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05 janeiro, 2025

Armados para sobreviver: como o massacre do Hamas em 7 de outubro transformou a cultura das armas em Israel


*Fox News, por Efrat Lachter - 27/12/2024

Na sala de parto de um hospital em Jerusalém, enquanto as contrações se intensificavam e a parteira tentava ajudar a parturiente a se mudar para uma posição mais confortável, a mãe sentiu algo estranho.

"Ela me disse que algo a estava machucando", lembrou Erga Froman, a parteira. "Então percebi que era minha arma, que estava no coldre em um cinto giratório e tinha se deslocado para a frente, tocando-a." Depois que o bebê nasceu, os colegas de Froman no hospital tiraram uma foto dela parada ao lado do recém-nascido, ainda usando a arma. "É uma imagem de contrastes", disse ela.

Antes de 7 de outubro, Froman, uma mãe de cinco filhos que agora vive nas Colinas de Golã, no norte de Israel, nunca havia considerado obter uma licença de porte de arma. Tendo optado por fazer serviço nacional não militar em vez de serviço militar na IDF, ela nunca havia disparado uma arma em sua vida. A mudança veio rapidamente após o ataque terrorista sem precedentes do Hamas às comunidades israelenses em 7 de outubro, deixando mais de 1.200 mortos e destruindo uma sensação de segurança na qual muitos israelenses confiavam há muito tempo.

"Na noite de 7 de outubro, meu marido e eu percebemos que, como eu viajo sozinha à noite em estradas perigosas para o meu trabalho – trazendo vida ao mundo – eu precisava de proteção", Froman disse à Fox News Digital. "Na manhã seguinte, eu tinha enviado meu pedido de licença de porte de arma. Agora espero nunca precisar usá-la, mas estou preparada se for preciso."

Por décadas, a posse de armas de fogo em Israel era incomum. Embora o serviço militar garantisse que muitos israelenses fossem treinados com armas, armas de fogo pessoais eram vistas mais como uma responsabilidade do que uma necessidade. O rigoroso processo de licenciamento dissuadiu muitos, e os israelenses confiaram no estado e em suas forças de defesa para protegê-los de ameaças terroristas, o que teve precedência sobre as baixas taxas de criminalidade de Israel.

Mas depois do massacre do Hamas em 7 de outubro, muitos israelenses começaram a ver armas de fogo pessoais como uma salvaguarda necessária em uma realidade nova e mais perigosa . "Como não havia equipes médicas suficientes em 7 de outubro, também não havia defesa suficiente", observou Froman. "Aprendendo com isso, hoje temos uma equipe médica comunitária e também estamos armados para poder dar uma primeira resposta."

A Suprema Corte israelense está atualmente analisando petições contra o ministro nacionalista da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, alegando que seu gabinete emitiu licenças de porte de armas sem a devida autorização.

Nos meses seguintes ao ataque de 7 de outubro, mais de 260.000 novos pedidos de licença de porte de arma foram submetidos – quase igualando o número total das duas décadas anteriores combinadas. Mais de 100.000 licenças já foram aprovadas, marcando um aumento de dez vezes em comparação ao ano anterior.

Ferramenta de sobrevivência
Ayala Mirkin, uma mãe de Shiloh na Judeia e Samaria, mais amplamente conhecida como Cisjordânia, solicitou uma licença de porte de arma depois que seu marido, um soldado da reserva da IDF, foi enviado para lutar na guerra em Gaza, deixando-a sozinha com seus três filhos pequenos. "Eu me senti insegura dirigindo por vilas árabes e sabia que tinha que fazer algo para me proteger", disse ela. "O processo foi muito mais rápido do que teria sido antes de 7 de outubro, mas ainda levou meses por causa da enxurrada de solicitações."

Mirkin agora carrega sua pistola sempre que sai de seu assentamento, embora ela continue em conflito. "Eu não quero ter uma arma. O dia em que eu puder devolvê-la será o mais feliz da minha vida. Mas não tenho escolha. É uma ferramenta de sobrevivência."

Para famílias como a de Mirkin, armas de fogo se tornaram parte da vida cotidiana. Ela mantém sua arma trancada em um cofre e treinou seus filhos para nunca tocá-la. "É uma ferramenta para proteção, não para matar", ela enfatiza. "Meu foco é preservar a vida, não tirá-la."

Oren Gozlan, um veterano paraquedista e pai, está entre aqueles que hesitaram antes de solicitar uma licença. Morando no lado israelense da fronteira da Linha Verde, perto da cidade palestina de Tulkarem, Gozlan decidiu que não poderia mais evitar se armar. "O medo de ter uma arma em casa com crianças ainda existe, mas a necessidade de proteger minha família supera isso", diz ele. "7 de outubro mudou tudo. Trouxe a percepção de que somos vulneráveis ​​de maneiras que nunca imaginamos."

Gozlan está nervoso com o que ele vê como supervisão inadequada no processo de licenciamento. "No campo de tiro, vi pessoas que nunca tinham segurado uma arma na vida, mal acertando seus alvos. É assustador pensar que essas pessoas agora estão andando por aí com armas de fogo."

Saar Zohar, um reservista em uma unidade de elite, expressou uma mudança semelhante. Por anos, Zohar resistiu a ter uma arma, acreditando que era desnecessário depois de seu serviço. Mas uma série de ataques terroristas após 7 de outubro o levou a reconsiderar. "Eu não conseguia suportar a ideia de ficar desamparado se algo acontecesse", ele diz. "Sabendo que tenho o treinamento e posso responder, sinto que é minha responsabilidade."

Ao contrário dos Estados Unidos, onde a posse de armas é frequentemente ligada a medos de crime ou à defesa da propriedade privada, as armas de fogo em Israel são vistas como ferramentas para combater o terrorismo. Historicamente, Israel evitou os tiroteios em massa públicos que às vezes atormentaram os EUA, mas especialistas alertam que a rápida proliferação de armas de fogo pode mudar isso. Com tantos indivíduos não treinados portando armas, o medo de ações impulsivas e erros trágicos paira grande.

Zohar é assombrado pelo potencial de identificação errônea. "A ideia de que outro civil armado possa me confundir com um agressor me aterroriza", ele diz, referindo-se a um incidente trágico em novembro de 2023, quando um civil israelense que havia atirado em terroristas em Jerusalém foi morto por engano por um jovem soldado.

O preço psicológico dessa mudança é evidente entre os recém-armados. Eyal Haskel, pai de três filhos de Tel Aviv, descreve as pressões sociais que enfrentou depois de 7 de outubro. "Eu nunca quis carregar uma arma, mas meus amigos questionavam por que eu não estava armado. Parecia uma expectativa, quase um dever."

Mas Haskel também está perturbado com o que viu em estandes de tiro. "As pessoas tratam isso como um jogo, atirando sem nenhuma compreensão da responsabilidade. É horrível pensar que essas pessoas agora são licenciadas."

Para muitos israelenses, a reforma representa uma resposta necessária a uma ameaça existencial. No entanto, ela também expôs falhas profundas no sistema. Os críticos argumentam que a abordagem atual sacrifica a segurança de longo prazo pela segurança de curto prazo, alertando sobre potenciais consequências não intencionais, de tiroteios acidentais a um aumento na violência doméstica.

"Obter uma licença de porte de arma é mais fácil do que obter uma carteira de motorista", diz Gozlan. "Para um carro, você precisa de aulas, testes e regras rígidas. Para uma arma, é só alguma papelada e algumas horas no estande de tiro."

Froman vê as coisas de forma diferente. "Se alguém ameaça você, você só saca sua arma em uma situação de segurança nacional. Você não saca uma arma para situações de risco de vida pessoal, a menos que seja um caso de terroristas. As regras aqui são claras – você deve ter um cofre para sua arma. Não posso confiar no cofre do meu marido; uma arma de fogo é pessoal. Não tenho permissão para usar a arma dele, e ele não tem permissão para usar a minha. Os regulamentos são muito rigorosos. A arma é para defesa contra aqueles que querem nos prejudicar, não para autodefesa geral."

Mirkin concorda. "Não somos como a América", ela disse. "Não queremos armas como passatempos... para nós, é sobrevivência, não escolha."

Um entrevistado que pediu para permanecer anônimo descreveu como ele treinou sua esposa no manuseio básico de armas de fogo, mesmo que ela não tenha licença. "Eu nunca quis colocá-la nessa posição, mas se eu não estiver em casa durante um ataque, ela precisa saber como defender nossos filhos."

À medida que Israel se ajusta a essa nova realidade, as implicações sociais do aumento da posse de armas de fogo permanecem incertas. Para muitos, o peso dessas decisões destaca o delicado equilíbrio entre proteção e responsabilidade.

"Espero nunca ter que usá-lo", diz Gozlan. "Mas não posso ignorar a realidade em que vivemos. O dia 7 de outubro mudou tudo."

07 junho, 2024

EUA: número de novos proprietários de armas desde as eleições de 2020 igualou a população da Flórida

Desde 2020, o número de pessoas que comprou armas pela primeira vez cresceu para mais de 22,3 milhões

Pistolas em uma loja de armas em Houston, Texas. (Brandon Bell/Imagens Getty)

*Fox News, por Sarah Rumpf-Whitten - 06/06/2024

O número de novos proprietários de armas na América exercendo os seus direitos da Segunda Emenda aumentou – igualando a população da Florida, de 2020 para cá.

De acordo com um relatório da National Sports Shooting Foundation (NSSF), o número de pessoas que se tornaram proprietárias de armas pela primeira vez desde 2020 cresceu para mais de 22,3 milhões de pessoas, ou a população da Flórida.

Em uma declaração à Fox News Digital, Mark Oliva, diretor-gerente de relações públicas do NSSF, atribuiu o aumento de novos proprietários aos bloqueios da era COVID e a promotores brandos com o crime que forçaram os residentes dos cinquenta estados a perceber que nem sempre podiam confiar na aplicação da lei e nas “regulamentações autoritárias” da administração Biden.

“Nos últimos anos, houve um aumento significativo de americanos que optaram por exercer os seus direitos da Segunda Emenda de manter e portar armas”, disse Oliva. “Isso acontece por vários motivos, incluindo preocupações com a segurança pessoal, o aumento da criminalidade, a recusa de alguns procuradores em não prender criminosos e os ataques da administração Biden para diminuir direitos através de regulamentações autoritárias”.

Em meados de 2020, as pessoas que compraram armas pela primeira vez representavam aproximadamente 40% dos compradores, de acordo com a NSSF, citando varejistas. O “normal” geralmente fica em torno de 20 a 24%, disseram eles. Neste ano, disse o NSSF, havia aproximadamente 8,4 milhões de novos proprietários que compraram armas pela primeira vez.

Rifles estilo AR-15 estão à venda em uma loja de armas. (Reuters/Bing Guan)

Em 2021, o aumento inicial de compradores de armas da era COVID diminuiu, com o número totalizando cerca de 5,4 milhões de compradores de armas de primeira vez. O percentual caiu para cerca de 30% de todos os compradores.

Em 2022, totalizou aproximadamente 4,2 milhões, e em 2023, na verdade, aumentou apenas um pouco, para 4,3 milhões, de acordo com dados da indústria.

Os números de 2024 ainda não foram finalizados, mas até agora houve pouco mais de 6 milhões, disse o NSSF, citando o total de verificações do Sistema Nacional de Verificação Instantânea de Antecedentes Criminais (NICS) do FBI processadas para a venda de uma arma de fogo.

Oliva destacou o impacto que os novos proprietários de armas poderiam ter nas próximas eleições .

“São proprietários de armas que, antes de comprarem uma arma, não consideravam o que este direito significava para as suas vidas e liberdade pessoal”, disse ele. "Isso será levado em consideração nestas eleições. Isto poderá ser um fator nas próximas eleições, pois as pessoas terão em conta a vontade do governo de infringir os seus direitos garantidos pela Constituição."

13 maio, 2024

Taurus repudia informações inverídicas sobre carga de armas no Aeroporto Salgado Filho


*LRCA Defense Consulting - 13/05/2024

A Taurus, sempre pautada pelo compromisso com a verdade e para evitar problemas legais com os órgãos oficiais, vem por meio desta Carta Aberta esclarecer os fatos sobre notícia publicada no portal UOL na sexta-feira (10.mai.2024) com o título “PF retira 2.000 armas de aeroporto no RS para evitar investida de facções”. 

A empresa repudia a publicação de notícias com informações inverídicas sobre carga de armas no Aeroporto Internacional Salgado Filho, de Porto Alegre (RS), que deturpa a realidade dos fatos nesse momento de calamidade pública no estado do Rio Grande do Sul. 

A Taurus esclarece que não é verdadeira a informação de que existiam armas longas nesta carga. Também não é verdade que a carga estava prestes a ser exportada para os Estados Unidos. 

Conforme resposta enviada no dia 10 de maio de 2024 aos questionamentos do UOL, não existe e nunca existiu problema algum com a carga que estava no aeroporto. A Taurus junto com os órgãos de segurança sempre garantiu a total segurança da carga. 

A Taurus não entende como em um momento tão crítico pelo qual o estado do Rio Grande do Sul está passando, incluindo a empresa e seus colaboradores, profissional da imprensa está focado em problemas inexistentes e que não apresentaram qualquer risco para a população. O Rio Grande do Sul, assim como as pessoas, está vivendo a pior crise causada por uma calamidade e, por isso, a pior crise de segurança, isso deveria ser abordado e não questões com viés ideológico que proporcionem ainda maior insegurança a população. 

Qualquer informação diferente destas é inverídica. 

A Taurus solicitou ao UOL a publicação de sua resposta acima na íntegra, porém o portal de notícias incluiu apenas alguns trechos. 

A Companhia repudia as afirmações falsas contida na notícia, se fazendo necessária esta Carta Aberta para restabelecer a verdade dos fatos na sociedade. 

A Taurus aproveita para agradecer a solidariedade de cada brasileiro que está enviando para o Rio Grande do Sul ajuda humanitária, isso sim é importante nesse momento.

30 março, 2024

O boom das exportações de defesa da Coreia do Sul: aumento de 140% leva ao domínio da Ásia-Pacífico

 

*Bulgarian Military - 17/02/2024

A Índia tem planos ambiciosos para aumentar as suas exportações de defesa para 5 mil milhões de dólares até 2024-25, um salto significativo em relação aos actuais 1,7 mil milhões de dólares. Inicialmente, este objectivo pode parecer assustador, mas as empresas de defesa indianas podem inspirar-se nos seus homólogos da Coreia do Sul – o segundo maior exportador de defesa da Ásia, atrás apenas da China.

Como parte da sua busca para garantir um lugar entre os quatro maiores exportadores globais de defesa, a Coreia do Sul tem consistentemente superado a China e a Índia, que estão significativamente atrás.

A Coreia do Sul , sendo o associado de defesa preferido de várias nações em todo o mundo, conseguiu acordos substanciais de armas e projectos de desenvolvimento conjunto com cidades como Cairo, Riade, Abu Dhabi, Nova Deli e vários países europeus. As empresas de defesa sul-coreanas não estão apenas a fechar acordos de compra, mas também a atrair investimentos substanciais.

Registro de 140 por cento
Aqui está algo para refletir. De acordo com o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo, a Coreia foi classificada como o nono maior traficante de armas do mundo entre 2018-2022. Curiosamente, é um dos dois países asiáticos que chegou ao top 25 desta lista, sendo o outro a China no quarto lugar. Aqui está um facto intrigante: os acordos de defesa sul-coreanos registaram um aumento notável de 74% em comparação com os números de 2013-2017.

Aqui está outra informação convincente: os negócios de armas sul-coreanos registaram um crescimento vertiginoso de 140% em 2022, culminando num valor histórico de 17,3 mil milhões de dólares. Este número dramático inclui transacções que totalizam 12,4 mil milhões de dólares com a Polónia, um aliado da Ucrânia, para tanques, obuseiros, aviões de combate e múltiplos lançadores de foguetes .

Curioso para saber quem está comprando armas da Coreia do Sul? Os principais compradores são os países do Sudeste Asiático , Índia, Austrália e países do Norte e Leste Europeu. Estes países enfrentam riscos de segurança consideráveis ​​devido aos jogos de poder de grandes nações como a China e a Rússia. A recente invasão da Ucrânia pela Rússia certamente impulsionou as vendas de armas defensivas.

Aqui está uma informação interessante: países como a República Checa , Roménia, Eslováquia, Finlândia, Estónia, Letónia e Lituânia normalmente compram equipamento de defesa da Europa. Mas agora estão recorrendo a empresas coreanas, que oferecem as mesmas armas a melhores preços e prazos de entrega mais rápidos.

O futuro
Numa região repleta de rivalidades intensas, a Coreia do Sul encontra-se cercada por concorrentes poderosos, incluindo a Coreia do Norte , a China e o Japão. Esta matriz complexa necessita de uma indústria de defesa robusta, capaz de produzir armamento tecnologicamente avançado. Como resultado, a Coreia do Sul cultivou uma forte base industrial de defesa, ultrapassando o Japão e preparada para superar a China.

A rápida ascensão da Coreia do Sul como fabricante credível de equipamentos de defesa alinha-se perfeitamente com o compromisso público de 2022 do presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol. O presidente pretende elevar a nação aos níveis superiores dos fornecedores mundiais de armas, a par de titãs como os EUA, a Rússia e a França.

O governo emitiu uma directiva para aumentar as exportações de defesa da Coreia, fazendo com que a Coreia passasse de oitavo maior vendedor de armas do mundo em 2021 para o quarto maior até 2027. Há alguns anos, isto poderia ter parecido um objectivo ambicioso. No entanto, o potencial cumprimento deste objectivo ambicioso está no horizonte, atribuível a uma série de acordos de elevado valor.

O ano chave de 2022
No final da década de 2000 e no início da década de 2010, a Coreia do Sul optou por aumentar significativamente o seu investimento na indústria de defesa, uma estratégia que era marcadamente diferente da abordagem da Índia às exportações de defesa. Em 2022, este movimento estratégico provou ser altamente bem-sucedido. A Coreia do Sul conseguiu fechar negócios substanciais, como a venda de caças à Malásia e veículos terrestres à Austrália. Há até rumores circulando sobre possíveis discussões para a venda de sistemas de defesa aérea à Arábia Saudita .

Você já se perguntou como Seul consegue garantir contratos tão massivos? A resposta é bastante direta. A Coreia do Sul mantém linhas de produção activas principalmente para satisfazer as suas próprias necessidades, mas pode facilmente mudar essas linhas para acomodar as exigências de exportação quando necessário. Além disso, eles podem adaptar seus produtos de defesa para atender perfeitamente às necessidades exclusivas de seus clientes. Esta flexibilidade estende-se à transferência de tecnologia e ao estabelecimento de linhas de produção locais. Muito inteligente, não é?

Produção rápida
Dê uma olhada em como a planta 3 de Changwon da Hanwha Aerospace aumentou efetivamente a produção de obuses autopropulsores K9 de 155 mm dentro de um período de tempo limitado. As melhorias recentes incluem uma nova linha de montagem, que reforçou a sua capacidade anual para produzir 160 unidades K9. Notavelmente, este número deverá aumentar para 240 K9 anualmente até abril de 2024, com a inauguração de uma terceira via de produção.

O que é fascinante é que a eficiência de produção demonstrada pelas empresas de defesa sul-coreanas parece superar a dos fabricantes de equipamento original americanos ou europeus. Por exemplo, o país surpreendentemente entregou o lote inicial de 10 tanques K2 e 24 K9 à Polónia apenas quatro meses após a assinatura do contrato.

Na mesma linha, a Polónia recebeu a sua primeira aeronave FA-50 apenas dez meses após a aprovação do contrato em Setembro de 2022. Esta maior velocidade de fornecimento a clientes estrangeiros é em grande parte atribuível à “associação mutuamente benéfica” entre o governo de Seul e os fabricantes de defesa. Este vínculo estreito promove uma reorganização das entregas locais para satisfazer eficazmente as exigências de exportação.

Início gradual da Índia
O principal fabricante de aeronaves indiano, Hindustan Aeronautics Limited [HAL], está se esforçando diligentemente para apresentar sua aeronave de combate leve doméstica [LCA] 'Tejas' na plataforma global . No entanto, enfrenta desafios devido à sua lenta taxa de produção, que não satisfaz prontamente as necessidades do país.

Em 2023, o CEO da HAL, CB Ananthakrishnan, divulgou planos para acelerar sua produção. Eles pretendem produzir 24 aeronaves anualmente entre 2025 e 2026, progredindo para 30 aeronaves a cada ano a partir de então.

O vice-chefe aposentado da Força Aérea Indiana, Marechal da Força Aérea Anil Khosla, destacou a dependência da Índia do setor público . Isto inclui organizações como a HAL e a Bharat Electronics Limited, entre outras, e esta dependência tem impedido o crescimento da Índia como exportador de defesa. Ele discutiu os desafios: “Problemas com políticas atrasadas, produção lenta que leva à obsolescência e a falta de instalações robustas de fabricação de defesa estão impedindo as metas de exportação de defesa da Índia”, afirmou. Além disso, salientou: “As restrições ao Investimento Estrangeiro Direto [IDE] podem ser desanimadoras para as empresas industriais globais que consideram instalar-se na Índia”.

A tendência é positiva
Uma solução viável poderia ser fornecer um plano unificado detalhado e de longo prazo que descreva as necessidades futuras das forças armadas indianas. Isso daria aos membros da indústria uma compreensão mais clara do que está por vir. “Permitir 100 por cento de Investimento Directo Estrangeiro [IDE] no sector da defesa também criaria oportunidades para entidades privadas. Isto não só injetaria capital, mas também introduziria concorrência para as PSUs de Defesa”, propôs. “Vale a pena notar que, em 2020, os limites máximos do IDE no sector da defesa foram aumentados para 74 por cento através da via automática para empresas que solicitam novas licenças da indústria de defesa, e totalmente 100 por cento através da via governamental, o que provavelmente levaria ao acesso a tecnologias avançadas. tecnologia."

“Avanços notáveis ​​foram feitos nos últimos dez anos, demonstrando, em geral, uma trajetória positiva. No entanto, para atingir as metas estabelecidas, precisamos intensificar nossos esforços e focar mais no progresso e não apenas no processo”, afirmou o Ten General Subrata Saha. Este indivíduo dedicado serviu com orgulho e aposentou-se como Vice-Chefe do Estado-Maior do Exército. Nessa função, ele gerenciou o planejamento de perspectiva, liderou iniciativas de modernização e supervisionou o desenvolvimento de capacidades. Além disso, desempenhou um papel fundamental na criação do Gabinete de Design do Exército em 2016.

24 março, 2024

Números do FBI mostram que o crime caiu enquanto os americanos estocavam mais armas

AP Foto/Keith Srakocic

*Breitbart News, por AWR Hawkins - 19/03/2024

Os números do FBI relatados pela NBC News em 19 de março de 2024 mostram que a criminalidade caiu durante 2023, um ano em que houve mais de um milhão de verificações de antecedentes por mês para compras de armas.

Em 4 de julho de 2023, o Washington Examiner observou que as verificações do Sistema Nacional de Verificação Instantânea de Antecedentes Criminais (NICS/FBI) para compras de armas ultrapassaram um milhão por mês durante 47 meses consecutivos.

Em 19 de março de 2024, o Breitbart News conversou com Mark Oliva, da National Shooting Sports Foundation, e ele disse que já se passaram 55 meses consecutivos de mais de um milhão de verificações do NICS.

Isso significa que, até 2023 e ao longo de 2023, os americanos estavam indo às lojas de armas para adquiri-las, mas os “números do quarto trimestre” relatados pela NBC News mostraram “um declínio de 13% nos assassinatos em 2023 em relação a 2022, um declínio de 6% em crimes violentos relatados e um declínio de 4% nos crimes contra a propriedade relatados.”

O ex-analista da CIA Jeff Asher comentou sobre os números mais baixos da criminalidade, dizendo: “Isto sugere que quando obtivermos os dados finais em outubro, teremos visto provavelmente o maior declínio de homicídios num ano alguma vez registado”.

Houve uma situação semelhante depois que as vendas de armas aumentaram em 2013. O Breitbart News apontou que as vendas privadas de armas dispararam durante 2013, com 21.093.273 verificações de antecedentes e, de acordo com o FBI, os crimes nas categorias de "crimes violentos" e "crimes contra a propriedade" diminuíram durante o ano.

Numa escala mais ampla, o Breitbart News observou  um estudo de 2012 do Serviço de Pesquisa do Congresso mostrando que a posse de armas saltou de 192 milhões de armas privadas em 1994 para 309 milhões em 2009. Ao mesmo tempo, o “assassinato relacionado com armas de fogo e homicídio não negligente”, de uma taxa de 6,6 por 100.000 americanos em 1993, caiu para 3,6 por 100.000 em 2000 e para 3,2 por 100.000 em 2011.

01 janeiro, 2024

Pronta para iniciar sua operação na Índia, JD Taurus ativa seu site e informa as armas a serem produzidas

Fuzil JD Taurus T4 5,56mm sobre tecido camuflado no padrão do Exército Indiano

*LRCA Defense Consulting - 01/01/2024

Com a proximidade do início de sua produção na Índia, a JD Taurus - joint venture entre a Taurus Armas e a Jindal Defence (Jindal Group) - ativou seu site na Internet.

Por ali, é possível verificar que as armas a serem produzidas pela nova empresa são pistolas JD Taurus TS9 e TS9c, pistolas JD Taurus 57 SC 7.65mm, revólveres JD Taurus 073 .32 S&WL, carabinas JD Taurus T9 e fuzis JD Taurus T4 5.56x45mm.


De forma institucional em seu site, a JD Taurus afirma que "A Jindal Defense Systems Private Limited e a Taurus Armas trazem armas de fogo tecnologicamente avançadas desenvolvidas no Brasil, agora fabricadas de forma indígena (local) na Índia, para a segurança dos cidadãos e para capacitar os bravos soldados a nunca errar o alvo. Com mais de 80 anos de experiência, a Taurus é líder global na fabricação de armas de fogo e é conhecida por sua excepcional qualidade, confiabilidade e alcance."

A empresa prossegue sua divulgação enfatizando que "Agora, com esta joint venture, a JD Taurus está trazendo sua abrangente linha de produtos, que serão produzidos na fábrica de última geração situada no estado de Haryana, incluindo seu próprio campo de tiro para fins de testes rigorosos, a fim de garantir o bom funcionamento da Taurus dentro de padrões de segurança internacionais conhecidos. A tecnologia de ponta da Taurus e as rigorosas medidas de controle de qualidade garantem que cada arma de fogo seja da mais alta qualidade e atenda aos padrões internacionais de segurança".

Acessórios e customização
O site também deixa antever que, em breve, a JD Taurus passará a oferecer acessórios e a customização de armas.


Início da produção
Segundo afirmou Salesio Nuhs, CEO Global da Taurus, na última reunião da Apimec em 06 de dezembro, a JD Taurus pretende iniciar sua produção neste mês, com pistolas e revóveres, ainda que  a inauguração formal vá ocorrer posteriormente, em data a ser definida considerando algumas imposições indianas de cunho cultural e religioso.

No entanto, mesmo sem começar suas operações, a empresa já tem uma pequena carteira de pedidos e está trabalhando para ampliá-la. Para isso, conta com um setor de marketing & vendas já ativo, com uma rede estabelecida de distribuidores e lojistas e, principalmente, com o prestígio e a penetração do Jindal Group, um dos maiores e mais poderosos grupos privados da Índia.


Unidade fabril da JD Taurus
A Taurus tem 49% da joint venture, mas sua participação se dá com a transferência de tecnologia (ToT), cabendo à Jindal Defence (51%) todos os investimentos necessários ao estabelecimento e ao funcionamento da empresa.

A JD Taurus tem capacidade de produção total de 1.500 armas por dia e poderá iniciar fabricando em torno de 1.150 armas civis por dia, conforme a demanda. Caso vença a megalicitação de fuzis em curso, poderá ser rapidamente expandida, haja vista que a instalação está situada dentro de um terreno total bem maior. Além disso, visando o prestígio a empresas locais, uma parte da produção está sendo terceirizada, pelo menos inicialmente, fazendo com que a necessidade de espaço interno fabril seja menor.

Esta Consultoria julga relevante ressaltar que o Brasil, que tem uma característica de exportar majoritariamente bens do setor primário, começa a exportar tecnologia para um dos países mais importantes do mundo, o maior em termos populacionais, e em setor extremamente estratégico, que é o setor de defesa, onde a Índia já se destaca no concerto das nações por desenvolver armas estratégicas e equipamentos com tecnologia de ponta.

Visão parcial da unidade fabril da JD Taurus

Oportunidade maior que o ano de 2021
Em dezembro de 2022, o CEO Global da Taurus afirmou, durante um evento com investidores na fábrica de São Leopoldo, que a Índia representa uma oportunidade ainda muito maior e mais perene do que aquela que a empresa que teve no ano de 2021, quando a Taurus percebeu e se preparou a tempo para a impressionante e inédita demanda que viria nos EUA, aproveitando-a ao máximo e fazendo de 2021 o melhor ano da história da companhia.

Salto no EBITDA
Um outro motivo para o entusiasmo do CEO Global da Taurus é a geração de caixa que a operação na Índia deverá gerar, haja vista que, enquanto sua empresa contribui com a transferência de tecnologia, cabe ao Grupo Jindal quase todos os investimentos, da produção à distribuição, passando pelo marketing e demais custos necessários. Com isso, os 49% dos frutos a que a Taurus terá direito serão recebidos praticamente "limpos", possibilitando um enorme salto no EBITDA da empresa.

Para se ter uma dimensão da importância do negócio na Índia, esta Consultoria relembra abaixo detalhes sobre o país, suas dimensões em todos os campos e seus mercados civil, militar e de segurança pública.

Índia - um país com números impressionantes
Sob qualquer aspecto em que sejam analisados, os números da Índia são impressionantes. Afinal:
- tem mais de 1,4 bilhão de habitantes, tendo se tornado o país mais populoso do mundo neste ano;
- é considerada a quarta potência militar do planeta, atrás apenas dos EUA, Rússia e China;
- suas forças armadas têm mais de 1,3 milhão de integrantes;
- suas forças de segurança possuem um efetivo de mais de 1,4 milhão de policiais;
- a segurança privada do país conta com mais de 7 milhões de homens e mulheres;
- nos últimos cinco anos, a Índia foi o segundo maior importador mundial de armamentos;
- está entre os cinco principais países do mundo com maiores gastos no setor de defesa;
- tem o 8º PIB do mundo, à frente de países como Itália, Coreia do Sul, Canadá e Rússia.

Maior e mais inexplorado mercado do mundo para armas leves
Em termos militares e de maneira geral, suas forças armadas possuem armamentos atômicos, bem como aviões, navios, artilharia, tanques e mísseis modernos. Anteriormente, a maior parte era importada dos Estados Unidos, Rússia e França, mas a indústria nacional começou a desenvolver e a produzir tais itens e está avançando a passos impressionantes, graças às iniciativas "Make in India" e "Atmanirbhar Bharat" (Índia Autossuficiente), implementadas pelo Primeiro-ministro Narendra Modi.

Com relação ao armamento leve, com exceção de algumas unidades especiais, a maior parte das forças regulares e a quase totalidade das forças de segurança ainda usa metralhadoras de mão, pistolas e fuzis antiquados produzidos pelas fábricas estatais. Há pouco tempo, houve uma grande importação de fuzis de assalto americanos (que estão apresentando falhas) e foi firmada uma joint venture com a Rússia para a produção local do fuzil de assalto AK-203. A partir daí, diversas iniciativas semelhantes estão sendo costuradas com empresas de outros países, sempre com transferência de tecnologia.

Mercados civil e governamental
Segundo estimativas internacionais e da própria Índia, este país ultrapassou a China em abril de 2023, tornando-se o mais populoso do mundo, superando a marca de 1,4 bilhão de pessoas.

Apesar disso, fontes internacionais afirmam que a Índia possui apenas cerca de 74 milhões de armas leves civis, principalmente antigos e obsoletos revólveres e pistolas. Segundo as últimas informações prestadas por executivos da Taurus, o país fornece anualmente cerca de 45 mil novas licenças para aquisição de armas e há cerca de 12 milhões de licenças ativas. Isso acontece em virtude de uma legislação bastante rígida e de costumes culturais milenares que levam, por exemplo, a uma parte da polícia ostensiva ser armada apenas com porretes.

Salesio Nuhs afirmou, na reunião Apimec em dezembro, que a questão do armamento para civis começou a ser discutida com mais ênfase na Índia há três anos, coicidentemente ou não na mesma época em que o Grupo Jindal o procurou para propor uma joint venture.

Aqui, é importante observar que o que dá sustentação e perenidade a uma fabricante de armamento leve é o mercado civil. Assim, é preciso ressaltar que o foco da Taurus, nos EUA, na Índia e no resto do mundo, é o mercado de armas civis, pois é neste que obtém as melhores margens, sendo o motivo primordial de a fábrica indiana começar sua fase operacional produzindo esse tipo de arma. As licitações, como toda a venda por atacado, causam uma diminuição das margens, que é compensada, no entanto, pelos altos volumes envolvidos.

Não parece haver dúvidas de que um mercado civil com apenas 74 milhões de armas antigas para uma população de 1,4 bilhão de pessoas é um nicho atraente, perene e promissor, sob qualquer ângulo que seja visto, e este é um dos motivos que levou o gigante Jindal Group a procurar a Taurus e com ela firmar uma joint venture em 2020 para produção de armas leves civis e militares na Índia.

No entanto, além do mercado civil, a JD Taurus já está participando de importantes e significativas licitações no imenso mercado militar e de segurança indiano.

Além da megalicitação de 425.000 fuzis para as Forças Armadas indianas que a empresa está disputando e que se definirá no início deste ano, as licitações futuras para órgãos policiais e paramilitares do país já somam cerca de 260 mil armas de diversos tipos (fuzis, submetralhadoras e pistolas). Ou seja, ainda sem ter inaugurado sua fábrica na Índia, a JD Taurus já tem a perspectiva de concorrer a licitações que montam, por enquanto, em cerca de 685 mil armas, além de um imenso e quase inexplorado mercado civil.

Fuzil JD Taurus T4 é um forte concorrente na megalicitação para as Forças Armadas indianas

No que se refere às licitações em todos os níveis governamentais, a multinacional brasileira tem preços muito competitivos, alta tecnologia/qualidade e volume de produção (algo que poucos fabricantes têm), além de ter sido a primeira joint venture de armas leves na Índia e de ter uma fábrica agora pronta para entrar em operação. Os três primeiros fatores fizeram com que vencesse a concorrência para fornecer o Fuzil T4 ao Exército das Filipinas no ano passado, também competindo com grandes fabricantes internacionais de armas. Segundo o CEO da Taurus declarou recentemente, existem dois grandes fabricantes que são favoritos na megalicitação de fuzis indiana, sendo a Taurus um deles, e é bastante provável que cada um fique com 50% do total.

Índia: novo divisor de águas para a Taurus
Em síntese, esta Consultoria está convicta de que a Índia poderá se constituir em um novo divisor de águas para a multinacional brasileira, assim como já o foram a sua venda para a CBC, a assunção da equipe dirigente liderada por Salesio Nuhs e o turnaround "de livro" que esta implementou na empresa.

 

31 dezembro, 2023

Calibre .38 TPC: a estratégia antifrágil da Taurus e da CBC

 

*LRCA Defense Consulting - 31/12/2023

No setor brasileiro de armas leves, munições e acessórios, a realidade que passou a imperar - à revelia da vontade da indústria, do comércio de bens/serviços e dos consumidores - é o novo arcabouço de normas legais representado pelos calibres oficialmente permitidos, pelas Portarias 164 e 166,  e pela autorização para controle de javalis, cujo último ato foi publicado no dia 27 deste mês.

Em vista das problemas trazidos pelas novas normas, vale lembrar que, no início dos anos 60 do século passado, a Marinha dos EUA popularizou uma "metodologia" que passou a balizar os planejamentos iniciais para qualquer atividade, sempre que persistissem dúvidas sobre o que fazer. Simbolizada pelo acrônimo KISS (keep it simple, stupid!), a expressão significa, em tradução direta e bem ao gosto americano, "mantenha o simples, estúpido!".  Ou seja, na dúvida, deve-se priorizar o que é mais simples de ser feito.

Assim, apesar da nova realidade imposta pelo governo brasileiro, algumas atividades "simples" são absolutamente necessárias:
- para o cidadão: continuar a adquirir armas, munições e acessórios para a defesa pessoal, da família e de seus bens;
- para os CACs: continuar a praticar a respectiva atividade nas melhores condições possíveis;
- para as empresas: continuar vendendo seus produtos e serviços, gerando empregos, lucros e divisas.

Para além do que é "simples", caberá à Associação Nacional das Indústrias de Armas e Munições (ANIAM), às federações e confederações esportivas, bem como aos representantes de todos os interessados nas Câmaras Municipais, nas Assembleias Legislativas e, principalmente, no Congresso Nacional, continuar na luta por flexibilizar as medidas relativas a calibres, tipos de armas, habitualidade, localização dos Clubes de Tiro e outras que foram engessadas de forma draconiana nas atuais normas.

Dentro das considerações acima, o primeiro fator a levar em conta é que dificilmente o calibre 9mm deixará de ser restrito neste governo, pois acredita-se que, para ele, esta não seja apenas uma questão técnica, mas sim ideológica. O segundo, é que, independente de ser melhor ou pior que os anteriores, agora existe um arcabouço legal a ser seguido, possibilitando que a "vida" continue, tanto para os cidadãos, como para os CACs e para as empresas. O terceiro, é que a luta continua...

A estratégia antifrágil da Taurus e da CBC
Certamente, não foi por falta de planejamento estratégico, flexibilidade e atenção às oportunidades que a Taurus e a CBC se tornaram duas das maiores empresas do mundo livre em seus respectivos setores.

Além de estarem ampliando vigorosamente a expansão geográfica de suas produções e vendas (EUA, Índia e Arábia Saudita), as duas indústrias, frente à nova situação no País, agiram com oportunidade e decidiram continuar a oferecer aos brasileiros a possibilidade de exercer seus direitos com relação às armas. Como empresas que são, decidiram também continuar a vender seus produtos para o mercado interno não institucional (cidadãos e CACs), tanto por este ser significativo em termos comerciais, quanto por ambas terem uma ligação afetiva e de responsabilidade para com ele.

Neste ponto, vale lembrar o conceito de antifragilidade, que consiste em uma característica pela qual as adversidades, especialmente as imprevistas ou não desejadas, tal como a realidade imposta hoje pelas novas normas, não são superadas apenas por atitudes reativas (que podem ser impensadas, não planejadas e até desastrosas, além de não produzirem muitos resultados positivos), mas pela chamada "aceitação estratégica". Neste caso, aceitar não significa permanecer resignado perante o problema, mas aceitar a realidade tal como ela se apresenta e não como gostaríamos que fosse, entendendo o contexto em torno de um imprevisto no menor prazo possível, aprendendo com isso e tomando as melhores decisões consequentes.

A questão aqui é perceber que certas coisas, depois que acontecem, provocam mudanças tão profundas que não há remédio que não seja se ajustar rapidamente, encarando o indesejável não como um problema, mas sim como uma oportunidade, mediante uma posição proativa e consciente, haja vista que a vida, o trabalho e os negócios seguidamente apresentam fatos novos, inesperados ou não desejados.

Assim, a estratégia antifrágil da Taurus e da CBC, frente à nova realidade dos calibres restritos, foi a de criar um novo calibre para o Brasil: o .38 TPC, que tem 40% mais de energia que o .38 (no limite permitido pela legislação) e potência suficiente para ser usado de forma eficiente na defesa pessoal e nas competições de Tiro Prático (IPSC). Como as duas empresas são as grandes patrocinadoras do esporte e o calibre TPC tem recuo e custos menores que o 9mm, com bons resultados finais, a tendência é que cada vez mais atletas adquiram armas nesse calibre, com ênfase nos atiradores dos níveis iniciais.

Tais considerações também se aplicam aos cidadãos comuns que irão adquirir armas a partir de agora, pois além da potência e do preço, serão armas de calibre permitido, acessíveis a qualquer pessoa habilitada.

É relevante lembrar que a outra opção seria a Taurus e a CBC voltarem-se ainda mais para o mercado internacional, abandonado os cidadãos e CACs que necessitassem de armas mais modernas e calibres mais potentes que o .380. Felizmente, essa opção foi prontamente rejeitada pelas duas empresas.

Ou seja, trazendo o conceito de antifragilidade para um jargão bastante popular, em menos de um mês após a publicação da restrição dos calibres, as duas empresas souberam fazer do "limão" a "limonada", e na melhor forma possível para todos os fins e efeitos.

Em entrevista ao repórter Pedro Pligher, de Money Times, Salesio Nuhs, CEO Global da Taurus, esclareceu a questão. “Houve muitos clientes se queixando de que não poderiam comprar uma G2c por conta do novo decreto”. Com a nova legislação, o calibre 9mm, usado na pistola, ficou restrito. “Mas agora poderão comprar a G2c no calibre .38 TPC”, afirma. Ele cita ainda que a nova munição possui algumas vantagens.

“Qual a grande vantagem desse calibre? Primeiro o recuo, pois é mais efetivo que o .380, mas com muito menos recuo (que o 9mm) e uma energia de impacto grande”, diz Salesio.

“Será um calibre mais barato que o do 9mm, na pistola e na munição”, diz. Segundo ele, "a redução deve ser de 5% em média”. Hoje, uma Taurus G2c 9mm na versão mais barata custa R$ 4.146,00 na loja online da Taurus. No novo calibre, deverá custar por volta de R$ 3.900,00.

Gráficos comparativos: Paulo Bedran (Instagram)
Os gráficos acima e os três textos entre aspas imediatamente abaixo foram extraídos de postagens efetuadas pelo Policial Federal e professor Paulo Elias Bedran Júnior,  em seu perfil no Instagram. Paulo Bedran foi um dos palestrantes na 1ª Conferência Internacional de Balística, realizada pela CBC de 06 a 08 de dezembro, onde discorreu sobre Balística Interna e Externa.

- "Pegue um estojo 9 mm Luger, corte cerca de 1 mm do seu comprimento e projete uma carga que não ultrapasse 407 joules de energia. Pronto, você tem um cartucho .38 TPC! Se for para apelidar o 38 TPC, mais justo seria chamá-lo de 9 mm Luger -P. O cartucho faz uso dos mesmos projéteis, tem o mesmo limite de comprimento, apenas está limitado a entregar não mais que 90% do desempenho do 9 mm Luger."

- "Como esperávamos, trata-se de estratégia das empresas envolvidas no projeto (Taurus e CBC) em apresentar uma opção de ferramenta para defesa mais eficaz e que, legalmente, se enquadre como PERMITIDO."

- "A linha .38 TPC contará com uma versão Bonded, equipada com projétil de 124 grains. A promessa é que esse projétil - em disparos diretos - penetre próximo de 14” na gelatina balística calibrada (10%), com expansão de, aproximadamente, 40% de seu diâmetro original, sem perda de massa. Resultados que, se comprovados, podem tornar o .38 TPC uma luz no fim desse túnel para os preteridos dos calibres restritos."

Efeitos comparativos em gelatina balística entre as munições 9mm 115 grs +P+, 9mm 124 grs +P, 9mm 147 grs +P e 38 TPC 124 grs bonded mostrados por um palestrante na 1ª Conferência Internacional de Balística

Um outro dado a considerar é que dificilmente as empresas estrangeiras irão adaptar suas armas para o novo calibre brasileiro, dado ao custo, ao mercado de um único país e ao alto valor de uma arma importada, acessível a poucos.

Portanto, esta Consultoria acredita que a estratégia da Taurus e da CBC, além de evidenciar a antifragilidade das duas companhias, possibilitará que cidadãos comuns, CACs e empresas continuem a exercer seus direitos e atividades relativos ao setor, da melhor forma possível dentro da nova realidade.

Com relação às indústrias e lojas, a tendência é que as vendas de armas e munições no mercado interno aumentem de forma significativa a partir de agora, dada à enorme demanda reprimida em todo o ano de 2023, contemplando, principalmente, produtos nesse novo calibre, tão logo estejam disponíveis.

28 dezembro, 2023

Taurus e SCOPA avançam em entendimentos para fabricação de armas na Arábia Saudita

Imagem fictícia e meramente representativa da parceria da Taurus & CBC com a saudita SCOPA Defense

*LRCA Defense Consulting - 28/12/2023

Em Fato Relevante enviado hoje à Comissão de Valores Mobiliários, a Taurus Armas S.A. informou aos seus acionistas e ao mercado que, em continuidade ao Fato Relevante publicado em 31 de Julho de 2023 e após autorização do Conselho de Administração, celebrou nesta data a assinatura de um Term Sheet (Termo de Compromisso), não vinculante, que estabelece as premissas iniciais para avançar com o estudo de viabilidade da constituição de uma joint venture no Reino da Arábia Saudita com a empresa SCOPA MILITARY INDUSTRIES (anteriormente denominada SCOPA DEFENSE TRADING).

O objetivo da joint venture, se obtidas todas as autorizações estatutárias e legais, será a fabricação de armas Taurus no Reino da Arábia Saudita e comercialização em toda a região do “GCC” (Cooperation Council for the Arab States of the Gulf), que tem como membros os seguintes países: Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã.

A parceria, caso efetivada, também busca atender uma série de programas e plataformas do projeto Saudi Vision 2030 (www.vision2030.gov.sa), que objetiva uma posição abrangente e ambiciosa para o Reino da Arábia Saudita (KSA) até o ano de 2030, com várias frentes estratégicas para promover o desenvolvimento econômico e social da região, principalmente na área de defesa.

As partes seguirão com os estudos para elaboração do plano de negócios a ser desenvolvido, bem como as demais condições para criação da joint venture.

A SCOPA é uma das principais empresas de defesa do Reino da Arábia Saudita. Através de um portfólio de produtos para indústrias militares, contribui para o projeto SAUDI VISION 2030, de fabricar 50% da produção internamente e ajudar no desenvolvimento das indústrias militares no Reino, visando alcançar a sustentabilidade no atendimento às necessidades e demandas das forças armadas sauditas.

A Arábia Saudita possui atualmente o 5º maior orçamento de defesa no mundo e planeja que, até o ano de 2030, 50% dos investimentos militares tenham origem em empresas locais.

A assinatura deste Term Sheet é um passo importante na estratégia global da TAURUS como líder mundial na fabricação de armas leves e transferência de tecnologias, tendo como base a rentabilidade sustentável, qualidade e melhoria dos indicadores financeiros e operacionais, além do forte investimento no desenvolvimento de tecnologias de novos produtos, processos e materiais.

Saiba mais:
- Taurus prepara "turnaround mercadológico" para 2024
- Na Arábia Saudita, Taurus & CBC podem criar um forte ecossistema logístico para as Forças Armadas e para exportação



12 novembro, 2023

Mais de 95% dos massacres com armas de fogo nos EUA ocorreram em "zonas livres de armas"


*LRCA Defense Consulting - 12/11/2023

A pesquisa realizada pelo Dr. John R. Lott Jr. - Conselheiro Sênior de Pesquisa e Estatística do Departamento de Justiça dos EUA - sob o título "Detalhando dados de tiroteios públicos em massa de 1998 a maio de 2022: informações sobre armas usadas; zonas livres de armas; dados demográficos raciais, de idade e de gênero", publicada em maio de 2022 pelo instituto americano Crime Prevention Research Center (Centro de Pesquisa de Prevenção do Crime), traz algumas conclusões interessantes sobre a maioria dos tiroteios públicos havidos nos EUA.

Entre outras descobertas, a mais significativa é que 9 em cada 10 ataques ocorrem em zonas livres de armas (gun-free zone), embora durante um período mais longo, desde 1950, 96% dos ataques tenham ocorrido em zonas livres de armas.

Cinemas, escolas e universidades, por exemplo, são pontos em que o cidadão não pode portar armas nos EUA, sob pena de se submeter a rigorosas punições previstas em lei. Contudo, pessoas que estão decididas a cometer um massacre não seguem as leis.

Segundo Bene Barbosa - bacharel em Direito, especialista em segurança pública e presidente da ONG Movimento Viva Brasil - declarou ao jornal Gazeta Mercantil em reportagem intitulada "Áreas livres de armas legais, mas não de loucos":
- "Ao se pesquisar tecnicamente os massacres registrados mundo afora, tem-se nítida a constatação de que o fato de terem ocorrido em locais onde armas são proibidas não é coincidência. Ao contrário, o que se vê, sobretudo quando o assassino permanece vivo, é a escolha criteriosa desses locais para os ataques, pois ali não há chance de reação da vítima, o que pode impedir a ação, cessando sua investida".

O fato é que as pessoas más não querem disparar contra locais onde possam encontrar resistência armada. Eles escolhem escolas, festivais de música (como em Israel, recentemente), cinemas e outros alvos fáceis para realizar massacres, onde é provável que seja encontrada pouca ou nenhuma resistência armada.

A lógica é simples. Pessoas armadas são mais difíceis de matar do que pessoas desarmadas. Balas voando em ambas as direções, especialmente na dos bandidos, dão a estes algo a considerar seriamente antes de atacar. 

Em síntese, assassinos em massa, terroristas ou quaisquer outros tipos de bandidos não querem tiros vindo em sua direção. Obviamente, preferem alvos indefesos, fáceis de atacar e que não possam reagir com a mesma força.

24 outubro, 2023

Nos EUA, judeus buscam armas e treinamento frente a ameaças após ataque do Hamas

David Kowalsky, proprietário da Florida Gun Store, ensina Mendy Duchman sobre segurança com armas e maneiras adequadas de manusear uma arma de fogo no campo de tiro de Kowalsky em Hollywood, Flórida, na sexta-feira. (Scott McIntyre para NBC News)

 *NBC News, por Merritt Enright e Simone Weichselbaum - 22/10/2023

Henya Chein sempre teve pavor de armas. A artista judia ortodoxa e mãe de dois filhos ficou preocupada com a decisão do marido de comprar uma arma depois que eles se mudaram de Nova York para a Flórida no ano passado.

“Eu simplesmente bloquearia da minha mente que está em casa”, disse Chein, 26 anos.

Mas depois de observar o desenrolar dos acontecimentos em Israel, ela tomou medidas que nunca imaginou tomar. Chein participou de um seminário sobre segurança de armas em sua sinagoga na semana passada, seguido de uma sessão individual em um campo de tiro local.

“Mesmo no estande, eu só queria largar a arma e voltar correndo para casa”, disse Chein. “Eu estava com tanto medo e estou com medo disso.”  

Mas ela disse que se sentiu “forçada a fazer isso porque o povo judeu não está seguro em lugar nenhum agora”.

O ataque terrorista mortal em Israel e a torrente de ameaças nas redes sociais que se seguiram forçaram muitos judeus americanos a reconsiderar as suas posições de longa data contra a posse ou uso de armas.

Instrutores de armas de fogo e grupos de segurança judeus em todo o país dizem que foram inundados com nova clientela desde que o Hamas atacou Israel em 7 de outubro. E os proprietários de lojas de armas na Flórida dizem ter visto mais judeus comprarem armas de fogo nas últimas semanas do que nunca.

“Definitivamente temos visto um tremendo aumento no número de judeus religiosos e ortodoxos comprando armas de fogo”, disse David Kowalsky, dono da Florida Gun Store, na cidade de Hollywood, e que também oferece aulas de treinamento em armas de fogo. “Tenho visto um aumento no interesse no treinamento individual, bem como no treinamento em grupo.”

David Kowalsky cumprimenta clientes na Florida Gun Store em Hollywood, Flórida. (Scott McIntyre para NBC News)

Kowalsky, que é judeu, disse que as sinagogas locais o procuraram para organizar seminários de treinamento sobre armas e sessões de tiro na semana passada. Em um seminário sobre segurança com armas que ele organizou na semana passada, Kowalsky disse que a maioria dos participantes era novata no uso de armas.

“São mães, professoras, a maioria delas são pessoas que nunca interagiram com armas de fogo ou pensaram em possuí-las”, disse Kowalsky. “Há uma preocupação de segurança. Acho que as pessoas estão nervosas com o que está acontecendo e com o que pode acontecer.”

O rabino Yossi Eilfort dirige a Magen Am, uma organização sem fins lucrativos em Los Angeles que oferece aulas de autodefesa e treinamento com armas de fogo para a comunidade judaica. Ele disse que receberam mais de 600 ligações na última semana.

“Não podemos desligar o telefone sem atender o próximo”, disse Eilfort. “Os apelos para formação em autodefesa, formação em consciência situacional – 'Como posso tornar a minha loja ou a minha instituição um alvo mais difícil?' - tem sido muito, muito ininterrupto.

Cartuchos de bala usados ​​no chão do campo de tiro da Florida Gun Store em Hollywood, Flórida, na sexta-feira. (Scott McIntyre para NBC News)

Judeus armados sempre foram vistos como um acontecimento estranho, mas agora...
Não é incomum que grupos-alvo procurem medidas de autodefesa após ataques ou ameaças públicas.

Alguns judeus americanos disseram que se interessaram pela posse de armas pela primeira vez depois que um tiroteio em 2018 em uma sinagoga de Pittsburgh matou 11 pessoas. Um estudo de 2022 da Universidade de Michigan descobriu que os ásio-americanos que sofreram racismo durante a pandemia eram mais propensos a adquirir armas de fogo e munições para autodefesa.

Mas em muitas comunidades judaicas, a posse de armas é um assunto tabu.

“A maioria dos judeus no país historicamente tem sido liberal de esquerda, pró-reforma de armas, pró-controle de armas, oposta à posse pessoal de armas”, disse Hank Sheinkopf, um veterano estrategista político baseado em Nova York que também é rabino ortodoxo. “Judeus armados sempre foram vistos como um acontecimento estranho.” Mas agora, acrescentou Sheinkopf, parece que a visão de longa data – de que os EUA são o “único lugar no mundo onde os judeus estão seguros – está a chegar ao fim”.

David Kowalsky, na sombra, enquanto ensinava segurança com armas e maneiras adequadas de manusear uma arma de fogo no campo de tiro de Kowalsky em Hollywood, Flórida, na sexta-feira. (Scott McIntyre para NBC News)

Ameaças extremistas levam homens e mulheres às armas
Extremistas pró-Hamas e neonazistas inundaram as plataformas de mídia social com pedidos de ataques às comunidades judaicas e outros alvos nos EUA e na Europa, levando as agências policiais dos EUA a intensificarem suas posturas de prontidão, informou a NBC News na semana passada . E tem havido uma série de incidentes de crimes de ódio contra judeus nos EUA, incluindo um ataque recente a uma mulher enquanto ela estava numa movimentada plataforma do metro de Nova Iorque.

Os muçulmanos americanos também foram alvos nas últimas semanas. No caso de maior repercussão, um menino palestino-americano de 6 anos foi esfaqueado até a morte em sua casa em Illinois, no que a polícia descreveu como um crime de ódio anti-muçulmano; seu senhorio foi acusado de assassinato no ataque.

A NBC News conversou com mais de uma dúzia de judeus americanos em todo o país que buscaram a posse de armas ou o treinamento formal com armas pela primeira vez em resposta ao conflito Israel-Gaza. Muitos disseram que não se sentiam confortáveis ​​em partilhar publicamente as suas identidades por medo de poderem ser alvos. Pelo menos duas pessoas disseram ter recebido ameaças de morte anti-semitas nas redes sociais.

Alguns também disseram temer reações adversas por parte de pessoas em suas comunidades que podem ser menos receptivas à posse de armas.

Endi Tennenhaus, diretora de uma pré-escola e mãe de sete filhos que mora em Hollywood, Flórida, ajudou a organizar um treinamento sobre segurança de armas para mulheres em sua sinagoga na semana passada. O marido dela, que é rabino da sinagoga, já havia organizado um grupo de homens para ir ao campo de tiro.

“Eu disse: 'E as mulheres? Tenho certeza de que algumas mulheres adorariam fazer isso também'”, lembrou Tennenhaus, 41 anos. “Se todos os nossos maridos estão comprando armas, queremos ter certeza de que também saberemos como usá-las e também seremos capazes para proteger nossos filhos e poder manter as armas seguras em nossas casas.”

Mendy Duchman dispara uma arma em uma sessão de treinamento de segurança com armas no campo de tiro de Kowalsky em Hollywood, Flórida, na sexta-feira. (Scott McIntyre para NBC News)

Ela disse que 25 a 30 mulheres participaram da aula introdutória e uma sessão de tiro está marcada para a próxima semana.

Uma mulher judia de 41 anos que mora em Miami Beach disse que é a favor do controle de armas e não deseja usar arma de fogo. Mas ela se inscreveu em sessões de treinamento com armas depois de receber ameaças de morte de contas desconhecidas no Instagram, onde ela havia postado anteriormente sobre ser judia.

A mulher, que falou sob condição de anonimato por temer pela segurança de sua família, disse que as ameaças continham imagens gráficas de cadáveres.

“Não é como 'Ei, estou orgulhosa e feliz e quero fazer isso'”, disse ela sobre sua escolha de fazer treinamento com armas de fogo. "Eu não tenho escolha. É uma coisa muito triste.”

Daniel Lombard, um policial de Chicago que também dirige a DAVAD Civilian Defense, uma empresa de treinamento em armas de fogo, disse ter visto um grande aumento no interesse das comunidades judaicas locais.

“Definitivamente vamos adicionar aulas. Não há dúvida sobre isso”, disse Lombard.

Mendy Duchman posa para um retrato após uma sessão de treinamento com armas de fogo em Hollywood, Flórida, na sexta-feira. (Scott McIntyre para NBC News)

Eilon Even-Esh, um veterano da Marinha que mora na Flórida, organizou uma série de sessões emergenciais de segurança e treinamento com armas para a comunidade judaica em seu condado na semana passada. Ele disse que as ligações têm sido ininterruptas e a maioria dos participantes são usuários de armas pela primeira vez.

“Alguns estão preocupados e alguns estão com raiva”, disse Even-Esh.

Na segunda-feira, ele organizou um treinamento de segurança pessoal organizado às pressas, tarde da noite, em uma sinagoga local, que durou das 22h30 à 1h30.

“São pessoas normais que querem se sentir seguras”, disse ele.  


10 abril, 2023

Portaria estabelece compartilhamento de informações sobre armas civis entre Min. da Justiça (Sinesp) e Exército (Sigma)


*LRCA Defense Consulting - 10/04/2023

A Portaria Conjunta do Comando do Exército e da Secretaria Nacional de Segurança Pública nº 1, de 09/03/2023, estabeleceu os critérios de interoperabilidade e estabeleceu procedimentos para o compartilhamento de dados e informações entre o Sinesp e o Sigma, possibilitando, na prática, um controle único sobre todas as armas registradas no Brasil.

Confira seus artigos:
Art. 1º Esta Portaria dispõe sobre os critérios de interoperabilidade e estabelece procedimentos para o compartilhamento de dados e informações entre o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material Genético, de Digitais e de Drogas - Sinesp e o Sistema de Gerenciamento Militar de Armas - Sigma.

Art. 2º O estabelecimento dos critérios para a interoperabilidade e o compartilhamento dos dados e informações de que trata o art. 1º terá as seguintes finalidades:

I - simplificar a oferta de serviços públicos;

II - orientar e otimizar a formulação, a implementação, a avaliação e o monitoramento de políticas públicas;

III - possibilitar a análise das condições de acesso e manutenção de benefícios sociais e fiscais;

IV - promover a melhoria da qualidade e da fidedignidade dos dados custodiados pela administração pública federal; e

V - aumentar a qualidade e a eficiência das operações internas da administração pública federal.

Art. 3º A Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados - DFPC, do Comando do Exército, e a Secretaria Nacional de Segurança Pública - SENASP, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, adotarão as seguintes medidas para desenvolver a integração dos sistemas Sinesp e Sigma:

I - disponibilização de ambiente seguro e segregado, por intermédio de interface projetada para a interoperabilidade entre sistemas de informação desenvolvidos em plataformas de diferentes web services ou em outro sistema que venha a substituí-lo, com vistas a possibilitar o compartilhamento de informações entre os sistemas;

II - manutenção de registros de acessos individuais e de consultas realizadas para subsidiar eventuais solicitações de auditoria;

III - manutenção de registros de acessos automatizados através do Sistema de Gestão Corporativo (SisGCorp) realizada para subsidiar eventuais solicitações de auditoria;

IV - observação de requisitos tecnológicos e condições estabelecidas pelos órgãos competentes; e

V - comunicação de quaisquer alterações nos sistemas que causem impacto no acesso aos dados.

Art. 4º Deverão ser disponibilizadas as informações que permitam a realização de pesquisas por dados e informações das armas de fogo ou de seus proprietários, nas seguintes condições:

I - busca de dados no Sigma:

a) busca por arma de fogo feita a partir do número de controle Sigma;

b) busca por arma de fogo feita a partir do número de série do armamento;

c) busca por proprietário, pessoa jurídica, feita a partir do número do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ);

d) busca por proprietário, pessoa física, feita a partir do número do Cadastro de Pessoa Física (CPF); e

e) busca por proprietário, pessoa física, feita a partir do nome conjugado com o nome da mãe ou a data de nascimento;

II - busca de dados do Banco Nacional de Boletins de Ocorrência por meio do Sinesp:

a) busca por pessoa física feita a partir do número do CPF;

b) busca pelo nome da pessoa física;

c) busca por pessoa jurídica a partir do seu CNPJ;

d) busca pela razão social da pessoa jurídica;

e) busca pelo número do registro da ocorrência;

f) busca pelo número de série da arma; e

g) busca por quaisquer outros parâmetros de entrada de consulta definidas na Interface de Programação de Aplicação (API) de integração do Sinesp.

Art. 5º Os resultados das pesquisas de que trata o art. 4º deverão apresentar todas as informações disponíveis.

Art. 6º As pesquisas por dados e informações ficarão restritas ao Sistema de Fiscalização de Produtos Controlados - SisFPC e ao Sinesp, sendo vedada a disponibilização de acesso a estagiários, terceirizados ou a pessoa não investida legalmente no serviço público.

§ 1º No âmbito do Comando do Exército, a DFPC será o órgão executor da gestão de acesso aos dados e às informações de que trata o caput.

§ 2º Os acessos aos dados e às informações compartilhadas oriundas do Sinesp serão realizados por meio da plataforma Sigma ou de forma automatizada por intermédio do seu SisGCorp.

§ 3º O acesso aos dados e às informações de acervo de armas do Sigma, mediante busca por CPF, CNPJ ou nome conjugado com o nome da mãe, ou a data de nascimento, ficará restrito aos usuários lotados nas unidades de inteligência dos órgãos do Subsistema de Inteligência de Segurança Pública - SISP, nos termos do art. 2º do Decreto nº 3.695, de 21 de dezembro de 2000.

Art. 7º Deverão ser disponibilizados serviços que permitam a obtenção de informações estatísticas dos registros oriundos do Sigma.

Art. 8º A SENASP disponibilizará, ainda, o acesso ao Sinesp Infoseg, nos termos da Resolução Consinesp/MJSP nº 1, de 17 de junho de 2021.

Art. 9º Deverá ser respeitada a confidencialidade dos dados e das informações obtidas em decorrência da interligação do Sigma e do Sinesp, sendo proibida qualquer forma de utilização fora dos objetivos previstos na Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, no Decreto nº 10.030, de 30 de setembro de 2019, na Lei nº 13.675, de 2018, no Decreto nº 9.489, de 2018, e nos demais normativos que regulam a atividade de utilização dos respectivos sistemas, observadas as regras de restrição de acesso e de proteção de dados pessoais.

Art. 10. É vedada, em qualquer hipótese, a disponibilização de acesso ao Sigma e ao Sinesp para outras pessoas ou instituições, outros órgãos e outras corporações, sem a expressa autorização dos respectivos órgãos gestores dos sistemas.

Art. 11. Todos os acessos ao módulo de integração do Sigma/Sinesp devem ser controlados por meio de ferramentas de auditoria e de gestão de segurança da informação que permitam:

I - planejar, coordenar e orientar as atividades de monitoramento, recebimento de alertas, análise, classificação e notificação de incidentes de segurança;

II - garantir que todos os acessos ao módulo de integração sejam registrados de forma a permitir a auditoria, indicando o agente público responsável pelo acesso ou o sistema automatizado (SisGCorp), o endereço de rede (IP) do meio computacional utilizado pelo agente ou sistema, os horários, as informações acessadas e outros dados disponibilizados no momento da consulta; e

III - garantir que todos os incidentes de segurança sejam registrados, analisados e auditados.

Art. 12. O órgão autorizado deverá observar os critérios técnicos e de segurança que serão adotados para o acesso às informações contidas nos sistemas, conforme o nível de acesso disponibilizado, e utilizar as informações que Ihe forem disponibilizadas, exclusivamente, nas atividades que Ihe compete exercer e para alcançar o objetivo e a finalidade previstos, além de manter sigilo relativo aos dados recebidos.

§ 1º Os incidentes de segurança e vazamento de informações, de que se tenha conhecimento ou que se tenham dado causa, deverão ser comunicados em até 24 (vinte e quatro) horas aos respectivos gestores dos sistemas.

§ 2º Para fins do disposto no caput, os responsáveis pelo compartilhamento dos dados e informações veiculados nesta Portaria deverão observar a proteção de dados pessoais de que trata a Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais - LGPD).

Art. 13. A divulgação não autorizada e a permissão indevida de acesso aos dados e às informações do Módulo-Informações do Sigma/Sinesp ensejará a responsabilização do agente público, do militar, da pessoa física e da entidade privada, na forma disciplinada pelo art. 32, § 1º, incisos I e II, e art. 33 da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.

Art. 14. O Diretor de Gestão e Integração de Informações da SENASP e o Diretor de Fiscalização de Produtos Controlados serão os responsáveis pela implementação da integração entre o Sinesp e o Sigma.

Art. 15. A integração entre o Sinesp e o Sigma faz parte do Sistema Nacional de Rastreamento - SisNaR, previsto na Portaria - COLOG/C Ex nº 212, de 15 de setembro de 2021.

Art. 16. Não haverá cobrança de taxas e emolumentos pelas informações cedidas em razão da autorização de que trata esta Portaria nem qualquer repasse de recursos entre os órgãos.

Art. 17 Esta Portaria entrará em vigor no primeiro dia útil do mês subsequente ao da sua assinatura, devendo-se observar o intervalo mínimo de uma semana entre a publicação e o início da sua vigência.

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