Pesquisar este portal

31 março, 2024

Como os principais tanques de batalha estão se adaptando à guerra moderna a partir das lições da guerra na Ucrânia

Tanque de batalha principal russo T-72B3 MBT destruído em Mariupol, no Oblast de Donetsk, Ucrânia (Fonte da imagem: Wikimedia)

*Army Recognition - 21/03/2024

No Centro Francês de Pesquisa de Inteligência (Cf2R), Olivier Dujardin fornece uma avaliação convincente de quão bem os tanques se enquadram na guerra contemporânea. A evolução dos principais tanques de batalha (MBTs) no contexto da guerra na Ucrânia representa um capítulo significativo na guerra blindada moderna, destacando a adaptabilidade e a inovação tecnológica em resposta aos desafios contemporâneos do campo de batalha. Inicialmente concebidos para confrontos da era da Guerra Fria, os MBT foram submetidos a um complexo ambiente de campo de batalha na Ucrânia, enfatizando a necessidade de blindagem avançada, sistemas de proteção ativa e poder de fogo de precisão para combater mísseis guiados antitanque e drones.

A guerra na Ucrânia destacou claramente a evolução do papel e dos desafios dos tanques na guerra moderna, desafiando a noção de que a era dos tanques de guerra pode ter acabado. Apesar das perdas significativas, os tanques continuam a ser essenciais para a estratégia militar, valorizados pela sua proteção incomparável, poder de fogo formidável e mobilidade superior em terrenos desafiantes. Isto solidificou a sua posição como ativos essenciais no campo de batalha, capazes de superar obstáculos e fornecer capacidades ofensivas poderosas em todas as direções.

O conflito na Ucrânia também sublinhou a importância das capacidades de guerra eletrônica, da guerra centrada em redes e da integração de veículos aéreos não tripulados (UAV) para reconhecimento e aquisição de alvos, levando os exércitos a modernizar as suas forças blindadas. Além disso, a guerra demonstrou o papel crítico do apoio logístico e de reparação para sustentar as operações de tanques, bem como a necessidade de os MBT operarem dentro de uma abordagem de armas combinadas, incluindo infantaria, artilharia e apoio aéreo, para combater eficazmente uma frota bem equipada. adversário. Esta evolução reflete uma tendência mais ampla para operações de combate de alta tecnologia e multidomínios, onde as forças dos tanques tradicionais são aumentadas pela guerra digital e sistemas defensivos avançados para satisfazer as exigências dos conflitos modernos.

As filosofias de design dos tanques foram historicamente moldadas pelas exigências estratégicas da sua época, nomeadamente durante a Guerra Fria, que determinou que os tanques fossem adversários formidáveis ​​em confrontos diretos. Isto levou a duas tendências principais de design: uma focada em blindagem pesada e capacidades de longo alcance, exemplificadas por tanques como o Leopardo 2 e M1 Abrams, e outro enfatizando a mobilidade e uma maior cadência de tiro, vista em tanques como oT-72e AMX Leclerc. Estas abordagens refletem doutrinas estratégicas diferentes, com as estratégias soviética e russa a favorecerem tradicionalmente a quantidade e o envolvimento próximo, enquanto a OTAN optou por unidades de qualidade e fortemente blindadas, capazes de atacar à distância, e a França adotou uma abordagem híbrida que realça tanto a mobilidade como o poder de fogo de longo alcance.

A adição de uma armadura de gaiola para provocar uma explosão precoce de projéteis antitanque remonta à Segunda Guerra Mundial, como demonstrado com este soldado soldando uma estrutura em um tanque Sherman M4 dos EUA durante a campanha na Alemanha, no início de 1945

A gaiola foi preenchida com sacos de areia (às vezes preenchidos com terra ou mesmo concreto) para derrotar os projéteis antitanque Panzerfaust e Panzerschrek

Apesar destas diferenças, a missão fundamental dos tanques – atacar e destruir a blindagem inimiga – permaneceu consistente. No entanto, o conflito na Ucrânia revelou uma mudança na forma como os tanques são mobilizados e nas ameaças que enfrentam. As autoridades ucranianas notaram que uma pequena fração das perdas de tanques se deveu a tanques inimigos, sendo a maioria atribuída a minas, artilharia, mísseis antitanque e, cada vez mais, drones. Isto realçou o papel diminuído dos combates tradicionais tanque-a-tanque e a importância crescente das ameaças assimétricas, incluindo os drones kamikaze, que se revelaram eficazes no ataque a tanques.

O uso crescente de drones e outras armas antitanque exigiu uma reavaliação do projeto e da proteção dos tanques. Inovações como gaiolas blindadas e sistemas de proteção ativa (APS) foram introduzidas para combater essas ameaças, oferecendo maior capacidade de sobrevivência contra uma gama mais ampla de ataques. Esta adaptação reflete uma tendência mais ampla no sentido de tanques capazes de se defenderem contra ameaças hemisféricas de 360 ​​graus, marcando um afastamento do foco na blindagem frontal e no poder de fogo de longo alcance.

No entanto, a adaptabilidade dos atuais modelos de tanques a estas ameaças em evolução apresenta desafios, como demonstrado pelos ajustes no projeto do tanque M1A2 Abrams após experiências na Ucrânia. Isto levou ao reconhecimento da necessidade de tanques mais leves e ágeis que possam responder eficazmente às novas realidades do campo de batalha, destacando uma potencial mudança para designs de tanques médios que priorizem a versatilidade e a mobilidade sem sacrificar a proteção.

Tanque de batalha principal ucraniano M1A1 Abrams equipado com armadura adicional.

A relevância duradoura dos tanques é sublinhada pelas suas capacidades incomparáveis ​​no fornecimento de poder de fogo, proteção e mobilidade. No entanto, a guerra na Ucrânia dissipou o mito da sua invulnerabilidade, sublinhando a necessidade de uma abordagem evolutiva à concepção de tanques que aborde o espectro das ameaças modernas. Isto envolve aumentar a versatilidade, a mobilidade e a proteção para apoiar a infantaria em zonas de conflito de alta intensidade, garantindo que os tanques possam contribuir eficazmente para as operações de combate contemporâneas.

Tanque francês Leclerc disparando no âmbito do exercício Eagle Fulger na Romênia

Neste contexto, o tanque francês Leclerc surge como um modelo para desenvolvimentos futuros na guerra blindada. Sua combinação de carregamento automático, massa reduzida e agilidade se alinha com os requisitos em evolução dos campos de batalha modernos, sugerindo um caminho a seguir para o projeto de tanques que equilibra as demandas de proteção, poder de fogo e mobilidade. À medida que a guerra continua a evoluir, a adaptação e a inovação na tecnologia dos tanques continuarão a ser fundamentais na manutenção do seu valor estratégico e eficácia no combate.

30 março, 2024

Primeiro combate histórico de drones entre robôs terrestres russos e drones aéreos FPV ucranianos


*Army Recognition - 30/03/2024

O conflito russo-ucraniano testemunhou o seu primeiro combate conhecido com drones em 29 de março de 2024, um confronto que sublinhou a natureza evolutiva da guerra não tripulada. Este pode ser o primeiro combate entre drones terrestres e aéreos da história. Imagens divulgadas no Telegram documentaram este encontro histórico, envolvendo dois veículos terrestres não tripulados (UGVs) russos armados com um lançador de granadas automático AGS-17 e um sistema de colocação de minas TM-62. Estas máquinas formidáveis ​​foram posteriormente destruídas por um drone ucraniano com visão em primeira pessoa (FPV), marcando um momento significativo na utilização de sistemas não tripulados em combate.

Este combate histórico com drones, em 29 de março de 2024, não só significa a evolução da guerra não tripulada no conflito na Ucrânia, mas também é um testemunho da crescente sofisticação nos combates com drones. Antes deste encontro significativo, o campo de batalha tinha visto um tipo diferente de confronto não tripulado. Os drones FPV de ambos os lados já tinham como alvo os drones terrestres uns dos outros. No entanto, esses combates envolviam "carrinhos" mais simples, controlados por rádio, usados ​​principalmente para o transporte de munição. Estas incursões iniciais no combate não tripulado foram rudimentares, mas inovadoras, preparando o terreno para a guerra avançada entre drones que se seguiria.

A transição da utilização destes carrinhos básicos controlados por rádio para a implantação de veículos terrestres não tripulados (UGV) altamente sofisticados, equipados com lançadores automáticos de granadas e sistemas de colocação de minas, marca um salto significativo na estratégia e tecnologia militar. Reflete uma compreensão e integração mais profundas dos sistemas não tripulados nas táticas do campo de batalha, destacando como as forças russas e ucranianas estão a ultrapassar os limites da guerra convencional.

A destruição dos UGV russos por um drone FPV ucraniano não só mostra a flexibilidade e precisão tática que os drones oferecem, mas também ilustra o ritmo rápido a que a tecnologia não tripulada está a ser adotada e adaptada para cenários de combate. Esta evolução de simples carrinhos de munições para drones complexos e armados resume o impacto transformador da tecnologia na guerra moderna, sinalizando uma nova era de envolvimento onde os sistemas não tripulados desempenham um papel central.

O AGS-17 é um lançador de granadas automático desenvolvido na era soviética, conhecido por seu poder de fogo e capacidade de lançar projéteis de fragmentação altamente explosivos em ritmo rápido. Tem sido um recurso crítico em vários conflitos, oferecendo apoio significativo às forças terrestres, suprimindo as posições inimigas à distância.

Complementando o AGS-17, a série TM-62 representa uma gama de minas antitanque projetadas para combater ameaças blindadas. Estas minas podem ser implantadas de diversas maneiras, inclusive através de sistemas especializados de colocação de minas, tornando-as ferramentas versáteis para controlar áreas-chave e impedir o movimento do inimigo.

Este encontro a sul de Avdiivka destaca as abordagens inovadoras que as forças russas e ucranianas estão a adotar para alavancar tecnologias não tripuladas. O 87º Regimento de Fuzileiros do exército russo, reconhecido por utilizar UGVs construídos com capacidades nacionais, demonstra a importância estratégica destes sistemas. Esses UGVs não apenas apoiam as tropas em combate, mas também desempenham papéis cruciais na logística, como facilitar a evacuação de vítimas.

O uso de um drone FPV pelas forças ucranianas para neutralizar a ameaça representada por estes UGVs armados mostra a flexibilidade tática que os drones oferecem. Os drones FPV, pilotados remotamente com ponto de vista em primeira pessoa, oferecem uma vantagem única em reconhecimento, combate e ataques cirúrgicos, permitindo que os operadores atinjam os alvos com precisão e, ao mesmo tempo, minimizem a exposição ao perigo.

Este envolvimento significa uma mudança para formas de guerra mais autônomas, onde os sistemas não tripulados desempenham papéis fundamentais no campo de batalha. À medida que ambos os lados continuam a explorar as capacidades e limitações destas tecnologias, o conflito na Ucrânia serve como um campo de testes para o futuro das operações militares, enfatizando a crescente dependência de drones e sistemas robóticos em cenários de combate modernos.

Visando a Região Ásia-Pacífico, Embraer busca negócios no Vietnã, Tailândia e Camboja


*LRCA Defense Consulting - 30/03/2024

Representada pelo seu Vice-Presidente de Relações Institucionais para a Região Ásia-Pacífico, Juhairul Marzuk, a Embraer participou de uma missão comercial ao Vietnã, Tailândia e Camboja nas últimas duas semanas que proporcionou muitos insights à empresa. A missão foi coorganizada pela ApexBrasil, Brazilian Ministry of Foreign Affairs (Itamaraty), Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e Ministerio da Agricultura.

Juhairul Marzuk se juntou a uma delegação de empresas brasileiras que buscam aproveitar as crescentes oportunidades econômicas nesses dinâmicos mercados do Sudeste Asiático. As exportações brasileiras para a região aumentaram mais de 90% nos últimos quatro anos, atingindo US$ 7,1 bilhões em 2023, ressaltando o imenso potencial da região.

Como líder aeroespacial global, a Embraer buscou ativamente aprofundar laços e explorar caminhos colaborativos em países que experimentam um crescimento robusto e uma demanda crescente por soluções de aviação. Segundo o executivo, a missão forneceu uma plataforma inestimável para se conectar com as principais partes interessadas, entender as necessidades do mercado e identificar oportunidades mutuamente benéficas.

A agenda contou com seminários plenos de insights, reuniões B2B e reuniões com interlocutores institucionais importantes no Vietnã, Tailândia e Camboja. Essas interações permitiram à Embraer obter insights abrangentes sobre os cenários de negócios únicos e facilitaram discussões produtivas sobre o estreitamento de parcerias comerciais e estratégicas Brasil-Sudeste Asiático.

Na avaliação de Juhairul , a missão comercial foi uma experiência enriquecedora que reforçou o imenso potencial para aumentar a cooperação econômica entre o Brasil e as vibrantes nações do Sudeste Asiático. O executivo afirmou estar "ansioso para traduzir os aprendizados em ações concretas que impulsionem o crescimento da Embraer nesta região-chave".

O boom das exportações de defesa da Coreia do Sul: aumento de 140% leva ao domínio da Ásia-Pacífico

 

*Bulgarian Military - 17/02/2024

A Índia tem planos ambiciosos para aumentar as suas exportações de defesa para 5 mil milhões de dólares até 2024-25, um salto significativo em relação aos actuais 1,7 mil milhões de dólares. Inicialmente, este objectivo pode parecer assustador, mas as empresas de defesa indianas podem inspirar-se nos seus homólogos da Coreia do Sul – o segundo maior exportador de defesa da Ásia, atrás apenas da China.

Como parte da sua busca para garantir um lugar entre os quatro maiores exportadores globais de defesa, a Coreia do Sul tem consistentemente superado a China e a Índia, que estão significativamente atrás.

A Coreia do Sul , sendo o associado de defesa preferido de várias nações em todo o mundo, conseguiu acordos substanciais de armas e projectos de desenvolvimento conjunto com cidades como Cairo, Riade, Abu Dhabi, Nova Deli e vários países europeus. As empresas de defesa sul-coreanas não estão apenas a fechar acordos de compra, mas também a atrair investimentos substanciais.

Registro de 140 por cento
Aqui está algo para refletir. De acordo com o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo, a Coreia foi classificada como o nono maior traficante de armas do mundo entre 2018-2022. Curiosamente, é um dos dois países asiáticos que chegou ao top 25 desta lista, sendo o outro a China no quarto lugar. Aqui está um facto intrigante: os acordos de defesa sul-coreanos registaram um aumento notável de 74% em comparação com os números de 2013-2017.

Aqui está outra informação convincente: os negócios de armas sul-coreanos registaram um crescimento vertiginoso de 140% em 2022, culminando num valor histórico de 17,3 mil milhões de dólares. Este número dramático inclui transacções que totalizam 12,4 mil milhões de dólares com a Polónia, um aliado da Ucrânia, para tanques, obuseiros, aviões de combate e múltiplos lançadores de foguetes .

Curioso para saber quem está comprando armas da Coreia do Sul? Os principais compradores são os países do Sudeste Asiático , Índia, Austrália e países do Norte e Leste Europeu. Estes países enfrentam riscos de segurança consideráveis ​​devido aos jogos de poder de grandes nações como a China e a Rússia. A recente invasão da Ucrânia pela Rússia certamente impulsionou as vendas de armas defensivas.

Aqui está uma informação interessante: países como a República Checa , Roménia, Eslováquia, Finlândia, Estónia, Letónia e Lituânia normalmente compram equipamento de defesa da Europa. Mas agora estão recorrendo a empresas coreanas, que oferecem as mesmas armas a melhores preços e prazos de entrega mais rápidos.

O futuro
Numa região repleta de rivalidades intensas, a Coreia do Sul encontra-se cercada por concorrentes poderosos, incluindo a Coreia do Norte , a China e o Japão. Esta matriz complexa necessita de uma indústria de defesa robusta, capaz de produzir armamento tecnologicamente avançado. Como resultado, a Coreia do Sul cultivou uma forte base industrial de defesa, ultrapassando o Japão e preparada para superar a China.

A rápida ascensão da Coreia do Sul como fabricante credível de equipamentos de defesa alinha-se perfeitamente com o compromisso público de 2022 do presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol. O presidente pretende elevar a nação aos níveis superiores dos fornecedores mundiais de armas, a par de titãs como os EUA, a Rússia e a França.

O governo emitiu uma directiva para aumentar as exportações de defesa da Coreia, fazendo com que a Coreia passasse de oitavo maior vendedor de armas do mundo em 2021 para o quarto maior até 2027. Há alguns anos, isto poderia ter parecido um objectivo ambicioso. No entanto, o potencial cumprimento deste objectivo ambicioso está no horizonte, atribuível a uma série de acordos de elevado valor.

O ano chave de 2022
No final da década de 2000 e no início da década de 2010, a Coreia do Sul optou por aumentar significativamente o seu investimento na indústria de defesa, uma estratégia que era marcadamente diferente da abordagem da Índia às exportações de defesa. Em 2022, este movimento estratégico provou ser altamente bem-sucedido. A Coreia do Sul conseguiu fechar negócios substanciais, como a venda de caças à Malásia e veículos terrestres à Austrália. Há até rumores circulando sobre possíveis discussões para a venda de sistemas de defesa aérea à Arábia Saudita .

Você já se perguntou como Seul consegue garantir contratos tão massivos? A resposta é bastante direta. A Coreia do Sul mantém linhas de produção activas principalmente para satisfazer as suas próprias necessidades, mas pode facilmente mudar essas linhas para acomodar as exigências de exportação quando necessário. Além disso, eles podem adaptar seus produtos de defesa para atender perfeitamente às necessidades exclusivas de seus clientes. Esta flexibilidade estende-se à transferência de tecnologia e ao estabelecimento de linhas de produção locais. Muito inteligente, não é?

Produção rápida
Dê uma olhada em como a planta 3 de Changwon da Hanwha Aerospace aumentou efetivamente a produção de obuses autopropulsores K9 de 155 mm dentro de um período de tempo limitado. As melhorias recentes incluem uma nova linha de montagem, que reforçou a sua capacidade anual para produzir 160 unidades K9. Notavelmente, este número deverá aumentar para 240 K9 anualmente até abril de 2024, com a inauguração de uma terceira via de produção.

O que é fascinante é que a eficiência de produção demonstrada pelas empresas de defesa sul-coreanas parece superar a dos fabricantes de equipamento original americanos ou europeus. Por exemplo, o país surpreendentemente entregou o lote inicial de 10 tanques K2 e 24 K9 à Polónia apenas quatro meses após a assinatura do contrato.

Na mesma linha, a Polónia recebeu a sua primeira aeronave FA-50 apenas dez meses após a aprovação do contrato em Setembro de 2022. Esta maior velocidade de fornecimento a clientes estrangeiros é em grande parte atribuível à “associação mutuamente benéfica” entre o governo de Seul e os fabricantes de defesa. Este vínculo estreito promove uma reorganização das entregas locais para satisfazer eficazmente as exigências de exportação.

Início gradual da Índia
O principal fabricante de aeronaves indiano, Hindustan Aeronautics Limited [HAL], está se esforçando diligentemente para apresentar sua aeronave de combate leve doméstica [LCA] 'Tejas' na plataforma global . No entanto, enfrenta desafios devido à sua lenta taxa de produção, que não satisfaz prontamente as necessidades do país.

Em 2023, o CEO da HAL, CB Ananthakrishnan, divulgou planos para acelerar sua produção. Eles pretendem produzir 24 aeronaves anualmente entre 2025 e 2026, progredindo para 30 aeronaves a cada ano a partir de então.

O vice-chefe aposentado da Força Aérea Indiana, Marechal da Força Aérea Anil Khosla, destacou a dependência da Índia do setor público . Isto inclui organizações como a HAL e a Bharat Electronics Limited, entre outras, e esta dependência tem impedido o crescimento da Índia como exportador de defesa. Ele discutiu os desafios: “Problemas com políticas atrasadas, produção lenta que leva à obsolescência e a falta de instalações robustas de fabricação de defesa estão impedindo as metas de exportação de defesa da Índia”, afirmou. Além disso, salientou: “As restrições ao Investimento Estrangeiro Direto [IDE] podem ser desanimadoras para as empresas industriais globais que consideram instalar-se na Índia”.

A tendência é positiva
Uma solução viável poderia ser fornecer um plano unificado detalhado e de longo prazo que descreva as necessidades futuras das forças armadas indianas. Isso daria aos membros da indústria uma compreensão mais clara do que está por vir. “Permitir 100 por cento de Investimento Directo Estrangeiro [IDE] no sector da defesa também criaria oportunidades para entidades privadas. Isto não só injetaria capital, mas também introduziria concorrência para as PSUs de Defesa”, propôs. “Vale a pena notar que, em 2020, os limites máximos do IDE no sector da defesa foram aumentados para 74 por cento através da via automática para empresas que solicitam novas licenças da indústria de defesa, e totalmente 100 por cento através da via governamental, o que provavelmente levaria ao acesso a tecnologias avançadas. tecnologia."

“Avanços notáveis ​​foram feitos nos últimos dez anos, demonstrando, em geral, uma trajetória positiva. No entanto, para atingir as metas estabelecidas, precisamos intensificar nossos esforços e focar mais no progresso e não apenas no processo”, afirmou o Ten General Subrata Saha. Este indivíduo dedicado serviu com orgulho e aposentou-se como Vice-Chefe do Estado-Maior do Exército. Nessa função, ele gerenciou o planejamento de perspectiva, liderou iniciativas de modernização e supervisionou o desenvolvimento de capacidades. Além disso, desempenhou um papel fundamental na criação do Gabinete de Design do Exército em 2016.

29 março, 2024

Após ingressar na OTAN, Suécia considera fornecer caças Gripen para a Ucrânia

O Gripen é um caça multifuncional altamente avançado desenvolvido pela empresa sueca Saab.

*Army Recognition - 29/03/2024


A Suécia abriu-se à possibilidade de fornecer os seus avançados caças Gripen para a Ucrânia. O ministro da Defesa sueco, Pal Jonson, em entrevista ao "The Kyiv Independent", em 28 de março de 2024, revelou que estão em andamento deliberações sobre a transferência desses caças de última geração para a Ucrânia. Este anúncio surge na sequência da recente introdução da Suécia na OTAN em 7 de março de 2024, que aparentemente facilitou a consideração desta opção pela Suécia.

Os caças, conhecidos pela sua versatilidade, aviônica avançada e desempenho de combate superior, poderiam reforçar significativamente a defesa aérea e as capacidades ofensivas da Ucrânia. O Saab JAS 39 Gripen é um caça multifuncional que se destaca em uma ampla gama de cenários de combate, desde combate ar-ar até missões de ataque de precisão. Seu design enfatiza a manobrabilidade, a capacidade de sobrevivência e a capacidade de operar em pistas de pouso curtas e improvisadas, tornando-o particularmente adequado para as desafiadoras condições de combate na Ucrânia.

Equipado com um sistema de radar de última geração e capaz de transportar uma variedade de armas, incluindo mísseis ar-ar e bombas guiadas com precisão, o Gripen pode atingir alvos a longas distâncias e realizar uma ampla gama de missões. Seus avançados sistemas de guerra eletrônica fornecem proteção significativa contra radares e sistemas de mísseis inimigos, aumentando a capacidade de sobrevivência da aeronave em espaços aéreos contestados.

A contemplação da Suécia em fornecer estes jatos à Ucrânia marca um momento crucial no conflito em curso, proporcionando potencialmente às forças ucranianas uma vantagem aérea significativa. Além disso, o compromisso da Suécia de 30 milhões de euros para a coligação de caças, uma iniciativa aliada que visa fornecer à Ucrânia caças F-16 e treino fabricados nos EUA, sublinha o seu apoio aos esforços de defesa da Ucrânia.

O Ministro da Defesa sueco também destacou a cooperação frutífera entre as indústrias de defesa suecas e ucranianas, particularmente no que diz respeito aos CV90, Veículos blindados de combate de infantaria (IFVs) rastreados, que foram ativamente implantados na Ucrânia. As experiências de combate adquiridas nos campos de batalha ucranianos são inestimáveis, ajudando os fabricantes suecos a refinar e melhorar as capacidades destes veículos blindados.

À medida que a situação evolui, o fornecimento potencial de de aviões de combate Gripen A à Ucrânia representa uma mudança significativa no apoio internacional, prometendo aumentar significativamente as suas capacidades de defesa. Com o histórico da Suécia de produção de tecnologia de defesa de ponta, a adição de jatos Gripen poderá vir a ser uma mudança de jogo no conflito, oferecendo à Ucrânia uma ferramenta formidável para proteger os seus céus e dissuadir agressões.

Dinamarca e Holanda têm intenção de fornecer à Ucrânia 19 e 42 aeronaves F-16, respectivamente.

F-16
Paralelamente à consideração da Suécia de fornecer jatos Gripen à Ucrânia, foram feitos progressos significativos para aumentar as capacidades de combate da força aérea ucraniana com a adição de jatos de combate F-16 dos EUA. Esta iniciativa faz parte de um esforço internacional mais amplo para fornecer à Ucrânia a ajuda militar necessária para se defender no meio do conflito em curso.

Os EUA, juntamente com vários aliados europeus, comprometeram-se a transferir caças F-16 para a Ucrânia, um movimento que representa um aumento substancial no apoio militar. Essas aeronaves são conhecidas por sua versatilidade, sistemas de radar avançados e capacidade de transportar uma ampla gama de armamentos, tornando-as um trunfo formidável em combate ar-ar e missões de ataque ao solo. Prevê-se que a entrega de F-16 à Ucrânia melhore significativamente as capacidades operacionais da Força Aérea Ucraniana, oferecendo-lhe uma vantagem tecnológica e maiores capacidades defensivas e ofensivas.

A aprovação, anunciada em 17 de agosto de 2023, abre caminho para um impulso considerável aos ativos da aviação militar da Ucrânia. A Dinamarca e a Holanda anunciaram a sua intenção de fornecer à Ucrânia 19 e 42 aeronaves F-16, respectivamente. Esta contribuição substancial sublinha o compromisso da comunidade internacional em apoiar a Ucrânia no meio do conflito em curso.

O primeiro lote de 18 F-16 da Holanda foi anunciado em 22 de dezembro, com expectativa de entrega no primeiro semestre de 2024. O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, indicou o papel crítico que essas aeronaves desempenhariam no aumento das capacidades da força aérea da Ucrânia. Além disso, a Noruega sinalizou a sua intenção de doar F-16 à Ucrânia, embora o número exato de aeronaves permaneça por revelar neste momento.

Além destes compromissos, a Bélgica também anunciou o seu plano de fornecer à Ucrânia um número não especificado de caças F-16. No entanto, não se espera que estas aeronaves da Bélgica sejam entregues até 2025, indicando um plano de apoio escalonado para o reforço da defesa aérea da Ucrânia.

O Ministro da Defesa dinamarquês afirmou que a Ucrânia deverá receber o primeiro dos seus F-16 no verão de 2024, dependendo do bom progresso das medidas preparatórias. Este cronograma foi repetido em declarações do Ministro da Defesa da Lituânia, Arvydas Anušauskas, e de um funcionário não identificado, sugerindo que os primeiros aviões poderiam chegar já em junho. Embora este momento específico não tenha sido oficialmente confirmado, não foi desmentido por Yurii Ihnat, porta-voz da Força Aérea Ucraniana, conferindo-lhe credibilidade.

Radar Embraer Saber M60 é entregue à Brigada de Infantaria Pára-quedista


*LRCA Defense Consulting - 29/03/2024

A Brigada de Infantaria Pára-quedista - unidade de pronto emprego do Exército Brasileiro - recebeu da Embraer o Radar SABER M60 2.0. O equipamento vem sendo adquirido pelo Programa Estratégico de Defesa Antiaérea (Prg EE DAAe) a fim de equipar as seções antiaéreas de grupos e baterias de Artilharia antiaérea do Exército Brasileiro.

A aquisição dos radares SABER M60 amplia a capacidade operacional da Força Terrestre. Desenvolvido pela Embraer em conjunto com o Exército Brasileiro, o SABER M60 é um radar de artilharia antiaérea de baixa altura com 100% de conteúdo nacional.

O SABER M60 é um radar de busca que integra um sistema de defesa antiaérea de baixa altura visando a proteção de pontos e áreas sensíveis como instalações governamentais e infraestruturas estratégicas. Com tecnologia 3D, possui alcance de 60 quilômetros e até 16.400 pés de altura, permitindo rastrear até 60 alvos simultaneamente, incluindo a detecção e classificação automática de alvos. 

Trata-se de um radar tático de grande flexibilidade operacional, fácil montagem e transporte, podendo ser desdobrado em até 15 minutos. Possui ainda tecnologia LPI (Low Probability Interception), o que permite alta capacidade de atuar na identificação de alvos sem ser facilmente identificado.

O radar pode ser integrado aos sistemas de armas baseados em mísseis ou canhões antiaéreos, além de possuir provisão para integração com outros sistemas de defesa aérea, tal como o Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA). 

Nota: embora a nova ortografia da língua portuguesa tenha mudado a grafia para "Paraquedista", as unidades militares das Forças Armadas permanecem com o nome histórico. Por isso, neste caso, a grafia é a antiga: "Pára-quedista".



 

28 março, 2024

CEO da Air Botswana afirmou que empresa irá adquirir aeronaves da Embraer


*Business Day, por Obinna Emelike - 24/03/2024

Apesar de passar por muitos desafios, a Air Botswana está preparada para atingir os céus novamente e melhor, desta vez com a assistência financeira do governo do Botswana.

Entusiasmada com o desenvolvimento, Lulu Rasebotsa, CEO da Air Botswana, no recém-concluído ITB Berlin, na Alemanha, observou que a companhia aérea está preparada para voar mais através de África, com mais equipamentos esperados em breve para lhe permitir regressar a rotas anteriores na África e expandir-se para novos destinos.

“Estamos num novo caminho agora que o governo nos financiou para aumentar as nossas aeronaves e isso significa que vamos expandir as nossas rotas”, disse Lulu.

Ela disse ainda que a companhia aérea irá adquirir aeronaves da Embraer para lhe permitir aumentar a sua presença em África.

Falando sobre os destinos das companhias aéreas, disse: “Estamos trazendo de volta a rota Joanesburgo-Marunda. Também estamos conectando a Cidade do Cabo com Marunda diretamente e estamos olhando para o voo direto Windhoek-Maraunda”.

É claro que a nova CEO (foto) declarou a sua visão, que, segundo ela, assenta em três pilares: ser financeiramente sustentável, excelente prestação de serviços e consistência nos padrões de segurança.

Ela também descreveu a ITB Berlin como a maior exposição global de viagens e ficou entusiasmada com o facto de o Botswana ter aderido à plataforma da exposição para conhecer e conectar-se com a fraternidade global do turismo.

“A experiência foi de tirar o fôlego e bastante emocionante. A razão pela qual estamos aqui na ITB é que nosso negócio é transportar pessoas e mercadorias do ponto A ao ponto B.

“O turismo é possibilitado voando e dirigindo. Portanto, somos um interveniente fundamental na viabilização do turismo e como a ITB, sendo a maior feira de turismo do mundo, é apropriado estarmos aqui”, disse ela.

Ela também observou que estão a ser feitos esforços para incentivar o turismo interno no país, ao mesmo tempo que estão a ser feitos esforços para atrair turistas globais para o país.

 

Atech, da Embraer, participa com êxito de exercício antiterrorismo utilizando a plataforma GDI

Claudio Nascimento, Marcos Vogel e Leonildo Iack, da Atech, fazem
demonstração do GDI nos exercícios do 2° Drone Policial, em Foz do Iguaçu (PR)

*LRCA Defense Consulting - 27/03/2024

A Atech, empresa do Grupo Embraer, demonstrou com sucesso os benefícios da plataforma GDI (Gerenciamento de Incidentes) durante uma simulação de ameaça terrorista em local próximo à área turística de Foz do Iguaçu (PR).  O exercício foi realizado durante o 2º Drone Policial, evento que começou nesta terça (26)  e segue até quinta (28) com participação de policiais de todo o Brasil e do exterior.

A plataforma da Atech possibilita rápida e eficaz integração e interoperabilidade de materiais, sensores e sistemas, proporcionando uma ampla e completa visão do teatro de operações em tempo real.

O exercício simulou o recebimento de um alerta de ataque terrorista em local próximo a Ponte da Integração e Marco das Três Fronteiras, ambos de grande importância econômica e movimentação de turistas.

Durante a simulação, foi feito o rastreio através do Aplicativo Móvel e o sinal de streaming de vídeo gerado pelo Aplicativo Vídeo, ferramentas integradas ao GDI da Atech, juntamente com imagens coletadas por drones. Isso permitiu o acompanhamento, o monitoramento em tempo real da operação, e o rastreamento dos agentes no campo.

De acordo com Cláudio Trapaga F. Nascimento Filho,  Gerente Comercial  da Atech, o exercício simulado potencializou o emprego do GDI, foram demonstradas algumas das suas principais capacidades.

“Os benefícios do Gerenciamento de Incidentes da Atech foram evidentes durante o exercício, proporcionando respostas imediatas e assertivas, elevado grau de consciência situacional e vantagens estratégicas para prevenção e combate ao crime”, disse.

O coordenador do exercício simulado de ameaça terrorista,  Wilner Lopes, piloto e instrutor de pilotagem de RPAs da Polícia Militar do Estado de São Paulo, disse que o exercício foi um sucesso.

"Experimentamos todas as soluções em campo e foram fantásticas, inclusive a Atech apresentou uma solução incrível, fizemos o teste juntamente com polícias de todo o Brasil e também de fora e foi sensacional. Parabéns!", afirmou Wilner.

O Gerente Comercial da Atech ressalta ainda que o GDI pode ser utilizado em diferentes operações que demandam planejamento e monitoramento em tempo real. Versátil e modular, a aplicação do GDI não se limita ao contexto da Segurança Pública e pode facilmente ser utilizada nas áreas de Saúde, Logística, Meio Ambiente, Transporte, entre outros setores.

"O êxito da aplicação do GDI no primeiro simulado realizado no 2º  Drone Policial demonstra o compromisso da Atech em fornecer soluções tecnológicas inovadoras e eficientes para garantir a segurança e o bem-estar da população", disse Claudio.

Claudio Nascimento, Gerente Comercial da Atech, fala sobre a plataforma GDI antes do início do exercício que simulou uma operação antiterrorismo no 2°Drone Policial, em Foz do Iguaçu (PR)

Sobre o  2º  Drone Policial
O 2º  Drone Policial é um seminário promovido pela Secretaria de Segurança Pública de Foz do Iguaçu, em parceria com o Grêmio De Pilotos Remotos da Segurança Pública. O evento reúne diversos órgãos de segurança do Brasil e de outros países.

O seminário tem três dias de atividades intensas, visando o compartilhamento de experiências e conhecimentos sobre uso de drones na segurança pública.  A programação inclui palestras, workshops e exercícios simulados com uso de drones em diversos cenários.

Sobre a Atech
Reconhecida como uma “System House” brasileira, a Atech sempre se pautou pela inovação com o objetivo de ajudar a transformar o país. Com uma expertise única em engenharia de sistemas e tecnologias de consciência situacional e apoio a tomada de decisão, a Atech trabalha no desenvolvimento de soluções inovadoras com aplicações nas áreas de tráfego aéreo, gestão de ativos, segurança digital, conexões Inteligentes, logística, sistemas de comando e controle, de instrumentação e controle, embarcados e simuladores. Mais informações em www.atech.com.br e contato@atech.com.br.
 

27 março, 2024

Índia impõe novas restrições sobre armas importadas para promover a produção nacional

Primeiro-Ministro Narendra Modi com uma arma produzida na Índia

*LRCA Defense Consulting - 27/03/2024

A importação de armas para uso civil não é permitida pela legislação em vigor na Índia. No entanto o é para armas militares, e é isso que está mudando com as novas e mais restritivas normas que entraram em vigor agora.

A multinacional brasileira Taurus Armas S.A. -  primeira empresa estrangeira de armamento leve a firmar uma joint venture com uma empresa indiana, ainda em 2020 - iniciou recentemente a fabricação de armas leves civis em Hisar, estado de Haryana, em JV com a Jindal Defence e já larga com nítida vantagem.

Atualmente, a Taurus é a única fabricante internacional autorizada a produzir armas civis (pistolas e revólveres) no país, sendo que sua também única concorrente é o Ordnance Factory Board (OFB), uma grande organização estatal sob a tutela do Departamento de Produção de Defesa do Ministério da Defesa indiano, cujas armas são modelos completamente antiquados e caríssimos. Para se ter uma ideia, o preço de uma pistola ou revólver tem um custo a partir de US$ 1.100,00 para o cidadão comum.

Isso significa que a Taurus está oferecendo ao mercado armas muito superiores, em design e tecnologia, a um preço similar ou mais baixo para o consumidor. Como o custo de produção é similar ao dos EUA, onde é vendida por cerca de US$ 300,00, as vendas irão proporcionar uma excelente margem de lucro.

Em termos de armas militares, já há alguns outros fabricantes internacionais (IWI, Caracal etc.) que firmaram JV com empresas do país e estão produzindo pistolas, submetralhadoras e fuzis.

Veja abaixo a matéria sobre as novas restrições indianas.
===xxx===

DAP 2020 alterado: Índia emite novas regras sobre armas importadas para promover a “autossuficiência”

*India Defence - 27/03/2024

O governo indiano reforçou as suas iniciativas "Make in India" e "Aatmanirbharta" (autossuficiência) através da implementação de alterações significativas ao Procedimento de Aquisição de Defesa (DAP) 2020.

Estas mudanças, impulsionadas por recomendações do Conselho de Aquisição de Defesa (DAC), visam impulsionar a racionalização das compras nacionais de defesa, ao mesmo tempo que impulsiona a produção local no setor.

Principais mudanças políticas

O DAP alterado introduz várias modificações importantes destinadas a turbinar a produção nacional e restringir práticas que podem sufocar o crescimento da indústria de defesa da Índia:

- Mandato reforçado de conteúdo nacional: os casos de aquisição de defesa agora exigem um mínimo de 50% de conteúdo nacional, abrangendo materiais, software e tecnologia. Isto garante que uma parcela maior dos gastos com defesa apoie as empresas indianas.

- Melhor acesso aos testes: o governo tornará a infraestrutura de testes de defesa mais acessível aos fabricantes nacionais. Isto ajudará as empresas a agilizar o processo de testes, acelerando potencialmente os ciclos de desenvolvimento de produtos.

- Desencorajamento de importações rebatizadas: para restringir a prática de revenda de armas estrangeiras com o mínimo de contribuição indiana, o DAP exige que as empresas nacionais tenham conhecimento completo das Unidades Substituíveis em Linha (LRUs - módulos) importadas. Além disso, há uma maior ênfase no desenvolvimento de alternativas locais para componentes importados.

- Prioridade à produção nacional: para promover ainda mais a produção local, pelo menos 50% do conteúdo nacional total deve provir de materiais, componentes e software fabricados na Índia. As autoridades podem flexibilizar esta regra após uma análise cuidadosa dos casos com fortes justificações.

Os analistas de defesa saudaram amplamente o DAP 2020 alterado, considerando-o como um passo na direção certa.

Implicações a longo prazo
O DAP 2020 revisto poderá ter efeitos de longo alcance no cenário de defesa da Índia.

Ao capacitar os fabricantes nacionais e incentivar a inovação local, o país pretende reduzir a sua dependência das importações de armas estrangeiras.

Esta mudança poderá reforçar a autonomia estratégica da Índia e criar oportunidades econômicas significativas no setor da defesa.

Taurus anuncia novo centro de negócios global para 2024

Mercado global de peças de moldagem por injeção de metal (peças M.I.M.) foi de cerca de US$ 2,5 bilhões em 2022, devendo atingir US$ 3,4 bilhões em 2028.


*LRCA Defense Consulting - 26/03/2024

A Taurus Armas S.A., em linha com a estratégia de investimento em tecnologia de equipamento e em pesquisa e desenvolvimento de materiais da empresa, anunciou ontem (26) que está previsto para o 2º trimestre de 2024 a chegada do novo forno elétrico contínuo de M.I.M. (Metal Injection Molding - Moldagem por Injeção de Metal).

O equipamento proporcionará maior eficiência e produtividade, além da utilização de maior gama de ligas metálicas, levando à redução de custos. 

Com esse forno de última geração, que deverá começar a operar em agosto de 2024, a Taurus dobrará a capacidade instalada do M.I.M., o que permitirá ampliar a venda para terceiros em diferentes negócios e mercados, de forma global, com o M.I.M. se tornando um novo centro de negócios da Taurus.

Somente duas fábricas de armas tem a tecnologia M.I.M. no mundo e a Taurus é a única abaixo do Equador.

Em uma arma, estão presentes cerca de 14 peças de M.I.M. e a empresa, hoje, fabrica mais de 110 mil dessas peças por dia. A unidade fabril de São Leopoldo (RS) é a responsável pela distribuição de peças MIM para todas as unidades produtivas (Brasil, EUA, Índia e, provavelmente, Arábia Saudita).
Em 2023, a receita com venda de produtos M.I.M. para terceiros foi de RS 17,8 milhões, representando 1% da receita total da empresa.

O novo forno, combinado com a utilização da fórmula própria do composto, além de gerar uma economia de custos de cerca de 25% e tornar a empresa independente de fornecedores estrangeiros desse material, possibilitará dobrar as vendas de produtos M.I.M., podendo gerar uma receita adicional de cerca de R$ 40 milhões ou mais, já que a intenção da empresa é passar a ofertar tais produtos em nível global, diferentemente do âmbito local atual. Isso sem contar com a eventual comercialização do próprio composto M.I.M. produzido pela Taurus, algo que não está presente nessa contabilização simulativa.

Mercado
Entre os mercados globais, além do Brasil, estão Índia e Estados Unidos, onde a empresa já está presente e tem canais de venda e de distribuição.

O tamanho do mercado global de peças de moldagem por injeção de metal (peças M.I.M.) foi de cerca de US$ 2,5 bilhões em 2022, devendo atingir US$ 3,4 bilhões em 2028, exibindo um CAGR de 5,7% durante o período de previsão. O mercado pode ser segmentado em automotivo, eletrônico, componentes industriais, médicos e odontológicos, armas de fogo, produtos de consumo, entre outros.

Espera-se que a região Ásia-Pacífico testemunhe um grande crescimento na participação de mercado de peças moldadas por injeção de metal. A região está dominando o mercado devido à crescente demanda por eletrônicos de consumo e automóveis. O aumento da população e o aumento dos níveis de renda também estão contribuindo para o desenvolvimento do mercado. Prevê-se que o aumento dos investimentos dos principais players do mercado para os empreendimentos de P&D e a ampliação de suas capacidades de produção e portfólios de produtos aumentem o crescimento. A expansão do mercado regional está sendo auxiliada pela evolução tecnológica.

Fórmula própria
Como só duas empresas no mundo produzem o composto para injeção de metal, os engenheiros do CITE - Centro Integrado de Tecnologia e Engenharia BR/EUA da empresa desenvolveram uma fórmula interna, viabilizando a injeção de metal (MIM) com 25% do composto produzido pela própria fábrica, inclusive com a adição de grafeno. A Taurus está agora finalizando as pesquisas para a introdução do nióbio nesse produto, já tendo injetado com sucesso as peças pioneiras.

A multinacional brasileira líder em vendas de armas no mundo já está fabricando 25% de todo o composto M.I.M. que necessita para produzir as peças em polímero de suas armas e acessórios.

O fato é significativo na medida em que possibilita a verticalização do processo produtivo, gera uma economia de custos também na ordem de 25% e está tornando a empresa independente de fornecedores estrangeiros desse material.

Taurus é maior empresa com tecnologia MIM no Hemisfério Sul
Em 2021, a Taurus Armas adquiriu o mais moderno e atualizado equipamento para processamento MIM. Fabricado pela empresa alemã Cremer Thermoprozessanlagen GmbH - líder mundial em fornos contínuos de debinding e sinterização - o MIM Master NEO XL é a mais recente tecnologia da Cremer para a produção em larga escala de peças metálicas complexas com alta produtividade e significativa redução de custos de energia e operação.
MIM Master NEO XL

Em julho de 2022,  a Taurus iniciou a operação de seu terceiro forno contínuo na unidade MIM na planta de São Leopoldo (RS). O novo equipamento possibilitou um significativo aumento da capacidade de produção de peças com a tecnologia MIM pela companhia, passando de 80 mil peças/dia para mais de 110 mil peças/dia.

A implementação do projeto do forno - da proposta à instalação - durou cerca de um ano, com investimentos da ordem de R$ 5 milhões. Com a aquisição, a Taurus se consolidou no ranking mundial das 10 maiores empresas com a tecnologia MIM e se tornou a maior no Hemisfério Sul.

Esse investimento, combinado com os demais realizados nessa tecnologia, possibilitou um aumento de 130% na capacidade total de produção de peças MIM de alta qualidade, garantindo os planos de crescimento da Taurus no Brasil e no mundo.

O objetivo é que os equipamentos operem 24 horas nos 365 dias do ano, aumentando a flexibilidade e capacidade de produção de armas e componentes pela Taurus.

Tecnologia MIM - Metal Injection Molding
A tecnologia MIM permitiu a produção de peças de geometria complexa, com baixo custo e alto volume, dispensando a necessidade de fornecedores externos utilizados pela maioria dos fabricantes de armas, com grande vantagem sobre processos tradicionais, como microfusão e usinagem. Esta tecnologia de alta performance une a resistência mecânica dos metais com a versatilidade de forma dos polímeros, a partir da injeção dos componentes, com posterior processo térmico de remoção dos polímeros e sinterização.

Assim, o MIM combina dois processos comprovados: moldagem por injeção de plástico e sinterização de alta densidade. O processo molda a liga metálica como se fosse plástico e, com o avanço da tecnologia, foi realmente refinado ao ponto de as peças poderem ser fabricadas de forma rentável utilizando os aços de alta qualidade atuais.

O processo MIM é ideal para a produção de componentes metálicos relativamente pequenos (de 1 a 50 gramas), de formato complexo, com tolerância restrita, alta resistência e muito bons requisitos de acabamento superficial, haja vista que as diversas partes precisam ser fortes o suficiente para suportar as pressões que se desenvolvem ao disparar uma arma.

Muitas peças pequenas e complexas não podem ser produzidas usando usinagem tradicional; ou, se puderem ser usinadas, o processo será tão extenso que se tornará proibitivamente caro. Outras peças podem ser fundidas, mas requerem operações secundárias, como usinagem para adicionar recursos e polimento para melhorar o acabamento superficial. O processo MIM, entretanto, oferece grande flexibilidade em termos de design, formato e recursos da peça. As peças MIM têm formato quase final sem exigir operações secundárias.

Uma outra grande vantagem na utilização desta tecnologia é que o processo MIM não se aplica apenas aos aços, permitindo uma ampla seleção de ligas metálicas, incluindo aço inoxidável, aços-liga, aços para ferramentas, latão, cobre, titânio, tungstênio, cerâmica e muitas ligas especiais, como o aço inoxidável sem níquel ASTM F17 e, mais recentemente, ligas com grafeno e nióbio, ambas desenvolvidas pela Taurus e seus parceiros.

26 março, 2024

América do Sul e Indonésia de olho no Netra AEW&C da Índia, em plataforma Embraer ERJ 145

Aeronave Netra AEW&C MkI, construída em plataforma Embraer ERJ 145

*India Defence - 26/03/2024

Os ambiciosos avanços da Índia no desenvolvimento da defesa autóctone estão a atrair a atenção na cena internacional.

Fontes indicam um interesse crescente das nações sul-americanas e da Indonésia no Sistema de Alerta Antecipado e Controle Aerotransportado Netra (AEW&Cs), marcando um avanço potencial para o setor de exportação de defesa do país.

A vantagem Netra
Desenvolvido pela Organização de Pesquisa e Desenvolvimento de Defesa (DRDO) da Índia, o Netra oferece uma potente solução de vigilância aérea e comando e controle.

A Força Aérea Indiana (IAF) atualmente possui três aeronaves Netra AEW&C MkI, construídas em plataformas Embraer ERJ 145. Estas proporcionam uma cobertura de 240 graus com os seus sistemas de radar concebidos de forma autóctone, aumentando significativamente a capacidade da Índia de monitorizar e gerir o seu espaço aéreo.

Capacidades crescentes
Reconhecendo o valor tático do Netra, a IAF está expandindo a sua frota. Seis Netra AEW&C MkIA adicionais – uma variante aprimorada do MkI – estão em processo de aquisição (também sobre plataforma Embraer ERJ 145).

Além disso, a Índia prevê adquirir seis AEW&Cs Netra Mk II. Estes utilizarão a fuselagem do Airbus A320, prometendo maior resistência e maior consciência situacional.

Implicações estratégicas das exportações Netra
O crescente apelo de exportação do Netra destaca a emergência da Índia como um fornecedor credível de tecnologia de defesa. As exportações bem-sucedidas trariam estas capacidades vitais de alerta precoce às nações parceiras, reforçando a segurança regional.

Além disso, afirmaria o progresso da Índia no desenvolvimento de sistemas militares avançados e exportáveis, abrindo portas a novas colaborações e solidificando a sua posição como um interveniente-chave no mercado de defesa global.

A evolução da indústria de defesa da Índia

O interesse nos Netra AEW&C reflete uma mudança mais ampla no setor de defesa da Índia. A iniciativa do governo “Make in India” alimenta a autossuficiência e o foco na exportação de tecnologias desenvolvidas internamente.

O sucesso de plataformas como a Netra mostra os resultados deste esforço, incentivando um maior investimento e um papel mais proeminente para a Índia no comércio global de armas.

Conclusão​
Os Netra AEW&Cs da Índia parecem preparados para deixar sua marca tanto nacional quanto internacionalmente.

O investimento contínuo no programa, juntamente com exportações bem sucedidas, poderá assinalar um ponto de viragem para o sector de defesa da Índia, gerando parcerias estratégicas e posicionando a nação como uma importante fonte de tecnologia militar avançada.

25 março, 2024

Embraer, Atech e XMobots participam, junto com Saab e FMV, de encontro científico binancional Brasil-Suécia patrocinado pelo ITA


*LRCA Defense Consulting - 25/03/2024

O Encontro Técnico-Científico realizado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) com representantes da parceria binacional entre Brasil e Suécia apontou resultados positivos obtidos em pesquisas sobre Estudos do Domínio Aéreo (ADS, na sigla em inglês). As atividades aconteceram entre os dias 11 e 14 de março, no campus do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos (SP), e possibilitaram a discussão sobre os próximos avanços nas áreas analisadas.

A reunião foi organizada pelo Laboratório de Pesquisa em Concepção de Sistemas Complexos (CONCEPTIO) do ITA, que concentra parte dos estudos teóricos desenvolvidos até agora. No local, são pesquisados, entre outros projetos, o Safe Integration of different Manned and Unmanned Aircraft into non-segregated Airspace (SIMUA) e o Virtual Demonstrator (VD), que têm como objetivo, por exemplo, compreender a segurança do espaço aéreo com a integração de diferentes tipos de aeronaves, tripuladas ou não, permitindo a inserção de novas tecnologias em benefício da sociedade.

Durante os quatro dias de encontro, foi possível verificar a troca de conhecimentos entre os pesquisadores brasileiros e suecos e a definição dos próximos passos que fortalecerão as colaborações entre as empresas e instituições envolvidas nos dois países. Entre as soluções positivas apresentadas estão a demonstração da integração do projeto Human-Machine Interface (HMI) com a Arena VD, mostrando ser essa uma excelente ferramenta para a validação de conceitos operacionais, além dos resultados obtidos na área de detecção de colisões, com avanços significativos nas tecnologias de segurança aérea.

O coordenador acadêmico dos projetos SIMUA e VD, Professor Doutor Christopher Shneider Cerqueira, afirmou que o encontro técnico-científico representa mais um passo significativo na cooperação aeronáutica Brasil-Suécia, “destacando o compromisso conjunto com a excelência na pesquisa e no desenvolvimento de tecnologias inovadoras para o setor aeroespacial”. “Essa visão compartilhada de inovação certamente impulsionará ainda mais os projetos em andamento”, avaliou.

Para o Reitor do ITA, Professor Doutor Antonio Guilherme de Arruda Lorenzi, atividades como essa reforçam que “o Instituto mantém ativo seu papel com a sociedade brasileira, colocando o país como protagonista em desenvolvimento de tecnologias disruptivas”. “Os resultados destes trabalhos serão verificados, no futuro, no dia a dia das pessoas e nós ficamos honrados em fazer parte desse progresso”, apontou.  

Participantes
Do Brasil, participaram do encontro técnico-científico representantes da Força Aérea Brasileira (FAB) e do ITA, além das empresas Embraer, XMobots e Atech (Grupo Embraer). Já da Suécia, estão estiveram representantes das Universidades de Linköping (LiU) e Mälardalen (MDU), além das empresas Saab, INNOVAIR (programa nacional de inovação estratégica da Suécia para a aeronáutica), Luftfartsverket (Autoridade de Aviação Civil Sueca) e Försvarets Materielverk - FMV (Administração de Material de Defesa da Suécia).

Futuro
Os estudos na área do ADS abordam temas como sistemas tripulados e não tripulados; navegação aérea e aprendizado de máquina. As atividades são exemplos de resultados positivos oriundos da interação da tríplice hélice da inovação, envolvendo o governo, a academia e a indústria. O encontro da última semana foi mais um dos realizados no ITA desde o início da parceria binacional entre Brasil e Suécia.

Durante as discussões em grupo, foram abordados diversos cenários e soluções relacionadas ao domínio aéreo e, em cada tópico, desde avanços teóricos até simulações operacionais, surgiram percepções valiosas para o progresso da área. Além disso, houve uma reiteração constante da importância da segurança dos drones e da conformidade com as regulamentações em todas as áreas de operação, ênfase que destacou a necessidade de garantir práticas responsáveis para promover um ambiente aéreo seguro e harmonioso, ressaltando a importância fundamental da consciência situacional no domínio aéreo.

Um dos pesquisadores envolvidos no projeto, o Major Especialista em Controle do Tráfego Aéreo Cristian da Silveira Smidt, do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), avaliou que “os avanços que podem surgir dessa parceria demonstram a confiança na capacidade de ambos os países em impulsionar a pesquisa e o desenvolvimento no setor aeroespacial”. “As discussões sobre o futuro das operações Unmanned Traffic Management, as tecnologias envolvidas e as incertezas enfrentadas no controle do espaço aéreo foram enriquecedoras”, concluiu.

Assuntos extrapauta?
Embora nada tenha sido divulgado sobre assuntos extrapauta, é relevante chamar a atenção para as empresas e entidades governamentais brasileiras e suecas envolvidas no evento. Embraer e Atech possuem estreita cooperação com a Saab na fabricação do Gripen e nos planos da primeira para vender o KC-390 aos suecos, enquanto a XMobots recebeu duas grandes injeções de capital da Embraer. INNOVAIR, Luftfartsverket  e Försvarets Materielverk são entidades suecas decisivas para qualquer assunto sobre aeronáutica no país.

Sendo assim, esta Consultoria relembra abaixo algumas dessas relações.

Embraer, Atech e Saab
A Embraer, liderando um consórcio de empresas brasileiras de alta tecnologia (AEL Sistemas, Akaer, Atech, Mectron, Inbra, Atmos e outras), está fabricando os caças suecos Gripen E no Brasil desde 09 de maio de 2023, e teve um papel significativo no desenvolvimento da versão biplace Gripen F para a Força Aérea Brasileira.

A Embraer e a Saab anunciaram,em 11 de abril, na LAAD 2023 no Rio de Janeiro, a assinatura de um Memorando de Entendimento (MoU) para aprofundar a colaboração no caça JAS 39 Gripen e oferecer o avião de transporte C-390 Millennium da empresa brasileira à Força Aérea Sueca. O último esforço incluirá a avaliação da integração de equipamentos e sistemas fabricados pela Saab no C-390. Os parceiros explorarão novas oportunidades de negócios, como possíveis pedidos futuros para o Gripen fabricado pela Saab no Brasil e em outras partes da América do Sul. O resultado será uma maior colaboração Embraer/Saab em futuros programas Gripen.

A entrada da Suécia na OTAN deverá forçar o país a procurar com urgência uma aeronave de reabastecimento em voo (REVO) para seus caças Gripen, a fim de atender à exigência da Aliança.

Assim, somando-se essa necessidade premente da Suécia à exitosa parceria da empresa sueca Saab AB com a Embraer (que resultou no caça brasileiro F-39 Gripen), não é difícil considerar que um possível negócio envolvendo o KC-390 seja a solução mais adequada, rápida e eficaz para a Forçan Aérea Sueca, haja vista já existir todo um arcabouço tecnológico comum envolvendo empresas dos dois países e, também, o fato de o KC-390 ser uma aeronave multimissão, ou seja, além do reabastecimento em voo, pode ser usado para transporte de tropas e equipamentos militares, lançamento de paraquedistas, missões humanitárias e outras.

Embraer e XMobots
No dia 20 de setembro de 2022, a Embraer anunciou a assinatura de acordo de investimento para participação minoritária na XMobots, empresa localizada em São Carlos (SP), classificada como a maior companhia de drones da América Latina e fabricante do Nauru 1000C, o RPAS CAT 2 (Remotely Piloted Aircraft System) selecionado pelo Exército Brasileiro para missões ISTAR (Inteligência, Vigilância, Aquisição de Alvos e Reconhecimento), pesando 150kg.

O negócio tem os objetivos de acelerar o futuro do mercado de drones autônomos de médio e grande porte, explorar conjuntamente novos nichos de mercado e ampliar a rede de colaboração em pesquisa de novas tecnologias que tenham sinergias com as áreas de desenvolvimento tecnológico, unidades de negócio e inovação da Embraer, bem como da Embraer-X. Além disso, a Embraer poderá abrir as portas do mercado internacional para a XMobots por meio de sua imensa e capilarizada rede mundial de clientes, escritórios, manutenção e parceiros.

No final de janeiro deste ano, a imprensa noticiou um novo aporte da Embraer na XMobots. Embora não tenha sido divulgado o valor ou o percentual da participação adquirida, é lícito acreditar que tenha sido substancial, haja vista que dificilmente esta última teria condições para bancar sozinha um investimento da amplitude que está fazendo, praticamente dobrando o quadro de funcionários.

Considerando as parcerias estratégicas que a 3ª maior fabricante mundial de aeronaves tem com Saab, BAE Systems, Thales, L3 Harris e com outras gigantes mundiais do Setor de Defesa, além de sua inequívoca expertise em aeronaves de todo o tipo e, no segmento de eVTOL, em conjunto com sua spin-off  Eve Air Mobility, também é bastante provável admitir que a gigante brasileira do setor aéreo possa estar com intenção de ingressar com força no cobiçado, enorme e bilionário mercado internacional de drones militares e civis. 

*Com informações do ITA.

Taurus fará duas lives sobre os resultados do 4T23 e ano de 2023


*LRCA Defense Consulting - 25/03/2024

A Taurus Armas S.A. está convidando analistas, imprensa, investidores e comunidade em geral para participar na quarta-feira (dia 27) da transmissão de duas lives com a participação do seu CEO Global, Salesio Nuhs, e do CFO Sergio Sgrillo, sobre os resultados do quarto trimestre de 2023 (4T23) e do ano de 2023.

A primeira, às 08 horas, será promovida pelo canal da MSX Invest no YouTube e, a segunda, às 09h30, pelo canal da Eleven, também no YouTube.

Os resultados referentes ao 3T23 serão divulgados pela empresa no dia 26 de março após o fechamento do pregão da B3.


 

Ação Civil Pública do MP do Distrito Federal contra Taurus é totalmente improcedente. Decisão é definitiva


*LRCA Defense Consulting - 25/03/2024

O Superior Tribunal de Justiça rejeitou o último recurso na ação civil pública proposta em 2018 pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios contra a Taurus, em que se alegava a existência de defeitos em pistolas fornecidas à Polícia Civil do Distrito Federal no ano de 2014.

Com isso, estão definitivamente confirmados o acórdão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios e a sentença do Juiz de primeira instância que julgou totalmente improcedente a ação civil pública.  

Após minuciosa análise dos fatos e das provas, a Justiça concluiu que as pistolas fornecidas pela Taurus à PCDF atendem aos padrões nacionais exigidos, e que inexistem evidências técnicas de vícios em seus sistemas de segurança.  

Demonstra-se, assim, mais uma vez a qualidade e confiabilidade desses modelos de armas que foram fornecidos pela empresa à PCDF há quase dez anos atrás.

 

24 março, 2024

Números do FBI mostram que o crime caiu enquanto os americanos estocavam mais armas

AP Foto/Keith Srakocic

*Breitbart News, por AWR Hawkins - 19/03/2024

Os números do FBI relatados pela NBC News em 19 de março de 2024 mostram que a criminalidade caiu durante 2023, um ano em que houve mais de um milhão de verificações de antecedentes por mês para compras de armas.

Em 4 de julho de 2023, o Washington Examiner observou que as verificações do Sistema Nacional de Verificação Instantânea de Antecedentes Criminais (NICS/FBI) para compras de armas ultrapassaram um milhão por mês durante 47 meses consecutivos.

Em 19 de março de 2024, o Breitbart News conversou com Mark Oliva, da National Shooting Sports Foundation, e ele disse que já se passaram 55 meses consecutivos de mais de um milhão de verificações do NICS.

Isso significa que, até 2023 e ao longo de 2023, os americanos estavam indo às lojas de armas para adquiri-las, mas os “números do quarto trimestre” relatados pela NBC News mostraram “um declínio de 13% nos assassinatos em 2023 em relação a 2022, um declínio de 6% em crimes violentos relatados e um declínio de 4% nos crimes contra a propriedade relatados.”

O ex-analista da CIA Jeff Asher comentou sobre os números mais baixos da criminalidade, dizendo: “Isto sugere que quando obtivermos os dados finais em outubro, teremos visto provavelmente o maior declínio de homicídios num ano alguma vez registado”.

Houve uma situação semelhante depois que as vendas de armas aumentaram em 2013. O Breitbart News apontou que as vendas privadas de armas dispararam durante 2013, com 21.093.273 verificações de antecedentes e, de acordo com o FBI, os crimes nas categorias de "crimes violentos" e "crimes contra a propriedade" diminuíram durante o ano.

Numa escala mais ampla, o Breitbart News observou  um estudo de 2012 do Serviço de Pesquisa do Congresso mostrando que a posse de armas saltou de 192 milhões de armas privadas em 1994 para 309 milhões em 2009. Ao mesmo tempo, o “assassinato relacionado com armas de fogo e homicídio não negligente”, de uma taxa de 6,6 por 100.000 americanos em 1993, caiu para 3,6 por 100.000 em 2000 e para 3,2 por 100.000 em 2011.

Espingardas emergem como linha de frente de defesa contra drones em táticas militares e de segurança em evolução

Um soldado ucraniano da 53ª Brigada Mecanizada disparou uma espingarda 12ga padrão 870 contra um drone do tipo Mavic. (Fonte da imagem, captura de tela, vídeo do YouTube)

*Army Recognition - 21/03/2024

A crescente utilização de espingardas para combater drones representa um desenvolvimento intrigante nas modernas estratégias militares e de segurança. Esta tendência sublinha o cenário em evolução das ameaças aéreas e as abordagens pragmáticas que estão a ser adotadas para as enfrentar. O uso de uma espingarda 12ga padrão 870 por um membro da 53ª Brigada Mecanizada contra um drone tipo Mavic, destaca uma mudança no sentido de incorporar opções de resposta mais acessíveis e imediatas contra veículos aéreos não tripulados (UAVs).

Uma espingarda é uma arma de fogo de cano longo projetada para disparar uma grande variedade de projéteis chamados tiros. Ao contrário dos rifles, que disparam uma única bala a cada acionamento do gatilho, as espingardas descarregam vários projéteis pequenos, permitindo ao atirador atingir uma área alvo mais ampla com um único tiro. Essa característica torna as espingardas particularmente eficazes para a caça de pássaros e pequenos animais, bem como para aplicações de defesa e aplicação da lei a curta distância. As espingardas vêm em várias ações, incluindo ação de bomba, semiautomática e ação de freio, e são compartimentadas em vários calibres, sendo o calibre 12 o mais comum devido ao seu equilíbrio de potência e recuo. A versatilidade e a ampla utilidade das espingardas tornaram-nas um elemento básico nos arsenais civis e militares em todo o mundo.

A praticidade das espingardas contra drones
As espingardas oferecem diversas vantagens no combate aos drones, principalmente devido à sua facilidade de uso, ampla disponibilidade e capacidade de cobrir uma ampla área com um único tiro. A propagação do padrão de um tiro de espingarda aumenta a chance de atingir um alvo pequeno e em movimento rápido, como um drone. Isto é particularmente eficaz contra drones que voam baixo ou pairam, onde a precisão do alvo é menos crítica do que a capacidade de projetar força sobre uma área ampla. Além disso, a relação custo-benefício das espingardas em comparação com tecnologias anti-drones mais sofisticadas torna-as uma opção atraente para aplicações de segurança militares e civis.

Implicações táticas

A mudança tática para o uso de espingardas reflete uma adaptação ao uso crescente de drones para vigilância e, em alguns casos, para operações ofensivas. Os drones podem oferecer uma ferramenta de baixo custo e alta recompensa para reconhecimento, seleção de alvos e até mesmo ataques diretos, necessitando de uma contramedida prática. As espingardas, sendo relativamente simples de operar e manter, permitem uma rápida implantação e resposta a ameaças de drones sem a necessidade de treinamento extensivo ou equipamento especializado. Esta acessibilidade garante que uma gama mais ampla de forças possa enfrentar ameaças aéreas, e não apenas unidades especializadas.

Considerações Estratégicas
A adopção de espingardas para defesa de drones também sinaliza um reconhecimento estratégico mais amplo da necessidade de contrariar a proliferação da tecnologia UAV. À medida que os drones se tornam mais acessíveis e capazes, aumenta o potencial para a sua utilização em cenários de conflito estatais e não estatais. A decisão da Base Aérea de Kleine-Brogel de anunciar publicamente a integração do Benelli M4 Super 90 sublinha a importância de abordar este vector de ameaça. Reflete uma postura proactiva em matéria de segurança aérea, reconhecendo que a natureza das ameaças aéreas é diversificada e requer uma estratégia de resposta multifacetada.

Desafios e Limitações
Embora as espingardas forneçam uma solução prática para ameaças imediatas de drones, sua eficácia é inerentemente limitada pelo alcance e pela necessidade de contato visual com o alvo. Este método é menos adequado contra drones furtivos ou de alto vôo equipados com capacidades avançadas de reconhecimento ou ataque. Além disso, o uso de espingardas exige considerações de segurança e danos colaterais, especialmente em áreas povoadas ou perto de instalações sensíveis.

Em conclusão, o uso crescente de espingardas para combater os drones destaca uma abordagem pragmática a um desafio de segurança em rápida evolução. Representa uma mistura de táticas tradicionais e modernas, reconhecendo a acessibilidade e a utilidade das armas de fogo convencionais contra ameaças tecnológicas emergentes. No entanto, à medida que a tecnologia dos drones continua a avançar, será crucial integrar essas medidas defensivas imediatas com estratégias anti-drones mais amplas, incluindo guerra electrónica, defesa cibernética e sistemas avançados de detecção, para garantir uma protecção abrangente contra a diversificada gama de ameaças dos UAV.

Postagem em destaque