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24 outubro, 2025

Embraer como hub mundial de produção do Gripen: a oportunidade histórica além fronteiras


*LRCA Defense Consulting - 24/10/2025

A Embraer está diante de uma oportunidade histórica para se tornar uma das grandes produtoras mundiais de caças, especialmente do Gripen E, ao lado da Saab. A demanda internacional pelo caça sueco cresce graças ao seu equilíbrio entre tecnologia avançada e custo-benefício em relação aos concorrentes ocidentais, chineses e russos. No entanto, a capacidade de produção da Saab é limitada, e pressões políticas dos EUA intensificam a competição, especialmente contra aviões produzidos em larga escala como o J-10C chinês.

Mercado global e parceria estratégica
A projeção da Saab estima um mercado potencial para cerca de 3.000 caças supersônicos fora de Rússia e China nos próximos 20 anos, e um objetivo de conquistar de 10% a 15% desse mercado junto à Embraer, o que equivaleria a aproximadamente 300 a 450 aeronaves Gripen E/F em contratos internacionais, somando até US$ 35 bilhões em negócios. O Brasil, único país com uma linha de montagem do Gripen fora da Suécia, possui uma robusta estrutura de cooperação industrial e transferência de tecnologia com a Saab, incluindo engenharia, integração de sistemas, montagem final e ensaios em voo.

Potencial industrial da Embraer
O envolvimento da Embraer na produção, desenvolvimento e, possivelmente, exportação do Gripen E permite ao Brasil assumir papel de destaque na cadeia global de fornecimento de caças de quarta e quinta geração. A parceria já gerou domínio tecnológico em radares, sensores de guerra eletrônica, sistemas de armas e aviônica, elevando a Embraer a patamares nunca antes alcançados pela indústria nacional.

Além de aumentar sua capacidade instalada para atender aos pedidos nacionais e internacionais (atualmente para 15 das 36 unidades brasileiras, com capacidade ampliada), a Embraer pode absorver parte do mercado que a Saab não consiga atender sozinha, especialmente diante de contratos massivos como o negociado com a Ucrânia (até 150 aeronaves).

Pressões geopolíticas e competição
Os EUA têm tentado dificultar vendas do Gripen, pressionando sobre transferências tecnológicas e componentes sensíveis, como o motor norte-americano do Gripen E, já ameaçando vetar exportações para países como a Colômbia. Isso torna o Brasil e a Embraer ainda mais estratégicos como plataforma de produção e exportação, podendo diversificar fornecedores e buscar soluções autônomas para manter o programa viável.

Por outro lado, com o Rafale francês e outros concorrentes cheios de pedidos e com custos mais elevados, cresce o apelo internacional do Gripen E, competindo diretamente com o chinês J-10C e o russo Su-35, ambos produzidos em larga escala e fortemente subsidiados em seus mercados.

A grande chance brasileira
A Embraer, ancorada em transferências de tecnologia, inovação e domínio na montagem do Gripen em solo nacional, pode ampliar sua capacidade produtiva e assumir protagonismo global na fabricação do caça, suprindo mercados estratégicos e respondendo à demanda cada vez maior por aeronaves de alto desempenho, baixo custo e moderna integração eletrônica. 

O momento é crítico para consolidar o Brasil como “hub” mundial de produção e exportação de Gripen, aproveitando brechas deixadas pela concorrência saturada e restrições impostas pelos EUA, transformando o país não só em consumidor, mas também em exportador de tecnologia militar de ponta.

O futuro da Embraer como produtora mundial de caças, em parceria com a Saab, depende do sucesso em ampliar sua participação nos contratos internacionais, garantir autonomia diante de pressões externas e estimular o desenvolvimento tecnológico contínuo para manter o Gripen E competitivo frente a rivais chineses, russos e ocidentais.

Saiba mais:

Brasil pode ser chave na produção dos caças Gripen para Ucrânia após conflito 

- Ucrânia e Suécia firmam acordo histórico para aquisição de até 150 caças Saab Gripen E 

Inovação brasileira em radar SAR: Radaz fornece Sistema RD350 ao Serviço Geológico da Finlândia

 

*LRCA Defense Consulting - 24/10/2025

A Radaz, empresa brasileira especializada em radares de abertura sintética (SAR) embarcados em drones, confirmou em outubro de 2025 a entrega de um novo sistema RD350 ao GTK – Serviço Geológico da Finlândia (Geological Survey of Finland). O anúncio, feito nas redes sociais da empresa, destaca a expansão da presença internacional da tecnologia SAR brasileira e a aplicação do equipamento em estudos geológicos de alta precisão realizados pelo GTK, que é vinculado ao Ministério da Economia e Emprego da Finlândia e responsável pelo mapeamento e investigação geológica do território e do fundo marinho do país.

O radar RD350 é um sistema compacto multibanda (C, L e P), com peso inferior a 5 kg, capaz de penetrar vegetação e solo para gerar imagens de sub-superfície em alta resolução. Produzido desde 2021, o RD350 vem sendo utilizado em operações de monitoramento ambiental, mineração, agronegócio e segurança, e já foi exportado para países como Alemanha, Emirados Árabes Unidos e Reino Unido. Em 2025, o equipamento ganhou também uma nova versão em formato POD SAR para aeronaves do tipo VTOL, apresentada pela Radaz e Helisul Engenharia no evento ENAVSEG 2025, em Florianópolis, voltado à aviação de segurança pública.

O GTK, novo cliente da Radaz, é uma instituição científica com cerca de 600 funcionários e centros laboratoriais voltados à geofísica, sedimentologia, geocronologia e geodiversidade marinha. Entre suas plataformas de pesquisa está o navio Geomari, dotado de instrumentos de sondagem acústica e sistemas sísmicos usados para mapeamento e amostragem do leito marinho. A adoção do radar brasileiro deve fortalecer o trabalho do GTK em projetos de mapeamento geológico e monitoramento ambiental no Mar Báltico e em outras regiões.

Com essa venda, a Radaz reafirma sua posição como um dos principais expoentes da engenharia brasileira de sensoriamento remoto, exportando tecnologia de ponta desenvolvida integralmente no país para instituições de pesquisa de referência mundial, como a GTK. 

A nova pistola GX2 da Taurus protege sua carteira na rua e na loja de armas: análise EUA

 

*NRA Shooting Illustrated, por Patrick Sweeney - 22/10/2025

A Taurus sempre foi uma fabricante de armas de fogo com boa relação custo-benefício. A mais recente pistola da linha é a GX2, uma pistola compacta para porte diário repleta de funcionalidades, mas sem preço inflado. Aqui estão os pontos básicos que você precisa saber:

A GX2 é uma pistola compacta, o que significa que, apesar dos esforços da Taurus, há alguns compromissos inevitáveis. Ou seja: ela tem um cano mais curto que o padrão “service” e os carregadores de encaixe rente (flush-fit) não têm “meia caixa de munição” de capacidade. É uma fusão dos recursos desejáveis da Taurus GX4 e da G2C.

Partindo pelo topo, o ferrolho da GX2 (aço ligado, acabamento preto fosco) traz miras fixas. A mira dianteira é um ponto branco no pino, enquanto a traseira é uma ranhura (notch) assentada em um dovetail transversal. Os alojamentos das miras seguem padrão da indústria, então, caso queira instalar miras mais exóticas, não faltarão opções. Possui ranhuras de engatilhamento (serrações) na frente e atrás, com um extrator robusto no lado direito, na traseira da janela de ejeção. Internamente, o cano em aço inox trava no ferrolho pela janela de ejeção e tem rampa de alimentação integral. 

Ao contrário das 1911, o cano da GX2 não tem link; ele se movimenta para cima e para baixo por meio de uma rampa-came usinada no pé do cano. O cano é um décimo de polegada mais curto que 3,5 polegadas — cerca de 3,4” (≈86 mm) — comprimento suficiente para proporcionar boa velocidade do cartucho 9 mm, mas curto o bastante para que o porte diário não fique incômodo. Isso considerando, claro, porte diário com coldre adequado.

Características da Taurus GX2

  • As miras consistem em um pino dianteiro com ponto e uma traseira serrilhada, plana e com ranhura encaixada em dovetail (encaixe em forma de rabo‑de‑andorinha). Esse arranjo vem se tornando padrão em muitas pistolas de porte.
  • Os controles estão próximos e podem parecer “ocupados”, mas isso se supera com prática e familiarização.
  • Rejeitada por muitos atiradores veteranos, a trava manual de polegar (manual thumb safety) tem apelo para atiradores novatos que ainda não confiam plenamente na manipulação da arma. Ainda assim, é fácil ignorá-la se optar por não usá-la.
  • Apesar do preço modesto, a GX2 vem com dois carregadores de grande capacidade.
  • A traseira da empunhadura (backstrap) é profundamente esculpida para encaixar melhor a mão, aumentando o controle.
  • Texturização fina e moldada nas áreas de empunhadura oferece boa aderência.
  • Visto por cima, a Taurus é bastante esguia para uma pistola com trava manual de polegar. Note também o chanfro na extremidade do ferrolho (muzzle end), que facilita recolocar a arma no coldre.

O quadro (frame) é uma casca polimérica com o sistema de disparo e o bloco de came do cano montados internamente. Os controles estão exatamente onde você espera encontrá-los. No lado esquerdo há a trava de polegar na traseira, o retém do ferrolho (slide stop) no meio e a alavanca de desmontagem (takedown lever) à frente, diretamente acima do gatilho. À frente de tudo isso, no protetor de culatra/guarda do ferrolho (dustcover), há um trilho para acessórios onde você pode montar lanterna ou laser, se desejar.

A GX2 não é uma pistola ambidestra, mas a Taurus incluiu um recurso que você não esperaria em um modelo de entrada: o botão de soltura do carregador (magazine release) é reversível. Sim — é possível trocá-lo de um lado para o outro se você for canhoto ou quiser configurá-lo dessa forma.

O quadro e a área de empunhadura incorporam extensivamente painéis antiderrapantes com texturas que variam conforme a necessidade. A frente da empunhadura (frontstrap), por exemplo, tem textura mais agressiva e grossa que os painéis laterais, pois os dedos têm mais alavanca ali e isso traz vantagem. Além disso, a textura mais fina nas laterais evita desgaste no coldre, roupas, cinto ou — o mais importante — na mão enquanto você porta e/ou dispara.

Há também painéis texturizados no quadro, acima e à frente do gatilho, como pontos de referência para o dedo indicador quando estiver fora do guarda-gatilho. A frontstrap tem um pequeno sulco/hook para o dedo — apenas um — como ponto adicional de tração antideslizante. As laterais do quadro têm uma crista elevada (não muito grande, mas suficiente) que termina na traseira do botão do carregador. Assim, há pouca chance de que a GX2, no coldre, faça o carregador se soltar caso pressão seja aplicada acidentalmente no botão.

A traseira da empunhadura (backstrap) tem uma saliência/curvatura que posiciona a mão mais alta no quadro (na verdade, incentiva isso) e preenche a palma quando você segura a GX2. A backstrap não é substituível — um compromisso para manter o custo baixo. Como já mencionei várias vezes, por mais de um século as pistolas existiram sem backstraps substituíveis e funcionavam bem para a maioria dos atiradores. Se, entretanto, a falta de backstrap substituível na GX2 fizer com que ela simplesmente não se adapte à sua mão, a Taurus fabrica muitas outras pistolas de qualidade.

Tenho mãos grandes, mas o quadro da GX2 é apenas longo o suficiente para eu conseguir colocar todos os dedos sobre o quadro, embora o dedo mínimo fique pressionando bastante a base do carregador. Ou seja: é definitivamente uma pistola compacta.

Os carregadores em aço que acompanham a pistola são fabricados estampando chapas de aço, dobrando-as e soldando-as em tubo. Eles comportam 13 cartuchos, e a base do carregador (baseplate) é removível para limpeza. A GX2 vem com um par de carregadores padrão encaixados e de 13 tiros. Contudo, se você sentir necessidade de mais carregadores — ou mais cartuchos — os modelos de 15 tiros da GX4 Carry funcionarão e estão prontamente disponíveis. Os de 15 cartuchos têm um basepad (extensor) maior para criar espaço para duas munições a mais. Se você tem mãos grandes, o basepad extra pode ser justamente o que faltava para uma empunhadura mais confortável, mesmo que não esteja interessado em mais munição (mas quem não está?).

O gatilho da GX2 é o esperado, com lâmina de segurança (trigger blade) embutida dentro do guarda-mato. Entretanto, o gatilho tem face plana e foi projetado para ficar a 90 graus em relação ao eixo do cano no momento do disparo. Isso reduz a chance de um puxão fora de eixo influenciar o ponto de impacto do tiro. Sendo uma pistola de nível de entrada, você poderia esperar um puxador (pull) um pouco pesado — e estaria certo. A amostra de teste exigiu algumas onças a mais que 7 libras (≈3,2 kgf) para liberar o percussor. Ainda assim, foi um curioso gatilho de 7 libras: sem asperezas, sem creep (arrasto do gatilho) ou deslocamento perceptível. O processo era simples: eliminar a folga e então, quando o gatilho parava, aplicar pressão; pouco além das 7 libras, o percussor disparava. Nada mais — lembrava bastante várias 1911 da Grande Guerra que testei; elas também tinham gatilhos de 7 libras, sem creep (arrasto do gatilho) ou problemas. Puxe com pressão e bang.

Características adicionais da Taurus GX2

  • As serrilhas dianteiras e traseiras do ferrolho não são discretas; são grandes em relação ao porte da pistola, reduzindo confusão em situações de estresse.
  • Apesar das dimensões compactas, a Taurus conseguiu incluir um trilho de três ranhuras para acessórios (lanternas/lasers).
  • Desmontagem sem ferramentas para manutenção rotineira é facilmente feita na GX2.
  • O elegante e distintivo logotipo de touro da Taurus aparece em pistolas progressivamente melhores — feito notável mantendo o preço baixo.

Outro detalhe: a trava de polegar é bastante pequena, portanto improvável de ser acionada por atrito no coldre. Está perfeitamente posicionada para ser desengatada quando necessário. Não tive problemas para desengatar a trava durante o manejo, mas percebi que não conseguia usar o polegar da mão de tiro para colocá-la em “safe” — o que é positivo: significa que dificilmente ela voltará ao seguro durante o disparo. Ao terminar de atirar, você precisará do polegar da mão de apoio para recolocá-la em seguro, o que é o ajuste que prefiro em travas tipo 1911: moderadamente rígida para ir para fogo e quase duas mãos para retornar ao seguro. Isso é desejável em uma pistola defensiva com trava manual.

Um último detalhe que a Taurus cortou para tornar a GX2 o mais acessível possível: ela não vem usinada para montagem de óptica tipo red-dot. Os red-dots estão em voga, mas nem todo atirador quer um, ou quer ainda a carga de aprender a usá-lo. Para quem tem orçamento apertado, a GX2 atende: adicionar uma mira eletrônica — especialmente de qualidade — aumentaria o preço da arma em quase 50%.

A desmontagem da GX2 é simples: remova o carregador, esvazie o cano (passando o ferrolho para trás) e verifique três vezes que não há munição na arma. Trave o ferrolho aberto, gire a alavanca de desmontagem, deslize o ferrolho para frente e, quando parar, efetue um disparo a seco. Agora você pode retirar o conjunto do ferrolho do quadro. O conjunto da mola de recuo (recoil spring) é uma unidade autocontida e, uma vez removida, você pode pivotar o cano para fora do ferrolho. É tudo. Não é necessário remover os internos do quadro para limpar; você pode aplicar aerossol, pingar algumas gotas de lubrificante e remontar.

Nos testes, a GX2 mostrou-se totalmente confiável. Não houve falhas de alimentação, ignição ou ejeção. O ferrolho travou para trás após o último cartucho disparado, todas as vezes. Os tiros bateram no ponto de mira, e os painéis texturizados do quadro facilitaram manter uma empunhadura firme apesar do recuo. (Não que 9 mm tenha tanto recuo, mas mesmo assim a arma se manteve estável.) Assim que o funcionamento do gatilho ficou claro, não foi difícil conseguir boas agrupamentos com a GX2.

Enquanto alguns reclamam que um gatilho de 7 libras é pesado demais, é útil lembrar que, nos “bons velhos tempos” em que revólveres eram o porte diário típico, um puxador double-action de menos de 12 libras era considerado muito bom. O fato do gatilho da GX2 não apresentar creep (arrasto do gatilho), aspereza ou “engasgos” no movimento faz com que o peso do pull importe menos. Alguns podem até ver isso como vantagem, pois torna a pistola mais resistente a disparos acidentais sob estresse.

Resultados de tiro da Taurus GX2

Se preto fosco é seu estilo, a GX2 cobre isso. Se quer cor sem o custo de um acabamento custom, a GX2 pode ser encontrada em seis outras cores de quadro (ciano, roxo escuro, roxo claro, oliva, areia e cinza) e com slide preto ou inox. Aviso: a opção de ferrolho inox na GX2 custa apenas US$15 a mais no preço de tabela. Confesso atração pelo conjunto ferrolho inox com quadro cinza.

Para quem vive em estados com restrições, existem modelos com carregador de 10 tiros, e recentemente a GX2 foi aprovada na polêmica roster (lista oficial) de pistolas aprovadas da Califórnia. A aprovação na Califórnia exigiu que a Taurus enviasse três pistolas para testes destrutivos e cobrisse os custos do teste. A Taurus o fez, e agora os interessados naquela jurisdição têm a opção de possuir uma GX2.

Com preço de tabela pouco acima de US$300, é provável que você encontre a GX2 em sua revenda local por menos de US$300. A Taurus, mais uma vez, produz um produto com bom custo-benefício sem ser “barato”. É uma pequena pistola sólida que funciona 100% do tempo. Isso significa que sua economia (em comparação a uma pistola mais cara) pode ser investida sabiamente em um bom coldre de ocultação, mais munição para treino ou até outro curso de treinamento.



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