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01 março, 2024

Primeira entrega do A-Darter, míssil desenvolvido em conjunto com o Brasil, marcada para dezembro


*Military Africa, por Sarah Lesedi - 27/02/2024

Espera-se que a Força Aérea Sul-Africana (SAAF) receba o primeiro lote de mísseis ar-ar A-Darter operacionais da Denel Dynamics até ao final deste ano, após anos de atrasos e desafios.

O A-Darter é um míssil guiado por infravermelho de quinta geração que foi desenvolvido em conjunto com o Brasil no âmbito do Projeto Assegai. Ele foi projetado para fornecer alta agilidade e manobrabilidade, bem como resistência a contramedidas, para combate aéreo de curta distância.

O projeto do míssil, iniciado em 2006, gerou várias receitas devido a insuficiências de financiamento, escassez de competências e problemas de liquidez na Denel Dynamics, uma empresa estatal de defesa responsável pela sua produção.

Segundo a Armscor, agência estatal de aquisição de defesa, o contrato original para a industrialização e produção do A-Darter foi assinado em março de 2015, com prazo de entrega até outubro de 2017. No entanto, a execução do contrato ficou paralisada por mais de quatro anos, conduzindo a derrapagens de custos e obsolescência técnica.

Em 2020, a Armscor explorou opções alternativas para relançar o programa e propôs um contrato revisto com a Denel que envolve outras empresas de defesa locais para ajudar na industrialização e fabricação do míssil. A proposta foi aceita pelo Conselho de Comando da Aeronáutica em setembro de 2020, permitindo o ‘desbloqueio’ do programa.

A Armscor informou que a Denel está atualmente executando o programa com resultados acordados com a SAAF. O contrato revisado prevê a entrega de oito missões de treino, 21 missões de treinamento e 41 missões operacionais para a SAAF. Espera-se que as primeiras quatro missões operacionais sejam entregues em dezembro de 2024, enquanto as últimas missões operacionais estão programadas para janeiro de 2028.

A SAAF também recebeu apoio financeiro e técnico da Força Aérea Brasileira, parceira do projeto A-Darter. A Força Aérea Brasileira já integrou o míssil em suas caças SAAB JAS 39 Gripen, que também são operados pela SAAF. O A-Darter recebeu certificação e qualificação tipo A em 2019, após passar por revisão formal.

A entrega do A-Darter aumentou as capacidades de combate aéreo da SAAF, uma vez que atualmente depende do míssil provisório IRIS-T, que foi adquirido da Alemanha em 2009. A SAAF não possui um sistema ar-para-além do alcance visual. míssil aéreo, o que limita sua capacidade de se envolver em combates de longo alcance.

A Denel, que estava com dificuldades financeiras, recebeu quase 1 bilhão de rands do Denel Medical Benefit Trust (DMBT) e 3,4 bilhões de rands de recapitalização do Tesouro em setembro de 2023 para garantir sua base de clientes existente e retomar importantes que estavam suspensos anteriormente. Isto depois de receber fundos no valor de R3,4 bilhões por meio da Lei de Apropriação Especial de 2022.

O A-Darter é um dos principais programas da Denel Dynamics, que também produz outros mísseis, como o míssil terra-ar Umkhonto e o míssil antitanque Mokopa.

Em outubro de 2019, o A-Darter obteve certificação e qualificação tipo A, após passar por revisão formal. Estes encerram o ciclo de desenvolvimento de mísseis.
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Nota da LRCA:

O V3E A-Darter (Agile Darter)  foi desenvolvido pela sul-africana Denel Dynamics (antiga Kentron) e pelas brasileiras Mectron (hoje SIATT), Avibras e Opto Eletrônica (adquirida pela AKAER). A proposta é equipar os caças Gripen C/D e BAE Hawk 120 da Força Aérea Sul-Africana, e os A-1M AMX, Northrop F-5BR e Gripen E/F da Força Aérea Brasileira. O governo Brasileiro investiu entre US$ 52 e US$ 77 milhões no projeto, de um total de US$ 130 milhões.

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