*LRCA Defense Consulting - 09/08/2025
A Embraer avançou mais uma etapa na execução do Projeto SISFRON (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras) do Exército Brasileiro com a entrega de mais 14 soluções tecnológicas veiculares integradas de Comunicações Táticas, para reforçar a proteção das fronteiras brasileiras. Essas soluções, em conjunto com as demais já entregues, ampliam a consciência situacional e aumentam a capacidade de sensoriamento e comando e controle das Organizações Militares nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
O Programa Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras - SISFRON,
integrante do PAC do Governo Federal, adquiriu 109 Viaturas de
Transporte Não Especializadas Marruá da empresa gaúcha Agrale S.A., que foram entregues à
Embraer Defesa & Segurança para transformação, atendendo cronograma
contratual firmado entre o Comando de Comunicações e Guerra Eletrônica
do Exército e a empresa.
Essas
viaturas estão sendo transformadas em Viaturas Especializadas de Comunicações
pelas empresas Iturri Brasil e RF COM Sistemas Ltda., subcontratadas da
Embraer Defesa & Segurança, sendo destinadas ao Projeto de
Sensoriamento e Apoio à Decisão 2 do Sistema de Comando e Controle do
Comando Militar do Oeste.
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Viatura militar Agrale Marruá de telecomunicações da FAB pronta para ser transportada pelo C-390 |
Viatura Marruá de telecomunicações
A viatura militar Agrale Marruá de telecomunicações é uma variante do
utilitário 4x4 Agrale Marruá, desenvolvido pela empresa brasileira
Agrale S.A., adaptada para missões militares específicas de
telecomunicações, comando e controle (C3 ou C4I - Comunicação, Comando,
Controle e Inteligência). Baseado no projeto do jipe militar EE-12 da
Engesa, a Agrale Marruá é conhecida por sua robustez, versatilidade e
capacidade de operar em terrenos extremos.
Enquanto a Agrale
Marruá militar padrão é usado para transporte de tropas, cargas e
patrulhas, a Marruá de telecomunicações é especializada no suporte às
redes de comunicação, sendo essencial para a mobilidade dos sistemas de
comando e controle em campo.
A Marruá oferece agilidade e pronta resposta em cenários de combate e
desastres ambientais. Dotada de meios suficientes para transmitir e
amplificar sinais de rádio e enlace satelital, é um veículo
autossuficiente e versátil que desempenha um papel fundamental na
comunicação em situações críticas. Sua mobilidade e alcance permitem que
as Forças Armadas mantenham a comunicação em áreas remotas ou em
situações de emergência.
Características
A
versão de telecomunicações, como a Agrale Marruá AM20 VCC (Viatura de
Comando e Controle), é projetada para suportar operações de comunicação
militar avançada. Suas principais características incluem:
- Finalidade:
transporte de equipamentos de comunicação, antenas, sistemas de
transmissão e recepção de dados, voz e, em alguns casos, imagens.
- Equipamentos: pode incluir rádios HF, VHF, UHF, sistemas de satélite, enlaces de micro-ondas e sistemas de comando e controle.
- Configuração: geralmente possui estrutura adaptada, como baús rígidos ou módulos, onde são instalados os equipamentos de comunicação.
- Shelter de comunicação:
equipado com um módulo (ex.: MTO TKV-1 da Truckvan) que abriga sistemas
de rádio, transmissão de dados, voz e, em alguns casos, equipamentos de
guerra eletrônica (como na variante AM20 GE/MAGE).
- Sistemas C4I:
integra tecnologias para coordenar operações táticas e estratégicas,
permitindo comunicação segura e criptografada entre unidades terrestres,
aéreas e navais, como demonstrado na Operação Íris (2024).
- Equipamentos avançados:
pode incluir sistemas de guerra eletrônica, suportes para armamentos
(metralhadoras 7,62 mm ou 12,7 mm) e integração com tecnologias como o
Link-BR2 para comunicação em tempo real.
- Proteção: alguns modelos possuem proteção balística leve e sistemas de blindagem modular, dependendo da missão.
- Mobilidade: tração 4x4, capacidade de carga de até 750 kg,
suspensão reforçada e habilidade para atravessar terrenos difíceis,
incluindo submersão em até 60 cm de água.
- Autonomia:
motor MWM 4.07 TCAE de 140 cv, com autonomia de até 600 km, ideal para
operações prolongadas. É capaz de operar por longos períodos em
áreas remotas, contando com geradores de energia, baterias auxiliares e,
em alguns modelos, painéis solares.
Uso nas Forças Armadas
A Marruá de telecomunicações é utilizada principalmente por:
- Unidades de Comunicações e Guerra Eletrônica, como as Companhias de Comando e Controle, para gerenciar comunicações em operações multidomínio.
- Missões operacionais:
empregada em exercícios como a Operação Íris, onde integrou
comunicações com caças F-39 Gripen, aeronaves E-99M e unidades navais.
- Missões internacionais: utilizada em operações de paz, como na MINUSTAH (Haiti, 2008), com 19 unidades AM20 VTNE.
- Modernizações: recentemente, 18 unidades foram enviadas à Embraer para adaptações em veículos de comunicações especializadas, com upgrades realizados por empresas como Iturri e RF Com.
Importância Estratégica
A Marruá de telecomunicações é essencial para a interoperabilidade das
Forças Armadas, garantindo comunicação confiável em cenários de combate
ou apoio logístico.
Atua como Posto de Comunicações Móvel,
servindo para manter a comunicação entre unidades táticas no campo de
batalha e com centros de comando, além de integrar sistemas de C2
(Comando e Controle), fundamentais nas operações modernas. Pode também
fazer parte de redes de guerra eletrônica, operações cibernéticas e
apoio à inteligência.
Desde sua adoção em 2005, após testes no
Centro de Avaliações do Exército (CAEx), ela tem sido um pilar para
operações modernas, com exportações para países como Argentina e
Equador. Sua capacidade de integrar tecnologias avançadas, como sistemas
de guerra eletrônica e redes seguras, torna-a vital para a doutrina
militar brasileira.
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