*LRCA Defense Consulting - 06/11/2025
Em meio a um cenário global ainda marcado por dificuldades logísticas em vários setores industriais, a Embraer anunciou avanço significativo na superação da crise de supply chain que afetava sua produção. Segundo o CEO Francisco Gomes Neto, a empresa já dispõe de todas as peças e componentes necessários para cumprir o cronograma de entregas previstas para este ano, encerrando assim o risco relacionado a atrasos logísticos externos. Contudo, a fabricante brasileira mantém uma projeção cautelosa quanto ao segundo semestre de 2025 devido à concentração das entregas nos próximos dois meses, que colocam pressão operacional para cumprir o guidance financeiro.
Na teleconferência de resultados do terceiro trimestre, Gomes Neto destacou que o desafio atual está no próprio ritmo de produção e montagem, e não mais na disponibilidade de insumos. "O risco de supply chain em 2025 acabou. Temos todas as peças e partes. Agora, depende de nós montar as aeronaves", afirmou o executivo. A Embraer manteve a estimativa de entregar entre 77 e 85 aeronaves comerciais e de 145 a 155 jatos executivos em 2025, com um faturamento projetado entre US$ 7 bilhões e US$ 7,5 bilhões (sem considerar a unidade Eve).
O cenário para o fechamento do ano exige disciplina e eficiência operacionais. Dos 148 aviões entregues nos primeiros nove meses, a empresa precisa concentrar entre 43 jatos executivos e 31 aeronaves comerciais só no quarto trimestre para atingir suas metas. Essa concentração de entregas cria uma pressão intensa para o cumprimento do guidance financeiro e operacional, especialmente com contratos firmados e carteira histórica de pedidos, avaliada em US$ 31,3 bilhões.
Internamente, a Embraer tem atuado para fortalecer e integrar sua cadeia de suprimentos global, que envolve fornecedores em mais de 60 países. Adaptar-se a um ambiente produtivo estável também é preocupação para 2026, especialmente frente a custos adicionais, como as tarifas de importação dos EUA que podem influenciar o resultado financeiro e as exportações brasileiras.
Embora a crise externa na logística tenha sido contornada, a companhia mantém uma postura de cautela gerencial. A estratégia é garantir não apenas entregas no prazo, mas também a continuidade de um ambiente produtivo próspero e resiliente para os próximos anos.

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