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09 julho, 2025

Indonésia e Brasil prontos para colaborar em mísseis e submarinos, diz presidente indonésio

 

*ANTARA - 09/07/2025

O presidente Prabowo Subianto declarou que ele e o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva concordaram que os dois países colaborariam no desenvolvimento de tecnologia relacionada a mísseis e sistemas submarinos.

Em uma reunião bilateral entre os governos indonésio e brasileiro, liderada pelo presidente Prabowo e pelo presidente Lula, os dois países concordaram em aumentar a cooperação em vários setores, incluindo economia, comércio, agricultura, educação, defesa e indústria de defesa.

Sistemas de mísseis e submarino

"Nossas Forças Armadas têm utilizado extensivamente os equipamentos e produtos de defesa do seu país, e queremos continuar essa cooperação por meio da produção conjunta e da transferência de tecnologia. Também queremos aumentar os exercícios militares conjuntos e a colaboração tecnológica em sistemas de mísseis e submarinos", disse o Presidente Prabowo durante um pronunciamento conjunto com o Presidente Lula no Palácio do Planalto, em Brasília, na quarta-feira (9 de julho).

A coletiva de imprensa conjunta encerrou a visita de Estado do Presidente Prabowo ao Palácio do Planalto, resumindo os resultados do encontro bilateral entre o Presidente Prabowo e o Presidente Lula.

Na declaração conjunta, o Presidente Prabowo também enfatizou que a Indonésia implementará imediatamente o Acordo de Cooperação de Defesa (DCA) entre a Indonésia e o Brasil, que foi ratificado em lei em 30 de setembro de 2024.

Alguns dos equipamentos de defesa fabricados no Brasil atualmente utilizados pela Indonésia incluem o caça tático EMB-314 Super Tucano e o veículo lançador de foguetes Astros II MK6.

Outras cooperações
Não apenas no setor de defesa, o Presidente Prabowo e o Presidente Lula também concordaram em aumentar a cooperação nas áreas de agricultura e segurança alimentar, energia, especialmente a transição para energia limpa, comércio e investimento, especialmente em relação à Agência de Gestão de Investimentos de Danantara (BPI).

A delegação do Governo da República da Indonésia que acompanhou o Presidente Prabowo na reunião bilateral foi composta pelo Ministro Coordenador de Alimentos, Zulkifli Hasan, pelo Ministro de Energia e Recursos Minerais, Bahlil Lahadalia, pelo Ministro do Comércio, Budi Santoso, pelo Ministro do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia, Brian Yuliarto, pelo Vice-Ministro das Relações Exteriores, Arrmanatha Christiawan Nasir, pelo Secretário de Gabinete, Teddy Indra Wijaya, e pelo Embaixador da Indonésia no Brasil, Edy Yusup.

Enquanto isso, o Presidente Lula estava acompanhado pelo Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, pelo Ministro da Agricultura, Carlos Henrique Baqueta Fávaro, pelo Ministro da Educação, Camilo Santana, pelo Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, José Wellington Barroso de Araújo Dias, pela Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pelo Assessor da Presidência, Celso Amorim, e pelo Embaixador do Brasil na Indonésia, George Prata. 

31 março, 2025

Mac Jee projeta produção nacional de mísseis, incluindo mísseis de cruzeiro

 


*LRCA Defense Consulting - 31/03/2025 (atualizado em 02/04, às 14h27)

Na última semana, a Mac Jee participou de uma importante reunião com o Secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, Daniel Almeida Filho, vinculado ao MCTI – Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (LinkedIn).
 
A iniciativa, promovida pela Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil – AIAB, foi uma excelente oportunidade para a empresa apresentar o projeto RATO-14X, seu propulsor hipersônico, destacando os desafios tecnológicos e os benefícios estratégicos que ele representa para o ecossistema industrial e de inovação do Brasil.

O RATO-14X, com 14 metros de comprimento e 1,5 metro de diâmetro, atingiria velocidades de Mach 10,3, transportando o veículo hipersônico 14X da FAB (com 600 kg) até o momento de seu lançamento.

RATO-14X na LAAD 2025 (Foto: Zona Militar)

Produção nacional de mísseis
Um dos pilares desse projeto é a implantação de uma planta de carregamento de motores-foguete em sua unidade de Paraibuna — uma infraestrutura estratégica, concebida não apenas para propulsão sólida, mas também voltada à produção nacional de mísseis, incluindo mísseis de cruzeiro. 

O planejamento da empresa abarcando a produção de mísseis, inclusive de cruzeiro, explica seu interesse em, eventualmente, vir a adquirir toda ou parte da Avibras, especialmente o know-how de seu míssil de cruzeiro AV-TM 300.

Segundo a Mac Jee, esta unidade reforça o seu posicionamento como ator-chave no desenvolvimento de capacidades críticas em projetos de uso dual, aeroespacial e de defesa.
 
A Mac Jee declara acreditar firmemente que a soberania tecnológica do Brasil deva ser construída por meio de um modelo robusto de integração entre indústria, academia e governo. A empresa saúda os esforços do MCTI, liderados pelo Secretário Daniel, no fortalecimento da colaboração com os setores aeroespacial e de defesa e na adequação das políticas nacionais de inovação às suas reais necessidades.

20 fevereiro, 2025

SIATT e Marinha firmam contrato para desenvolver conceito operacional de mísseis superfície-ar e ar-superfície

 


*LRCA Defense Consulting - 20/02/2025

A SIATT, Empresa Estratégica de Defesa (EED) e líder brasileira em armamentos inteligentes, assinou nesta quinta-feira (20), um importante Acordo de Cooperação Técnica com a Marinha do Brasil para definição do Conceito Operacional dos Mísseis Superfície-Ar (MSA) e Mísseis Ar-Superfície (MAS). O evento ocorreu em Abu Dhabi, durante a IDEX 2025.

O documento foi assinado por Rogerio Salvador, CEO da SIATT, e o Vice-Almirante Carlos Zampieri, Diretor Geral da DSAM (Diretor de Sistemas de Armas da Marinha), na presença do Almirante de Esquadra Marcos Olsen, Comandante da Marinha do Brasil, Almirante de Esquadra Edgar Barbosa , Diretor-Geral da DGMM, e do CFO do Grupo EDGE Rodrigo Torres.

O acordo tem o objetivo de fortalecer a capacidade de defesa nacional e também o aprimorar tecnologias de emprego militar. O foco principal será o desenvolvimento e produção de novos mísseis baseado na tecnologia do míssil MANSUP.

Para Rogerio Salvador, o acordo de cooperação técnica representa a confiança que a Marinha do Brasil deposita na SIATT. É um marco muito significativo para a empresa que reforça e estreita a parceria com a Marinha do Brasil. Marca também o ponto de partida para a extensão de novos projetos conjuntos.

A visão da Diretoria de Sistemas de Armas da Marinha – DSAM, é dar prosseguimento ao bem-sucedido trabalho do MANSUP e estender o domínio da capacidade de armamentos para outras aplicações. O Vice-Almirante Carlos Henrique Zampieri, Diretor de Sistemas de Armas da Marinha, declarou “o orgulho da Marinha do Brasil em trabalhar com a SIATT, agora no desenvolvimento de um conceito operacional para uma futura família de mísseis, derivados do MANSUP e do MANSUP de alcance estendido, voltados para os mísseis superfície- ar, e mísseis ar- superfície para equipar a Marinha do amanhã.”

Sobre a SIATT
A SIATT – Sistemas Integrados de Alto Teor Tecnológico é uma empresa brasileira especializada no desenvolvimento de sistemas inteligentes para defesa e segurança. Com expertise em mísseis, a SIATT fornece soluções de alta performance para as Forças Armadas, contribuindo para a soberania e a inovação tecnológica do Brasil. Desde 2023, o Grupo EDGE, dos Emirados Árabes Unidos, é um parceiro estratégico com 50% de participação na empresa.
 

24 novembro, 2024

Delegação privada de defesa da Índia visitará o Brasil com foco no desenvolvimento conjunto de sistemas avançados de armas aeroespaciais e de defesa

A-29 Super Tucano: uma opção para a Índia?

*LRCA Defense Consulting - 24/11/2024

Conforme o portal Indian Defence Research Wing divulgou hoje, uma delegação do setor de defesa privado indiano está programada para visitar o Brasil com a finalidade de explorar caminhos para o desenvolvimento conjunto de sistemas avançados de armas aeroespaciais e de defesa. Este passo significativo visa aprofundar a cooperação entre os dois países no setor de defesa, alavancando suas capacidades complementares e interesses compartilhados.

Embraer em destaque
A delegação indiana visitará várias instalações de defesa brasileiras importantes, incluindo a sede da Embraer, uma empresa aeroespacial líder conhecida por sua fabricação de aeronaves e expertise tecnológica. As discussões devem se concentrar no desenvolvimento conjunto de sistemas de armas para benefício mútuo. Em tela, as oportunidades de cofabricação na indústria aeroespacial, incluindo jatos de combate e aeronaves de transporte.

O Brasil teria proposto um sistema de troca como base para alguns dos acordos de defesa. Os principais elementos desta proposta incluem a venda do C-390 Millennium, o avançado avião de transporte tático do Brasil, que poderia ser oferecido à Índia em troca do LCA-Tejas Mk1A, a aeronave de combate leve desenvolvida internamente pela Índia.

As negociações incluiriam ainda o desenvolvimento de aeronaves avançadas e UAVs, combinando a expertise da Embraer com as crescentes capacidades de fabricação de aviação da Índia, bem como o desenvolvimento conjunto de mísseis, munições guiadas e sistemas avançados de guerra eletrônica.

Submarinos
Seriam também exploradas soluções de manutenção para plataformas compartilhadas, como os submarinos da classe Scorpène, que ambos os países operam. Tais acordos de manutenção cooperativa visariam uma melhor relação custo-efetividade e de eficiência operacional para ambas as nações.

Foco em aeronaves, submarinos, mísseis, munições guiadas e guerra eletrônica
Uma análise da reportagem permite concluir que o foco da visita seriam aeronaves, submarinos, mísseis, munições guiadas e guerra eletrônica.

No entanto, o grande foco parece ser a Embraer, com sua aeronave multimissão C-390 Millennium e, considerando a inserção da única fotografia na matéria, também o A-29 Super Tucano.

O C-390 fala por si só em suas conhecidas capacidades multimissão, mas ficam na mesa as possibilidades de estudo de sua versão de patrulha marítima armada e, por que não, também da versão AEW&C, já aventada pelo mesmo portal.

C-390 em uma versão AEW&C (Arte: IDRW)

C-390 na versão patrulha marítima armada (MPA) em arte da Embraer

Chamou a atenção a fotografia do A-29 Super Tucano ter sido colocada para ilustrar a matéria, haja vista que o normal seria o imponente C-390, que estampa tantas manchetes na mídia mundial nos dias atuais.

Um possível interesse indiano nessa aeronave de ataque leve poderia se prender às necessidades de contrainsurgência de suas forças armadas, especialmente na fronteira com o Paquistão, onde a Índia tem sérios, permanentes e mortais problemas com grupos guerrilheiros armados.

Outra possibilidade seria o emprego do Super Tucano em atividades anti-drone, visando o eterno contencioso com a China e com o Paquistão, países que possuem uma grande e variada frota de drones que representam uma constante ameaça à Índia. Atualmente, além de mísseis de alto valor, suas forças armadas só possuem helicópteros que poderiam também ser utilizados para tal fim, evidenciando a falta de uma arma aérea que seja realmente eficaz e apresente um custo-benefício claramente favorável.

Em termos de drones de reconhecimento, vigilância, inteligência e ataque, a Índia parece estar muito bem servida por sua própria indústria de defesa. No Brasil, a opção de um drone de ataque é o Nauru 1000C, fabricado pela XMobots, empresa que possui uma significativa participação da Embraer. Para as demais missões, há também outros fornecedores, como a Akaer, com o seu Albatross, e a Stella Tecnologia, com os drones Atobá, Albatroz e Condor. Para drones navais, há o da EMGEPRON/TideWise.

No tocante a mísseis de todos os tipos, área em que a Índia está bastante desenvolvida, os grandes destaques brasileiros são a SIATT e a Avibras, enquanto que nas munições guiadas despontam a Mac Jee, com o kit de orientação de munição aérea Dagger e com o drone kamikase ANSHAR, e a Stella Tecnologia,  com a munição vagante Siopi. É bastante possível esperar que os indianos façam esforços para oferecer ao Brasil seus sistemas de mísseis mais destacados, como o antiaéreo Akash e o antinavio Brahmos.

Na área dos submarinos Scorpène, os contatos certamente englobarão a EMGEPRON, além de outras empresas ligadas ao projeto.

Com relação à guerra eletrônica (EW), a Índia certamente teria muito a colaborar com o Brasil, haja vista que há uma grande carência de fabricantes nacionais para esse tipo de equipamento.

Oportunidades em inovação e compartilhamento de tecnologia
A parceria entre a Índia e o Brasil em defesa não apenas melhora as relações bilaterais, mas também fortalece suas posições nos mercados globais de defesa. Ambos os países são exportadores emergentes de defesa com capacidades significativas de P&D, e tais colaborações podem desbloquear novas oportunidades em inovação e compartilhamento de tecnologia.

15 novembro, 2024

Suécia bloqueou construção de 13 parques eólicos offshore com receio de enganarem o radar e "encobrirem" mísseis russos

Primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, olha para as turbinas eólicas do parque eólico offshore de Middelgrunden, em Oeresund, entre a Dinamarca e a Suécia, nos arredores de Copenhague, em 22 de abril de 2021. (Emil Helms/Ritzau Scanpix/AFP via Getty Images)

*Defense News, por Linus Höller - 11/11/2024

O governo da Suécia bloqueou neste mês a construção de 13 parques eólicos offshore devido a preocupações de que eles encurtariam a janela de alerta precoce do país para um ataque de mísseis russos.

A decisão marca outro exemplo na Europa de fatores de segurança nacional influenciando decisões políticas que eram consideradas de natureza civil antes da invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022.

Neste caso, a questão é sobre dois interesses conflitantes: independência energética sustentável e vigilância do espaço aéreo nacional. Isso porque os parques eólicos podem interagir com sinais de radar, reduzindo a qualidade da imagem aérea situacional ou até mesmo bloqueando partes do céu.

“O tempo de reação no caso de um ataque de míssil pode ir de 2 minutos a 60 segundos com parques eólicos no caminho”, escreveu o Ministro da Defesa sueco Pål Jonson em uma série de posts no X, anteriormente conhecido como Twitter. Eles foram acompanhados por um desenho esquemático dos parques eólicos projetando uma “sombra” atrás deles, na qual mísseis e mísseis de cruzeiro permaneceriam sem serem detectados.

A ameaça percebida vem claramente da Rússia, com Jonson apontando que “a proximidade com o enclave russo fortemente militarizado” de Kaliningrado era “importante neste contexto”.

Especialistas falando com a Defense News para esta história disseram que a interferência de radar em parques eólicos é um problema conhecido. E alguns expressaram preocupação de que, à medida que mais e mais parques eólicos são construídos, os efeitos podem piorar, a menos que contramedidas sejam colocadas em prática.

“A interferência do radar pode impedir o controle do tráfego aéreo, a previsão do tempo, a segurança interna e as missões de defesa nacional”, escreveu o porta-voz do Departamento de Energia dos EUA em um e-mail para o Defense News, ao mesmo tempo em que enfatizou que “a grande maioria dos projetos eólicos… não representam impactos significativos para as missões de radar”.

Desempenho dos radares

Há várias maneiras pelas quais turbinas eólicas, e especialmente grandes grupos delas, podem atrapalhar as leituras de um sistema de radar. Por um lado, elas podem aparecer na tela porque, assim como qualquer outro objeto, elas refletem as ondas eletromagnéticas nas quais o radar se baseia. O fato de que elas estão se movendo – as pás estão girando e as turbinas podem mudar de orientação – pode tornar mais difícil para os analistas filtrarem o ruído e encontrarem ameaças reais nos céus.

Com as pontas das asas girando a uma velocidade de até 370 quilômetros por hora (cerca de 230 mph), elas se movem rápido o suficiente para que os radares Doppler as detectem como objetos em movimento, resultando em um falso positivo na tela do operador.

Benjamin Karlson lidera o programa Wind Turbine Radar Interference Mitigation no American Sandia National Laboratories. Sua equipe testou vários conceitos para mitigar o problema, ele disse, mas "não há solução mágica". O revestimento absorvente de radar é caro e deixa o problema de pontos cegos; desligamentos temporários levam a perdas para os operadores de parques eólicos; e radares de preenchimento, ou fallback, são apenas soluções alternativas caras.

Governos e empresas privadas estão cientes do problema há décadas, com o tópico sendo apresentado pela primeira vez ao Congresso dos EUA em 2006. Pesquisas consideráveis ​​ocorreram tanto nos EUA quanto no Reino Unido

Nos Estados Unidos, "a comunicação entre os desenvolvedores e as agências federais cresceu ao longo dos anos", disse Karlson. O Departamento de Defesa, a Administração Federal de Aviação, o serviço meteorológico do país NOAA e outros têm interesse em aprovar novos empreendimentos de parques eólicos. Apesar desses obstáculos, Karlson disse que não tinha conhecimento de um único caso em que uma proposta de parque eólico teve que ser negada imediatamente, embora ajustar a colocação de turbinas individuais ou ajustar suas dimensões seja uma prática mais comum.

“A maioria dos conflitos potenciais são tratados por meio de medidas de mitigação menores e rotineiras no processo de avaliação de projetos federais”, disse o Departamento de Energia em um comunicado.

Radares além do horizonte e detecção de submarinos podem ser especialmente afetados
Os sistemas de radar variam muito, então o que pode funcionar para um pode ser completamente ineficaz para outro. Radares além do horizonte, por exemplo, podem ser especialmente afetados por parques eólicos offshore. Como o nome sugere, esses sistemas têm um alcance muito maior do que outros radares, que geralmente são limitados à linha de visão da antena e, portanto, não conseguem ver além da curvatura da Terra.

As variantes de longo alcance refletem seus raios na camada ionosférica da atmosfera antes que as ondas viajem de volta para perto da superfície – onde os parques eólicos podem atrapalhar e bloquear completamente o sinal. “Não há como mitigar isso além de não construir turbinas”, disse Karlson.

Em seu anúncio, o ministro da defesa sueco não especificou quais sinais dos sistemas de radar o país estava preocupado em bloquear, e Karlson disse que não havia informações suficientes para fazer uma estimativa fundamentada.

Além disso, “os parques eólicos também podem levar à redução das capacidades de coleta de inteligência e interromper sensores usados ​​para detectar submarinos”, disse Jonson em seu anúncio. No total, a construção teria “consequências inaceitáveis ​​para a segurança sueca”.

“Claramente, o governo sueco acha que há uma grande preocupação”, disse Karlson.

Requisitos de energia

Simultaneamente, a energia eólica apresenta um pilar crucial na transição para energia limpa, um tópico que ganhou pertinência excepcional em uma Europa faminta por energia desde a guerra russa na Ucrânia. Tradicionalmente, a Europa obtinha grande parte de sua energia da Rússia, que controla vastas reservas de petróleo e gás e, ao longo de décadas, construiu uma rede de oleodutos para países europeus para vender seus hidrocarbonetos a um preço competitivo. Embora a transição para energia verde seja anterior à guerra, ela foi turbinada por ela: a Rússia usou sua influência sobre o fornecimento de energia europeu como uma alavanca e uma arma em sua guerra híbrida, enquanto os líderes europeus se apressaram para afastar seus países do gás e petróleo russos.

De acordo com a Agência Sueca de Energia, o “fornecimento de eletricidade na Suécia é estável”. Simultaneamente, no entanto, a agência governamental alertou que “a Suécia terá preços de eletricidade crescentes” como resultado direto da invasão russa da Ucrânia.

Os parques eólicos planejados teriam o potencial de contribuir significativamente para a produção de energia renovável da Suécia, com os planos rejeitados prevendo turbinas se estendendo desde as Ilhas Åland ao longo da costa leste até Öresund.

Enquanto o governo bloqueou a construção dos 13 parques eólicos propostos no Báltico, ele também deu sinal verde para a construção do parque eólico “Poseidon” na costa oeste do país — voltada para a OTAN — com um máximo de 81 turbinas produzindo até 5,5 terawatts-hora por ano.

O governo da Suécia se comprometeu a dobrar a produção anual de eletricidade do país nos próximos vinte anos, em antecipação ao maior consumo. Um aumento da capacidade de energia nuclear do país deve suportar o peso desse fardo, embora os críticos tenham apontado que a demanda deve aumentar mais rápido do que novos reatores de energia podem entrar em operação.

Compensações semelhantes entre construção de parques eólicos e visibilidade de radar tiveram que ser feitas em outros países europeus. Os ministérios da Defesa britânico e francês se opuseram a desenvolvimentos sobre preocupações semelhantes, e várias outras agências governamentais em todo o continente emitiram diretrizes para distâncias que devem ser mantidas entre parques eólicos e diferentes tipos de estações de radar.

Tanto a independência energética quanto a mudança climática têm entrado cada vez mais no reino da segurança nacional em governos nacionais por toda a Europa e pelo mundo, com os líderes as vendo como partes integrais da defesa e prosperidade de seus países. A decisão do governo sueco coloca os holofotes em uma dimensão dessa interação que, até agora, passou despercebida. 

*Linus Höller é um correspondente europeu do Defense News. Ele cobre segurança internacional e desenvolvimentos militares em todo o continente. Linus é formado em jornalismo, ciência política e estudos internacionais, e atualmente está cursando mestrado em estudos de não proliferação e terrorismo.

02 abril, 2024

Avibras: um ativo fundamental para a Austrália se contrapor à China no Indo-Pacífico


*LRCA Defense Consulting - 02/04/2024

A provável aquisição da Avibras pela australiana DefendTex, divulgada oficialmente por ambas as empresas em nota publicada hoje, não é apenas uma simples operação comercial, revestindo-se de uma natureza geopolítica tão estratégica que a torna fundamental para que a Austrália pule diversos estágios e possa desenvolver uma defesa eficaz, em termos de mísseis, contra a crescente e ameaçadora presença chinesa no Indo-Pacífico.

De maneira simplista, até alguns anos atrás, o expansionismo da Rússia e, principalmente, da China na região do Indo-Pacífico contava com um cinturão protetor formado pela Índia, pela Coreia do Sul e, em menor grau (na época), pelo Japão, além dos meios militares dos Estados Unidos presentes nesses países e em outras bases espalhadas pela região.

Hoje, com a guerra na Ucrânia, a Rússia está parcialmente contida pelo conflito em si, pelos países da OTAN e por outros que lhe são próximos. 

No entanto, a China está aumentando significativamente seu potencial militar, principalmente em meios aéreos, navais e de mísseis, possibilitando que possa atingir facilmente qualquer um dos três países citados ou as bases americanas na região do Indo-Pacífico.

Como será visto no estudo compilado abaixo, a Austrália, seguramente situada a uma distância bem maior da China e contando com uma grande extensão territorial, sentia-se protegida pelos acordos de defesa que tem com os EUA e Reino Unido, pouco investindo em sua indústria de defesa.

Em um curto espaço de tempo, a situação se modificou drasticamente, com a China se expandindo, militar e politicamente, para países insulares existentes entre ela e a Austrália, tornando este país cada vez mais vulnerável aos meios militares aéreos, navais e de mísseis chineses, incluindo agora os mísseis de médio alcance e a força aérea.

Frente ao problema e temendo não poder contar com uma efetiva proteção dos EUA e Reino Unido, a Austrália está empenhada em corrida frenética para dispor de seus próprios meios de defesa, incluindo submarinos nucleares, caças de última geração, mísseis e outros equipamentos militares avançados.

Avibras e DefendTex: uma solução estratégica para a Austrália
É dentro desse cenário que a aquisição da Avibras pela australiana DefendTex pode ser entendida, pois é uma empresa "pronta" que produz mísseis de cruzeiro e seu sistema lançador. A propósito, o alcance do AV-MTC 300 é de 300 Km apenas para exportação, pois pode ser configurado para muito mais.

Além disso, a Avibras desenvolveu também motores de foguetes, como o S50, que é o motor principal do Veículo Lançador de Microssatélites (VLM-1) brasileiro, o qual também pode ser reconfigurado para uma utilização em mísseis de médio e longo alcance. Isso sem contar uma excelente solução C4ISTAR (Comando, Controle, Comunicações, Computadores, Informação/Inteligência, Vigilância, Aquisição de Alvo e Reconhecimento) e outros projetos de ponta.

A DefendTex é uma pequena empresa de defesa australiana que possui apenas 60 funcionários diretos e 120 indiretos. Seu principal escopo produtivo está na fabricação de pequenos e eficientes drones militares (D40, D81 e DefendTex 155), veículos terrestres não tripulados (UGV), pequenos veículos marítimos não tripulados, coletes balísticos e gel de pimenta não letal, além de formulação e fabricação de pirotecnia, propelentes e HE (alto explosivo). 

Porém, é na tecnologia e na pesquisa que a DefendTex tem seu grande diferencial, o que a fez ser merecedora de grande incentivos do governo nos últimos anos.

Segundo sua própria definição "A DefendTex é reconhecida como uma das empresas de tecnologia de defesa mais inovadoras da Austrália, atendendo aos mercados globais de defesa. Suas principais capacidades são Pesquisa e Desenvolvimento, Engenharia, Fabricação, Testes e Avaliação e Comercialização para plataformas terrestres, marítimas e aeroespaciais. A DefendTex possui instalações de última geração para produzir tecnologia de armas líder mundial. Os serviços de engenharia e design continuam a ser um motor da evolução da empresa, juntamente com uma extensa equipe altamente adepta do desenvolvimento estruturado de produtos. Os recursos de design da DefendTex trouxeram vários produtos revolucionários ao mercado, transformando ideias em tecnologia sólida".

Motor de Detonação Rotativo (RDE) em testes

Uma destas tecnologias de defesa, totalmente revolucionária, está sendo desenvolvida juntamente com a RMIT University, The University of Sydney e Universitat der Bundeswehr. Trata-se do primeiro Motor de Detonação Rotativo (RDE) totalmente fabricado por manufatura aditiva da Austrália. Um combustor RDE não apenas não contém partes móveis, mas também opera em uma forma de combustão com ganho de pressão que o diferencia dos motores de foguete tradicionais, com um aumento de eficiência associado de 10-20%. Se tudo continuar dando certo, o RDE permitirá à Austrália desempenhar um papel fundamental nesta nova tecnologia a nível internacional. Embora a tecnologia tenha o potencial de revolucionar a propulsão de foguetes (e mísseis), voo de alta velocidade e geração de energia terrestre, ainda pressupõe um longo caminho até estar operacional.

Em 2021, a DefendTex e seus parceiros receberam US$ 3 milhões em financiamento para produzir o primeiro foguete impulsionador impresso em 3D da Austrália. Travis Reddy, CEO da DefendTex afirmou: “A nova abordagem de fabricação aditiva permitirá redução de custos, de desperdício e maior capacidade de resposta para acesso ao espaço, permitindo a produção doméstica de propulsores de foguetes comerciais, o que se traduz em acesso ao espaço acessível para a indústria espacial emergente da Austrália. A DefendTex usará o financiamento para se juntar à indústria e parceiros de pesquisa para resolver a lacuna de capacidade da indústria espacial australiana, onde não há foguetes propulsores de fabricação nacional disponíveis comercialmente para lançamento na Austrália".

Pelo seu pequeno porte e aparente carência de recursos financeiros suficientes para adquirir a Avibras e fazer os aportes necessários, esta Consultoria acredita que a DefendTex tenha, em sua retaguarda, a sustentação de fundos de defesa governamentais (como o Australian Government Future Fund, um fundo soberano da Austrália) ou até mesmo um grade grupo privado australiano.

Por fim, de lamentar é o fato de o Brasil não ter encontrado uma solução nacional para uma de suas principais empresas de defesa. Assim, como ainda não foram divulgados os termos do acordo que está sendo costurado, resta torcer fervorosamente para que, pelo menos, o patrimônio científico, criado e desenvolvido pelos engenheiros e técnicos da Avibras ao longo de mais de 60 anos, permaneça na propriedade do País.


A Austrália e a região do Indo-Pacífico*

O ambiente de segurança no Indo-Pacífico tornou-se cada vez mais volátil devido à rivalidade entre grandes potências. A última Revisão Estratégica de Defesa da Austrália afirma que “a defesa da Austrália reside na segurança coletiva do Indo-Pacífico”. Camberra estará empenhada em sustentar e reforçar o seu papel no Indo-Pacífico, particularmente para equilibrar a China.

A Austrália, que faz fronteira a oeste com o Oceano Índico e a leste com o Oceano Pacífico, e está muito próxima dos membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) ao norte, pode ser descrita como um país central na região do Indo-Pacífico.

Desde 2012, a ideia do Indo-Pacífico tornou-se um ponto de referência para os governos australianos definirem os interesses da política externa e de segurança do país. Ao longo do período pós-guerra, a Austrália procurou satisfazer as suas necessidades de segurança convencionais principalmente através do seu pacto de defesa mútua com os Estados Unidos (EUA), do Tratado de Segurança da Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos (ANZUS) de 1951, bem como o acordo de partilha de informações de sinais 'Five Eyes' com os EUA, o Reino Unido (UK), o Canadá e a Nova Zelândia. Por sua vez, este último é sustentado pelo Acordo Reino Unido / Estados Unidos da América (UKUSA) de 1946. No entanto, em termos dos seus interesses comerciais, a Austrália tem olhado cada vez mais para os mercados da Ásia e proporcionalmente menos para os tradicionais aliados ocidentais.

À medida que a China cresceu e se tornou mais assertiva, estabelecendo uma rivalidade estratégica com os EUA e os seus parceiros regionais, a Austrália começou a ter mais dificuldade em isolar os seus interesses comerciais das tensões geopolíticas regionais.

A recentemente forjada parceria de segurança e tecnologia “AUKUS” com os EUA e o Reino Unido reflete tanto o ritmo da mudança geopolítica no Indo-Pacífico como a centralidade duradoura dos EUA na estratégia de defesa da Austrália. Tendo inicialmente determinado que a falta de uma indústria nuclear civil nacional impedia a utilização de tecnologia de propulsão nuclear superior na frota submarina da Austrália, o atual governo reavaliou a sua estratégia de segurança e recalibrou os seus acordos de aquisição de defesa, com iniciativas e implicações diplomáticas potencialmente de longo alcance.

A Austrália considera-se a guardiã econômica e de segurança da região do Pacífico. Mas cada vez mais a China tem ambições de promover os seus interesses entre as nações insulares.

No início de janeiro, Nauru, uma pequena república do Pacífico, restabeleceu relações diplomáticas formais com a China depois de romper relações com Taiwan. O governo da Papua Nova Guiné, o vizinho mais próximo da Austrália, confirmou que está em conversações com a China sobre um potencial acordo de segurança e policiamento. Pequim assinou um pacto de segurança com as Ilhas Salomão, um arquipélago estrategicamente localizado a nordeste da Austrália, em 2021.

As atuais capacidades da Austrália no âmbito do modelo de “força equilibrada” são insuficientes para gerir ameaças maiores. Por esta razão, está ansiosa por prosseguir o desenvolvimento de mísseis e adquirir equipamento militar avançado. A revisão é um passo importante na avaliação das capacidades e no traçado de um rumo que conduza a Austrália a uma posição mais proeminente na arquitetura de segurança regional.

Pequim pode estar demasiado ocupada com objetivos mais amplos de autossuficiência , em áreas como o desenvolvimento de motores militares, para corresponder às capacidades dos EUA. A China goza de uma vantagem na produção de defesa, com a sua base industrial e cadeias de abastecimento regionais. Mas os controles de exportação e a estratégia coletiva aliada podem impedir a aquisição de tecnologias sensíveis e a montagem de equipamento militar de ponta num futuro próximo. Embora a consolidação do apoio logístico tenha aumentado as suas capacidades, o principal objetivo da China é o avanço na tecnologia de defesa, onde os Estados Unidos e os seus aliados têm atualmente uma vantagem.

O abrandamento econômico na China fez com que os seus jovens lutassem por emprego. Algumas análises concluem que a descida econômica de uma superpotência provoca repressões internas – e uma maior assertividade militar na sua vizinhança. A política chinesa pode ser motivada pela insegurança e desconfiança dos concorrentes no cenário mundial.

A postura da China pode ser agravada pela ameaça do aumento militar do Japão na Ásia Oriental e pelas suas consequências para o Estreito de Taiwan nos próximos anos. Num tal cenário, o reforço do poder militar da Austrália também pode ser percebido como uma ameaça hostil, convidando a reações adversas.

Em seu livro Caldeirão da Ásia , Robert Kaplan observa que a China vê o Mar da China Meridional como sua esfera de influência. Dadas as disputas territoriais na região, a China continua preocupada com a sua própria segurança. Aumentou o desenvolvimento militar para “projetar poder” no seu ecossistema de segurança imediato.

A maior preocupação para os países do Indo-Pacífico pode ser a utilização militar das características insulares recuperadas pela China no Mar da China Meridional. Estas instalações dão a Pequim uma vantagem militar indevida. Isto não é apenas preocupante para a Austrália devido à volátil relação bilateral, mas também preocupante para as Filipinas e a Indonésia, que são requerentes na disputa. As alegadas incursões em áreas disputadas por frotas pesqueiras chinesas, acompanhadas por navios militares, agravaram as tensões.

A exploração de bases estrangeiras pela China indica a projeção de poder militar fora dos seus territórios nacionais, incluindo o Sudeste Asiático. A possibilidade de uma base naval chinesa nas Ilhas Salomão abalou a Austrália e o Ocidente em 2022. A presença militar da China no Pacífico pode ser problemática por duas razões: permitirá atingir facilmente o território australiano e negará espaço marítimo à Austrália. Isto limita efetivamente o apoio militar dos Estados Unidos e do Japão em situações difíceis.

*Fontes:

- A visão estratégica da Austrália sobre o Indo-Pacífico - Think Tank Parlamento Europeu
- Austrália e a nova arquitetura de segurança do Indo-Pacífico - East Asia Forum
- Austrália desconfia das ambições de segurança da China no Pacífico - Voa News
 

11 agosto, 2023

Grupo EDGE, dos Emirados, firma acordo estratégico com a Turbomachine para desenvolver motores para drones e mísseis


*GCC News Business, por Arya M Nair - 11/08/2023

A EDGE, empresa de defesa de Abu Dhabi, assinou um acordo estratégico com a Turbomachine, uma das principais desenvolvedoras de motores a turbina do Brasil.

A Turbomachine é especializada em pesquisa, inovação e engenharia e desenvolvimento de motores de turbina a gás e soluções de combustão assistida por plasma no domínio aeroespacial. O acordo permitirá que a EDGE e a Turbomachine trabalhem juntas no desenvolvimento de motores, incluindo turbofan e ventilador propelente, para o portfólio de UAVs (unmanned aerial vehicle - drones) e mísseis da EDGE.

A assinatura, que contou com a presença de integrantes da alta direção da EDGE e da Turbomachine, e do Vice-Almirante Sr. Marco Antonio Ismael Trovão de Oliveira, da Marinha do Brasil, ocorreu na sede da Turbomachine, na cidade de São José dos Campos.

O Sr. Trovão de Oliveira afirmou que “Este é mais um exemplo de uma valiosa parceria internacional construída na confiança, valores comuns, compartilhamento de conhecimento e um objetivo comum de ultrapassar os limites da inovação para desenvolver soluções tecnológicas avançadas, para o benefício de todos os envolvidos.”

“A parceria com a Turbomachine marca um passo significativo no avanço de nossas capacidades tecnológicas e no fortalecimento de nosso compromisso com a inovação nos setores aeroespacial e de defesa. Juntos, esperamos desenvolver motores de turbina a gás e soluções de combustão assistida por plasma que aumentarão a potência e o desempenho do portfólio de UAVs e mísseis da EDGE”, afirmou Hamad Al Marar, Presidente da Divisão de Mísseis e Armas do Grupo EDGE.

O Sr. Alberto Carlos Pereira Filho, CEO e Fundador da Turbomachine, disse que “Nossa colaboração com o Grupo EDGE destaca nossas capacidades e o desempenho e eficácia de nossas soluções de motores. A parceria com a EDGE no desenvolvimento inovador de UAV e turbinas de mísseis abre caminho para grandes conquistas no futuro.”

A visita à Turbomachine fez parte de uma visita contínua da delegação de alto nível da EDGE ao Brasil, onde o grupo se reuniu com autoridades locais e importantes players e parceiros da indústria brasileira. As visitas permitem que a EDGE abra caminho para uma maior colaboração na troca de conhecimento, cooperação em P&D e co-desenvolvimento de sistemas avançados de defesa, entre outros.

11 abril, 2023

Avibras traz grandes novidades para a LAAD Defence & Security 2023


*LRCA Defense Consulting - 11/04/2023

Especializada no desenvolvimento de soluções tecnológicas inovadoras nas áreas de Defesa, Aeronáutica, Espaço, Eletrônica e Veicular, a Avibras Indústria Aeroespacial estará presente em mais uma edição da LAAD Defence & Security, evidenciando o seu portfólio de produtos reconhecidos no mercado mundial de Defesa e Segurança. A feira, que é considerada a maior e mais importante feira de defesa e segurança da América Latina, será realizada de 11 a 14 de abril no Riocentro – Centro de Convenções e Exposições no Rio de Janeiro.

Guiada pela excelência e inovação, a Avibras apresentará em seu estande localizado no Pavilhão 4 – R50, novidades e produtos de vanguarda como:

- O ASTROS II MK6 (Sistema de Artilharia de Foguetes e Mísseis), referência mundial em sua classe e provado em combate;

- O míssil tático de cruzeiro (MTC) capaz de neutralizar alvos até 300 km;

- O novo ASTROS AFC (Autonomous Firing Calculation) que é uma versão destinada a oferecer excelente custo-benefício, permitindo operar isoladamente ou em seção, sendo que sua lançadora possui maior poder de fogo e capacidade de calcular os elementos de tiro, efetuar o disparo e buscar abrigo (“Shoot & Scoot”), minimizando a exposição do Sistema AFC;

- O C4ISTAR que é escalável de Batalhão à Divisão e baseado na experiência de décadas da Avibras no Sistema de Comando e Controle do ASTROS, possuindo as interfaces para integração das funções de Inteligência, Vigilância, Busca de Alvo e Reconhecimento e sua respectiva ligação com Sistemas de Comando e Controle de escalões superiores;

- A família de Sistemas de Mísseis terra-terra, ar-terra, mar-terra e anti-navio;

- E o ASTROS III, baseada em viatura 8x8, que terá o dobro do poder de fogo do ASTROS AFC e acumulará todo o legado tecnológico do ASTROS MK6, lançando foguetes balísticos, foguetes guiados, mísseis balísticos e mísseis táticos de cruzeiro.

A companhia também levará o seu pioneirismo e a sua expertise na área espacial com o VSB-30, veículo suborbital de grande sucesso no Programa Espacial Brasileiro e o S50, o maior motor-foguete já fabricado no Brasil com 12 toneladas de propelente sólido e tecnologias inovadoras como o uso de fibra de carbono para a produção do envelope-motor, o que o torna mais leve e eficiente.

Com sua participação em mais esta edição, a Avibras reforça a sólida parceria e o comprometimento com as Forças Armadas do Brasil para o desenvolvimento de tecnologias de alto valor agregado que visam a soberania do País, como é o caso do míssil tático de cruzeiro em fase de certificação junto ao Exército Brasileiro, além de reforçar que é uma parceira confiável para impulsionar o conhecimento tecnológico de vanguarda tanto no Brasil quanto no exterior.

 

04 novembro, 2021

Avibras e espanhola SMS desenvolverão juntas sistemas de foguetes guiados e mísseis

As empresas vão desenvolver soluções conjuntas que combinam suas tecnologias e capacidades em armamentos guiados de precisão e que atendam às necessidades das Forças Armadas do Brasil, Espanha e outros países aliados. 


*LRCA Defense Consulting - 04/11/2021 (atualizado às13h10)

A brasileira Avibras e a espanhola SMS (ESCRIBANO M&E, GMV, NAVANTIA Sistemas e SENER Aeroespacial) assinaram um Memorando de Entendimento no qual unem forças e estabelecem uma colaboração estável entre as duas empresas com o objetivo de trabalhar no desenvolvimento e promoção de soluções conjuntas relativas a foguetes guiados e sistemas de mísseis. A assinatura ocorreu durante a Feira Internacional de Defesa e Segurança da FEINDEF, em Madri, e contou com a presença de autoridades brasileiras e espanholas como convidadas.

O acordo reforça a posição das duas empresas em um segmento de alta complexidade e especialização tecnológica como o armamento guiado de precisão e busca combinar as capacidades e experiências acumuladas neste campo pela Avibras e pela SMS.

A Avibras tem em seu portfólio o Sistema ASTROS, o sistema mais flexível do mercado por sua modularidade e por ser o único no mundo que lança foguetes balísticos, foguetes guiados e o MTC (Tactical Cruise Missile) a partir de um mesmo lançador. A SMS, por sua vez, consolida as principais capacidades da indústria espanhola em sistemas de mísseis, incluindo áreas tecnológicas como equipamentos e sistemas de orientação, navegação e controle (GNC) para foguetes e mísseis, sistemas de atuação, sistemas de comando, controle e comunicações, e a capacidade de integrar sistemas.


O acordo firmado entre Avibras e SMS incentiva a colaboração tecnológica internacional em áreas como propulsão e GNC ou comunicações, a fim de estar preparada para apresentar propostas de alto valor agregado que atendam aos requisitos de diferentes projetos atualmente em definição, incluindo o projeto SILAM dos espanhóis Exército ou as evoluções do MTC para as Forças Armadas Brasileiras. O acordo prevê ainda a exportação das soluções conjuntas para países aliados.

Segundo Fernando Mato, CEO da SMS, “Para a SMS é uma honra e um orgulho poder colaborar com um líder mundial em sistemas de foguetes e mísseis como a Avibras. Com este acordo, ratificamos nosso compromisso de promover a cooperação internacional em sistemas de alto valor estratégico. Temos certeza de que este acordo será benéfico para ambas as empresas, que contribuirão com suas capacidades tecnológicas e industriais complementares, mas, sobretudo, para as nossas Forças Armadas, que terão soluções confiáveis, totalmente adaptadas às suas necessidades e com soberania nacional em todo o seu vida útil".

Já João Brasil Carvalho Leite, Diretor-Presidente da Avibras, indicou que este acordo é de extrema importância para a Avibras, que encontrou um parceiro estratégico na Espanha e na SMS por dois motivos. “Em primeiro lugar, por seu valor como referência industrial espanhola em sistemas de mísseis e foguetes guiados. Além disso, porque suas capacidades tecnológicas e industriais são complementares às da Avibras e, portanto, não limitam a colaboração a um país. Trabalharemos juntos para oferecer as melhores soluções aos nossos respectivos países e outras Forças Armadas aliadas. Estamos confiantes de que esta cooperação de longo prazo resultará em grande sucesso com produtos de alto valor agregado para atender às necessidades do cliente ”.


Sobre a SMS
A SMS nasceu como uma proposta colaborativa da indústria de defesa nacional, para consolidar e desenvolver as capacidades tecnológicas e industriais do país em sistemas de mísseis e munições guiadas de alto desempenho. A nova sociedade é formada com o objetivo de aumentar a autonomia estratégica e a soberania nacional nesta área de capacidade militar crítica, apoiando de forma eficiente as Forças Armadas ao longo do ciclo de vida dos sistemas de armamento, promovendo a cooperação internacional e reforçando sua capacidade de exportação.

Sobre a Avibras
Com 60 anos de experiência, a Avibras Indústria Aeroespacial é uma Empresa Estratégica de Defesa reconhecida mundialmente pela excelência e qualidade de seus produtos, sistemas e serviços. Sua vocação nas áreas de tecnologia e inovação é evidenciada através de seus 60 anos no desenvolvimento e industrialização de diversos produtos e sistemas de defesa, em especial mísseis e foguetes. Além de sua capacidade de desenvolver e integrar tecnologias complexas, a Avibras se destaca por dominar cada detalhe do ciclo de vida dos produtos, atendendo aos mais exigentes padrões de qualidade e se tornando a parceira mais confiável e eficaz dos clientes nacionais e internacionais. 

*Com informações da SENER Aeroespacial e da Avibras.

03 novembro, 2021

Grupo EDGE (Emirados Árabes Unidos) pode ter interesse em mísseis e grafeno do Brasil (atualizada em 04/11)


*LRCA Defense Consulting - 02/11/2021 (atualizada em 04/11, às 16h12)

A direção do Parque Tecnológico São José dos Campos (Pqtec) recebeu, no dia 27 de outubro, representantes do Grupo EDGE, da Embaixada dos Emirados Árabes Unidos em Brasília e do Ministério da Defesa para uma rodada de negócios com empresas ligadas ao Pqtec, fortalecendo sua missão de gerar negócio e desenvolver a Indústria de Defesa nacional.

O Grupo EDGE, formado por 24 empresas, é a maior companhia de defesa dos Emirados Árabes Unidos, sendo considerado um grupo de tecnologia avançada para a defesa e para além dela. O Grupo está criando oportunidades em serviços de aviação, fabrico de precisão aeronáutica, capacidades autônomas, energia dirigida, sistemas ciberfísicos, sistemas de propulsão avançados, robótica e materiais inteligentes, com inteligência artificial incorporada nos seus produtos e serviços. O EDGE planeja também utilizar suas tecnologias disruptivas para transformar a indústria aeroespacial e de defesa.

No início do ano, durante a International Defence Exhibition And Conference (IDEX 2021), em Abu Dhabi, foi feita a assinatura de um memorando de entendimentos entre a empresa paulista Avionics Services e a GAL, uma subsidiária do Grupo EDGE, que pode resultar em parcerias e negócios com outras empresas e países na região.

No mesmo evento, o Grupo Edge  revelou o míssil anti-navio HAS-250 como um sistema lançado terrestre desenvolvido por sua divisão de armas guiadas Halcon. “O HAS-250 é um míssil superfície-superfície projetado e desenvolvido pelos Emirados Árabes Unidos, capaz de viajar a velocidades de até Mach 0,8, com um alcance de mais de 250 km”, disse a Edge em um comunicado à imprensa. “Durante sua fase terminal, ele pode voar em direção ao seu alvo a uma altitude sea-skimmer de 5 m.”


Parcerias em sistemas de mísseis com o Brasil?

A foto principal da notícia postada em uma mídia social sobre a visita, mostra os visitantes e membros do Pqtec com um míssil da SIATT ao fundo. 

Como, via de regra, tais fotos dicilmente são feitas ao acaso, é possível especular sobre uma eventual parceria entre o Grupo EDGE e a SIATT no campo de mísseis, haja vista que esta última empresa participou da IDEX 2021 e da Milipol Qatar expondo seus produtos em busca de parcerias na região.

A SIATT é especializada em armamentos inteligentes e integração de sistemas de alto teor tecnológico. Em seu portfólio estão o Míssil Anti-navio Nacional de Superfície MANSUP e o Míssil Superfície-Superfície, Anti-carro MSS 1.2 AC.

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Míssil Anti-navio Nacional de Superfície MANSUP


   

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Míssil Superfície-Superfície, Anti-carro MSS 1.2 AC


Grafeno?

Uma outra fotografia do encontro mostra, ao fundo, uma tela de projeção com o síbolo da empresa UCSGRAPHENE, de Caxias do Sul (RS), que possui a maior planta de produção de grafeno na América do Sul e está se destacando na pesquisa desse revolucionário material, inclusive na sua utilização em armamentos.

Atualização: hoje (04), a UCSGRAPHE publicou em seu perfil no Instagram a imagem acima com a legenda: "Estivemos reunidos com representantes do Ministério da Defesa e do Grupo Edge em discussões sobre as oportunidades de mercado".


Atualização de 04/11, às 16h12:

Comitiva dos Emeridos Árabes visita o Estado-Maior do Exército

No dia 25 de outubro, o Estado-Maior do Exército (EME) recebeu em suas dependências a delegação do conglomerado estatal de defesa dos Emirados Árabes Unidos (Grupo EDGE), e o evento teve como principais objetivos discutir necessidades atuais do Exército, bem como possibilidades de investimentos para o Brasil e oportunidades de negociações com os Emirados Árabes Unidos.

A comitiva do Grupo EDGE, integrada pelo Presidente do Setor de Mísseis e Armas do Grupo, Sr. Hamad Al Marar, pelo Chefe do Escritório de Programas de Aquisição, Sr. Omar Al Zaabi, e pelo Vice-presidente do Setor de Programas Estratégicos, Mísseis e Armas, Sr. Ahmed Al Khoori, estava acompanhada pelo Secretário de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa (MD), Sr. Marcos Rosas Degaut Pontes, pelo Diretor do Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação, General de Divisão Luis Antônio Duizit Brito e pelo Assessor Militar do Departamento de Promoção Comercial, Coronel Milton José de Mello. A comitiva foi recepcionada pelo Chefe do Estado-Maior do Exército, General de Exército Marcos Antonio Amaro dos Santos.

No prosseguimento, o Vice-Chefe do Estado-Maior do Exército, General de Divisão Flavio Marcus Lancia Barbosa, realizou uma apresentação iniciada por um panorama sobre o Exército Brasileiro e, posteriormente, explanou sobre o Portfólio Estratégico do Exército, com ênfase no Programa ASTROS, e ainda, discorreu sobre a nacionalização de Produtos Controlados pelo Exército, Sistema de Defesa Antiaérea de Média Altura para as Forças Armadas e Sistema de Aeronaves Remotamente Pilotadas (SARP).

Na oportunidade, o Presidente do Setor de Mísseis e Armas do Grupo destacou a expressiva gama de materiais que os Emirados Árabes Unidos possuem e têm condições de oferecer ao Brasil, como radares, mísseis e SARP, e manifestou o interesse em estabelecer negociações com o Brasil.


Grupo EDGE
Em 2014, foi realizada uma fusão de 11 divisões de empresas de investimento estatais: Mubadala Development, Tawazun Holding e Emirates Advanced Invest Group e criada a EDIC - Emirates Defense Industries Company, uma holding de indústrias de defesa com propriedade conjunta da Mubadala Development Company, um fundo de investimento da Emirado de Abu Dhabi, e Tawazun Holding. Em novembro de 2019, a holding foi absorvida pelo Grupo EDGE, uma nova holding da indústria de defesa de propriedade também da Governo dos Emirados Árabes Unidos.

Em dezembro de 2020, com dados do Sipri - Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo, o Grupo EDGE tornou-se a primeira empresa do Oriente Médio a alcançar os 25 maiores produtores de armas, em 22º lugar.

Saiba mais sobre o Grupo EDGE:
- "Quando a vitrine começa a rachar" - Le Monde Diplomatique

- "Grupo EDGE"

07 setembro, 2021

Avibras poderá receber encomendas superiores a um bilhão de dólares

 

O Sistema de Foguetes de Artilharia para Saturação de Área da Avibras, Empresa Estratégica de Defesa sediada em São José dos Campos (SP), é referência mundial em sua classe, sendo que o sistema de foguetes terra-terra destaca-se por sua grande mobilidade e capacidade de lançar foguetes e mísseis de vários calibres a distâncias entre 9 e 300 km. Com eficácia comprovada em combate, em três importantes conflitos, o sistema é versátil e pode ser utilizado para artilharia de campanha e/ou operação no litoral.

O lançador de mísseis de cruzeiro e foguetes guiados Astros II é a versão mais moderna desse Sistema, encontrando-se em uso no Brasil e em vários outros países.

Para completar a 3ª Bateria de Mísseis e Foguetes do 16º Grupo de Mísseis e Foguetes (16º GMF), o Centro de Logística de Mísseis e Foguetes realizará a aquisição de três Viaturas Astros MK-6 no valor global de R$ 26.241.329,31, do qual R$ 6.560.332,33, representando 25% da proposta comercial, serão antecipados à empresa Avibras, haja vista que a "antecipação de pagamento representará condição indispensável para obtenção do bem". A autorização oficial para a aquisição e seus termos se encontra no Despacho Decisório - C Ex nº 384, de 19/08/2021, publicada no Boletim do Exército nº 34, de 27/08/2021.  

Em entrevista ao jornal Valor, publicada em 06/09/2021, o Secretário de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa, Marcos Degaut, referindo-se às vendas mundiais da Avibras, declarou que "Já temos engatilhadas vendas superiores a US$ 1 bilhão, para alguns parceiros que eu não posso mencionar agora. Mas é questão de detalhes".


23 março, 2021

Ucrânia observa forte interesse brasileiro em mísseis anti-tanque


*Defence Blog, por Dylan Malyasov - 23/03/2021

Na segunda-feira, foi realizada a primeira consulta técnica online entre a Ucrânia e a República do Brasil no âmbito do Diálogo na Esfera de Defesa dos dois países, lançado no outono de 2020, de acordo com um recente comunicado à imprensa da SpetsTechnoExport.

A conferência contou com a participação de: do lado ucraniano - Embaixador da Ucrânia no Brasil Rostislav Tronenko; Designer-Geral Diretor da LUCH Oleg Korostelev; gerente da Spetstechnoexport; do Brasil - Diretor do Departamento de Promoção Comercial de Produtos de Defesa (SEPROD) do Ministério da Defesa do Brasil, Divisão General Luis Antonio Duisit Brito; coordenador do departamento de promoção de produtos de defesa Arthur Denise Marra; coordenador do departamento de promoção de produtos de defesa, capitão de mar e guerra Pedro Sá.

Conforme observado pelo SpetsTechnoExport, um dos principais focos da discussão preliminar foi a cooperação adicional no fornecimento de sistemas de mísseis guiados anti-tanque (ATGM) e mísseis guiados de 90 e 105 mm, desenvolvimento e fornecimento de mísseis de aeronaves e sua integração em caças Gripen , uma produção conjunta de veículos blindados e aeronaves pesadas.

O escritório de projetos estadual com sede em Kiev, LUCH, é uma empresa líder de defesa ucraniana que desenvolve sistemas de mísseis modernos, como armas anti-tanque Stugna-P e Corsar, sistema de mísseis de cruzeiro anti-navio Neptun e sistema de foguetes guiados de longo alcance Vilha .

Os modernos sistemas de mísseis anti-tanque Stugna-P ucranianos e Corsar de peso leve são projetados para destruir tropas e alvos blindados modernos fixos e móveis com armadura combinada, transportada ou monolítica incluindo ERA (armadura reativa explosiva) e também localizar alvos como posições de armas, objetos levemente blindados e helicópteros pairando a qualquer hora do dia ou da noite.

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