foi escolhida a banda red edge, mais apropriada para o monitoramento de lavouras. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apoiou a concepção do projeto com sua expertise em engenharia de sistemas, montagem, integração e testes do satélite. Já o Instituto Senai de Inovação em Sistemas Embarcados (ISI-SE), em Florianópolis, foi responsável pela construção e pelos testes da estação de terra e dos softwares que fazem a integração do computador de bordo com os componentes embarcados, com financiamento da Embrapii.

O ISI-SE também está envolvido em outro programa, o Constelação Catarina, criado em maio de 2021 pela Agência Espacial Brasileira (AEB). A iniciativa pretende colocar em órbita 13 nanossatélites nos próximos anos. Dois deles estão em desenvolvimento. Um no ISI-SE, o outro, na Universidade Federal de Santa Catarina. “A ideia é que eles formem uma rede e trabalhem de forma orquestrada na coleta de informações agrícolas e meteorológicas”, explica Augusto De Conto, gerente responsável pelo projeto. “Se tudo der certo, nosso nanossatélite será lançado em 2024”, diz.

Os nanossatélites e microssatélites movimentaram US$ 2,8 bilhões em 2022, e é esperado que esse mercado alcance US$ 6,7 bilhões até 2027, segundo análise da consultoria norte-americana Markets and Markets. Dados do relatório SpaceWorks estimam que entre 2 mil e 2,8 mil desses equipamentos serão lançados no espaço nos próximos cinco anos para diversas aplicações. O modelo avança em razão dos custos de construção desses artefatos. Diferentemente de um satélite convencional de grande porte, que pode custar entre US$ 150 milhões e US$ 400 milhões, os nanossatélites são relativamente baratos. Mas têm menor tempo de vida útil, de três a cinco anos.

A expansão desse mercado coincide com uma mudança na indústria aeroespacial. Com a consolidação de tecnologias e diminuição dos riscos associados ao seu desenvolvimento, o segmento passou a atrair mais atenção do capital privado. A face mais reluzente desse interesse foi a criação de empresas como a Blue Origin, do multibilionário Jeff Bezos, dono da Amazon, a SpaceX, de Elon Musk, e a Virgin Galactic, de Richard Branson, dedicadas à construção de foguetes lançadores e ao transporte de astronautas e turistas ao espaço (ver Pesquisa FAPESP nº 278). O VCUB1 foi lançado em abril pelo foguete Falcon 9, da SpaceX, junto com outros satélites de diferentes tamanhos.

O Brasil não é um expoente da exploração espacial comercial, mas tem potencial para crescer. O nanossatélite da Visiona é apenas uma entre várias iniciativas em curso no país. Outra é o nanossatélite da SciCrop, startup de geoprocessamento de dados de satélite com sede em São Paulo, com lançamento previsto para o segundo semestre. “Nosso objetivo é coletar as melhores imagens possíveis do Centro-Oeste brasileiro”, afirma José Damico, CEO da empresa. O dispositivo deverá percorrer essa região a cada dois dias, registrando imagens que permitam uma visão detalhada da produtividade de cada talhão de soja plantado, possibilitando separar as diferentes áreas produtivas das fazendas. “Essas informações nos ajudam a mensurar o quanto está sendo produzido e se o plantio foi feito na época adequada, por exemplo”, diz. Os dados poderão ser usados por instituições financeiras na análise de risco de concessão de crédito a produtores rurais, especialmente aqueles que produzem menos de 2 mil hectares e não têm uma demonstração contábil ou balanço patrimonial para apresentar no momento do pedido.

O nanossatélite da SciCrop utiliza uma estrutura desenvolvida pela Alba Orbital, com sede em Glasgow, na Escócia. “A construção de um nanossatélite envolve várias etapas, como o desenvolvimento de sua estrutura e validação de seus equipamentos embarcados. No nosso caso, partimos de uma estrutura já pronta, que será adaptada para o uso que queremos”, ele explica.

Outra empresa brasileira a investir nesse mercado é a SCCON Geospatial, que oferece a seus clientes serviços em tecnologia geoespacial e mapeamento via satélite. Seu negócio baseia-se em imagens feitas por uma constelação de 200 nanossatélites da empresa norte-americana Planet. “Temos contratos com instituições brasileiras públicas e privadas de diferentes segmentos, que usam nossas soluções para monitoramento de plantações, barragens, linhas de transmissão de energia”, diz Vinicius Rissoli, diretor de operações da companhia.

Em 2018, a SCCON fez um acordo com a Polícia Federal (PF) para monitorar o desmatamento na região amazônica. A parceria cresceu e deu origem ao Programa Brasil Mais, plataforma criada em 2020 na qual é possível acessar imagens em alta resolução de todo o país captadas pelos nanossatélites da Planet. “As imagens são atualizadas todos os dias, permitindo ações mais rápidas de combate ao desmatamento, mineração ilegal, ocupações irregulares”, comenta Rissoli. A PF não é o único usuário das imagens. “Nosso acordo permite que qualquer instituição pública possa aderir ao programa e acessá-las para outros fins gratuitamente.” Atualmente, 300 instituições se cadastraram na plataforma para usar os dados.

Apesar do interesse crescente do capital de risco pelos nanossatélites, investimentos públicos ainda são fundamentais para essas iniciativas, dados os riscos associados a elas. A Finep tem aplicado recursos públicos não reembolsáveis – ou seja, que não precisam ser devolvidos – em projetos de pesquisa e desenvolvimento de empresas inovadoras do setor, como a Opto, que ajudou a projetar a câmera do VCUB1. “Queremos investir na criação de arranjos industriais mais amplos, baseados em projetos integrados, nos quais uma empresa-âncora trabalha com empresas parceiras, universidades e institutos de pesquisa, com foco em subsistemas e componentes isolados”, destaca Elias Ramos de Souza, diretor de Inovação da Finep.

Em maio, a agência anunciou um aporte de R$ 220 milhões para um projeto liderado pela Visiona de um satélite maior e mais complexo do que o VCUB1. O empreendimento terá a colaboração das empresas Fibraforte, Opto, Equatorial, Orbital e Kryptus. “Elas receberão aproximadamente metade do valor total do projeto nos próximos três anos para desenvolver subsistemas e componentes do satélite, que pesará pouco mais de 100 kg e terá uma câmera capaz de coletar imagens da superfície terrestre com resolução espacial de 75 centímetros”, diz William Rospendowski, superintendente de inovação da Finep.

No ano passado, a instituição de fomento lançou um edital no valor de R$ 190 milhões, na modalidade de subvenção econômica, a fim de apoiar a construção de veículos lançadores de pequeno porte para transporte de nano e microssatélites. A expectativa é de que sejam desenvolvidos pelo menos dois protótipos com capacidade de colocar em órbita cargas de no mínimo 5 kg, com operações de lançamento realizadas a partir do território nacional. Hoje, apenas 13 países no mundo dominam essa tecnologia. “A estratégia daria ao Brasil maior autonomia de acesso ao espaço”, comenta Campos, da Visiona. “Além de ajudar a diminuir a dependência tecnológica externa, essas iniciativas tendem a ter impactos positivos na cadeia produtiva nacional”, completa De Conto, do ISI-SE.

07 maio, 2023

Visiona terá subvenção da Finep para desenvolvimento de satélite de pequeno porte

 

*LRCA Defense Consulting - 07/05/2023

A Visiona Tecnologia Espacial, joint-venture entre a Embraer e a Telebras, e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) assinaram hoje um acordo para o desenvolvimento de um satélite de pequeno porte de observação da Terra de alta resolução.

A oficialização da parceria ocorreu durante cerimônia de comemoração dos 30 anos da Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB), em São José dos Campos, interior de São Paulo, no dia 5 de maio de 2023. A solenidade contou com a presença da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e o Vice-Governador do Estado de São Paulo, Felício Ramuth, além de outras autoridades.

“O projeto proposto é bastante audacioso e tem caráter mobilizador. Para executá-lo, montamos um time que engloba algumas das principais empresas e ICTs do setor espacial do Brasil, para projetar um satélite que supera em muito os requisitos do edital e que seja capaz de endereçar diversas demandas de mercado e de governo, através de uma solução nacional.”, disse João Paulo Campos, CEO da Visiona.

O projeto de inovação, que utiliza recursos não reembolsáveis de subvenção econômica do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), terá o aporte de R$ 219 milhões da Finep ao longo dos próximos três anos. Os recursos complementares virão como contrapartida da empresa proponente, a Visiona, bem como de cinco coexecutores: Equatorial, Fibraforte, Kryptus, Opto e Orbital. No contrato é previsto o desenvolvimento de um satélite de pequeno porte para sensoriamento remoto óptico em altíssima resolução espacial, utilizando técnicas de super-resolução, e sistemas de coleta e fusão de dados.

O projeto também contará com a participação de diversos institutos de ciência e tecnologia (ICTs), como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Laboratório de Estruturas Leves do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (LEL-IPT), a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), fortalecendo ainda mais a relação entre Governo, Academia e Indústria – a tríplice hélice que impulsiona o desenvolvimento socioeconômico do país.

A concessão de subvenção econômica para a inovação nas empresas é um instrumento de política de governo amplamente utilizado em países desenvolvidos e operado de acordo com as normas da Organização Mundial do Comércio. O objetivo é promover um significativo aumento das atividades de inovação e o incremento da competitividade das empresas e da economia do país.

29 novembro, 2022

Visiona e empresas coexecutoras vencem edital sobre satélite de pequeno porte


*LRCA Defense Consulting - 29/11/2022

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), a Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTI) e a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) anunciaram, na tarde de 25 de novembro, que a Visiona Tecnologia Espacial, como principal proponente, e as empresas Fibraforte, Opto Tecnologia Optrônica, Equatorial Sistemas, Orbital Engenharia e Kryptus Segurança da Informação, como coexecutoras, foram as empresas vencedoras do edital de Subvenção Econômica à Inovação na temática “Satélite de pequeno porte de Observação da Terra de alta resolução”.

Esse projeto permitirá que as empresas vencedoras continuem a desempenhar um importante papel na indústria espacial Brasileira, contribuindo ainda mais para o desenvolvimento de alta tecnologia no país.

24 outubro, 2022

Lançamento do foguete VSB-30 é realizado com sucesso durante a Operação Santa Branca


*Agência Espacial Brasileira - 24/10/2022

O foguete VSB-30, lançado às 14h, deste domingo (23), a partir do Espaçoporto de Alcântara, localizado no estado do Maranhão, levou a bordo o Modelo de Qualificação da Plataforma Suborbital de Microgravidade (MQ-PSM). Os próximos passos envolvem a análise dos resultados dos experimentos científicos.

Após a qualificação, a PSM já poderá ser utilizada para a realização de experimentos em ambiente de microgravidade. Ressalta-se que desde a concepção da PSM, houve intensos esforços de desenvolvimento de tecnologia no mercado nacional. Há interesse em prover serviços de experimentos em microgravidade no Brasil, e a PSM coroa esse processo de capacitação junto às empresas nacionais.

A Plataforma Suborbital de Microgravidade (PSM) foi desenvolvida por meio de uma parceria entre a Agência Espacial Brasileira, a empresa Orbital Engenharia, a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE). Nessa plataforma, foi embarcado um conjunto de instrumentos para a avaliação do desempenho do voo e o experimento “Forno Multiusuários”, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

O sucesso da Operação Santa Branca permite ao País explorar este tipo de lançamento para os interessados na pesquisa científica e no desenvolvimento de tecnologias no ambiente de microgravidade.

“O Brasil já poderá prover, de forma autônoma, serviços de experimentação em ambiente microgravidade, usando o Centro Espacial de Alcântara (CEA), o VSB-30 e a PSM. Abriremos, também, um mercado para a indústria espacial brasileira, para os empreendedores e para as Instituições de Ciência e Tecnologia”, explica Carlos Moura, presidente da Agência Espacial Brasileira.

O Programa Microgravidade foi criado em outubro de 1998, por meio da Resolução nº 36, do Conselho Superior da AEB. Ele teve sua última reestruturação em janeiro de 2015. O objetivo é viabilizar a realização de experimentos científicos e de desenvolvimento tecnológico, por meio de seleção, com base no mérito científico-acadêmico-tecnológico, de propostas submetidas a Anúncios de Oportunidades (AOs).

O primeiro lançamento com o VSB-30, no Brasil, ocorreu em 23 de outubro de 2004. O foguete foi desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), em parceria com o Centro Aeroespacial Alemão (DLR). Até então, 33 lançamentos foram realizados com êxito. Cinco deles no Brasil e 28 no exterior.


Sobre a Plataforma Suborbital de Microgravidade (PSM)
É um equipamento responsável por todo monitoramento e comunicação com a carga antes e durante a missão, constituída de um conjunto de módulos controlado em velocidade angular, equipado com um sistema de telemetria para a transmissão de dados de voo e dos experimentos, e dotado de um sistema de recuperação para resgate no mar.

A Plataforma é responsável pela fixação, alimentação elétrica e proteção ambiental dos experimentos embarcados durante todas as fases do voo, em módulos herméticos e não herméticos. Além disso, faz parte de planos para a nacionalização de um conjunto vetor completo (foguete + plataforma) voltado para pesquisas em microgravidade, pois, anteriormente o Brasil utilizava a carga útil MicroG desenvolvida pela Agência Espacial Alemã (DLR).

Foi desenvolvida em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e a Empresa Orbital Engenharia.

Características da Plataforma Suborbital de Microgravidade (PSM)
- Possui módulo de controle, módulo de gás frio e módulo de recuperação;

- Fornece ambiente hermético aos experimentos quando não for preciso acesso tardio;

- Massa total de experimentos em cada nódulo: igual ou inferior a 30 kg;

- Massa total de experimento na PSM: igual ou inferior a 60 kg para configuração mínima e igual ou inferior a 75kg para demais configurações;

- Comprimento: ~ 6 m (a depender da configuração e quantidade de módulos) e Diâmetro: 438 mm.

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