*LRCA Defense Consulting - 09/09/2025
O Grupo EDGE, um dos maiores conglomerados globais de defesa e tecnologia avançada com sede nos Emirados Árabes Unidos, tem se consolidado no Brasil com um investimento que ultrapassa os R$ 3 bilhões. A estratégia do grupo é transformar o país em um polo de inovação no setor de defesa, criando no Brasil o que vem sendo chamado pela imprensa e executivos da empresa de uma "nova Embraer" — mas, dessa vez, focada em armas e sistemas de alta tecnologia.
Desde 2023, o EDGE tem ampliado sua atuação nacional ao adquirir participação majoritária em duas importantes empresas brasileiras: a SIATT, especializada em mísseis e armamentos inteligentes, e a Condor Tecnologias Não Letais, líder mundial em equipamentos como gás lacrimogêneo e munição de borracha.
O projeto mais emblemático está centrado na SIATT, cuja nova fábrica recém inaugurada na região de São Paulo será uma espécie de hub tecnológico de ponta. O plano é que essa unidade empregue centenas de pessoas e atue no desenvolvimento do Míssil Antinavio Nacional da Marinha do Brasil (MANSUP) e sua versão de alcance estendido (MANSUP-ER). Esses sistemas têm o potencial de colocar o Brasil na vanguarda da tecnologia militar e abrir oportunidades no mercado internacional, inclusive com vendas para países na Ásia, África e América Latina.
Rodrigo Torres, CFO do Grupo EDGE, afirma que "o Brasil é estratégico" para os planos da empresa. "Vamos inaugurar uma fábrica da SIATT e contratar mais de 300 pessoas. Será um centro tecnológico como o Brasil nunca teve antes", declarou em entrevista à CNN Brasil antes da inauguração da nova fábrica.
Além da dimensão industrial, o EDGE aposta em parcerias com instituições acadêmicas renomadas como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Unicamp e PUC para fomentar inovação e desenvolver talentos na área de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM).
O grupo também atua no fortalecimento das cadeias produtivas brasileiras para fabricação, exportação e desenvolvimento tecnológico, consolidando o país como um polo global emergente no setor de defesa. A Marinha do Brasil é um parceiro estratégico central, com contratos e acordos para integrar essas tecnologias nas futuras fragatas da classe Tamandaré.
Com essa movimentação, o Grupo EDGE busca não só diversificar os líderes globais em defesa, tradicionalmente dominados por potências europeias e americanas, como também deixar um legado de alto valor industrial, tecnológico e econômico ao Brasil.
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