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23 agosto, 2025

O fio da guerra: como os drones de fibra óptica estão tornando a guerra eletrônica obsoleta

Um cabo fino como um fio de cabelo está derrotando bilhões de dólares em tecnologia de interferência e remodelando o campo de batalha eletromagnético para sempre


*Por Indigo Rainforest Sky Monser-Kernosh, via LinkedIn - 21/08/2025

Nos céus da Ucrânia, um novo tipo de caçador ronda — um que não se importa com seus bloqueadores, ri de seus conjuntos de guerra eletrônica e não pode ser parado por nenhuma quantidade de interferência eletromagnética.

Ele arrasta um cabo de fibra óptica mais fino que a ponta de um lápis, transmitindo sinais de vídeo e controle em alta definição por meio de pulsos de luz que nenhum bloqueador jamais construído consegue alcançar. Embora ambos os lados tenham investido bilhões em sistemas de guerra eletrônica, esses drones voam em meio ao caos eletromagnético como se ele não existisse.

Porque para eles, não.

A era do domínio da guerra eletrônica — com apenas duas décadas de existência — já está chegando ao fim. E as implicações vão muito além do campo de batalha.

O fio invulnerável 
Para entender por que os drones de fibra óptica representam uma mudança de paradigma, é preciso entender o que tornou os drones tradicionais vulneráveis. Todos os drones controlados por rádio, desde quadricópteros amadores até Reapers militares, dependem de sinais eletromagnéticos para comando e controle. Esses sinais podem ser:

  • Encravado: inunde a frequência com ruído e o sinal afoga
  • Falsificado: envia coordenadas GPS falsas ou comandos de controle
  • Detectado: emissões de rádio revelam a localização do drone e do operador
  • Interceptado: os sinais podem ser decodificados, revelando inteligência

Os sistemas de guerra eletrônica (GE) exploram todas essas vulnerabilidades. O sistema russo Krasukha-4, por exemplo, pode bloquear as comunicações de drones a até 300 quilômetros de distância. O Projeto de Mísseis Avançados de Micro-ondas de Alta Potência (CHAMP) dos EUA pode fritar completamente a eletrônica de drones.

Mas cabos de fibra óptica não emitem radiação eletromagnética. Eles não a recebem. São imunes a interferências, assim como um submarino é imune a colisões com pássaros — o ataque simplesmente existe no domínio errado.

A Física da imunidade 
Um cabo de fibra óptica transporta informações por meio da reflexão interna total de pulsos de luz. O sinal viaja dentro de um núcleo de vidro ou plástico, cercado por um revestimento que impede a saída da luz. Nenhuma energia eletromagnética entra ou sai do sistema.

Você poderia detonar uma arma de pulso eletromagnético (PEM) diretamente ao lado de um cabo de fibra óptica, e o sinal continuaria inalterado. Você poderia cobrir todo o espectro eletromagnético com interferência, e o drone continuaria voando, observando e caçando.

Isso não é teórico. As forças ucranianas já estão implantando drones FPV (visão em primeira pessoa) de fibra óptica de fabricação russa, que se mostraram completamente imunes às amplas capacidades de interferência de ambos os lados. Unidades russas relatam que esses drones voam diretamente através de suas bolhas de guerra eletrônica mais poderosas para atingir alvos de alto valor.

A única maneira de parar um drone de fibra óptica é cortar fisicamente o cabo ou destruir o próprio drone — tarefas que se tornam exponencialmente mais difíceis quando você não pode bloquear o feed de vídeo ou os sinais de controle.

A revolução tática 
A doutrina militar tradicional trata o espectro eletromagnético como um terreno a ser controlado. Negue as comunicações ao seu inimigo, cegue seus sensores e você terá efetivamente paralisado suas forças. Bilhões foram investidos neste conceito.

Drones de fibra óptica tornam esse investimento inútil.

Considere um cenário típico de alvo de alto valor: um posto de comando protegido por sistemas de guerra eletrônica em camadas. Drones tradicionais não conseguem se aproximar — perdem o sinal do GPS, seus sinais de controle falham e seus feeds de vídeo são cortados. A bolha eletromagnética protetora pode se estender por quilômetros.

Um drone de fibra óptica não percebe a existência da bolha. Ele atravessa o caos eletromagnético, fornecendo vídeo em HD cristalino ao seu operador, que pode estar a 10, 20 ou até 30 quilômetros de distância — muito além do alcance de sistemas de contra-atiradores ou equipamentos de localização.

O primeiro aviso do posto de comando é a explosão.

O peso da luz 
Os drones de fibra óptica atuais enfrentam uma grande limitação: o peso e o comprimento do cabo. A maioria dos sistemas operacionais utiliza cabos com comprimento entre 5 e 10 quilômetros, pesando de 1 a 2 quilos por quilômetro. Isso limita o alcance e a capacidade de carga útil.

Mas a tecnologia está melhorando rapidamente:

  • As fibras de núcleo oco reduzem a perda de sinal, permitindo cabos mais longos
  • Cabos ultrafinos (menos de 0,5 mm de diâmetro) reduzem drasticamente o peso
  • Sistemas avançados de enrolamento evitam emaranhamento e quebra
  • Materiais mais fortes, como cabos reforçados com aramida, resistem à quebra

Pesquisadores chineses demonstraram recentemente uma fibra óptica de 0,2 mm capaz de percorrer 20 quilômetros, pesando apenas 400 gramas no total. Com essa relação peso-alcance, o controle por fibra óptica torna-se viável para drones muito maiores, transportando cargas úteis mais pesadas por distâncias estratégicas.

O pesadelo da rede Mesh 
É aqui que a coisa fica realmente assustadora: drones de fibra óptica podem trabalhar em equipes.

Imagine um drone líder seguindo um cabo de fibra óptica, completamente imune a interferências. Ele carrega um relé de comunicação que se conecta a um enxame de drones convencionais. O drone de fibra óptica se torna um nó de comando inviolável, coordenando o enxame por meio de comunicações de curto alcance que precisam apenas superar interferências locais.

Mesmo que você interfira nas comunicações internas do enxame, o nó de fibra óptica mantém a conexão com os operadores humanos. O enxame pode se degradar, mas não ficará cego. E se você tiver vários nós de fibra óptica no enxame, criando caminhos de comando redundantes, o sistema se torna quase impossível de ser interrompido eletronicamente.

Este conceito — já testado na Ucrânia — cria efetivamente uma rede mesh inviolável no céu. Ele combina a flexibilidade dos sistemas sem fio com a segurança dos sistemas com fio.

A mina de ouro da inteligência 
Drones de fibra óptica não apenas resistem a interferências, como também são invisíveis à detecção eletrônica. Drones tradicionais emitem constantemente sinais de rádio que revelam sua presença, altitude, direção e, muitas vezes, a localização do operador. Sistemas de guerra eletrônica podem detectar essas emissões a dezenas de quilômetros de distância.

Drones de fibra óptica não emitem nada. São eletromagneticamente silenciosos. As únicas maneiras de detectá-los são:

  • Observação visual (quase impossível para pequenos drones à distância)
  • Detecção acústica (alcance limitado, facilmente confundido)
  • Radar (pequenos drones têm pequenas seções transversais de radar)
  • Detecção de cabos (requer saber onde procurar)

Isso os torna perfeitos para missões de inteligência, vigilância e reconhecimento (ISR). Eles podem pairar sobre posições inimigas por horas, fornecendo inteligência em tempo real sem qualquer assinatura eletrônica. Quando são detectados — se forem detectados — já coletaram informações cruciais.

A democracia da produção 
Talvez o mais preocupante: a tecnologia de drones de fibra óptica é fundamentalmente simples. Você precisa:

  • Uma estrutura de drone comercial (US$ 200-500)
  • Um cabo de fibra óptica e transceptor (US$ 500-2000)
  • Um sistema de carretel ($ 100-500)
  • Conhecimentos básicos de eletrônica (Universidade YouTube)

Custo total: menos de US$ 3.000 para uma plataforma de capacidade militar imune a sistemas de interferência de bilhões de dólares.

Os componentes principais são todos tecnologia comercial de dupla utilização. Cabos de fibra óptica são equipamentos de telecomunicações. Transceptores são hardware de rede. Sistemas de enrolamento têm inúmeras aplicações industriais. Nenhum deles aciona controles de exportação ou preocupações com a proliferação de armas.

Qualquer grupo com acesso a eletrônicos básicos e uma impressora 3D pode construir drones invioláveis. A oficina de drones do Estado Islâmico em Mosul, com suas capacidades rudimentares, poderia ter produzido variantes de fibra óptica se tivessem pensado nisso. Futuros grupos insurgentes não perderão esta oportunidade.

O terremoto estratégico 
As Forças Armadas dos EUA investiram décadas e dezenas de bilhões de dólares no desenvolvimento de capacidades de guerra eletrônica como pedra angular da guerra moderna. O EC-130H Compass Call da Força Aérea, o EA-18G Growler da Marinha, os sistemas terrestres de guerra eletrônica do Exército — todos se baseiam no domínio do espectro eletromagnético.

Os drones de fibra óptica não apenas ignoram esses sistemas; eles os tornam irrelevantes.

Considere as implicações:

  • As Bases Operacionais Avançadas não podem contar com proteção eletrônica
  • Embarcações navais perdem sua bolha defensiva EW
  • Colunas blindadas não conseguem bloquear ataques de drones
  • A proteção VIP deve assumir vigilância constante por drones
  • Instalações nucleares enfrentam tentativas de penetração ininterruptas
  • A guerra urbana se torna um jogo de gato e rato por fibra óptica

Qualquer suposição sobre superioridade eletromagnética desaparece quando seu inimigo não precisa do espectro eletromagnético.

O vácuo de contramedida 
Os sistemas tradicionais de combate a drones dependem de uma cadeia de destruição: detectar, rastrear, identificar e derrotar. A guerra eletrônica lida tanto com a detecção (emissões de RF) quanto com a derrota (interferência). Os drones de fibra óptica rompem ambas as pontas dessa cadeia.

A interceptação física se torna a única opção, mas:

  • Sistemas cinéticos (mísseis, balas) lutam contra alvos pequenos e ágeis
  • As armas de energia direcionada exigem alvos precisos
  • Os sistemas de rede têm alcance mínimo
  • Aves de rapina (sim, é verdade) não conseguem escalar

Pior ainda, o próprio cabo de fibra óptica se torna uma arma. Mesmo que você destrua o drone, o cabo pode:

  • Revele sua posição ao interagir com ela
  • Levar informações sobre as contramedidas utilizadas
  • Esteja preso em armadilhas com explosivos ou agentes químicos
  • Crie obstáculos para helicópteros e aeronaves voando baixo

O futuro híbrido 
O futuro não é apenas fibra óptica, mas sistemas híbridos que combinam o melhor dos dois mundos:

Fase de lançamento: controle de rádio convencional para decolagem e posicionamento inicial;
Fase de aproximação: cabo de fibra óptica é implantado para orientação do terminal à prova de congestionamento;
Fase de ataque: cabo se solta, drone se torna autônomo nos momentos finais;
Fase de retorno: drones sobreviventes recuperam cabos para reutilização.

Essa abordagem híbrida maximiza a flexibilidade, mantendo a imunidade durante fases críticas. Um drone pode voar 50 quilômetros sob controle de rádio, imune a interferências apenas nos últimos 5 quilômetros — mas esses são os 5 quilômetros que importam.

Alguns conceitos que estão sendo explorados:

  • Drones cortadores de cabos que cortam suas próprias linhas após entregar outros drones
  • Drones de retransmissão que transportam vários cabos enrolados para missões sequenciais
  • Cabos biodegradáveis ​​que eliminam o rastro de evidências
  • Cabos inteligentes com sensores incorporados criando grades de detecção

O paradoxo da corrida armamentista 
A resposta tradicional às novas tecnologias militares é desenvolver contra-ataques, que geram contra-ataques, impulsionando uma corrida armamentista que, em última análise, favorece os defensores. Mas os drones de fibra óptica criam um paradoxo: a "blindagem" (imunidade a interferências) é perfeita e não pode ser derrotada por "armas" melhores (interferências).

As únicas contramedidas exigem:

  • Interceptação física  (difícil e cara)
  • Melhores sensores  (limitados pela física)
  • Enxames defensivos  (criam problemas de fratricídio)
  • Negação geográfica  (impossível em grandes áreas)

Somos forçados a um desequilíbrio de custos pior do que o problema geral dos drones. Defender-se contra um drone de US$ 3.000 que não pode ser bloqueado pode exigir sistemas milionários que ainda não garantem o sucesso.

O precipício da política 
O direito internacional e a doutrina militar atuais pressupõem que a guerra eletrônica seja reversível e gradual — o bloqueio é menos escalonável do que os efeitos cinéticos. Mas quando o bloqueio não funciona, restam apenas as opções cinéticas.

Isso cria uma dinâmica de escalada perigosa:

  • Sem tiros de advertência: não pode ser usado como aviso
  • Nenhuma resposta graduada: a primeira interação é letal
  • Sem atribuição: trilhas de cabos não indicam origem
  • Sem negociação: não é possível comunicar com o sistema imunológico

O controle de armas torna-se quase impossível quando os itens controlados são equipamentos de telecomunicações. Restrições à exportação prejudicariam a infraestrutura global da internet. A verificação exigiria a inspeção de todos os cabos de fibra óptica enviados globalmente — uma impossibilidade.

A conclusão incômoda 
Construímos uma ordem militar global partindo do pressuposto de que controlar o espectro eletromagnético equivale a controlar o campo de batalha. Drones de fibra óptica revelam que esse pressuposto é fatalmente falho.

A tecnologia é simples demais para ser detida, útil demais para ser proibida e eficaz demais para ser ignorada. Em cinco anos, todas as forças militares e grupos insurgentes terão drones invioláveis. Em dez anos, eles dominarão a guerra tática.

A era da guerra eletrônica — nascida na Guerra do Golfo, amadurecida no Iraque e no Afeganistão e supostamente aperfeiçoada na Ucrânia — já está chegando ao fim. Durou apenas uma geração.

O que o substituirá não será outro paradigma tecnológico que possamos dominar por meio de pesquisa e desenvolvimento superiores. Será um retorno a algo muito mais antigo: a névoa da guerra, onde o conhecimento perfeito é impossível e toda suposição é potencialmente fatal.

O fio que conecta um drone de fibra óptica ao seu operador é mais do que um link de dados. É uma ligação vital para uma forma mais antiga de guerra, onde a eletrônica e as contramedidas importam menos do que a astúcia, a paciência e a disposição de enviar uma arma que você não consegue recuperar em direção a um alvo que você precisa destruir.

O zumbido dos drones logo será acompanhado pelo sussurro do cabo se desenrolando — o som de outra suposição cara morrendo no campo de batalha moderno.

E não temos ideia de como impedir isso.

 

12 agosto, 2025

O uso de novas tecnologias nos atuais conflitos militares – Como sensores inteligentes e Guerra Eletrônica estão mudando o campo de batalha

 


*Por Jorgito Stocchero, via LinkedIn - 12/08/2025

Os conflitos militares contemporâneos se desenvolvem simultaneamente em múltiplos domínios, integrando capacidades na terra, ar, mar, espaço e ciberespaço. As Guerras na Rússia-Ucrânia e no Oriente Médio demonstraram a eficácia da combinação de capacidades de alta tecnologia — tais como sistemas não tripulados, plataformas autônomas e ferramentas de guerra eletrônica — com o emprego ágil de tropas. As novas tecnologias aceleram a tomada de decisões e permitem ações rápidas e decisivas. Por exemplo, na Ucrânia, o uso de drones para vigilância e ataques precisos integrou dados de sensores em tempo real com inteligência artificial, permitindo que forças menores neutralizassem ameaças numericamente bem superiores.

Para tal, o ciclo sensor-to-shooter (do sensor ao atirador) deve ser fechado o mais rapidamente possível. Iniciando com a detecção eficiente de ameaças, o processamento de inteligência e a execução de ataques precisos — frequentemente utilizando enxames de drones, munições guiadas (possivelmente assistidas por IA) e sistemas de guerra eletrônica para perturbar comunicações e defesas inimigas.

Essa abordagem é perfeitamente exemplificada por uma unidade especial das Forças de Defesa de Israel, a Unidade 888 Refaim, ou fantasma, em hebraico. Operando à frente das forças convencionais para detectar, atacar e destruir ameaças, a Refaim atua em múltiplas dimensões, seja contra alvos terrestres, navais, aéreos, espaciais e até mesmo cibernéticos. Sua agilidade, independência e uso maciço de sistemas autônomos permitem adaptações rápidas para vencer células inimigas. Seu apelido de fantasma advém que muitas vezes sua presença só é percebida quando o alvo é atingido, por exemplo, por um drone kamikaze.

A guerra eletrônica, por sua vez, está cada vez mais presente no campo de batalha, desafiando estruturas de comando tradicionais. É utilizada tanto para proteger redes e radares, como para interferir em sistemas inimigos e garantir a eficácia do ciclo sensor-to-shooter. A operação Midnight Hammer, desencadeada pelos Estados Unidos contra instalações nucleares do Irã, utilizou técnicas de interferência eletrônica em todo o espectro eletromagnético, além do emprego de aeronaves especializadas de guerra eletrônica como o EA-18G Growler, para desestabilizar os sistemas de radar e comunicação iranianos, permitindo que os bombardeios B-2 penetrassem no espaço aéreo inimigo sem serem detectados e atingissem seus alvos com precisão.

Em suma, a integração de sensores, guerra eletrônica e sistemas autônomos é essencial para resultados efetivos nos combates modernos, permitindo aos comandantes múltiplas opções estratégicas e táticas, criando dilemas para adversários. Entretanto, como evidenciado nos conflitos em curso, a tecnologia deve ser incorporada a tropas bem treinadas e com doutrina militar atualizada. A tecnologia é um multiplicador do poder de combate e não uma substituição das tropas. 

 

*Jorgito Stocchero é Diretor de Negócios na AEL Sistemas, com foco em Sensores e Guerra Eletrônica, com mais de 30 anos de experiência na área de defesa. Doutor em Computação pela UFRGS, com expertise em sistemas C4ISR. É engenheiro de Comunicações pelo IME e atua na liderança de projetos estratégicos que envolvem sensores, integração de dados e consciência situacional para aplicações militares. 

30 julho, 2025

Tecnologia portátil reforça defesa contra ameaças aéreas não tripuladas


*LRCA Defense Consulting - 30/07/2025

Entre os dias 16 e 18 de junho, foram realizadas a entrega e a capacitação operacional de dois bloqueadores (jammers) de mão SCJ2000M, no Forte Marechal Rondon, em Brasília. Esse eventos dão continuidade às ações de fortalecimento da capacidade operacional do Exército Brasileiro, no contexto dos Projetos de Sensoriamento e Apoio à Decisão, integrantes do Programa Estratégico do Exército Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras. 

Os equipamentos, compactos e de alta eficiência, são voltados para a proteção da tropa contra os Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas (SARPs), especialmente em cenários de ameaças aéreas de baixa altitude.

A capacitação contou com a presença do General de Brigada Jacy Barbosa Junior, Comandante de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército e Gerente dos Projetos SAD/SISFRON, cuja participação reforçou a relevância da atividade e evidenciou o compromisso da Força com a modernização dos meios e o constante preparo da tropa.

As instruções práticas foram conduzidas com a participação de militares do 1º Batalhão de Guerra Eletrônica, que realizaram simulações de interferência e bloqueio eletrônico. As atividades foram acompanhadas por um engenheiro da Organização Brasileira para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Controle do Espaço Aéreo e por representantes da empresa fornecedora do sistema. Durante os testes, foram empregados drones comerciais e modelos de fabricação não padronizada, demonstrando a eficácia e a adaptabilidade da tecnologia em diferentes cenários operacionais.

A iniciativa integra os esforços contínuos do CCOMGEX para dotar as Forças de recursos modernos, alinhados às exigências do campo de ação, consolidando o papel dos Projetos SAD/SISFRON como vetores de inovação, capacitação e superioridade tecnológica no ambiente operacional terrestre.


Tecnologia
O SC-J2000M é um sistema portátil de interferência eletromagnética, com controle direcional definido por software, capaz de atuar em múltiplas faixas de frequência programáveis. Essa flexibilidade permite adaptação dinâmica ao tipo de ameaça, possibilitando a atuação precisa contra diferentes modelos de SARPs, inclusive aqueles fora dos padrões comerciais. 

Suas principais características incluem:

- Faixa de frequência: 2.4 GHz, 5.8 GHz, GPS, 400 MHz a 2 GHz (incluindo faixas definidas pelo usuário com largura de banda de 200 MHz).

- Distância máxima de controle: até 1500 metros em áreas abertas.

- Design portátil: leve, com bateria de lítio de alta capacidade que oferece até 120 minutos de operação contínua.

- Modo de controle: pode forçar o drone a pousar no local ou retornar ao ponto de origem.

Além de sua eficiência técnica, o bloqueador destaca-se por sua leveza, facilidade de transporte e manuseio intuitivo, características ideais para contextos de rápida entrada em operação. Essa combinação de desempenho e praticidade amplia a proteção de tropas em deslocamento e de instalações temporárias, aumentando significativamente a prontidão operacional da Força.

O jammer SC-J2000M é fabricado pela Novasky Technology Company Limited by Shares, uma empresa chinesa especializada em tecnologias de detecção eletromagnética, sensores e sistemas de defesa, incluindo soluções antidrones. A empresa, fundada em 2006, possui centros de pesquisa em Changsha, Chengdu e Xi'an, além de subsidiárias em Pequim e Xangai, e é reconhecida como uma empresa de alta tecnologia na China.


 

28 junho, 2025

Ucrânia recebe primeira aeronave Shark de guerra eletrônica para missões anti-drone


*LRCA Defense Consulting - 28/06/2025

As aeronaves da SHARK.AERO foram projetadas para uso civil, com foco em desempenho aerodinâmico, eficiência e voo esportivo, não para missões militares ou de guerra eletrônica (EW). No entanto, com pequenas modificações, tais características, agregadas com ferramentas de EW, estão sendo aproveitadas para o uso em missões de combate a drones russos do tipo Shahed, Orlan e similares no cenário da guerra Rússia & Ucrânia, como mostra a matéria abaixo.

Por outro lado, a recente aquisição da alemã Grob Aircraft SE pela também alemã Helsing pode levar ao desenvolvimento de aeronaves de combate dedicadas à função anti-drone, especialmente no segmento leve, tripulado ou não tripulado, com inteligência artificial embarcada.

A Grob Aircraft é especialista em aeronaves leves, com fuselagens em materiais compostos e de baixo custo operacional, ideais para modificações táticas e uso persistente, enquanto a Helsing é uma desenvolvedora de sistemas de inteligência artificial militar, com foco em guerra eletrônica, percepção situacional e combate digitalizado; é a Helsing que está introduzindo a IA nos caças suecos Gripen.

A união dessas capacidades cria uma base perfeita para projetar plataformas de caça a drones, com sensores avançados, software de identificação automática de ameaças e potencial armamento direcionado. Por exemplo, uma aeronave Grob G 120TP modificada poderia servir como plataforma leve e rápida, capaz de voar em baixa altitude em regiões sensíveis, com radar/IA detectando drones tipo Shahed-136, Orlan-10 e outros a quilômetros de distância e ativando sistemas de guerra eletrônica para bloqueio ou guiando mísseis/armas direcionadas. É plausível, ainda, cogitar uma eventual integração de armamento leve na aeronave, agregando-o às capacidades já existentes e a tornando mais eficaz no combate a drones.

A-29 Super Tucano Anti-drone
Tais fatos evidenciam, mais uma vez, a aplicabilidade de algumas aeronaves civis ao serem adaptadas para o uso em combate contra drones, servindo como importante alerta para que a Embraer apresse o desenvolvimento de seu A-29 Super Tucano Anti-drone, haja vista que esta aeronave é altamente adaptável para o combate a drones como o Shahed, Orlan e similares, graças à sua manobrabilidade, armamento versátil, sensores avançados e baixo custo operacional.

As modificações anunciadas pela Embraer em 2025 reforçam o potencial do A-29 como uma plataforma anti-drones, especialmente para missões de patrulha e interdição em conflitos de baixa intensidade ou contra UAS de médio e grande porte. Embora ainda não tenha sido amplamente empregado nessa função específica, sua versatilidade e histórico operacional sugerem que, com ajustes adicionais, pode se tornar uma solução eficaz e econômica para forças aéreas que buscam combater a crescente ameaça de drones.

No bojo dessa questão, parece ser válida a pergunta: pela aparente facilidade e simplicidade do equipamento de EW adaptado à aeronave leve da SHARK, o Super Tucano poderia também receber uma ferramenta semelhante, adicionando mais essa capacidade à diversidade de armamentos que pode carregar?

Ucrânia recebe primeira aeronave Shark de guerra eletrônica para missões anti-drone

*Euromaiden Press, por Yuri Zoria - 22/06/2025

A Ucrânia adquiriu sua primeira aeronave leve Shark de dois lugares da empresa tcheco-eslovaca SHARK.AERO, equipada com um sistema de guerra eletrônica especialmente desenvolvido para combater ameaças de drones como Shahed e Orlan. 

Esta aeronave não deve ser confundida com o drone ucraniano de reconhecimento de alta resolução Shark-M, desenvolvido pela Ukrspecsystems.

Isso ocorre em meio aos ataques diários de drones explosivos da Rússia contra cidades ucranianas, frequentemente envolvendo centenas de drones visando áreas residenciais. À medida que as defesas aéreas se tornam cada vez mais precárias e os suprimentos antiaéreos dos EUA são interrompidos sob o governo Trump, a Ucrânia está recorrendo a todos os meios disponíveis para combater a ameaça, desde equipes móveis de tiro com metralhadoras e drones interceptadores, até mísseis antiaéreos. Apesar desses esforços, dezenas de drones recentemente romperam as defesas, danificando prédios de apartamentos e ferindo civis.

Aeronave revelada no Paris Air Show
De acordo com o Militarnyi, o analista de aviação francês Ate Chuet (veja no vídeo) relatou a entrega (à Ucrânia) após se reunir com um representante da SHARK.AERO durante o Paris Air Show de 2025. O porta-voz da empresa explicou sua abordagem de design:

"Decidimos criar um Shark focado em guerra eletrônica na Ucrânia. Simplesmente o equipamos com uma antena para detectar e rastrear ameaças de drones. Conseguimos detectar os perfis eletromagnéticos de diferentes drones, como Shahed, Orlan etc. Uma vez detectados, podemos neutralizá-los com bloqueadores montados sob a aeronave."

Como funciona o sistema EW
O conjunto de guerra eletrônica (EW) do Shark consiste em dois componentes: um tem como alvo o sistema de posicionamento GNSS e o outro bloqueia os links de vídeo e controle dos drones. O contêiner de bloqueio é montado sob a fuselagem da aeronave, alinhado com seu centro de massa. Operando a uma altitude de 1.800 metros, ele pode suprimir sistemas inimigos em um raio de 4,5 quilômetros.

Capacidades táticas contra drones guiados

Embora os drones Shahed também utilizem sistemas de navegação inercial além do GNSS, tais sistemas destinam-se principalmente a compensar desvios em pequenas zonas afetadas por interferências. Como esses sistemas acumulam erros ao longo do tempo, interferências prolongadas por meio de plataformas aéreas como o Shark podem desviar significativamente os drones de suas trajetórias pretendidas, mesmo que não causem falha imediata.

O alcance de cruzeiro da aeronave, a 270 km/h, é de aproximadamente 2.000 quilômetros e, no modo de economia de combustível, pode permanecer no ar por quase 12 horas. A velocidade máxima é de 300 km/h.

O Shark também é equipado com um sistema de paraquedas capaz de pousar toda a aeronave com segurança em emergências, que pode ser acionado pelo piloto ou pelo navegador. Para operações em grandes altitudes, inclui um gerador de oxigênio, permitindo voar até 5.500 metros.

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Saiba mais:

- Embraer A-29 Super Tucano anti-drone: esta é a hora!

 

10 junho, 2025

Atech, da Embraer, e ITA-DCTA irão modernizar tecnologias de Guerra Eletrônica no Brasil



*LRCA Defense Consulting - 10/06/2025

A Atech, empresa do Grupo Embraer, e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em colaboração com o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), firmaram hoje um Acordo de Cooperação Técnica para impulsionar o desenvolvimento de pesquisas voltadas para a área de Guerra Eletrônica (GE).

A parceria consolidada tem como foco a utilização de Inteligência Artificial (IA) para classificação de sinais e ameaças, com técnicas de de-interleaving, visando fortalecer a capacidade de análise e resposta em cenários de defesa.

O acordo representa um marco estratégico para a empresa, que se mantém atualizada tecnologicamente e próxima do seu mercado de atuação. A iniciativa também está alinhada com o objetivo de promover a colaboração e parceria   da Atech com as Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICT) das Forças Armadas.

O projeto abre portas para a expansão das pesquisas com recursos de agências de fomento, visando o desenvolvimento de soluções na área de Guerra Eletrônica.

"A parceria com o ITA-DCTA representa um passo importante para o avanço tecnológico da Atech no campo da Guerra Eletrônica. A iniciativa reforça o nosso compromisso em liderar projetos de inovação no Brasil, unindo forças com instituições de excelência como o ITA e o DCTA para promover avanços tecnológicos significativos, alinhados às necessidades do mercado”, afirmou o Diretor de Negócios de Defesa da Atech, Giacomo Feres Staniscia.

O Reitor do ITA, Professor Doutor Antonio Guilherme de Arruda Lorenzi, destacou que esta é mais uma parceria relevante para o desenvolvimento nacional. “O ITA possui um longo histórico de atividades estratégicas que envolvem diversos atores externos, como representantes da indústria e do governo. Por meio desta parceria, esperamos seguir contribuindo, com ensino, pesquisa, inovação e extensão, para o fortalecimento das capacidades brasileiras na área de Guerra Eletrônica, impulsionando ainda mais o progresso do país”, afirmou.

Sobre a Atech
A Atech é uma empresa do Grupo Embraer reconhecida como uma “System House” brasileira voltada para as áreas de Defesa e ATM. É uma empresa orientada pela inovação e tecnologia, com expertise única em engenharia de sistemas críticos, integração e tecnologias de consciência situacional. Com base em padrões internacionais, a Atech é responsável pelo desenvolvimento de soluções tecnológicas para o sistema brasileiro de defesa aeroespacial (SIDABRA) e para o sistema de controle do espaço aéreo (SISCEAB), este reconhecido pela ICAO como um sistema de referência mundial. Com base neles, a Atech desenvolveu a família de produtos de defesa ARKHE e a família de produtos de controle do espaço aéreo MAKRON, que atendem com soluções tecnológicas para essas áreas organizações civis e militares no Brasil e no exterior, exportando tecnologias e criando divisas para o país. Mais informações em www.atech.com.br 

23 novembro, 2024

Guerra eletrônica: fator preponderante nos modernos campos de batalha

Juntamente com os drones de vigilância, inteligência e ataque, a guerra eletrônica forma a dupla de grandes inovações que têm o poder de alterar as características dos campos de batalha modernos


*LRCA Defense Consulting - 23/11/2024

Os conflitos mais recentes têm deixado clara a importância dos avanços científicos no campo militar, especialmente no que concerne à utilização de drones (vigilância, reconhecimento, inteligência e ataque) e da guerra eletrônica.

Com relação à guerra eletrônica, como bem define o Capitão Alexandre Barboza Rocha no excelente artigo "A Guerra Eletrônica na Era da Informação", "a interação desta com o ambiente eletromagnético ocorre de três maneiras básicas: a primeira delas é levantando informações acerca dos equipamentos e sistemas de interesse e suas características; a segunda é impedindo que o inimigo utilize o espectro eletromagnético com sucesso; a última é evitando que o oponente tanto leve dados dos nossos equipamentos e sistemas quanto nos impeça de utilizar plenamente o espectro eletromagnético. Sendo a GE um dos pilares da guerra da informação, a utilização de equipamentos voltados para este fim constitui-se em importante ferramenta para obtenção de dados sobre o inimigo".

A guerra eletrônica tornou-se parte integrante de qualquer campo de batalha moderno. À medida que os militares continuam a digitalizar suas plataformas, os sistemas de guerra eletrônica se tornaram mais avançados e poderosos, sendo hoje fundamentais para qualquer ação bélica em planejamento, preparação ou execução, como bem demonstram os conflitos atuais na Ucrânia e no Oriente Médio.

Sem a proteção de meios eficazes de guerra eletrônica, as tropas, forças blindadas, artilharia, aeronaves, submarinos e navios se tornam vulneráveis às modernas armas da atualidade, quer estejam no ataque, na defesa ou apenas estacionadas.

O vídeo que ilustra esta matéria, apenas como exemplos de utilizações, foi produzido pela empresa israelense Elbit Systems que, por mais de cinco décadas, por meio de sua divisão ISTAR & EW (Inteligência, Vigilância, Aquisição de Alvos e Reconhecimento & Guerra Eletrônica) é conhecida como a "potência de guerra eletrônica" das Forças de Defesa de Israel, com um amplo espectro de conhecimento tecnológico e sistemas operacionais em todo o mundo, incluindo países da OTAN e outros clientes.

As ilustrações mostradas pelo vídeo evidenciam alguns dos muitos propósitos da Guerra Eletrônica, especialmente na defesa e/ou na neutralização de blindados, aeronaves, sistemas de mísseis, submarinos e navios.

De processamento digital inovador e engenharia de sistemas, tecnologias IR e Laser, software sofisticado e simulação, e pesquisa operacional, a Elbit é empresa de referência para superioridade de espectro - seja no ar com suas soluções All-in-Small & SPEAR™ - Autoproteção e Ataque Eletrônico (EA), seja no mar com a Aqua Marine™ Next Generation Suite & DESEAVER Trainable Decoy Launcher Solution, ou seja em terra com a solução C-UAS ReDrone.

Seus sistemas são comprovados em batalha e acumularam milhares de horas operacionais superando vários cenários desafiadores. 


13 junho, 2024

Kryptus inaugura Laboratório Avançado de Análise de Canal Colateral

Único na América Latina, LabSCA visa elevar nível da segurança cibernética e das capacidades de guerra eletrônica no Brasil 


*LRCA Defense Consulting - 13/06/2024

A Kryptus, multinacional brasileira especializada em soluções de segurança cibernética e defesa, inaugurou recentemente o Laboratório Avançado de Análise de Canal Colateral - LabSCA, único do gênero na América Latina. O LabSCA permite a avaliação e a extração de chaves criptográficas de todas as classes de equipamentos de comunicação e de segurança, como HSMs, cartões inteligentes, rádios digitais e enlaces de dados.

Construído com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação - FINEP e equipado com tecnologia de última geração, incluindo instrumentos de medição de alta precisão e software especializado para detectar e analisar vulnerabilidades em dispositivos eletrônicos, o LabSCA tem como principal objetivo auxiliar os clientes da Kryptus a garantir a segurança de suas soluções tecnológicas, bem como apoiar investigações de segurança em colaboração com entidades governamentais e privadas.

A técnica de Análise de Canal Colateral (SCA, do inglês side-channel analysis) empregada pelo novo laboratório da Kryptus explora informações indiretas vazadas durante o funcionamento normal de dispositivos eletrônicos para inferir dados confidenciais, em particular chaves criptográficas. “Diferentemente dos ataques convencionais que visam vulnerabilidades no software, os ataques de canal lateral tiram proveito de aspectos físicos do hardware, como consumo de energia, emissões eletromagnéticas, variações de tempo, entre outros”, explica Rogério Gallo, CEO da Kryptus.

As aplicações do LabSCA contemplam diversos mercados, entre eles:

Defesa: com recursos avançados, o LabSCA oferece benefícios significativos para as Forças Armadas nacionais e amigas, garantindo a segurança de diversos equipamentos de comunicação militar, incluindo rádios e datalinks utilizados pelo Exército, Marinha e Força Aérea. A análise detalhada desses dispositivos permite identificar e mitigar vulnerabilidades, assegurando que as comunicações militares permaneçam seguras e impenetráveis. Isso aumenta a confiança operacional e protege informações sensíveis contra interceptações e ataques.

Comercial/bancário: o LabSCA contribui para a proteção de módulos de segurança de hardware (HSMs), tokens, smartcards, ATMs e seus periféricos, dispositivos fundamentais para a realização de transações financeiras seguras e a proteção de dados sensíveis dos clientes. A análise de canal lateral permite identificar e corrigir potenciais falhas de segurança, garantindo que os dispositivos sejam resistentes a ataques e fraudes. Isso não apenas protege os consumidores, mas também fortalece a confiança no sistema financeiro como um todo.

Criminalística: o laboratório da Kryptus pode desempenhar um papel crucial no suporte às operações de investigação criminal, tanto nacionais quanto estrangeiras, com apoio à inteligência policial na recuperação de informações encriptadas, facilitando investigações e operações contra o crime organizado. A capacidade de analisar dispositivos e quebrar mecanismos criptográficos sofisticados torna o LabSCA uma ferramenta valiosa para a aplicação da lei e a segurança pública.

O LabSCA também opera em conformidade com o TEMPEST, conjunto de padrões e técnicas voltados para a proteção contra espionagem por meio de emissões eletromagnéticas e outras formas de vazamento não intencional de informações (padrões NATO SDIP-27). O CEO da Kryptus reforça que uma estratégia de segurança integrada que combine SCA e TEMPEST é essencial para a proteção contra ataques sofisticados. “A compreensão profunda dessas técnicas permite desenvolver contramedidas eficazes, como a introdução de ruído nos sinais de energia, a blindagem eletromagnética e a implementação de algoritmos criptográficos resistentes a canais laterais.”

Com o Laboratório Avançado de Análise de Canal Colateral - LabSCA, a Kryptus dá mais um passo na evolução contra as ameaças atuais e emergentes, incorporando novas tecnologias e metodologias para expandir suas capacidades de defesa e manter os clientes à frente dos adversários. “Nossa visão para o futuro da segurança cibernética no Brasil envolve uma abordagem integrada e proativa, onde a colaboração e a inovação contínua são essenciais para enfrentar os desafios complexos da segurança moderna”, conclui Gallo.

Sobre a Kryptus
A Kryptus é uma multinacional brasileira referência em serviços gerenciados de cibersegurança, provedora de soluções de criptografia e segurança cibernética altamente customizáveis, confiáveis e seguras para aplicações críticas. Fundada em Campinas (SP), em 2003, atua hoje nos setores público e privado dos mercados do Brasil, LATAM, Europa, Oriente Médio e África, sendo reconhecida pelo Ministério da Defesa do Brasil com o selo EED – Empresa Estratégica de Defesa, além de contar com selo Gartner Cool Vendor.

 

23 julho, 2023

Sistemas russos de guerra eletrônica são o primeiro alvo da Ucrânia


*Bulgarian Military, por Boyko Nikolov - 23/07/2023

Serhiy Cherevaty, porta-voz do Grupo Oriental das Forças Armadas da Ucrânia, lança luz sobre as perigosas armas russas que são uma prioridade em sua lista de alvos. A destruição rápida dessas armas é crucial, pois elas exercem uma influência significativa na eficiência das unidades ucranianas.

De acordo com Cherevaty, os defensores da Ucrânia estão constantemente em busca dos sistemas de guerra eletrônica da Rússia. Armas como as estações Borisoglebsk-2, Zhitel e Pole podem não parecer particularmente ameaçadoras, sem armas ou sistemas de mísseis de ataque, mas representam um desafio significativo para a defesa da Ucrânia.

Esses sistemas de guerra eletrônica, apesar de não serem os modelos mais recentes, estão evoluindo rapidamente em termos de uso tático. No campo de batalha contemporâneo, eles têm imensa importância e freqüentemente causam atrasos operacionais para as Forças Armadas Ucranianas.

A Ucrânia está aprendendo
Cherevaty destacou a urgência de a Ucrânia reforçar os pilares da guerra eletrônica. Em uma nota mais brilhante, a Ucrânia se orgulha de um instituto de treinamento competente para esta especialidade. Claramente, a importância dos sistemas de guerra eletrônica é bem reconhecida.

Os sistemas de guerra eletrônica, ou sistemas de guerra eletromagnética, fazem o levantamento de diversas radiofrequências emitidas por sistemas de armas integrados à eletrônica. Essas armas são o epítome da guerra moderna. Além disso, esses sistemas podem realizar operações de interferência que podem incapacitar aeronaves, mísseis ou equipamentos de comunicação.

Por exemplo, esses sistemas podem cortar o link entre um drone e seu controlador. Isso não requer armas grandes - armas anti-drone eletrônicas compactas fazem o trabalho. Sistemas de guerra eletrônica maiores monitoram as comunicações inimigas em distâncias extensas e podem obstruí-las. Eles podem interferir nos sistemas de navegação, radares e outros dispositivos.

Aprimoramento constante
Cherevaty enfatizou como esta guerra exige aprendizado e aprimoramento constantes. À medida que a tecnologia avança, a guerra na Ucrânia é única devido à diversidade de armas utilizadas, incluindo pequenos drones que são frequentemente alvo de armas de guerra eletrônica.

“O inimigo exerce poderosa guerra eletrônica. Vamos redobrar nossos esforços nessa área. Infelizmente, o inimigo está fazendo o mesmo. Ainda ontem, obliteramos outra de suas estações de guerra eletrônica. Essas estações estão no topo de nossa lista de alvos. Estamos sempre procurando e destruindo estações inimigas como Borisoglebsk, Zhitel e Pole”, disse Cherevaty.

Ele também apontou que os sistemas de guerra eletrônica são uma arma potente contra os drones Lancet russos que rotineiramente visam equipamentos militares ucranianos.

O que são 'estes três'?

As estações russas Borisoglebsk-2, Zhitel e Pole EW são sistemas de guerra eletrônica [EW] usados ​​pelos militares russos para interromper ou desativar as comunicações inimigas e os sistemas de radar.

Borisoglebsk-2 é um sistema EW móvel que pode detectar e bloquear sinais de radar, bem como interromper sistemas de comunicação. Zhitel é um sistema EW terrestre que pode interferir nas comunicações de rádio e satélite, bem como interromper os sinais de GPS. Pole é um sistema EW portátil que pode ser carregado por soldados e usado para interromper as comunicações inimigas e os sistemas de radar.

O melhor dos três sistemas EW
Comparar as estações Borisoglebsk-2, Zhitel e Pole EW não é uma tarefa simples, pois cada uma delas tem seus próprios pontos fortes e fracos. No entanto, com base em certos critérios, pode-se argumentar que a estação Borisoglebsk-2 é a melhor entre as três. Por exemplo, a estação Borisoglebsk-2 tem um alcance maior do que as outras duas, o que significa que pode detectar e bloquear radares inimigos a uma distância maior.

Além disso, a estação Borisoglebsk-2 tem uma potência maior, o que a torna mais eficaz na interferência de radares inimigos. Esses fatores tornam a estação Borisoglebsk-2 uma opção mais poderosa e confiável do que as outras duas estações.

Outro fator que destaca a estação Borisoglebsk-2 é sua versatilidade. A estação pode ser usada em modos diferentes, como bloqueio de ponto, bloqueio de barragem e bloqueio de decepção. Isso significa que a estação Borisoglebsk-2 pode se adaptar a diferentes situações e combater com eficácia diferentes tipos de ameaças.

Em contraste, as estações Zhitel e Pole EW têm capacidades mais limitadas e são projetadas para fins específicos. Portanto, a estação Borisoglebsk-2 pode ser considerada a melhor opção para uma ampla gama de cenários.

Como detectar 'estes três'?
Os sistemas de guerra [EW] podem ser detectados no campo de batalha através de uma variedade de métodos. Um dos métodos mais comuns é através do uso de equipamentos de medidas de suporte eletrônico [ESM]. O equipamento ESM é projetado para detectar e localizar a fonte de emissões eletromagnéticas, como aquelas produzidas por sistemas EW. Isso pode fornecer informações valiosas aos comandantes militares sobre a localização e as capacidades dos sistemas EW inimigos.

Outro método para detectar sistemas EW é através do uso de radar. O radar pode ser usado para detectar a presença de sinais eletrônicos, que podem então ser analisados ​​para determinar se eles vêm de um sistema EW. Este método é particularmente útil para detectar sinais de interferência, que são freqüentemente usados ​​por sistemas EW para interromper ou desabilitar comunicações inimigas e sistemas de radar.

Além do equipamento ESM e do radar, a observação visual também pode ser usada para detectar sistemas EW no campo de batalha. Este método é particularmente útil para detectar sistemas EW físicos, como bloqueadores ou chamarizes, que podem ser visíveis a olho nu. No entanto, a observação visual pode ser difícil em situações de combate e nem sempre é confiável.

Finalmente, é importante observar que a detecção de sistemas EW no campo de batalha nem sempre é um processo direto. Os sistemas EW são projetados para serem difíceis de detectar e podem empregar uma variedade de técnicas para evitar a detecção. Como resultado, as forças militares devem estar constantemente vigilantes e empregar uma variedade de métodos de detecção para garantir que estejam cientes da presença e das capacidades dos sistemas EW inimigos.

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