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09 março, 2020

O bom exemplo de Itajaí (SC) para a Base Industrial de Defesa (BID) nacional


Prefeitura de Itajaí (SC) – Foto Divulgação.

Tenho defendido a tese que o desenvolvimento da Base Industrial de Defesa (BID) nacional é uma oportunidade real e viável não só para estudantes, profissionais, startups e empresas já estabelecidas, mas também é uma alternativa de desenvolvimento para municípios e regiões que estão em busca de novas vocações ou para potencialização de competências já instaladas. 

Defendo essa tese mesmo antes do início do Governo Bolsonaro que tem sinalizado com ações concretas a importância que o mercado de defesa, segurança, aeroespacial, espacial e naval tem e terá para o Brasil. É necessário reconhecer as boas ações da diplomacia brasileira nessa área, bem como o bom trabalho do Ministério da Defesa (MD), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX-Brasil). 

Mas isso melhorou porque o Governo Bolsonaro é um governo militar? Não. Melhorou porque melhorou a qualidade dos interlocutores junto e dentro do governo. Houve sim uma abertura política, mas o principal fator é que houve um salto técnico na condução desses assuntos que são essencialmente técnicos. 

Acordo de Pesquisa, Desenvolvimento, Teste e Avaliação (RDT&E, sigla em inglês) com os EUA, recém assinado, bem como os acordos bilaterais já firmados nesse campo, ou mesmo a manifestação de interesse pelo Brasil por outros países, são sinais que o momento é também convergente com o cenário internacional. Porém, nada é melhor que o relato de alguém que comprova essa tese a partir da concretude prática dessas ações. 

É esse o papel que cumpre o vídeo feito pelo prefeito do município de Itajaí, Volnei José Morastoni, do estado de Santa Catarina, que descreve sua satisfação e expectativas a partir do acolhimento naquele município de um grande projeto da área da defesa como é o caso da construção das 4 fragatas da Classe Tamandaré, que acontecerá no Estaleiro Oceana.

 


Itajaí começa a viver uma nova e histórica fase na sua construção naval: foi assinado hoje (05) o contrato entre a Marinha do Brasil e o consórcio Águas Azuis para construção de quatro navios de defesa de alta tecnologia no município. A nossa cidade é a primeira do país a receber um contrato na área militar do atual Governo Federal. Os investimentos somam R$ 9,1 bilhões e o projeto será executado no estaleiro Oceana, em Itajaí. A estimativa é que oito mil novos empregos sejam criados, sendo dois mil diretos e mais seis mil indiretos.
O projeto da Marinha ganhou força após a mudança da classe de embarcações que serão produzidas. Agora, serão quatro Fragatas: unidades de escolta, vigilância do mar e controle de área com maior peso e dimensão, além de armas mais sofisticadas. O prazo do contrato é de pelo menos 10 anos, contados a partir desta quinta-feira (05) com a assinatura do contrato no Arsenal do Rio de Janeiro. A primeira fragata deverá ser entregue em 2024 e a última em 2028 pelo consórcio formado pela empresa alemã Thyssenkrupp Marine System e as brasileiras Atech e Embraer Defesa e Segurança, com os serviços executados no estaleiro em Itajaí. 

“Hoje é um dia histórico para o Brasil e para a nossa Itajaí, porque assinamos o contrato para a construção de quatro fragatas para a Marinha do Brasil”, comemora o prefeito Volnei Morastoni. “Um empreendimento da maior importância, porque inaugura um novo período de desenvolvimento e prosperidade para Itajaí com muita transferência de tecnologia, geração de empregos e novas empresas”, avalia Morastoni. 

O comandante da Marinha, Ilques Barbosa Júnior, classificou o projeto como uma promissora aventura em Itajaí. “Este projeto permite a geração de empregos com muito mais intensidade em nosso país, porque é financiado pelo Estado brasileiro e isso reduz muito os custos. E mais importante ainda é a produção de independência tecnológica que sempre nos faltou”, destaca o almirante. 

É evidente que nem todo o município brasileiro poderia receber um projeto dessa monta. Existem fatores convergentes e especificidades. Entretanto, outros municípios e regiões podem oferecer para outros projetos, fatores convergentes com outras necessidades. É nisso que acreditamos! O desafio é identificar esses pontos de convergência. Mas antes disso é preciso que os municípios entendam, acreditem e se empenhem para participar desse competitivo, porém, promissor mercado. 

Consulte outras matérias publicadas na Smart Defesa sobre a construção das fragatas da Classe Tamandaré, clique aqui.  

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