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12 setembro, 2025

Deutsche Aircraft e Akaer avançam no mercado de ISR e patrulha marítima com o D328MR


*LRCA Defense Consulting - 12/09/2025

A Deutsche Aircraft demonstrou na feira de defesa DSEI 2025 que seu programa D328eco, já em desenvolvimento para o mercado civil, será também a plataforma-base de uma variante de missões especiais: o D328MultiRole (D328MR). A aeronave poderá atuar em patrulha marítima (MPA), inteligência, vigilância e reconhecimento (ISR), além de transporte multifuncional para forças aéreas e navais.

Segundo reportagem do portal Shephard Media (Lucy Powell, 12/09), a empresa aposta no uso de soluções COTS (Commercial Off-The-Shelf), estratégia que reduz custos de desenvolvimento e acelera prazos de entrega em comparação ao projeto de novas aeronaves militares dedicadas. Markus Hahner, diretor de vendas de aeronaves multifuncionais da empresa, destacou que já existem negociações com vários ministérios da Defesa interessados na solução.


Cooperação com a indústria brasileira
Um diferencial do programa é a integração da Akaer, do Brasil, no desenvolvimento do D328eco e, consequentemente, do D328MR. A companhia brasileira desempenha papel importante em áreas de engenharia estrutural, aerodinâmica e integração de sistemas, consolidando-se como fornecedora estratégica da indústria aeronáutica internacional. Tal cooperação amplia a relevância do setor aeroespacial brasileiro no campo dual (civil e militar), ao inseri-lo em um projeto europeu voltado a defesa e segurança.

Especificações, versatilidade de missões e operacionalidade
O D328MR incorpora o novo design do D328eco, uma evolução direta do Dornier 328 — aeronave que permanece em operação em 153 unidades no mundo, incluindo os EUA, que utilizam a versão militarizada como C-146A Wolfhound. Entre os principais diferenciais previstos para a nova aeronave estão:

- Autonomia: até 1.923 milhas náuticas, com cerca de 8 horas de voo.

- Capacidades ISR: integração de dois sistemas eletro-ópticos/infravermelhos (EO/IR) de 20" e 15".

- Plataforma escalável: arquitetura aberta para receber diferentes kits de missão (patrulha marítima, SAR, ISR tático, transporte de forças especiais).

- Flexibilidade operacional: segundo informações do site da Deutsche Aircraft, o D328MR foi projetado para se adaptar rapidamente a missões variadas que incluem: transporte de carga, evacuação médica/aeromédica, combate aéreo a incêndio, busca e salvamento, assistência humanitária, transporte VIP e missões logísticas, além dos perfis militares convencionais.

- Eficiência: menor custo operacional em relação a aeronaves tradicionais de patrulha marítima, com ênfase no consumo de combustível.

A empresa também firmou um MoU com a Aerodata durante o Paris Air Show de 2025 para desenvolvimento conjunto de soluções de vigilância, permitindo que o D328eco/D328MR seja configurado para atender requisitos tanto de forças aéreas quanto de marinhas.

 

 

Impacto estratégico e de mercado
O interesse em soluções como o D328MR se explica pelo vazio no segmento intermediário de ISR e patrulha marítima, onde muitas forças armadas ainda operam aeronaves antigas ou plataformas maiores e mais onerosas. O D328MR, como derivado de um turboélice comercial, modernizado e adaptado, permite oferecer flexibilidade operacional com custos reduzidos, inclusive em segmentos civis como defesa civil, missões de resgate e combate a incêndios, ampliando sua inserção para além de aplicações militares.

No contexto europeu, o D328MR pode disputar espaço em programas de vigilância costeira e controle de fronteiras. Já em outros mercados, incluindo a América Latina, a aeronave surge como possível solução para países que buscam substituir frotas antigas de patrulha sem assumir os custos de aeronaves maiores e mais complexas. A participação da Akaer nesse desenvolvimento abre caminho para a inserção brasileira em contratos futuros, seja no fornecimento de componentes, seja na manutenção e suporte logístico.

Perspectivas
Com a linha de produção do D328eco programada para iniciar operações em Leipzig-Halle em 2026 e as primeiras entregas comerciais em 2027, a transição para a versão MR deverá avançar em paralelo. A capacidade de oferecer uma plataforma dual e multifunção, já respaldada pela experiência operacional do Dornier 328 em serviço militar, coloca a Deutsche Aircraft e seus parceiros — incluindo a Akaer — em posição de disputar contratos relevantes no mercado global de defesa e missões multiemprego.

09 setembro, 2025

Akaer e ASELSAN firmam acordo para desenvolvimento conjunto em defesa e aeroespacial

 


*LRCA Defense Consulting - 09/09/2025

A Akaer, empresa brasileira de engenharia avançada para os setores de defesa e aeroespacial, e a turca ASELSAN, referência global em sistemas de alta tecnologia, assinaram um Memorando de Entendimento (MoU) para o desenvolvimento conjunto de soluções em defesa.

O acordo foi assinado entre Cesar Silva, CEO da Akaer  e Ahmet Akyol, CEO da Aselsan, nesta terça-feira (9) durante a DSEI (Defense and Security Equipment International), uma das principais feiras de defesa e segurança do mundo, realizada em Londres, no Reino Unido.

A parceria combina a experiência da Akaer em integração de sistemas complexos e atuação consolidada no Brasil com a expertise da ASELSAN em sistemas de defesa de última geração, fortalecendo a presença das duas empresas nos mercados latino-americano e internacional.

“Este acordo reforça a estratégia da Akaer de ampliar parcerias internacionais e oferecer soluções de ponta para o Brasil e para o mundo, consolidando nosso papel como integradores de tecnologia e inovação”, afirma o CEO da Akaer.

Acordo
O objetivo do Memorando é viabilizar a transferência de tecnologia, prospectar oportunidades e oferecer soluções integradas em áreas como aviônica, eletro-ótica, cargas úteis para missões especiais, modernização de veículos blindados, sistemas navais e terrestres, visão noturna e tecnologias autônomas, entre outras.

Com portfólios complementares, as empresas pretendem desenvolver inovações alinhadas às necessidades do setor de defesa, com potencial para ampliar mercados estratégicos no Brasil e no exterior.

A união estabelece uma frente conjunta voltada à industrialização de tecnologias de ponta, fortalecendo a Base Industrial de Defesa, ampliando a capacidade tecnológica nacional e apoiando a expansão global das duas empresas.

Sobre a Akaer

Com mais de 33 anos de experiência, a Akaer acumula um portfólio de mais de 10 milhões de horas de engenharia, com participação em mais de 50 programas aeroespaciais globais. A empresa teve papel fundamental no desenvolvimento da aeronave de transporte militar C-390 Millennium da Embraer, do caça Gripen E em parceria com a Saab, e do jato supersônico Hürjet, da Turkish Aerospace Industries.
Em 2024, a Akaer tornou-se a primeira empresa brasileira a ser reconhecida como Fornecedora Global de Nível 1 no setor aeroespacial, ao assinar contrato com a Deutsche Aircraft para o fornecimento da fuselagem dianteira do D328eco.

Sobre a ASELSAN
Com quase 50 anos de atuação, a ASELSAN é uma das líderes globais em eletrônica de defesa, desenvolvendo soluções que abrangem desde sistemas submarinos até aplicações espaciais.

O portfólio inclui tecnologias em defesa aérea, radares, guerra eletrônica, eletro-óptica, aviônicos, guiagem, sistemas terrestres e navais, comunicações, satélites e comando e controle militar.

No setor civil, a ASELSAN também oferece soluções para transporte, segurança, energia e saúde, consolidando-se como referência em inovação tecnológica.
 

17 agosto, 2025

Parcerias estratégicas impulsionam aviação sustentável e militar: a conexão entre SNC, Embraer, Deutsche Aircraft e Akaer


*LRCA Defense Consulting - 17/08/2025

Em um cenário global onde a aviação busca aliar inovação, sustentabilidade e eficiência operacional, as empresas Sierra Nevada Corporation (SNC), Embraer, Deutsche Aircraft e Akaer emergem como protagonistas em parcerias estratégicas que estão moldando o futuro da aviação regional e militar. Essas colaborações combinam expertise técnica, capacidade de produção e visão estratégica para atender às demandas de forças aéreas e mercados comerciais, com foco em soluções econômicas e ambientalmente responsáveis. 

Esta reportagem explora as conexões entre essas empresas, suas contribuições e os projetos que estão transformando o setor aeroespacial.

SNC e Embraer: uma parceria consolidada no A-29 Super Tucano
A relação entre a Sierra Nevada Corporation, sediada em Sparks, Nevada (EUA), e a brasileira Embraer é um exemplo de colaboração bem-sucedida no setor de defesa. Desde o início da década de 2010, as duas empresas uniram forças para produzir, comercializar e oferecer suporte ao A-29 Super Tucano, uma aeronave de ataque leve e treinamento avançado amplamente reconhecida por sua versatilidade e custo-benefício. 

A parceria foi inicialmente impulsionada pelo programa Light Air Support (LAS) da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), no qual a SNC atua como contratante principal e a Embraer fornece sua expertise em design e fabricação aeronáutica. Para atender aos requisitos do programa LAS, as empresas construíram uma fábrica em Jacksonville, Flórida, onde o A-29 é produzido para contratos militares dos EUA, como o fornecimento de 20 aeronaves para a Força Aérea do Afeganistão, iniciado em 2013, e 12 unidades para a Força Aérea da Nigéria, encomendadas em 2018. Além da fabricação, a parceria inclui treinamento de pilotos, suporte logístico e manutenção, com entregas bem-sucedidas também ao Líbano (6 aeronaves, concluídas em 2018) e demonstrações para outras forças aéreas, como a de Gana.

Com mais de 230 mil horas de voo, incluindo 40 mil em combate, o A-29 Super Tucano é um testemunho da sinergia entre a inovação tecnológica da Embraer e a expertise da SNC em contratos governamentais e logística. “A colaboração combina a capacidade de produção da Embraer com nossa habilidade em atender às demandas do mercado de defesa global”, afirmou um porta-voz da SNC em comunicado recente. A parceria continua a explorar novas oportunidades, com a Embraer prevendo novos pedidos do A-29 em 2025, segundo o CEO de Defesa da empresa, Bosco da Costa Jr.

Dornier 328-110 C-146A Wolfhound - Força Aérea dos EUA (Foto: Gary Hebbard)

SNC e Deutsche Aircraft: sustentabilidade e expansão europeia
A SNC também desempenha um papel central como controladora majoritária da Deutsche Aircraft, uma fabricante alemã de aeronaves regionais que surgiu da aquisição da 328 Support Services GmbH em 2015. Renomeada como Deutsche Aircraft GmbH, a empresa opera como uma subsidiária integral da SNC, com sede em Leipzig, Alemanha, e foco no desenvolvimento de soluções de aviação sustentável, como o D328eco, um turboélice de 40 lugares projetado para entrar em serviço em 2027.

A Deutsche Aircraft aproveita o legado da Dornier 328, detendo os direitos de propriedade intelectual e o certificado de tipo para cerca de 200 aeronaves D328 em operação globalmente. A SNC, por sua vez, aporta sua expertise em modificação de aeronaves e integração de sistemas, apoiando a missão da Deutsche Aircraft de liderar a aviação regional com tecnologias ecoeficientes. 

O D328eco será compatível com combustíveis de aviação sustentáveis (SAF) e está sendo desenvolvido como uma plataforma para testar propulsão híbrida e fontes alternativas de energia, como hidrogênio, em parceria com o German Aerospace Center (DLR) e outros fornecedores.

Em 2022, a Deutsche Aircraft Holdings (DAH), entidade controlada pela SNC, recebeu um investimento minoritário da OHB SE, uma empresa alemã de tecnologia aeroespacial, e da AFK Enterprise AG, um fundo suíço. Esse aporte visa acelerar o desenvolvimento do D328eco e outras tecnologias verdes, mas a SNC mantém o controle majoritário, reforçando sua posição estratégica na Europa. A transação, ainda sujeita à aprovação regulatória do governo alemão, destaca a relevância da Deutsche Aircraft para a indústria aeroespacial alemã.

Além disso, a Deutsche Aircraft é responsável pelo suporte à frota global de Dornier 328, incluindo a variante C-146A Wolfhound, operada pelo Comando de Operações Especiais da USAF. Com cerca de 20 unidades, a USAF é a maior operadora mundial do D328, utilizando-o em missões de transporte, carga e evacuação médica. A colaboração entre SNC e Deutsche Aircraft garante a confiabilidade e versatilidade dessas aeronaves, que já acumulam mais de 200 mil horas de voo operacionais.

Akaer e Deutsche Aircraft: uma ponte transatlântica para o D328eco
A brasileira Akaer, líder em inovação aeroespacial, entrou na equação como parceira estratégica da Deutsche Aircraft no desenvolvimento do D328eco. Em março de 2024, a Akaer foi selecionada para fabricar a fuselagem dianteira do turboélice, incluindo industrialização, ferramental, protótipos e estudos de engenharia. A linha de montagem foi oficialmente inaugurada em 12 de agosto de 2025, em São José dos Campos, Brasil, marcando um marco significativo para a aviação regional sustentável.

Essa parceria não apenas consolida a Akaer como fornecedora global Tier 1, mas também reforça o papel do Brasil como um hub aeroespacial. A linha de montagem, que gerou cerca de 250 empregos diretos e indiretos, reflete a sinergia entre a expertise técnica da Akaer e o compromisso da Deutsche Aircraft com a sustentabilidade. “Ser parte do projeto D328eco é motivo de grande orgulho para a Akaer, solidificando nossa posição no mercado global”, declarou Cesar Silva, CEO da Akaer.

O D328eco, com sua compatibilidade com SAF e potencial para operações em pistas curtas e não pavimentadas, é particularmente relevante para o mercado brasileiro, que possui o quinto maior espaço aéreo do mundo e um crescente interesse em aviação regional. A colaboração entre Akaer e Deutsche Aircraft também apoia a expansão da aviação no Brasil, com investimentos de cerca de US$ 600 milhões para conectar comunidades remotas por via aérea.

Cesar Silva (CEO da Akaer) e Maximilan Fahr (Vice-presidente de Supply Chain da Deutsche Aircraft)

Sinergias e perspectivas futuras
As parcerias entre SNC, Embraer, Deutsche Aircraft e Akaer ilustram como a colaboração transnacional pode impulsionar avanços na aviação militar e comercial. Enquanto a SNC e a Embraer dominam o mercado de defesa com o A-29 Super Tucano, a SNC e a Deutsche Aircraft lideram a transição para uma aviação regional mais sustentável com o D328eco. A Akaer, por sua vez, fortalece a cadeia de suprimentos global, trazendo a expertise brasileira para o cenário internacional.

Além disso, a SNC reforça sua posição como uma integradora de sistemas, conectando suas divisões, como a Sierra Space, com as capacidades da Deutsche Aircraft e parcerias com empresas como a Lufthansa Technik. Essas colaborações ampliam o alcance global das empresas, combinando inovação tecnológica, sustentabilidade e eficiência operacional.

Com o D328eco previsto para entrar em serviço em 2027 e novos contratos para o A-29 no horizonte, as quatro empresas estão bem posicionadas para moldar o futuro da aviação. A integração de tecnologias verdes, como combustíveis sustentáveis e propulsão híbrida, aliada à confiabilidade comprovada em operações militares, coloca essa rede de parcerias na vanguarda do setor aeroespacial. Como afirmou Dave Jackson, CEO da Deutsche Aircraft, “nossa colaboração com parceiros como a Akaer e o suporte da SNC nos permite liderar o caminho para uma aviação mais limpa e eficiente”.


13 agosto, 2025

Akaer e Deutsche Aircraf inauguram linha de montagem da fuselagem dianteira da aeronave D328eco


*LRCA Defense Consulting - 13/08/2025

A Akaer, referência brasileira em inovação nos setores aeroespacial e de defesa, e a Deutsche Aircraft fabricante alemã de aeronaves regionais sustentáveis, inauguraram oficialmente a linha de montagem da fuselagem dianteira do D328eco nas instalações da Akaer, em São José dos Campos.

O evento marca um passo decisivo na evolução do programa D328eco, que avança da fase de desenvolvimento para a industrialização, com previsão de entrada em operação no mercado global no quarto trimestre de 2027. A Akaer é responsável pela produção completa da fuselagem dianteira da aeronave, incluindo os processos de industrialização, desenvolvimento de ferramental, fabricação de protótipos e estudos de engenharia.

A cerimônia contou com a presença de autoridades dos governos municipal, estadual e federal, além de parceiros estratégicos, fornecedores, liderança do Parque Tecnológico de São José dos Campos e entidades representativas da indústria nacional.

“O D328eco representa um avanço significativo para a aviação regional, ao viabilizar operações mais sustentáveis e eficientes, especialmente na conexão entre cidades de menor porte no Brasil e no exterior. Para a Akaer, participar desse projeto estratégico e liderar a produção da fuselagem dianteira é motivo de grande orgulho. Esse marco reforça nossa posição como fornecedora global de Nível 1 e consolida nosso compromisso com a excelência tecnológica”, afirmou Cesar Silva, CEO da Akaer.

“A inauguração de mais uma linha de produção na Akaer é um passo essencial para a industrialização do programa D328eco. A expertise técnica e a ambição da Akaer em consolidar-se como uma fornecedora Tier 1 global a tornam uma parceira estratégica ideal para nós no Brasil,” afirmou Nico Neumann, CEO da Deutsche Aircraft.


Sobre o Programa D328eco

O D328eco é uma aeronave turboélice de última geração com capacidade para até 40 passageiros, desenvolvido pela Deutsche Aircraft em colaboração com a Akaer, com foco em performance, versatilidade e sustentabilidade ambiental. Projetado para operar com até 100% de Combustível Sustentável de Aviação (SAF), o modelo busca reduzir drasticamente as emissões de carbono, alinhando-se às demandas globais por soluções mais responsáveis para o transporte aéreo regional.

Além do compromisso com a sustentabilidade, o D328eco se destaca por sua alta versatilidade operacional. A aeronave pode ser configurada para diversos tipos de missão, desde o transporte regional de passageiros até operações de busca e salvamento, apoio militar, combate a incêndios florestais e transporte aeromédico.

Com capacidade para operar em pistas curtas e não pavimentadas, mesmo em condições desafiadoras, o D328eco é ideal para conectar regiões remotas e com infraestrutura aeroportuária limitada, ampliando o alcance da aviação regional.

Avançamos com propósito, conectando tecnologia e impacto positivo para a indústria aeroespacial global. 

11 julho, 2025

Portugal e Índia forjam aliança estratégica para o LUS-222, com forte contribuição brasileira da Akaer

Parceria estratégica entre a EEA Aircraft and Maintenance e a AXISCADES

*LRCA Defense Consulting - 11/07/2025

Em um marco significativo para a indústria aeroespacial global, a EEA Aircraft and Maintenance de Portugal e a gigante indiana AXISCADES selaram uma parceria estratégica no renomado International Paris Air Show de 2025. O acordo visa o desenvolvimento e a comercialização do LUS-222, uma aeronave portuguesa promissora que já conta com a participação fundamental da brasileira Akaer, no vibrante mercado indiano, com planos de expansão para toda a região asiática. 

Esta colaboração não apenas impulsiona a presença global da engenharia aeroespacial portuguesa, mas também fortalece os laços industriais e tecnológicos entre as nações envolvidas, evidenciando o crescente interesse em sinergias internacionais para inovar e expandir mercados.

LUS-222: versatilidade portuguesa com expertise brasileira para demandas globais
O LUS-222, descrito como uma aeronave de "versatilidade, eficiência e adaptabilidade", é um bimotor turboélice de asa alta em desenvolvimento liderado pela EEA Aircraft and Maintenance, S.A., em Portugal, e que conta com a parceria estratégica da brasileira Akaer na fabricação de importantes estruturas. Sua concepção o posiciona de forma única para atender às diversas e crescentes demandas dos setores de aviação civil e militar da Índia. Com capacidade para 19 passageiros ou até 2,5 toneladas de carga, o LUS-222 é projetado para ser robusto e eficiente, incluindo características STOL (Short Take-off and Landing), que permitem operações em pistas curtas e não preparadas. Além disso, seu baixo peso e facilidade de manutenção o tornam uma solução acessível e sustentável.

A aeronave é um fruto do projeto AERO.NEXT PORTUGAL, uma iniciativa que busca fortalecer a cadeia de valor aeronáutica nacional e posicionar Portugal como um centro de decisão na aviação. O projeto conta com a participação de entidades-chave como o AED Cluster Portugal, um pólo de competitividade que reúne mais de 150 entidades portuguesas dos setores Aeronáutico, Espacial e de Defesa. Embora seja a primeira aeronave projetada em Portugal, a colaboração com a Akaer na fabricação de partes cruciais destaca o caráter internacional e inovador do projeto, que agora ganha uma oportunidade significativa de provar seu valor em um dos maiores e mais dinâmicos mercados de aviação do mundo.

Imagem meramente ilustrativa

Índia: um mercado de aviação em ascensão rápida
A escolha da Índia como mercado-alvo é altamente estratégica. O país consolidou-se como o terceiro maior mercado de aviação do mundo em tráfego de passageiros e o terceiro maior mercado de aviação doméstica. As projeções de crescimento são robustas, impulsionadas por investimentos significativos em infraestrutura e iniciativas governamentais como o esquema UDAN, que visa aumentar a conectividade regional. A Boeing, por exemplo, prevê que o sul da Ásia será o mercado de aviação comercial de crescimento mais rápido nas próximas duas décadas.

Os dados confirmam essa pujança: o tamanho do mercado de aviação da Índia é estimado em 14,78 bilhões de USD em 2025, e a expectativa é que atinja 26,08 bilhões de USD até 2030, crescendo a uma impressionante Taxa Composta de Crescimento Anual (CAGR) de 12,03% durante o período de previsão (2025-2030).

AXISCADES: a ponte para o sucesso indiano
A escolha da AXISCADES como parceira estratégica é fundamental para o sucesso do empreendimento. A AXISCADES Technologies Limited, incorporada em 1990, é uma provedora líder de soluções tecnológicas com vasta experiência em engenharia e P&D, atuando em diversos setores, incluindo aeroespacial, defesa e segurança interna. Sua expertise e profundo conhecimento do mercado local oferecem uma plataforma robusta para a comercialização e suporte do LUS-222 na Índia.

A sinergia entre a expertise aeronáutica da EEA Aircraft e a capacidade de engenharia e acesso ao mercado da AXISCADES cria uma base sólida para que o LUS-222 não apenas se estabeleça, mas também prospere no mercado indiano.

Acordo estratégico entre a Akaer e a EEA Aircraft and Maintenance

Contribuição brasileira: a Akaer no coração do projeto LUS-222
A participação brasileira no ambicioso projeto LUS-222 é um ponto de destaque e um testemunho da capacidade tecnológica da indústria de defesa e aeroespacial do Brasil. A Akaer, uma das líderes brasileiras em inovação nas áreas de Defesa e Aeroespacial, foi selecionada pela própria portuguesa EEA Aircraft and Maintenance, S.A., em dezembro de 2024, para a produção de estruturas-chave da aeronave LUS-222.

A empresa brasileira será responsável pela fabricação, em suas instalações em São José dos Campos (SP), da fuselagem, asa completa, estabilizadores horizontais e verticais, e também de todas as superfícies de controle do avião. Esta é a primeira vez que uma empresa brasileira será responsável por fornecer a estrutura total de uma aeronave de transporte regional e de cargas, marcando um avanço significativo para a Base Industrial de Defesa brasileira. A produção está prevista para iniciar em 2025, com o primeiro voo do LUS-222 projetado para 2027. A aeronave inclusive foi apresentada na LAAD Defense & Security 2025, reforçando seu status e avanço no mercado.

Essa parceria reforça o papel da Akaer como uma fornecedora global de alta precisão, capaz de atuar em projetos de complexidade elevada. A Akaer, além de sua colaboração no LUS-222, é reconhecida por desenvolver e fabricar ferramentais de alta precisão e soluções para gigantes da aviação como Saab e Embraer, sendo uma fornecedora Tier 1 para OEMs globais. Sua expertise se estende a programas como o caça supersônico Gripen E/F (F-39) e a aeronave de transporte militar KC-390 Millennium. Recentemente, a Akaer também oficializou um acordo estratégico com a Elbit Systems, expandindo ainda mais sua atuação global e capacitação tecnológica em diversas frentes da indústria de defesa.

A colaboração da Akaer no LUS-222 não apenas consolida sua posição no mercado internacional, mas também sublinha a virtuosidade da parceria entre Portugal e Brasil no setor aeroespacial, onde a excelência tecnológica de ambas as nações converge para a criação de soluções inovadoras e competitivas.

Benefícios mútuos e olhar para o futuro
Esta parceria representa um passo crucial no reforço dos laços industriais e tecnológicos entre Portugal e a Índia, com a notável contribuição brasileira. Para Portugal, significa a expansão de sua presença global no setor aeroespacial, gerando oportunidades de exportação e de desenvolvimento tecnológico. Para a Índia, o acordo pode significar o acesso a uma aeronave adaptável que pode complementar as necessidades de sua frota e infraestrutura aérea, tanto para fins civis (como transporte regional e logística) quanto militares (em missões de vigilância, transporte ou treinamento).

Além do mercado indiano, a colaboração abre caminho para a expansão do LUS-222 no mercado de aviação regional asiático mais amplo, que também apresenta um crescimento notável impulsionado pela conectividade e pelo desenvolvimento econômico. Esta aliança é um testemunho da inovação e da colaboração internacional, prometendo não apenas avanços tecnológicos, mas também um impacto econômico e estratégico duradouro para Portugal e Índia no cenário aeroespacial global, com o Brasil, através de empresas como a Akaer, afirmando-se cada vez mais como um player relevante neste cenário. 
 

10 julho, 2025

Akaer: tecnologia brasileira de alta precisão impulsiona a aviação e a defesa global

 


*LRCA Defense Consulting - 09/07/2025

A engenharia de alta complexidade tem nome no Brasil: Akaer. Especialista no desenvolvimento e fabricação de ferramentais para os setores aeronáutico e de defesa, a empresa se consolida como referência global em soluções industriais que exigem máxima precisão, eficiência e segurança.

Os chamados ferramentais aeronáuticos (estruturas, dispositivos e equipamentos de altíssima precisão) são essenciais na fabricação e montagem de aeronaves, satélites, veículos militares e sistemas espaciais. Projetados para operar em condições de tolerância extrema e lidar com materiais avançados como fibras de carbono, esses equipamentos permitem transformar peças simples em sofisticados conjuntos aeronáuticos.

Inovação que começa nos detalhes
A Akaer se diferencia pelo desenvolvimento de soluções sob medida para gigantes da aviação, como Saab e Embraer, e pelo uso intensivo de tecnologias digitais de última geração.

Estrutura típica de gabaritos metálicos (jigs), usados para posicionar nervuras
 e superfícies curvadas da fuselagem com precisão que atinge micrômetros

Entre seus destaques estão:

  • Ferramentas de Realidade Virtual: usadas para simular a montagem de aeronaves, reduzindo erros e acelerando a produção.

  • Usinagem CNC de Alta Precisão (5 eixos): essencial para a produção de peças complexas, como rotores e impelidores de turbinas.

  • Plataforma 3DEXPERIENCE da Dassault Systèmes: aplicada na engenharia de estruturas críticas, como a fuselagem do D328eco da alemã Deutsche Aircraft.

  • Simulação Digital: otimização de processos de usinagem e montagem, garantindo máxima eficiência industrial.

  • Ferramental Flexível para Indústria 4.0: estruturas móveis e robôs ajustáveis, ideais para linhas de produção modernas.

  • Sistemas Optrônicos: como o monóculo OLHAR e a câmera OPTO 3UCAM, aplicados em satélites e operações militares.

  • Plataforma de Treinamento Aerotático: simulador brasileiro para treinamento de pilotos e equipes de resgate, que replica o ambiente real de voo.

    Bancada de fixação para sub‑conjuntos, ferramental robusto 
    projetado para facilitar montagem repetitiva com grande estabilidade

Exemplos de alta complexidade no Brasil: Gripen e KC-390
Dois dos maiores programas aeronáuticos do Brasil contam com a expertise da Akaer.

1. Gripen E/F (F-39 no Brasil) – Saab
No projeto do caça supersônico Gripen, a empresa desenvolveu:

  • Gabaritos de montagem para as asas e fuselagem central.

  • Ferramentas de fixação e posicionamento de componentes metálicos e compostos.

  • Moldes para fabricação de peças em fibra de carbono.

  • Dispositivos de inspeção dimensional.
    Esses ferramentais, inclusive, são usados na Suécia para a produção global do caça.

2. KC-390 Millennium – Embraer
Para a aeronave de transporte militar da Embraer, a Akaer produziu:

  • Gabaritos para montagem de fuselagem e grandes subconjuntos como o trem de pouso.

  • Moldes para peças compostas e partes aerodinâmicas.

  • Plataformas industriais de montagem.

  • Ferramentas de inspeção para assegurar tolerâncias rigorosas.

Tecnologia nacional com alcance global
Com foco em manufatura avançada, a Akaer investe em tecnologias como manufatura aditiva e simulação digital, além de programas de capacitação em parceria com instituições como a FATEC.

Seu sucesso em projetos complexos consolida a posição da empresa como uma das principais fornecedoras globais (Tier 1) da indústria aeronáutica e de defesa, com forte atuação no Brasil e no exterior.

Tier 1, no mercado aeronáutico, significa que a Akaer - uma empresa genuinamente brasileira - atua como uma fornecedora de primeiro nível diretamente para os fabricantes de equipamentos originais (OEMs), como Embraer, Saab, Deutsche Aircraft, Turkish Aerospace e outras grandes empresas do setor.

Na Akaer, a inovação nasce no detalhe e transforma a indústria global 

24 junho, 2025

Por que o Brasil deve investir em veículos lançadores orbitais?

 


*LRCA Defense Consulting - 24/06/2025

Desenvolver veículos lançadores orbitais é fundamental para garantir a soberania nacional no acesso ao espaço. Com capacidade própria de lançamento, o Brasil conquista mais autonomia, segurança e eficiência para colocar seus satélites em órbita — reduzindo custos operacionais e fortalecendo sua presença no setor espacial.

Essa capacidade estratégica impulsiona:
- O monitoramento ambiental e climático
- O estabelecimento de comunicações seguras e independentes
- A observação da Amazônia e do território nacional
- O desenvolvimento científico, tecnológico e educacional
- O fortalecimento da indústria aeroespacial nacional

Um exemplo concreto desse avanço é o VLN-AKR, veículo lançador brasileiro fruto da parceria entre Akaer, Acrux, BRENG e EMSISTI, com financiamento da Finep.

O VLN AKR está sendo concebido para ser leve, compacto e eficiente, com capacidade de inserir cargas úteis em órbita circular equatorial de até 450 km. Trata-se de um passo decisivo para consolidar a base industrial e tecnológica do Brasil no setor espacial.

Com infraestrutura estratégica, como o Centro Lançamento de Alcântara (MA), e um ecossistema de inovação em expansão, o Brasil tem todas as condições para se tornar um polo espacial regional.

Investir em veículos lançadores nacionais é investir no futuro, na inovação e na soberania do país. 

Saiba mais:
- Com a evolução do foguete lançador de nanossatélites 100% nacional, Brasil está cada vez mais próximo do espaço

- Acrux Aerospace Technologies revela avanços na propulsão de foguetes: rumo ao espaço com tecnologia 100% brasileira

- Akaer conclui com sucesso a Fase A do projeto do Veículo Lançador de Pequeno Porte VLN-AKR

17 junho, 2025

Akaer assina contrato com empresa americana RADIA para o projeto da cabine do maior avião do mundo

 


*LRCA Defense Consulting - 17/06/2025

A Akaer, empresa brasileira líder em inovação nos setores de Defesa e Aeroespacial, foi selecionada para desenvolver a cabine pressurizada da maior aeronave cargueira já produzida no mundo. A parceria com a Radia, Inc., empresa de energia dos EUA, responsável pelo projeto do WindRunner, foi consolidada nesta terça-feira, 17 de junho, durante o Paris Air Show.

“É motivo de orgulho fazer parte deste relevante projeto que será um marco para aviação mundial. O desenvolvimento do WindRunner é desafiador e complexo, e a participação da Akaer é resultado do reconhecimento da excelência e experiência que construímos ao longo dos anos”, afirmou Cesar Silva, CEO da Akaer.

“Temos orgulho de contar com parceiros altamente qualificados como a Akaer, que compartilham de nossa visão de futuro e estão nos ajudando ativamente a moldar uma nova era de logística sustentável e integrada”, disse Mark Lundstrom, fundador e CEO da Radia.

O maior cargueiro do mundo
Desenvolvido pela Radia, o WindRunner é uma aeronave criada para atender missões estratégicas nas áreas de energia, defesa, aeroespacial e resposta a desastres. Com o maior volume de carga já projetado em uma aeronave — impressionantes 7.700 m³ — e capacidade para transportar uma carga útil até 80 toneladas, o WindRunner redefine os limites da mobilidade aérea.

Projetado para operar com autonomia em pistas não pavimentadas de apenas 1.800 metros, o WindRunner não exige infraestrutura aeroportuária especializada, permitindo entregas ponto a ponto em regiões remotas e de difícil acesso.

Com essa capacidade inédita, o WindRunner torna possível o transporte direto de pás eólicas de mais de 100 metros, satélites, veículos blindados e outras cargas de grandes dimensões, reduzindo drasticamente custos logísticos e prazos operacionais.

Saiba mais
- Brasileira Akaer é selecionada como fornecedora do Radia WindRunner, maior aeronave do mundo em volume de carga 

28 maio, 2025

Akaer marca presença na primeira apresentação da aeronave de testes D328eco



*LRCA Defense Consulting - 28/05/2025

A Akaer, empresa brasileira referência em tecnologia e inovação no setor aeroespacial, marcou presença na primeira apresentação da aeronave de testes D328eco. O rollout, como é conhecido o evento em inglês, ocorreu nesta quarta-feira (28), no Aeródromo de Oberpfaffenhoven, Alemanha.

O rollout representa um avanço para o programa da aeronave turboélice sustentável de 40 lugares, na qual a Akaer desempenha um papel fundamental como responsável pela fabricação em série da fuselagem dianteira — incluindo industrialização, ferramental, protótipos e estudos associados.

A apresentação do primeiro avião de testes, com a incorporação de novas tecnologias — entre elas, motores e aviônicos atualizados — teve como objetivo validar as características de voo antes do primeiro voo oficial.

Este marco antecede o início da produção da fuselagem dianteira na fábrica da Akaer, em São José dos Campos (SP).

“O rollout do D328eco é um avanço para um projeto significativo na aviação regional, com foco em sustentabilidade e eficiência. Para a Akaer, participar deste momento e ser responsável por um componente crítico, como a fuselagem dianteira, reforça nossa posição como a primeira empresa brasileira do setor aeroespacial reconhecida como Fornecedora Global de Nível 1 (Tier 1). Estamos prontos e ansiosos para iniciar a produção e contribuir para o sucesso desta aeronave inovadora”, afirma Cesar Silva, CEO da Akaer, presente no evento ao lado do Senior Advisor, Marco Tulio Pellegrini. 

24 maio, 2025

Acesso aos códigos-fonte e ToT: o acerto estratégico do Brasil ao escolher o Gripen

 


*LRCA Defense Consulting - 21/05/2025

Recentemente, conforme a mídia indiana tem publicado com destaque, a francesa Dassault Aviation rejeitou firmemente o pedido da Índia de acesso aos códigos-fonte dos 62 caças Rafale que adquiriu, como será mostrado na reportagem reproduzida no final desta matéria. A Índia busca esses códigos - que controlam sistemas críticos como o radar AESA (Thales RBE2) e o computador de missão modular (MMC) - para integrar armas e sistemas aviônicos desenvolvidos localmente, como o míssil Astra e o Rudram, e alcançar maior autonomia operacional sob a iniciativa "Atmanirbhar Bharat" (Índia Autossuficiente).

Com base nesse fato e em diversas outras considerações, esta Consultoria acredita que a decisão brasileira de escolher o caça sueco Saab JAS 39 Gripen E/F no âmbito do programa F-X2 (iniciado em 2008 e concluído com a assinatura do contrato em 2014) foi um grande acerto estratégico, especialmente quando analisada sob a perspectiva do acesso aos códigos-fonte e da transferência de tecnologia (ToT), haja vista que reflete uma combinação de fatores técnicos, econômicos, políticos e estratégicos que posicionam o Brasil de maneira vantajosa no cenário aeroespacial e de defesa.

A seguir, são abordados os principais pontos que sustentam essa afirmação, com base nas informações disponíveis e em uma análise crítica.

Acesso aos códigos-fonte: autonomia e flexibilidade tecnológica e operacional

Um dos pilares centrais da escolha do Gripen foi o compromisso da Saab em oferecer acesso irrestrito aos códigos-fonte do caça, algo que os concorrentes (Boeing F/A-18 Super Hornet e Dassault Rafale) não conseguiram igualar de forma tão abrangente. O acesso aos códigos-fonte permite à Força Aérea Brasileira (FAB) e à indústria nacional, como a Embraer, realizar atualizações, integrações de novos sistemas e armamentos, além de manutenções de forma autônoma.

Isso é crucial para:

- Independência operacional: o Brasil pode integrar armamentos e sensores de origem diversa, bem como modificar o software dos sistemas de missão, radares e armamentos sem necessidade de autorização estrangeira, adaptando o Gripen às suas necessidades específicas, como o sistema de comunicação Link BR2, desenvolvido localmente. Essa flexibilidade reduz a dependência de fornecedores estrangeiros, um fator estratégico em um cenário geopolítico onde sanções ou restrições de exportação podem limitar o acesso a tecnologias sensíveis.

- Maior segurança cibernética e operacional: o Gripen permite ao operador instalar sistemas de criptografia nacionais, o que impede a interceptação ou espionagem por países terceiros. Outros caças frequentemente impõem a adoção de sistemas proprietários e controlados externamente.

O Gripen também não depende de  redes externas que centralizam dados de manutenção e operação (como o sistema ALIS/ODIN dos EUA), evitando riscos de bloqueio remoto ou coleta de dados sensíveis por terceiros.

- Sustentabilidade a longo prazo: com uma arquitetura de software aberta, o Gripen pode ser atualizado ao longo de sua vida útil (estimada em 40 anos), incorporando tecnologias emergentes, como capacidades furtivas ou integração com drones, sem a necessidade de aprovações externas.

- Segurança nacional: o controle sobre os códigos-fonte minimiza riscos de vulnerabilidades ou interferências externas, especialmente em um contexto de tensões geopolíticas, como as mencionadas em postagens recentes que alertam para possíveis pressões dos EUA devido à aproximação do Brasil com países como Rússia e China.

Esse nível de controle é raro em contratos internacionais de defesa e representa um salto qualitativo para a Força Aérea Brasileira (FAB) em termos de soberania militar.

Transferência de Tecnologia: um salto para a indústria nacional

O programa de ToT associado ao Gripen é descrito como o maior da história da Suécia e o mais extenso em curso no Brasil. Ele envolve mais de 600 mil horas de treinamento e 62 projetos, abrangendo áreas como sistemas de comunicação, integração de armamentos, ensaios em voo, aviônicos, aerodinâmica e produção de componentes estruturais.

Os principais benefícios incluem:

- Capacitação da indústria brasileira: cerca de 350 profissionais brasileiros, incluindo engenheiros e técnicos, foram treinados na Suécia, participando de atividades práticas (on-the-job training) em Linköping. Esses profissionais retornam ao Brasil para multiplicar o conhecimento, fortalecendo empresas como Embraer, AEL Sistemas, Akaer, Kryptus e Atech, além do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA/FAB), resultando na participação direta da indústria nacional no desenvolvimento, montagem e produção de partes significativas das aeronaves, assim como no estabelecimento de um centro de desenvolvimento em Gavião Peixoto (SP), permitindo a capacitação de engenheiros e técnicos brasileiros.

- Integração na cadeia global de suprimentos: empresas brasileiras, como a AEL Sistemas, tornaram-se fornecedoras globais da Saab, produzindo displays avançados (WAD, HUD e HMD) para todos os Gripen E/F, o que posiciona o Brasil como um potencial centro de exportação de componentes de alta tecnologia.

- Desenvolvimento local: a linha de produção do Gripen E em Gavião Peixoto (SP), inaugurada em 2023, é a única fora da Suécia. Das 36 aeronaves contratadas, 15 estão sendo produzidas no Brasil, com a primeira já em fase de montagem final. Isso consolida o Brasil como um polo de desenvolvimento, produção e testes, com o Centro de Ensaios em Voo (GFTC) e o Centro de Projetos (GDDN).

- Inovações exclusivas: o desenvolvimento do Gripen F (biposto), liderado por engenheiros brasileiros, é um exemplo de como a ToT vai além da simples absorção de conhecimento, permitindo ao Brasil contribuir ativamente com inovações, como a integração de uma segunda estação de pilotagem e o sistema Link BR2.

Custo-benefício e sustentabilidade econômica
O Gripen foi a opção mais econômica entre os concorrentes do F-X2, tanto em termos de aquisição quanto de custos operacionais. O contrato de 2014, avaliado em cerca de R$ 21 bilhões (atualizado), inclui 36 aeronaves, treinamento, suporte logístico e ToT. Comparado ao Rafale e ao F/A-18, o Gripen oferece:

- Menor custo operacional: por ser um caça leve, com um único motor (General Electric F414-GE-39E), consome até 30% menos combustível e exige manutenção mais barata.

- Flexibilidade operacional: o Gripen pode operar em pistas curtas (600 metros) e até em estradas, o que o torna ideal para as necessidades da FAB.

- Escalabilidade: a adição de quatro aeronaves ao contrato original (totalizando 40) e a possibilidade de um segundo lote de 26 caças indicam a viabilidade de expandir a frota sem comprometer o orçamento, embora desafios fiscais possam atrasar entregas até a década de 2030.

- Tecnologias de ponta: Apesar de ser uma aeronave monomotor, ela incorpora tecnologias de ponta como:
- Radar AESA;
- Sistemas avançados de guerra eletrônica;
- Data links seguros e sensor fusion.

Além disso, sua natureza modular facilita futuras atualizações e adaptações a necessidades específicas do Brasil.

Capacitação e geração de empregos
O projeto contribui diretamente para o desenvolvimento do complexo industrial de defesa nacional, com:
- Geração de milhares de empregos qualificados;
- Capacitação técnica e tecnológica da mão de obra brasileira;
- Estímulo à inovação e à pesquisa em áreas estratégicas.

Contexto geopolítico e estratégico

A escolha do Gripen reflete uma decisão geopolítica astuta. A Suécia, como então nação neutra, oferecia menor risco de imposição de restrições políticas ou embargos, ao contrário dos EUA, cuja relação com o Brasil foi abalada pelo escândalo de espionagem da NSA em 2013. Mesmo com sua adesão plena à OTAN em março de 2024,  o país ainda oferece poucos riscos de adotar políticas restritivas. Além disso:

- Parceria estratégica Brasil-Suécia: a colaboração vai além dos caças, envolvendo negociações para a venda do Embraer KC-390 à Suécia, bem como do Gripen a países latino-americanos, o que fortalece laços bilaterais e abre mercado para a indústria brasileira.

- Posicionamento regional: o Gripen E/F é o caça mais avançado da América Latina, superando em tecnologia os concorrentes regionais. Isso reforça a liderança do Brasil na região, com potencial para exportar caças Gripen para outros países da América Latina, como foi o recente caso de sua escolha pela Colômbia.

- Resiliência a pressões externas: apesar de especulações sobre possíveis interferências dos EUA (como a investigação do Departamento de Justiça em 2024), a ToT e o acesso aos códigos-fonte garantem que o Brasil mantenha controle sobre o programa, reduzindo vulnerabilidades a pressões externas.

Desafios e Críticas
Apesar dos méritos, a decisão enfrenta críticas e desafios:
- Atrasos no cronograma: limitações orçamentárias brasileiras podem adiar a entrega completa das aeronaves para a década de 2030, o que pode impactar a prontidão operacional da FAB.

- Escalabilidade limitada: críticos apontam que a ToT pode ter utilidade reduzida se o Gripen não conquistar mercado na América Latina, limitando o retorno econômico do investimento. No entanto, o primeiro passo já foi dado, com a Colômbia selecionando a aeronave.

- Riscos geopolíticos: a aproximação do Brasil com Rússia e China pode levar a tensões com os EUA, potencialmente afetando componentes americanos do Gripen (como o motor GE F414). No entanto, o acesso aos códigos-fonte e a ToT mitiga esses riscos, garantindo maior autonomia.

Embraer: a grande empresa beneficiada
A Embraer é a grande beneficiada pela escolha do caça Saab Gripen pelo Brasil devido aos seguintes fatores:

- Transferência de tecnologia: o contrato com a Saab incluiu um amplo programa de transferência de tecnologia, permitindo à Embraer adquirir ou incrementar conhecimentos avançados em engenharia, sistemas aeronáuticos (como aviônica, integração de sistemas e testes de voo) e sistemas de combate ligados à fabricação de aeronaves supersônicas, setores nos quais ela não atuava diretamente. Além disso, a Embraer se tornou responsável por partes significativas da produção, montagem e desenvolvimento de versões específicas do Gripen, inclusive para exportação. Isso fortalece sua capacidade tecnológica, amplia seu portfólio militar e abre portas para novos mercados e contratos internacionais.

- Produção local: a Embraer coordena a produção de 15 dos 36 caças Gripen E/F em sua fábrica em Gavião Peixoto (SP), consolidando sua posição como um polo industrial de defesa e gerando empregos qualificados.

- Parceria estratégica: a colaboração com a Saab posiciona a Embraer como parceira estratégica em um projeto global, aumentando sua relevância no mercado internacional de defesa e abrindo oportunidades para exportações, como, por exemplo, para a Colômbia e, possivelmente, para o Peru.

- Fortalecimento do KC-390: a parceria inclui suporte da Saab para promover o cargueiro KC-390 da Embraer no mercado internacional, como na Suécia, ampliando seu alcance comercial.

- Infraestrutura e capacitação: a Embraer ganhou infraestrutura avançada, como o Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen (GDDN) e o Centro de Ensaios em Voo (GFTC), além de treinamento para mais de 350 profissionais, elevando sua expertise.

- Hub conjunto C-390 / Gripen para produção em outros países: a experiência da Embraer em transferência de tecnologia (como no programa Gripen no Brasil) poderá ser replicada em outros países, desde que a escala do mercado justifique investimentos como, por exemplo, na Índia, onde a  Embraer propôs um hub regional para montagem e exportação do C-390, caso o país selecione a aeronave para seu programa de Aeronaves de Transporte Médio (MTA), que prevê a aquisição de 40 a 80 unidades.

A Índia é o mercado mais promissor para esse cenário, devido à demanda por caças (MMRCA 2.0 - 114 caças) e à política de produção local. Caso vença a concorrência com o seu C-390, a Embraer e a Saab podem propor uma linha de montagem conjunta, aproveitando o hub a ser estabelecido para esta aeronave.

No entanto, além da Índia, há outros países para onde, atualmente, a Embraer pretende se expandir e, talvez, estabelecer um hub de montagem ou fabricação do C-390, como Arábia Saudita, Polônia e Marrocos, caso também receba encomendas de porte que justifiquem o investimento, ficando a questão de uma produção conjunta do Gripen como uma possibilidade em aberto.

Caso Portugal desista formalmente do F-35 e venha a optar pelo Gripen, como defendem alguns setores da Força Aérea Portuguesa, as instalações da Embraer/OGMA nesse país estão em condições de, em prazo relativamente curto, serem adaptadas para colaborar na fabricação ou montagem da aeronave.

Um acerto estratégico para o Brasil e para sua base industrial de defesa
Num cenário geopolítico marcado por incertezas e por restrições impostas por países fornecedores de armamentos (como, por exemplo, no atual impasse entre Índia e França em relação ao caça Rafale, descrito na matéria a seguir), a decisão brasileira de escolher o Saab Gripen se mostra prudente, visionária e soberana.

Assim, é forçoso concluir que a escolha do Gripen foi um acerto estratégico para o Brasil, equilibrando custo, desempenho e autonomia. O acesso aos códigos-fonte assegura independência operacional e flexibilidade para integrar sistemas nacionais, enquanto o extenso programa de ToT fortalece a Base Industrial de Defesa, posicionando o Brasil como um player relevante no mercado aeroespacial global. Ela não apenas atende às necessidades operacionais da FAB, mas também promove um desenvolvimento autônomo e sustentável da capacidade aeroespacial e de defesa do Brasil — um passo fundamental para qualquer nação que almeje protagonismo estratégico no século XXI.

Por fim, a parceria com a Saab - e, por extensão, com a Suécia - aliada à produção local e à maior capacitação da Embraer como um player global em defesa, gera ganhos tecnológicos, industriais e comerciais para todo o ecossistema industrial brasileiro envolvido, direta ou indiretamente, no desenvolvimento e na produção do Gripen, que inclui empresas como Atech, Akaer, Kryptus e AEL Sistemas, além de diversas outras, criando um legado duradouro que transcende a aquisição de 36 (ou potencialmente 40) caças. 

Apesar de desafios orçamentários e geopolíticos, a decisão reforça a soberania tecnológica e a capacidade de defesa do Brasil, alinhando-se à Estratégia Nacional de Defesa.

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Divisão Profunda sobre caças Rafale: Índia solicita acesso, França recusa

*Aero Haber - 19/05/2025

A Dassault Aviation rejeitou firmemente o pedido da Índia de acesso aos códigos-fonte dos caças Rafale. A empresa de defesa francesa citou a importância estratégica e a sensibilidade dos códigos à segurança como motivos para mantê-los confidenciais.

Tensões crescentes sobre o acesso ao código-fonte
Em 2016, a Índia assinou um acordo de € 7,8 bilhões com a França para 36 caças Rafale, todos entregues e implantados nas bases aéreas de Ambala e Hasimara. No entanto, os códigos de sistema necessários para integrar os sistemas de armas de fabricação indiana aos jatos Rafale não foram compartilhados pela França.

França: esta é uma informação estratégica
As empresas de defesa francesas Dassault Aviation e Thales enfatizaram que os códigos-fonte são o resultado de décadas de P&D. Elas argumentaram que o compartilhamento dessas informações poderia levar a:
- Disseminação de segredos tecnológicos,
- Comprometimento da integridade do sistema,
- Surgimento de vulnerabilidades de segurança e
- Complicações no fornecimento de suporte técnico.

Grécia também opera Rafales
A controvérsia não se limita à Índia. A Grécia, que mantém tensões periódicas com a Turquia, também adicionou recentemente jatos Rafale à sua frota. A falta de acesso aos códigos-fonte significa que os usuários do Rafale podem não conseguir personalizar totalmente a aeronave ou integrá-la efetivamente aos sistemas domésticos.

Novo acordo e expectativas da Índia
Em abril de 2025, a Índia assinou um novo acordo de € 6,9 bilhões para a versão naval do Rafale, o Rafale-M. A previsão é que os 26 jatos sejam entregues à Marinha Indiana entre 2028 e 2030, com implantação prevista nos porta-aviões INS Vikrant e INS Vikramaditya.

A Índia pretende integrar armas nacionais, como o míssil Astra Mk1 e a SAAW (Arma Antiaérea Inteligente), à ​​plataforma Rafale. No entanto, a França está fornecendo apenas suporte técnico limitado e controlado para essas integrações. O desenvolvimento está sendo realizado por meio de kits de desenvolvimento de software fornecidos pela Dassault e com equipes de engenharia conjuntas.
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Saiba mais:
- Why Is Dassault Refusing to Share the Rafale Source Code with India?

- Dassault’s Reluctance to Share Rafale Source Code with India

- IAF Insists on Rafale Source Code Access for AESA Radar, MMC to Enable Independent Weapons Upgrades like Astra and SAAW

13 abril, 2025

Em parceria com a brasileira Akaer, Portugal terá sua primeira aeronave civil/militar projetada e fabricada no país


*LRCA Defense Consulting - 13/04/2026

Em dezembro de 2024, esta Consultoria noticiou que a  Akaer, uma das empresa brasileiras líderes em inovação nas áreas de Defesa e Aeroespacial, foi selecionada pela portuguesa EEA Aircraft and Maintenance, S.A. para produzir as estruturas da aeronave LUS-222.

A Akaer será responsável pela fabricação, no Brasil, da fuselagem, asa completa, estabilizadores horizontais e verticais e também de todas as superfícies de controle do avião.

O LUS-222 é uma aeronave regional leve, desenvolvida para usos civis e militares, para o mercado global. O Programa LUS-222 é liderado pela EEA Aircraft and Maintenance e tem a participação de várias empresas do ecossistema aeronáutico português, com apoio da Força Aérea do país e do Governo de Portugal.

A Akaer será a primeira empresa brasileira a fornecer a estrutura total de uma aeronave de transporte regional e de cargas. A produção acontecerá em São José dos Campos (SP) a partir do primeiro trimestre de 2025. O primeiro voo do LUS-222 está previsto para 2027.

Neste ano, a aeronave foi apresentada na LAAD Defense & Security 2025, como pode ser visto na matéria abaixo.
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Portugal apresenta o primeiro avião civil-militar LUS-222 e procura contratos no Brasil

*Expresso - 02/04/2025

Representantes da CTI Aeroespacial, incluindo militares da Força Aérea Portuguesa e da empresa Aircraft and Maintenance, apresentaram esta quarta-feira a aeronave LUS-222, no Brasil, durante a feira LAAD Defense & Security, realizada no Rio de Janeiro.

O LUS-222 é um bimotor de asa alta com porta de carga traseira projetado pelo Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto (CEiiA), a Força Aérea Portuguesa e a empresa Geosat, primeira aeronave projetada e fabricada em Portugal, que deverá realizar o primeiro voo em 2028.

Os desenvolvedores do projeto preveem que o avião terá a capacidade de transportar 19 passageiros ou até duas toneladas de carga, podendo atuar em missões militares, missões de busca e salvamento e também na aviação comercial regional. A aeronave terá um alcance de até 2.100 quilómetros e poderá atingir velocidade de até 370 quilómetros por hora.

João Cartaxo Alves, chefe do Estado-Maior da Força Aérea Portuguesa, disse à Lusa que a aeronave foi projetada inicialmente transporte civil regional, mas com a adesão da Força Aérea houve o desenvolvimento de capacidades e perspetivas para missões militares.

“A Força Aérea juntou-se ao projeto por ver as necessidades [do mercado] e também por poder adaptar a aeronave para cumprir determinadas missões fundamentais, nomeadamente, desde logo, o apoio à preservação da vida em evacuações aeromédicas, em busca e salvamento, em transporte e carga, lançamento de carga para sítios em que haja necessidade e que haja impossibilidade de aterrar”, explicou Cartaxo Alves.

“É para isso que a Força Aérea se juntou a este projeto para desenvolver esta característica do ‘dual-use’ civil e militar e é nisso que estamos a desenvolver este projeto”, acrescentou.

Investimento de 220 milhões
O projeto do LUS-222 conta com investimentos de 220 milhões de euros, que incluem a construção de uma fábrica em Ponte de Sor, capaz de produzir 12 aviões por ano num turno e 20 aviões por ano em dois turnos.

O projeto é financiado por fundos públicos nacionais e europeus, através do apoio do Governo português, por capitais próprios dos acionistas da empresa e fundos de investimento privados.

Miguel Braga, administrador da Aircraft and Maintenance, empresa que está a desenvolver e que vai construir, industrializar e comercializar o avião, apontou que a aeronave portuguesa tem um trem de poiso fixo e pode aterrar em pistas não preparadas, não pavimentadas e muito curtas e, portanto, o Brasil é um bom mercado para sua comercialização.

“Porquê o Brasil? Por duas razões principais. Uma, é público que a Força Aérea Brasileira quer substituir a aeronave Bandeirantes, que continua a operar, mas que já não se fabrica e o Brasil tem mais de 60 aviões Bandeirantes hoje em operação que vão terminar o seu tempo de vida”, afirmou Braga.

“Portanto, o Luz 222 apresenta-se como uma das soluções para a Força Aérea Brasileira substituir a sua frota de aviões do mesmo segmento que já vão deixar de voar”, acrescentou.

Relação com o Brasil estende-se à Embraer

Falando sobre a parceria entre Brasil e Portugal no segmento de Defesa e Aviação, que vai além da aeronave apresentada na maior feira de Defesa da América Latina no Rio de Janeiro, Cartaxo Alves classificou a relação entre os países de “virtuosa e fundamental”.

“Nessas parcerias ao nível da aeronáutica aeroespacial, desde logo, vemos o caso do KC-390 da Embraer. A Força Aérea Portuguesa, depois a seguir, veio ajudar também no desenvolvimento de algumas capacidades do Supertucano [da Embraer]”, lembrou o chefe do Estado-Maior da Força Aérea Portuguesa.

“E, agora, vemos aqui também uma parceria muito interessante entre capacidades de Portugal e do Brasil, nomeadamente a conceção, o pensamento e o desenvolvimento de uma aeronave totalmente portuguesa, mas também com a Akaer, uma empresa brasileira, que vai desenhar estruturas das aeronaves, as asas, a fuselagem, e portanto há uma parceria virtuosa”, concluiu.

08 abril, 2025

Plataforma de Treinamento Aerotático: mais um projeto inovador da Akaer foi entregue


*LRCA Defense Consulting - 08/04/2026

A Akaer teve mais um projeto inovador entregue, após ter sido escolhida para projetar, fabricar e montar uma Plataforma de Treinamento Aerotático, reforçando sua expertise em tecnologia e desenvolvimento no setor de aviação.

O equipamento de ponta, que simula em escala real a cabine de um helicóptero AS350 (Eurocopter), foi criado para aprimorar habilidades e aumentar a segurança de operadores aéreos em missões críticas. Com ele, será possível treinar operações essenciais, como:

- Cargas externas (Bambi-bucket, cesto e McGuire)
- Embarque e desembarque de operadores (Rapel, Mata-leão e Preguiça)

A plataforma será instalada no Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAER-MT), reforçando o compromisso da empresa com a segurança e o treinamento avançado das forças operacionais. 

O Eurocopter AS350 Écureuil (ou Esquilo), hoje Airbus Helicopters H125, é um helicóptero utilitário leve originalmente desenvolvido pela Aérospatiale e Eurocopter, hoje Airbus Helicopters. É fabricado no Brasil pela Helicópteros do Brasil S.A (Helibras) com a nomenclatura HB350 B. Segundo a Helibras, a nacionalização é de 43%.

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