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02 maio, 2020

KC-390: a nova aeronave multimissão da Força Aérea Brasileira (FAB)


A Força Aérea Brasileira (FAB) recebeu em 4 de setembro a maior aeronave militar desenvolvida e produzida no Hemisfério Sul. O KC-390 chegou à Ala 2, em Anápolis (GO), e suas características multimissão contribuirão para a FAB desempenhar sua missão de Controlar, Defender e Integrar 22 milhões de quilômetros quadrados.
*Força Aérea Brasileira - 02/05/2020

A produção do KC-390 tem por objetivo o desenvolvimento de aeronaves de transporte militar e de reabastecimento em voo para substituição dos Hércules C-130. O KC-390 é capaz de operar em pistas não pavimentadas em qualquer local do planeta, como na Antártida, na Amazônia e no Pantanal. Seus sistemas de autodefesa o tornam menos suscetível a ameaças em ambiente hostil. Representa uma das mais importantes ferramentas da FAB para cumprir sua missão constitucional na Dimensão 22 provendo mobilidade estratégica às Forças de Defesa do Brasil. O desenvolvimento dessa nova aeronave posiciona o Brasil como protagonista entre os fabricantes de equipamentos de defesa no mundo, além de possibilitar exportações de um produto de alto valor agregado.


Foto militares saindo do KC-390A
nova aeronave multimissão da Força Aérea Brasileira (FAB), desenvolvida pela Embraer Defesa e Segurança, apresenta-se como uma das mais modernas propostas da categoria. As duas primeiras unidades, previstas para 2019, ficarão sediadas na Ala 2, em Anápolis (GO), e serão entregues em condições de cumprir diversas missões. Ao todo, 28 aeronaves adquiridas irão compor a frota da FAB.

Robusto e de alta capacidade tecnológica, o KC-390 se concretizou a partir do conceito e ideais de pilotos e engenheiros da FAB que almejavam superar demandas acima das já cumpridas pelo C-130 Hércules. O novo avião tem cumprido todas as fases de testes nas mais diversas situações.

Produzidos com uma configuração para atuar em variados cenários e com tecnologia de ponta, os aviões cumprirão missões de transporte de cargas e de tropa, lançamento de paraquedistas, reabastecimento em voo, apoio a missões humanitárias, combate a incêndios florestais, busca e salvamento e evacuação aeromédica. Após a nova aeronave chegar a Anápolis, será iniciada a instrução aérea dos pilotos e demais tripulantes, para que, em seguida, estes possam atuar na operacionalidade e doutrina da aeronave.

Devido à capacidade multimissão da aeronave, os primeiros pilotos de KC-390 foram selecionados conforme as competências adquiridas nas suas Aviações de origem, sejam Caça, Patrulha, Reconhecimento ou Transporte. Nesse sentido, um grupo composto por militares de diferentes organizações da FAB foi criado com a proposta de atuar no projeto do jato e fazer sua implantação operacional. Além de pilotos, mestres de carga, operadores de equipamentos especiais e mecânicos também atuam no grupo. “A proposta é que possamos agregar os conhecimentos das aviações e consolidá-los à doutrina da aeronave para que ela esteja preparada para executar as ações que a Força Aérea Brasileira precisar”, destaca o Major Aviador Carlos Vagner Veiga, um dos integrantes do grupo. O KC-390 é o resultado de um esforço envolvendo a FAB e a Embraer, que apostaram no investimento em ensino e pesquisa para ter, em território nacional, profissionais altamente qualificados.

Capacidade e versatilidade

Foto militares saindo do KC-390Com capacidade de transportar até 23 toneladas, em velocidade máxima de 870 km/h, o jato redefine o modelo de operação de uma aeronave de transporte em ambientes diversos, pistas não preparadas e com uma autonomia destacável. Com 23 toneladas de carga a bordo, o KC-390 pode voar até 2.730 km de distância. Se a carga for de 14 toneladas, o alcance sobe para 4.914 km, o suficiente para sair de Manaus (AM) e ir até a Cidade do México ou Santiago, no Chile. Sem carga, em voo de traslado, é possível percorrer até 5.958 km de distância. Esses números são alcançados porque os tanques da aeronave podem levar 23,2 toneladas de combustível, além de o avião também poder ser reabastecido em voo.

O compartimento de carga do KC-390 tem 18,5 metros de comprimento, 3,45 de largura e 2,95 de altura, espaço suficiente para acomodar equipamentos de grandes dimensões, além de blindados, peças de artilharia, armamentos e até aeronaves. Possui, ainda, todos os acessórios necessários para facilitar o carregamento, a retenção e o descarregamento de cargas, como anéis para amarração, bandejas de roletes, trilhos e sistemas de travas eletrônicas de fixação, sendo totalmente compatível com os equipamentos de transporte aéreo militar já existentes. O jato também pode levar 80 militares equipados; ou 64 paraquedistas em uma configuração de transporte de tropa; ou, ainda, 74 macas e equipe médica em uma configuração de evacuação aeromédica.

O KC-390 tem também os equipamentos necessários para transferir parte do combustível para outros aviões e helicópteros, podendo realizar duas operações de reabastecimento em voo ao mesmo tempo. “Um KC-390 poderá reabastecer, inclusive, outro KC-390, ampliando a autonomia do segundo. Esse é um fator inédito na Força Aérea”, destaca o Capitão Aviador Anderson Dias Santiago, militar da aviação de caça que também faz parte do grupo do projeto. A capacidade de ser reabastecido em voo coloca a aeronave num patamar de alcance global e permite deslocamento logístico em tempo de paz ou de conflito, a ser realizado sem paradas em aeroportos intermediários, otimizando sobremaneira as operações aéreas.

Tecnologia de ponta

Foto montagem do KC-390O KC-390 foi concebido para ser uma aeronave de transporte militar com tecnologia de ponta embarcada. O avião possui pilotagem facilitada por um sistema de comando de voo eletrônico fly-by-wire que, além de dar maior eficiência para pilotagem, também proporcionará uma integração com os demais sistemas. Um exemplo é o lançamento de carga. O uso dos controles eletrônicos vai mensurar o comportamento do avião durante a missão, que responde a essa dinâmica e repassa as informações ao piloto. A nova aeronave da FAB foi planejada para que todas as missões sejam realizadas com as capacidades e tecnologias existentes no avião.

Na configuração do cockpit, são cinco displays, com telas que facilitam a navegação do piloto e a atuação nos comandos. O sistema de aviônicos foi desenvolvido pela empresa norte-americana Rockwell Collins, que dispensa o uso de relógios, medidores e termômetros. O KC-390 também é equipado com um avançado radar tático, com as funcionalidades Spot SAR, modos de meteorologia e ar-ar.

A expressiva autonomia do jato também pode ser usada para missões de busca, com horas de voo dedicadas à localização de uma embarcação naufragada, por exemplo. Para essa missão, além de contar com postos de observação, o KC-390 é equipado com o radar Gabbiano T20, instalado no nariz da aeronave. No modo de acompanhamento de alvos, o equipamento pode rastrear mais de 200 embarcações simultaneamente, podendo ainda ser usado no combate às atividades ilegais, como pesca predatória e pirataria. É possível também utilizar o radar para identificar manchas de óleo ou realizar o mapeamento de áreas terrestres.

Certificação

Foto KC-390 lançando cargaEm 2018, o KC-390 recebeu a certificação de Tipo de Aeronave da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que permite que o avião possa ser comercializado e operado em todo o território brasileiro. A certificação de tipo é emitida pela ANAC quando o projeto da aeronave demonstra ter cumprido todos os requisitos operacionais, de segurança e de proteção ambiental obrigatórios para a operação. Isso evidencia que o nível de segurança da aeronave é compatível com padrões internacionais e permite que o modelo certificado seja comercializado no Brasil e inserido no Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB).

Este ano, a aeronave passou por ensaios de certificação para o cumprimento de diversas missões, como Reabastecimento em Voo (REVO) e lançamento de carga pelos métodos Container Delivery System (CDS) e Combat Offload (saída da carga da aeronave durante o táxi, sendo depositada diretamente no solo por ação da inércia ou sobre tambores à medida que a aeronave se movimenta no solo).

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