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28 julho, 2020

Veículos elétricos: WEG tem novo nicho na produção e conversão no Brasil



*LRCA Defense Consulting - 28/07/2020

A WEG S.A. está participando de duas grandes iniciativas, uma na produção de veículos elétricos e outra na conversão de motores tradicionais para o sistema elétrico.

Parceria com a Volkswagen
Em 2019, a Volkswagen Caminhões e Ônibus anunciou em Södertälje/Suécia, o plano para comercializar caminhões e ônibus elétricos no Brasil a partir de 2020. Os modelos serão desenvolvidos e fabricados no país.

O projeto inclui não apenas novos produtos, mas também componentes e o que acontece depois da compra, com instalação e operação de pontos de recarga em todo o Brasil e medidas para descarte das baterias após o fim de sua vida útil.

Chamado de e-Consórcio, o plano é baseado na parceria com diversas empresas. O conceito já é adotado na produção de caminhões e ônibus na fábrica de Resende (RJ), com fornecedores atuando diretamente na produção dos veículos. Para os elétricos, a novidade é que os parceiros da Volkswagen atuarão também no pós-venda.

Entre as parceiras da Volkswagen estão a Siemens, no fornecimento de carregadores elétricos, e a Moura, que vai auxiliar no manejo das baterias. Já a alemã Bosch e brasileira WEG serão responsáveis pelo conjunto elétrico. O e-Consórcio faz parte de um investimento de R$ 1,5 bilhão que a empresa está fazendo no Brasil.

Parceria com a FuelTech
A FuelTech, conhecida por preparar a injeção de veículos de alta performance anunciou a compra da também brasileira Energy Systems. O objetivo, segundo a companhia, é aumentar a participação nesse mercado, ainda pouco explorado por aqui.

O projeto também conta com a parceria da WEG, empresa brasileira que produz motores elétricos de vários tipos. Ela inclusive trabalha junto com a Volkswagen no desenvolvimento do primeiro caminhão elétrico do país, o e-Delivery.

Nesse formato de parceria, a Weg entraria com o fornecimento de motores e inversores, enquanto a FuelTech desenvolve os gerenciadores de bateria e centrais eletrônicas.

De acordo com a empresa, há cerca de 1.000 oficinas credenciadas em todo o país que podem ser qualificadas para realizar a conversão, que consiste na retirada do motor a combustão, na preparação da carroceria e na instalação de motor elétrico, baterias, gerenciamento e todo o cabeamento necessário.

"Com o movimento da eletrificação, existe no Brasil um nicho a ser explorado", afirma Manfred Peter Johann, diretor superintendente da WEG Automação. A parceria não mudará o principal negócio da catarinense, que trabalha sobretudo com veículos pesados. Isso porque ainda é um aceno a um negócio ainda incipiente. "Esse mercado de conversão de automóveis pode surgir com o tempo", diz.

Anderson Frederico Dick, diretor geral da FuelTech, conta que a eletrificação deve ganhar relevância nos próximos anos. "A gente está diante da maior revolução da indústria automobilística e a gente vê como isso está impactando o mundo", diz.

A FuelTech ficará responsável pela montagem do equipamento nas mil oficinas mecânicas especializadas da empresa espalhadas pelo mundo. A WEG fará a produção dos inversores de sistemas auxiliares e do Powertrain, motor elétrico já utilizado em uma colaboração com ônibus e caminhões da Volkswagen e em aviões de pequeno porte monomotor da Embraer.

Para o professor de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Marcelo Alves, a conversão tem maior potencial de crescimento no mercado de veículos de coleção, já que a substituição dos motores vale o custo-benefício para donos de modelos antigos que querem continuar circulando nas cidades.

"É um nicho de mercado que pode explodir, assim como foi a conversão de GNV (Gás Natural Veicular)", diz Fabio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI). Com poucas empresas no mercado, ele cita o sucesso da californiana EV West, que vende kits de conversão para modelos clássicos por preços de US$ 7 mil a US$ 16 mil, assim como peças avulsas dos mais variados valores e tipos. No Brasil, segundo ele, não há nenhuma solução do tipo até agora.

(Com informações do G1, Gaúcha ZH e Diário MS News)

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