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| Gripen E |
*LRCA Defense Consulting - 16/09/2025
Em visita oficial que está sendo realizada entre 15 e 17 de setembro, o comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, representando o ministro da Defesa do Brasil, reuniu-se com o ministro da Defesa da Suécia, Pål Jonson, para reforçar a parceria estratégica entre os dois países no campo da defesa. O encontro, que ocorre em Estocolmo, tem como pano de fundo os avanços do programa FX-2, que resultou na aquisição de 36 caças Gripen E/F pela FAB.
Segundo declaração conjunta, Brasil e Suécia expressaram satisfação com os resultados já alcançados e destacaram a importância da cooperação em defesa, tecnologia e inovação. Também foi lembrado que, em 2026, as duas nações celebrarão 200 anos de relações diplomáticas.
Ampliação do contrato FX-2
Um dos pontos mais relevantes da visita foi a discussão
sobre a possibilidade de ampliar o contrato original do Projeto FX-2, assinado
em 2014. A declaração oficial menciona a exploração de alternativas para que a
Suécia forneça “aeronaves de combate complementares” ao Brasil, além da
modificação do acordo atual, com vistas a aumentar o número de caças na frota
da FAB.
Fontes ligadas ao setor de defesa avaliam que a menção pode
se referir não apenas a novas unidades do Gripen E/F, mas também à oferta de
caças Gripen C/D de segunda mão, atualmente em operação pela Força Aérea Sueca.
Esses aviões, apesar de pertencerem a uma geração anterior, compartilham ampla
comunalidade de peças, sistemas e logística de manutenção com os modernos
Gripen E/F. Além disso, o custo de aquisição seria consideravelmente menor,
permitindo à FAB ampliar rapidamente sua frota de caça, mantendo plena
interoperabilidade.
Produção no Brasil e impacto industrial
Durante a visita, o Brigadeiro Damasceno também esteve nas
instalações da Saab em Linköping, onde pôde acompanhar a linha de montagem dos
Gripen e se reunir com equipes brasileiras e suecas envolvidas no projeto. No
Brasil, a Embraer já inaugurou em 2023, em Gavião Peixoto (SP), a planta
dedicada à produção local dos caças. O objetivo é que o primeiro Gripen
totalmente montado no país seja concluído até o final de 2025.
Até o momento, dez aeronaves Gripen F-39 já foram entregues
à Base Aérea de Anápolis (GO), onde estão em processo de integração
operacional. A expectativa é que a ampliação do contrato fortaleça ainda mais a
indústria nacional de defesa, gerando empregos de alta qualificação e ampliando
a transferência de tecnologia.
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| Gripen C |
Um passo estratégico para a FAB
A possível incorporação de aeronaves adicionais, seja por
meio de novos Gripen E/F ou de Gripen C/D usados, seria estratégica para o
Brasil. Atualmente, a FAB enfrenta o desafio de substituir sua frota de caças
mais antigos, como os F-5M Tiger II e os A-1M AMX, que se aproximam do fim da
vida útil.
Nesse contexto, a ampla comunalidade de peças, sistemas e logística
de manutenção entre os Gripen C/D e os modernos Gripen E/F garante uma
transição mais eficiente e econômica. Essa característica evita que o Brasil
precise recorrer a soluções emergenciais de curto prazo, como a aquisição de
aeronaves usadas de outras nações que não possuam tal compatibilidade, o que
elevaria custos operacionais e logísticos.
Com mais aeronaves disponíveis, a FAB garantiria maior
capacidade de policiamento do espaço aéreo, pronta resposta em situações de
defesa nacional e maior participação em operações conjuntas com forças aliadas.
Assim, a ampliação do programa Gripen não apenas fortalece a capacidade de combate da FAB, como também assegura consistência tecnológica e sustentabilidade a longo prazo para a aviação de caça brasileira.
A visita de Damasceno à Suécia, portanto, não apenas reforçou os laços históricos entre os dois países, mas também abriu caminho para negociações que poderão redefinir a escala e a velocidade da modernização da aviação de combate brasileira.


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