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08 setembro, 2025

Inovação nacional em defesa e segurança: Atech mostra portfólio estratégico e tecnologias críticas na DSEI Londres


Programa Fragatas Classe Tamandaré

*LRCA Defense Consulting - 08/09/2025

A Atech, empresa do Grupo Embraer, anuncia sua participação na DSEI (Defence and Security Equipment International), que acontece em Londres de 9 a 12 de setembro de 2025. A empresa estará no estande ABIMDE N10-240 – North Halls, ao lado de outros importantes representantes da Base Industrial de Defesa do Brasil.

No evento, a Atech apresentará seu portfólio Arkhe, que oferece tecnologias completas para integração de sistemas, comando e controle, missão e combate, cibersegurança, treinamento e sistemas embarcados. As soluções da empresa se destacam por suas capacidades avançadas de integração, inclusive de sistemas legados, e escalabilidade.

Essas soluções dão suporte a operações que exigem tomada de decisão em tempo real em diferentes domínios (terra, ar, mar e ciberespaço), do planejamento ao debriefing. Elas se destacam pela segurança na transmissão de dados e comunicação, processamento de grandes volumes de informações e antecipação de ameaças por meio da coleta, análise e disseminação de dados críticos.

 

 

A Atech atualmente está presente com suas tecnologias na América do Sul, Índia e Norte da África, e vem ampliando sua participação no mercado internacional. Recentemente, a empresa inaugurou seu primeiro escritório na Europa, em Portugal.

No Brasil, a Atech tem importante participação no desenvolvimento e modernização das capacidades de defesa do país em parceria com as Forças Armadas. Na Marinha do Brasil, participa do Programa Fragatas Classe Tamandaré, fornecendo o sistema de gerenciamento de combate (CMS) e o sistema de gestão integrada da plataforma (IPMS). Também atua no Labgene (Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica), desenvolvendo todos os sistemas de monitoramento, controle e proteção da planta. Outro projeto de destaque é o Sistema Avançado de Gerenciamento de Informações de Tráfego Aéreo e Relatório de Interesse Operacional (SAGITARIO), desenvolvido em parceria com a FAB.

Sobre Atech
A Atech é uma empresa do Grupo Embraer amplamente reconhecida como uma “System House” brasileira de Sistemas de Defesa e Provedora de Soluções de Gerenciamento de Tráfego Aéreo.

Com base em padrões internacionais, a Atech é responsável pelo desenvolvimento do sistema brasileiro de gerenciamento de tráfego aéreo, reconhecido pela ICAO como um sistema de referência mundial.

08 agosto, 2025

Brasil lança segunda fragata da classe Tamandaré e avança na modernização naval

 


*LRCA Defense Consulting - 08/08/2025

No dia 8 de agosto de 2025, a Marinha do Brasil, em parceria com a EMGEPRON - Empresa Gerencial de Projetos Navais e o consórcio Águas Azuis, celebrou um marco significativo com o lançamento da segunda fragata da Classe Tamandaré, batizada de "Jerônimo de Albuquerque". O evento, realizado no estaleiro TKMS Estaleiro Brasil Sul, em Itajaí, Santa Catarina, reuniu autoridades de alto escalão, incluindo o Vice-Presidente Geraldo Alckmin, o Ministro da Defesa José Mucio Monteiro e o Comandante da Marinha, Almirante Marcos Sampaio Olsen. A cerimônia de lançamento foi marcada pela presença de Lu Alckmin, esposa do Vice-Presidente, como madrinha do navio.

A fragata "Jerônimo de Albuquerque", identificada pelo número de construção F201, é a segunda de um total de quatro fragatas encomendadas em 2020. Com 107 metros de comprimento e velocidade máxima de 25 nós, o navio é equipado com sistemas de última geração, oferecendo alto poder de combate e capacidade de operar em múltiplos ambientes de guerra, como superfície, ar e submarino.

O programa Programa de Fragatas Classe Tamandaré (PFCT), iniciado em 2017, visa substituir navios mais antigos, como as fragatas da Classe Niterói, e modernizar o núcleo de poder naval do Brasil, com entregas previstas entre 2025 e 2029. O custo de cada fragata é de cerca de US$ 555 milhões (R$ 2,77 bilhões), com custo total do programa estimado em US$ 2,2 bilhões, refletindo o investimento significativo na defesa marítima.


O processo de lançamento será sucedido por uma operação "load out", que consiste na movimentação do navio para um dique flutuante e sua imersão controlada até atingir a sustentação na água. Após essa etapa, a fragata será transferida para o cais para a conclusão de acabamentos e testes necessários, antes de seguir para as provas de mar. 

Este marco reforça a posição do estaleiro TKMS Estaleiro Brasil Sul como um hub estratégico para a indústria naval na América do Sul, com três fragatas sendo construídas simultaneamente, consolidando a capacidade de construção naval local.


Especificações técnicas, armamento e missão

As fragatas da Classe Tamandaré são projetadas como escoltas versáteis, capazes de proteger o tráfego marítimo, negar o uso do mar a ameaças e realizar missões de defesa costeira. Com deslocamento de aproximadamente 3.500 toneladas, elas são equipadas com radar Hensoldt TRS-4D, capaz de rastrear 1.000 alvos a até 250 km, e sistemas de guerra eletrônica como o MAGE Defensor Mk3, desenvolvido pela empresa brasileira Omnisys. 

Além disso, são armadas com um sistema de lançamento vertical de 12 células para mísseis superfície-ar Sea Ceptor, oito mísseis anti-navio MANSUP, um canhão naval Oto Melara 76/62 SRGF Super Rapid e um sistema de armas de curto alcance Rheinmetall Sea Snake 30 mm, além de dois lançadores triplos de tubos de 324 mm (SEA TLS-TT), compatíveis com torpedos Mk 54 (além do Mk 46),  para guerra anti-submarina.

Sua missão principal inclui proteger as Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB), que abrangem 5,7 milhões de km², equivalentes a metade da área continental do Brasil, garantindo a exploração de recursos como petróleo, gás natural e biodiversidade. 

As fragatas também desempenharão papéis em operações de busca e resgate, monitoramento de poluição, combate à pirataria e pesca ilegal, além de missões de paz e ajuda humanitária.


Participação da Embraer e Atech
O consórcio Águas Azuis, responsável pela execução do Programa Fragatas Classe Tamandaré (PFCT), é composto por Thyssenkrupp Marine Systems (TKMS), Embraer Defesa & Segurança e Atech. A seleção do consórcio ocorreu em 2019, com a proposta baseada no design MEKO A-100, adaptado para as necessidades brasileiras. 

A Embraer é responsável pela integração de sistemas, trazendo sua experiência de mais de 55 anos em soluções tecnológicas para sistemas embarcados e suporte de serviços, essencial para a funcionalidade avançada das fragatas. Já a Atech, subsidiária do Grupo Embraer, tem um papel técnico central, sendo responsável pelo desenvolvimento e fornecimento do Sistema de Gerenciamento de Combate (CMS) e do Sistema Integrado de Gerenciamento da Plataforma (IPMS). O CMS, derivado do Atlas ANCS, e o IPMS, baseado no L3 Mapps, foram adaptados para atender aos requisitos específicos da Marinha do Brasil, promovendo a integração de sensores, armamentos e sistemas de operação. 

A Atech também atua em sistemas de combate e gerenciamento tático, recebendo transferência de tecnologia em parceria com empresas como Atlas e L3Harris. Essa participação é essencial para atingir taxas de conteúdo local estimadas em 40%, conforme metodologia desenvolvida pelo BNDES, gerando empregos qualificados e promovendo a indústria naval brasileira.

Crescimento da indústria de defesa e incentivo à transferência de tecnologia
O programa PFCT é considerado o mais inovador projeto naval desenvolvido no Brasil, com construção 100% nacional no estaleiro de Itajaí, consolidando o país como um player relevante no setor naval global. Além de reforçar a soberania marítima, as fragatas têm impacto econômico significativo, gerando mais de 23.000 empregos (diretos, indiretos e induzidos) e um valor de conteúdo local de R$ 4,8 bilhões, envolvendo cerca de mil empresas. O conteúdo local estimado em 40% fortalece a cadeia de suprimentos local, promovendo o crescimento da indústria de defesa e incentivando a transferência de tecnologia.

Brasil consolida sua posição como uma potência marítima

O lançamento da "Jerônimo de Albuquerque" em 8 de agosto de 2025 representa um avanço crucial no programa de modernização da Marinha do Brasil, destacando a colaboração entre empresas nacionais e internacionais. A participação da Embraer e da Atech, especialmente no desenvolvimento de sistemas críticos como CMS e IPMS, reforça a capacidade tecnológica brasileira e promove o crescimento da indústria de defesa. 
 
Com as fragatas prontas para operar nas vastas águas jurisdicionais do país, o Brasil consolidará sua posição como uma potência marítima, protegendo seus recursos naturais e fortalecendo sua economia através da inovação naval.






03 agosto, 2025

Nova empresa da Embraer em Lisboa focará em controle de tráfego aéreo e integração de sistemas de defesa

Imagem meramente ilustrativa da parceria Brasil - Portugal

*TSF Rádio Notícias, por Ana Maria Ramos - 02/08/2025

Depois de instalar a subsidiária dedicada à Defesa em Lisboa, onde já emprega 30 pessoas, a Embraer vai instalar em Portugal outra unidade dedicada ao controle de tráfego aéreo e sistemas de defesa, confirma Frederico Lemos, CCO da companhia brasileira em Portugal.

A nova subsidiária da Embraer, intitulada ATEC* (veja a Nota ao final), especializada na área de controle de tráfego aéreo e integração de sistemas de defesa, vai ficar baseada em Lisboa, onde a companhia brasileira já tinha instalado a unidade de Defesa, liderada por Frederico Lemos desde 2023. 

Em entrevista à TSF, o engenheiro, ex-presidente executivo da EID, agora diretor de operações em Lisboa e também novo vice-presidente sênior para o negócio internacional da Embraer, adianta que a mudança desta unidade para Portugal confirma a “vontade da empresa em criar valor e desenvolver a sua atividade para a Europa e para a NATO, a partir de território português”.

Frederico Lemos assegura que a Embraer tem uma relação histórica de 20 anos com Portugal, marcada pela entrada no capital das OGMA e hoje está a crescer em áreas como a defesa, a aviação comercial, a aviação executiva e na área de suporte para manter em atividade todas essas aeronaves um pouco por todo o mundo. Vem daí a importância da cooperação com Portugal, que levou, no ano passado, à instalação em Lisboa da unidade que passou a chamar “Embraer Defense Europe”, para responder aos requisitos específicos da União Europeia e da NATO.

Para este responsável, existe já na unidade de Lisboa capacidade de engenharia, de logística, de desenvolvimento de negócio e de relações com o Governo e com instituições europeias para fazer crescer o negócio. 

A empresa não fecha a porta à construção de uma nova fábrica em Portugal para montagem de um novo avião, mas, para já, apenas confirma a expansão das suas operações em Évora, com a criação de um centro de engenharia e tecnologia para desenvolvimento de peças e estruturas em materiais compósitos, com previsão de contratar 20 engenheiros.

Frederico Lemos

Há 12 países interessados no  KC-390 
Por enquanto, o foco é mesmo na aeronave KC-390, classificado como canivete suíço dos ares, e nos 12 A-29N ou caças Super Tucano.

No período pré-pandemia fechou acordo com o Estado português no valor de 850 milhões de euros para este adquirir cinco KC-390 com opção de compra de mais um e hoje tem 12 países interessados no avião que pretende substituir o Hercules C-130, dez da NATO e dois fora do espaço da Aliança Atlântica, como a Coreia do Sul.

Boa parte deste avião está a ser produzida em Portugal, num processo que leva tempo e no qual foram introduzidas modificações à aeronave para a adequar aos requisitos estabelecidos por instituições como a ONU, a União Europeia e a própria NATO. 

O gestor acrescenta que o projeto do KC-390  “envolveu centenas de milhares de horas de engenharia portuguesa e tornou Portugal a plataforma de lançamento da aeronave para outros parceiros da NATO, pois é a partir de solo português que continuam a ser feitos os seus componentes e áreas criticas do aparelho como a fuselagem, as asas, os estabilizadores e outro tipo de equipamentos que geram imenso valor econômico para Portugal".

O acordo do KC-390 foi fechado em 2019 com o Estado português. Incluía ainda um simulador já entregue, assim como três das seis unidades previstas.

Durante o último Paris Air Show, em junho, o ministro da Defesa português justificou a sexta opção, dizendo aos jornalistas que “estava prevista no contrato inicial uma aquisição feita ao preço da celebração do contrato, ou seja, não ao preço a que a aeronave está a ser vendida agora. Pelo que, no limite, se Portugal a quisesse vender, a revenderia com um enorme lucro".

Para Nuno Melo, a parceria com a Embraer traz mais-valias para o nosso país e vai ser ainda reforçada pela "opção potencial por dez outras aeronaves e cada avião vendido significará 11 milhões de euros para o Estado português com vantagens que serão acrescidas ainda com mais lucro".

Já para Frederico Lemos, outra mais-valia é “minimizar o esforço de procurement, dos processos de aquisição, desses outros países que podem fazer um acordo, tipo Governo-Governo, um G2G, o que, no espírito de novo fôlego da defesa europeia, traz esses benefícios de sinergias e otimização de recursos para terem plataformas modernas e capazes que projetam as capacidades das suas Forças Armadas para as próximas décadas".

Sobre a possibilidade de abrir o projeto a mais dez países da NATO, o gestor confirma manifestações de interesse, desde a ida à última edição do Paris Air Show, evento de referência mundial do setor da aviação, que este ano aconteceu na véspera da Cimeira da Aliança Atlântica, mas não adianta quais os países interessados. Apenas refere que a maioria é dentro do espaço europeu e dois fora do mercado extracomunitário.

Quanto aos 12 aviões A-29N Super Tucano para a Força Aérea Portuguesa, o voo inaugural do primeiro foi feito já no mês de julho, mas o contrato de aquisição inclui também um simulador de voo e serviços associados, num investimento total de cerca de 200 milhões de euros, o que torna Portugal no primeiro país a operar esta nova variante do avião de treino avançado e ataque leve, que atende aos requisitos da NATO.

A produção deste tipo de aviões, adaptados aos padrões da Organização do Atlântico Norte, está a ser feita em Portugal, em parceria com empresas portuguesas como a OGMA, GMV, ETI e CEIIA, sendo um contrato que reforça a parceria com a indústria de defesa portuguesa, abrindo caminho para uma cooperação industrial mais ampla. 

A Embraer ambiciona continuar a trabalhar com qualquer parceiro que, em solo português, contribua com avanços de engenharia ou de tecnologia para os seus projetos, incluindo o Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto de Matosinhos, ou empresas, como a Takever, produtora de drones com estatuto de unicórnio, sediada em Ponte de Sor, e já com vários contratos na área da Defesa.

Questionado sobre expetativas para a nova legislatura agora iniciada, Frederico Lemos limita-se a afirmar: "Nós temos sido abençoado com excelentes relações com diferentes países ao redor de todo o mundo e em Portugal temos muito orgulho no relacionamento que temos tido com diferentes governos ao longo destes 20 anos de presença no país e esperemos que assim continue a ser.”

Se poderia haver mais mecanismos fiscais, ou outro tipo de incentivos, para alavancar a atividade em Portugal, o gestor responde: ”Tudo ajuda com os bons projetos que nós temos, com boas pessoas e com um bom relacionamento institucional e eu acho que o futuro vai ser risonho para todos.”

Talvez, por isso, deixa um sorriso de despedida desta entrevista, quando confrontado com a hipótese de os portugueses poderem esperar, em breve, ter mais um novo avião da Embraer a ser construído no país, que possa levar à criação de uma nova fábrica e mais postos de trabalho e remata, dizendo: “Quem sabe? Não poderemos adiantar muito, mas a Embraer é uma companhia que já projetou dezenas de aeronaves na sua história, certamente não vai parar por aqui".

*Nota da LRCA: a empresa deve ser a Atech, como já foi noticiado em junho. 

20 junho, 2025

Atech, do Grupo Embraer, reforça sua presença na Europa com um escritório em Portugal


 

*LRCA Defense Consulting - 20/06/2025

A Atech, empresa do Grupo Embraer, está expandindo sua presença internacional na Europa com a abertura de um novo escritório em Lisboa, Portugal. Essa expansão, realizada em cooperação com a Embraer Defense Europe, faz parte da estratégia da empresa de aprimorar seus objetivos de negócios no exterior, especialmente nos setores de Defesa e Segurança, bem como em Gestão de Tráfego Aéreo.

A empresa já participa regularmente do Locked Shields, um exercício anual de defesa cibernética organizado pelo Centro de Excelência em Defesa Cibernética Cooperativa (CCDCOE) da OTAN, e pretende expandir ainda mais sua presença na Europa com a instalação de um espaço físico ao lado da Embraer Europe Defense.

Este será o primeiro escritório da Atech fora do Brasil, embora as tecnologias desenvolvidas pela empresa já estejam presentes em diversos países da Ásia e da América Latina, além do Brasil.

Rodrigo Persico de Oliveira, CEO da Atech, afirmou: "O escritório de Lisboa aprofundará o relacionamento da Atech com empresas e organizações europeias. Temos uma forte presença nos Locked Shields da OTAN e estamos comprometidos em fortalecer nossas conexões com parceiros internacionais estratégicos para expandir nossos negócios na Europa." 

10 junho, 2025

Atech, da Embraer, e ITA-DCTA irão modernizar tecnologias de Guerra Eletrônica no Brasil



*LRCA Defense Consulting - 10/06/2025

A Atech, empresa do Grupo Embraer, e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em colaboração com o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), firmaram hoje um Acordo de Cooperação Técnica para impulsionar o desenvolvimento de pesquisas voltadas para a área de Guerra Eletrônica (GE).

A parceria consolidada tem como foco a utilização de Inteligência Artificial (IA) para classificação de sinais e ameaças, com técnicas de de-interleaving, visando fortalecer a capacidade de análise e resposta em cenários de defesa.

O acordo representa um marco estratégico para a empresa, que se mantém atualizada tecnologicamente e próxima do seu mercado de atuação. A iniciativa também está alinhada com o objetivo de promover a colaboração e parceria   da Atech com as Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICT) das Forças Armadas.

O projeto abre portas para a expansão das pesquisas com recursos de agências de fomento, visando o desenvolvimento de soluções na área de Guerra Eletrônica.

"A parceria com o ITA-DCTA representa um passo importante para o avanço tecnológico da Atech no campo da Guerra Eletrônica. A iniciativa reforça o nosso compromisso em liderar projetos de inovação no Brasil, unindo forças com instituições de excelência como o ITA e o DCTA para promover avanços tecnológicos significativos, alinhados às necessidades do mercado”, afirmou o Diretor de Negócios de Defesa da Atech, Giacomo Feres Staniscia.

O Reitor do ITA, Professor Doutor Antonio Guilherme de Arruda Lorenzi, destacou que esta é mais uma parceria relevante para o desenvolvimento nacional. “O ITA possui um longo histórico de atividades estratégicas que envolvem diversos atores externos, como representantes da indústria e do governo. Por meio desta parceria, esperamos seguir contribuindo, com ensino, pesquisa, inovação e extensão, para o fortalecimento das capacidades brasileiras na área de Guerra Eletrônica, impulsionando ainda mais o progresso do país”, afirmou.

Sobre a Atech
A Atech é uma empresa do Grupo Embraer reconhecida como uma “System House” brasileira voltada para as áreas de Defesa e ATM. É uma empresa orientada pela inovação e tecnologia, com expertise única em engenharia de sistemas críticos, integração e tecnologias de consciência situacional. Com base em padrões internacionais, a Atech é responsável pelo desenvolvimento de soluções tecnológicas para o sistema brasileiro de defesa aeroespacial (SIDABRA) e para o sistema de controle do espaço aéreo (SISCEAB), este reconhecido pela ICAO como um sistema de referência mundial. Com base neles, a Atech desenvolveu a família de produtos de defesa ARKHE e a família de produtos de controle do espaço aéreo MAKRON, que atendem com soluções tecnológicas para essas áreas organizações civis e militares no Brasil e no exterior, exportando tecnologias e criando divisas para o país. Mais informações em www.atech.com.br 

05 junho, 2025

Embraer, TKMS -thyssenkrupp e Atech celebraram o batimento de quilha da terceira Fragata Classe Tamandaré

Fragata F200 Tamandaré, a pioneira

*LRCA Defense Consulting - 05/06/2025

A Marinha do Brasil e a Águas Azuis Construções Navais SPE – Sociedade de Propósito Específico (SPE) composta pelas empresas Embraer, TKMS -thyssenkrupp Marine Systems, e Atech – Negócios em Tecnologias S/A, celebraram o batimento de quilha da terceira Fragata Classe Tamandaré, nomeada Fragata Cunha Moreira (F202), hoje, em Itajaí, Santa Catarina. 

O "batimento de quilha" de um navio é uma cerimônia tradicional e simbólica que marca o início oficial da construção de um navio. O termo vem da peça estrutural chamada quilha, que é a principal peça longitudinal na base do casco, funcionando como a espinha dorsal da embarcação. O ato de "bater a quilha" simboliza a colocação da primeira peça estrutural do navio no estaleiro.

Hoje, com técnicas modernas de construção naval — como a fabricação modular — a quilha nem sempre é literalmente a primeira peça construída. Mesmo assim, a cerimônia permanece como uma tradição naval, mantendo seu valor simbólico e histórico.

Pela primeira vez, três fragatas estão sendo construídas simultaneamente no Brasil, consolidando a expertise nacional em tecnologia de defesa naval. 

Batimento de quilha da terceira Fragata Classe Tamandaré - Fragata Cunha Moreira (F202)

O Programa Fragatas Classe Tamandaré (PFCT) prevê a construção de quatro navios de alta complexidade tecnológica, posicionando o Brasil como um polo de excelência em defesa naval sustentável.

A Águas Azuis é uma sociedade estabelecida entre a Embraer Defesa & Segurança, a Atech, subsidiária da Embraer, e a thyssenkrupp Marine Systems, para a construção das quatro fragatas Classe Tamandaré, a fim de ampliar e modernizar a esquadra da Marinha do Brasil.

A Embraer é responsável pela integração de sistemas, incorporando ao programa seus mais de 55 anos de experiência em soluções tecnológicas de sistemas embarcados e suporte em serviço, enquanto a Atech atua na área de sistemas de combate, gerenciamento tático e transferência de tecnologia.  


24 maio, 2025

Acesso aos códigos-fonte e ToT: o acerto estratégico do Brasil ao escolher o Gripen

 


*LRCA Defense Consulting - 21/05/2025

Recentemente, conforme a mídia indiana tem publicado com destaque, a francesa Dassault Aviation rejeitou firmemente o pedido da Índia de acesso aos códigos-fonte dos 62 caças Rafale que adquiriu, como será mostrado na reportagem reproduzida no final desta matéria. A Índia busca esses códigos - que controlam sistemas críticos como o radar AESA (Thales RBE2) e o computador de missão modular (MMC) - para integrar armas e sistemas aviônicos desenvolvidos localmente, como o míssil Astra e o Rudram, e alcançar maior autonomia operacional sob a iniciativa "Atmanirbhar Bharat" (Índia Autossuficiente).

Com base nesse fato e em diversas outras considerações, esta Consultoria acredita que a decisão brasileira de escolher o caça sueco Saab JAS 39 Gripen E/F no âmbito do programa F-X2 (iniciado em 2008 e concluído com a assinatura do contrato em 2014) foi um grande acerto estratégico, especialmente quando analisada sob a perspectiva do acesso aos códigos-fonte e da transferência de tecnologia (ToT), haja vista que reflete uma combinação de fatores técnicos, econômicos, políticos e estratégicos que posicionam o Brasil de maneira vantajosa no cenário aeroespacial e de defesa.

A seguir, são abordados os principais pontos que sustentam essa afirmação, com base nas informações disponíveis e em uma análise crítica.

Acesso aos códigos-fonte: autonomia e flexibilidade tecnológica e operacional

Um dos pilares centrais da escolha do Gripen foi o compromisso da Saab em oferecer acesso irrestrito aos códigos-fonte do caça, algo que os concorrentes (Boeing F/A-18 Super Hornet e Dassault Rafale) não conseguiram igualar de forma tão abrangente. O acesso aos códigos-fonte permite à Força Aérea Brasileira (FAB) e à indústria nacional, como a Embraer, realizar atualizações, integrações de novos sistemas e armamentos, além de manutenções de forma autônoma.

Isso é crucial para:

- Independência operacional: o Brasil pode integrar armamentos e sensores de origem diversa, bem como modificar o software dos sistemas de missão, radares e armamentos sem necessidade de autorização estrangeira, adaptando o Gripen às suas necessidades específicas, como o sistema de comunicação Link BR2, desenvolvido localmente. Essa flexibilidade reduz a dependência de fornecedores estrangeiros, um fator estratégico em um cenário geopolítico onde sanções ou restrições de exportação podem limitar o acesso a tecnologias sensíveis.

- Maior segurança cibernética e operacional: o Gripen permite ao operador instalar sistemas de criptografia nacionais, o que impede a interceptação ou espionagem por países terceiros. Outros caças frequentemente impõem a adoção de sistemas proprietários e controlados externamente.

O Gripen também não depende de  redes externas que centralizam dados de manutenção e operação (como o sistema ALIS/ODIN dos EUA), evitando riscos de bloqueio remoto ou coleta de dados sensíveis por terceiros.

- Sustentabilidade a longo prazo: com uma arquitetura de software aberta, o Gripen pode ser atualizado ao longo de sua vida útil (estimada em 40 anos), incorporando tecnologias emergentes, como capacidades furtivas ou integração com drones, sem a necessidade de aprovações externas.

- Segurança nacional: o controle sobre os códigos-fonte minimiza riscos de vulnerabilidades ou interferências externas, especialmente em um contexto de tensões geopolíticas, como as mencionadas em postagens recentes que alertam para possíveis pressões dos EUA devido à aproximação do Brasil com países como Rússia e China.

Esse nível de controle é raro em contratos internacionais de defesa e representa um salto qualitativo para a Força Aérea Brasileira (FAB) em termos de soberania militar.

Transferência de Tecnologia: um salto para a indústria nacional

O programa de ToT associado ao Gripen é descrito como o maior da história da Suécia e o mais extenso em curso no Brasil. Ele envolve mais de 600 mil horas de treinamento e 62 projetos, abrangendo áreas como sistemas de comunicação, integração de armamentos, ensaios em voo, aviônicos, aerodinâmica e produção de componentes estruturais.

Os principais benefícios incluem:

- Capacitação da indústria brasileira: cerca de 350 profissionais brasileiros, incluindo engenheiros e técnicos, foram treinados na Suécia, participando de atividades práticas (on-the-job training) em Linköping. Esses profissionais retornam ao Brasil para multiplicar o conhecimento, fortalecendo empresas como Embraer, AEL Sistemas, Akaer, Kryptus e Atech, além do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA/FAB), resultando na participação direta da indústria nacional no desenvolvimento, montagem e produção de partes significativas das aeronaves, assim como no estabelecimento de um centro de desenvolvimento em Gavião Peixoto (SP), permitindo a capacitação de engenheiros e técnicos brasileiros.

- Integração na cadeia global de suprimentos: empresas brasileiras, como a AEL Sistemas, tornaram-se fornecedoras globais da Saab, produzindo displays avançados (WAD, HUD e HMD) para todos os Gripen E/F, o que posiciona o Brasil como um potencial centro de exportação de componentes de alta tecnologia.

- Desenvolvimento local: a linha de produção do Gripen E em Gavião Peixoto (SP), inaugurada em 2023, é a única fora da Suécia. Das 36 aeronaves contratadas, 15 estão sendo produzidas no Brasil, com a primeira já em fase de montagem final. Isso consolida o Brasil como um polo de desenvolvimento, produção e testes, com o Centro de Ensaios em Voo (GFTC) e o Centro de Projetos (GDDN).

- Inovações exclusivas: o desenvolvimento do Gripen F (biposto), liderado por engenheiros brasileiros, é um exemplo de como a ToT vai além da simples absorção de conhecimento, permitindo ao Brasil contribuir ativamente com inovações, como a integração de uma segunda estação de pilotagem e o sistema Link BR2.

Custo-benefício e sustentabilidade econômica
O Gripen foi a opção mais econômica entre os concorrentes do F-X2, tanto em termos de aquisição quanto de custos operacionais. O contrato de 2014, avaliado em cerca de R$ 21 bilhões (atualizado), inclui 36 aeronaves, treinamento, suporte logístico e ToT. Comparado ao Rafale e ao F/A-18, o Gripen oferece:

- Menor custo operacional: por ser um caça leve, com um único motor (General Electric F414-GE-39E), consome até 30% menos combustível e exige manutenção mais barata.

- Flexibilidade operacional: o Gripen pode operar em pistas curtas (600 metros) e até em estradas, o que o torna ideal para as necessidades da FAB.

- Escalabilidade: a adição de quatro aeronaves ao contrato original (totalizando 40) e a possibilidade de um segundo lote de 26 caças indicam a viabilidade de expandir a frota sem comprometer o orçamento, embora desafios fiscais possam atrasar entregas até a década de 2030.

- Tecnologias de ponta: Apesar de ser uma aeronave monomotor, ela incorpora tecnologias de ponta como:
- Radar AESA;
- Sistemas avançados de guerra eletrônica;
- Data links seguros e sensor fusion.

Além disso, sua natureza modular facilita futuras atualizações e adaptações a necessidades específicas do Brasil.

Capacitação e geração de empregos
O projeto contribui diretamente para o desenvolvimento do complexo industrial de defesa nacional, com:
- Geração de milhares de empregos qualificados;
- Capacitação técnica e tecnológica da mão de obra brasileira;
- Estímulo à inovação e à pesquisa em áreas estratégicas.

Contexto geopolítico e estratégico

A escolha do Gripen reflete uma decisão geopolítica astuta. A Suécia, como então nação neutra, oferecia menor risco de imposição de restrições políticas ou embargos, ao contrário dos EUA, cuja relação com o Brasil foi abalada pelo escândalo de espionagem da NSA em 2013. Mesmo com sua adesão plena à OTAN em março de 2024,  o país ainda oferece poucos riscos de adotar políticas restritivas. Além disso:

- Parceria estratégica Brasil-Suécia: a colaboração vai além dos caças, envolvendo negociações para a venda do Embraer KC-390 à Suécia, bem como do Gripen a países latino-americanos, o que fortalece laços bilaterais e abre mercado para a indústria brasileira.

- Posicionamento regional: o Gripen E/F é o caça mais avançado da América Latina, superando em tecnologia os concorrentes regionais. Isso reforça a liderança do Brasil na região, com potencial para exportar caças Gripen para outros países da América Latina, como foi o recente caso de sua escolha pela Colômbia.

- Resiliência a pressões externas: apesar de especulações sobre possíveis interferências dos EUA (como a investigação do Departamento de Justiça em 2024), a ToT e o acesso aos códigos-fonte garantem que o Brasil mantenha controle sobre o programa, reduzindo vulnerabilidades a pressões externas.

Desafios e Críticas
Apesar dos méritos, a decisão enfrenta críticas e desafios:
- Atrasos no cronograma: limitações orçamentárias brasileiras podem adiar a entrega completa das aeronaves para a década de 2030, o que pode impactar a prontidão operacional da FAB.

- Escalabilidade limitada: críticos apontam que a ToT pode ter utilidade reduzida se o Gripen não conquistar mercado na América Latina, limitando o retorno econômico do investimento. No entanto, o primeiro passo já foi dado, com a Colômbia selecionando a aeronave.

- Riscos geopolíticos: a aproximação do Brasil com Rússia e China pode levar a tensões com os EUA, potencialmente afetando componentes americanos do Gripen (como o motor GE F414). No entanto, o acesso aos códigos-fonte e a ToT mitiga esses riscos, garantindo maior autonomia.

Embraer: a grande empresa beneficiada
A Embraer é a grande beneficiada pela escolha do caça Saab Gripen pelo Brasil devido aos seguintes fatores:

- Transferência de tecnologia: o contrato com a Saab incluiu um amplo programa de transferência de tecnologia, permitindo à Embraer adquirir ou incrementar conhecimentos avançados em engenharia, sistemas aeronáuticos (como aviônica, integração de sistemas e testes de voo) e sistemas de combate ligados à fabricação de aeronaves supersônicas, setores nos quais ela não atuava diretamente. Além disso, a Embraer se tornou responsável por partes significativas da produção, montagem e desenvolvimento de versões específicas do Gripen, inclusive para exportação. Isso fortalece sua capacidade tecnológica, amplia seu portfólio militar e abre portas para novos mercados e contratos internacionais.

- Produção local: a Embraer coordena a produção de 15 dos 36 caças Gripen E/F em sua fábrica em Gavião Peixoto (SP), consolidando sua posição como um polo industrial de defesa e gerando empregos qualificados.

- Parceria estratégica: a colaboração com a Saab posiciona a Embraer como parceira estratégica em um projeto global, aumentando sua relevância no mercado internacional de defesa e abrindo oportunidades para exportações, como, por exemplo, para a Colômbia e, possivelmente, para o Peru.

- Fortalecimento do KC-390: a parceria inclui suporte da Saab para promover o cargueiro KC-390 da Embraer no mercado internacional, como na Suécia, ampliando seu alcance comercial.

- Infraestrutura e capacitação: a Embraer ganhou infraestrutura avançada, como o Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen (GDDN) e o Centro de Ensaios em Voo (GFTC), além de treinamento para mais de 350 profissionais, elevando sua expertise.

- Hub conjunto C-390 / Gripen para produção em outros países: a experiência da Embraer em transferência de tecnologia (como no programa Gripen no Brasil) poderá ser replicada em outros países, desde que a escala do mercado justifique investimentos como, por exemplo, na Índia, onde a  Embraer propôs um hub regional para montagem e exportação do C-390, caso o país selecione a aeronave para seu programa de Aeronaves de Transporte Médio (MTA), que prevê a aquisição de 40 a 80 unidades.

A Índia é o mercado mais promissor para esse cenário, devido à demanda por caças (MMRCA 2.0 - 114 caças) e à política de produção local. Caso vença a concorrência com o seu C-390, a Embraer e a Saab podem propor uma linha de montagem conjunta, aproveitando o hub a ser estabelecido para esta aeronave.

No entanto, além da Índia, há outros países para onde, atualmente, a Embraer pretende se expandir e, talvez, estabelecer um hub de montagem ou fabricação do C-390, como Arábia Saudita, Polônia e Marrocos, caso também receba encomendas de porte que justifiquem o investimento, ficando a questão de uma produção conjunta do Gripen como uma possibilidade em aberto.

Caso Portugal desista formalmente do F-35 e venha a optar pelo Gripen, como defendem alguns setores da Força Aérea Portuguesa, as instalações da Embraer/OGMA nesse país estão em condições de, em prazo relativamente curto, serem adaptadas para colaborar na fabricação ou montagem da aeronave.

Um acerto estratégico para o Brasil e para sua base industrial de defesa
Num cenário geopolítico marcado por incertezas e por restrições impostas por países fornecedores de armamentos (como, por exemplo, no atual impasse entre Índia e França em relação ao caça Rafale, descrito na matéria a seguir), a decisão brasileira de escolher o Saab Gripen se mostra prudente, visionária e soberana.

Assim, é forçoso concluir que a escolha do Gripen foi um acerto estratégico para o Brasil, equilibrando custo, desempenho e autonomia. O acesso aos códigos-fonte assegura independência operacional e flexibilidade para integrar sistemas nacionais, enquanto o extenso programa de ToT fortalece a Base Industrial de Defesa, posicionando o Brasil como um player relevante no mercado aeroespacial global. Ela não apenas atende às necessidades operacionais da FAB, mas também promove um desenvolvimento autônomo e sustentável da capacidade aeroespacial e de defesa do Brasil — um passo fundamental para qualquer nação que almeje protagonismo estratégico no século XXI.

Por fim, a parceria com a Saab - e, por extensão, com a Suécia - aliada à produção local e à maior capacitação da Embraer como um player global em defesa, gera ganhos tecnológicos, industriais e comerciais para todo o ecossistema industrial brasileiro envolvido, direta ou indiretamente, no desenvolvimento e na produção do Gripen, que inclui empresas como Atech, Akaer, Kryptus e AEL Sistemas, além de diversas outras, criando um legado duradouro que transcende a aquisição de 36 (ou potencialmente 40) caças. 

Apesar de desafios orçamentários e geopolíticos, a decisão reforça a soberania tecnológica e a capacidade de defesa do Brasil, alinhando-se à Estratégia Nacional de Defesa.

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Divisão Profunda sobre caças Rafale: Índia solicita acesso, França recusa

*Aero Haber - 19/05/2025

A Dassault Aviation rejeitou firmemente o pedido da Índia de acesso aos códigos-fonte dos caças Rafale. A empresa de defesa francesa citou a importância estratégica e a sensibilidade dos códigos à segurança como motivos para mantê-los confidenciais.

Tensões crescentes sobre o acesso ao código-fonte
Em 2016, a Índia assinou um acordo de € 7,8 bilhões com a França para 36 caças Rafale, todos entregues e implantados nas bases aéreas de Ambala e Hasimara. No entanto, os códigos de sistema necessários para integrar os sistemas de armas de fabricação indiana aos jatos Rafale não foram compartilhados pela França.

França: esta é uma informação estratégica
As empresas de defesa francesas Dassault Aviation e Thales enfatizaram que os códigos-fonte são o resultado de décadas de P&D. Elas argumentaram que o compartilhamento dessas informações poderia levar a:
- Disseminação de segredos tecnológicos,
- Comprometimento da integridade do sistema,
- Surgimento de vulnerabilidades de segurança e
- Complicações no fornecimento de suporte técnico.

Grécia também opera Rafales
A controvérsia não se limita à Índia. A Grécia, que mantém tensões periódicas com a Turquia, também adicionou recentemente jatos Rafale à sua frota. A falta de acesso aos códigos-fonte significa que os usuários do Rafale podem não conseguir personalizar totalmente a aeronave ou integrá-la efetivamente aos sistemas domésticos.

Novo acordo e expectativas da Índia
Em abril de 2025, a Índia assinou um novo acordo de € 6,9 bilhões para a versão naval do Rafale, o Rafale-M. A previsão é que os 26 jatos sejam entregues à Marinha Indiana entre 2028 e 2030, com implantação prevista nos porta-aviões INS Vikrant e INS Vikramaditya.

A Índia pretende integrar armas nacionais, como o míssil Astra Mk1 e a SAAW (Arma Antiaérea Inteligente), à ​​plataforma Rafale. No entanto, a França está fornecendo apenas suporte técnico limitado e controlado para essas integrações. O desenvolvimento está sendo realizado por meio de kits de desenvolvimento de software fornecidos pela Dassault e com equipes de engenharia conjuntas.
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Saiba mais:
- Why Is Dassault Refusing to Share the Rafale Source Code with India?

- Dassault’s Reluctance to Share Rafale Source Code with India

- IAF Insists on Rafale Source Code Access for AESA Radar, MMC to Enable Independent Weapons Upgrades like Astra and SAAW

07 maio, 2025

Atech, da Embraer, é a única representante brasileira no maior e mais complexo exercício internacional de ciberdefesa em tempo real

 


*LRCA Defense Consulting - 07/05/2025

A Atech, empresa do Grupo Embraer, é a única representante brasileira no Locked Shields 2025, o maior e mais complexo exercício internacional de ciberdefesa em tempo real, organizado pelo Centro de Excelência em Defesa Cibernética Cooperativa (CCDCOE) da OTAN.
 
Realizado em Tallinn, na Estônia, o Locked Shields reúne especialistas de mais de 40 países para simular ataques cibernéticos em larga escala, testando a resiliência de infraestruturas críticas e sistemas nacionais de TI.
 
Esta é a quinta participação consecutiva da Atech no exercício, reforçando seu compromisso com o desenvolvimento de competências em defesa cibernética e sua atuação como referência tecnológica no setor.
 
A experiência adquirida no Locked Shields contribui para aprimorar as soluções da Atech, alinhadas às necessidades de segurança cibernética do Brasil e de seus parceiros internacionais.

06 abril, 2025

Atech, da Embraer, impulsiona inovação em mobilidade aérea urbana com suporte da Finep


 

*LRCA Defense Consulting - 06/04/2026

A Atech, empresa do grupo Embraer, foi contemplada com recursos da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) para o desenvolvimento de um projeto inovador voltado ao gerenciamento do tráfego de aeronaves remotamente pilotadas – drones – dentro do ecossistema UTM (Urban Traffic Management).

A Finep é uma empresa pública brasileira, ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que financia projetos de inovação.

Este projeto, com duração de 3 anos, enquadra-se na linha Mais Inovação Brasil - Aviação Sustentável, cujo objetivo é conceder recursos de subvenção econômica para projetos inovadores e de risco tecnológico.

O projeto visa desenvolver uma plataforma de gestão de tráfego aéreo de aeronaves remotamente pilotadas em parceria com o Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA). A solução tem como objetivo conectar o cliente comum com o ecossistema UTM de forma ágil e transparente, proporcionando otimização e segurança para a operação com suporte de Inteligência Artificial e integração com os diversos provedores de serviços para esse ecossistema.

Graças à sua capacidade tecnológica, a plataforma é versátil e poderá ser utilizada em várias aplicações, tanto no âmbito governamental quanto por empresas privadas, de logística, entre outras. Essa é mais uma etapa importante na busca pela inovação, que faz parte do DNA da Atech, sempre focada em criar soluções para tornar as cidades mais inteligentes, conectadas e eficientes.

No caso desse projeto da Atech, a intensidade da inovação foi classificada como um produto novo, e a abrangência avaliada como nível mundial. A Finep também considerou o tema relevante dentro das prioridades para o setor e com alto potencial de internacionalização.

“Essa plataforma UTM, em conjunto com a Finep, é uma evolução do que a Atech já vem desenvolvendo nessa área. Ser contemplado com essa subvenção é mais um reconhecimento do compromisso da Atech com a inovação e consolida nosso DNA de integração de sistemas complexos e críticos”, destacou o Gerente Executivo de Engenharia e Inovação, Mauro do Santo Junior.

O anúncio do projeto aconteceu durante a LAAD Defence & Security 2025.

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