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27 setembro, 2025

Tesouro hídrico amazônico é capaz de abastecer o mundo por 250 anos... e precisa ser protegido e defendido

O maior aquífero do mundo, 100% brasileiro, transforma-se em peça-chave da segurança hídrica global e força o debate sobre soberania, proteção ambiental e defesa nacional

 

*LRCA Defense Consulting - 27/09/2025

Sob a exuberante Floresta Amazônica, nos estados do Pará, Amapá e Amazonas, repousa um gigante silencioso e vital para o futuro da humanidade: o Sistema Aquífero Grande Amazônia (SAGA). Com 86 trilhões de metros cúbicos de água doce em uma área de 1,2 milhão de km² — quase três vezes o território da Bahia —, o SAGA não apenas representa a maior reserva subterrânea de água doce do mundo, mas também coloca o Brasil no centro da geopolítica global da água.

A maior reserva hídrica subterrânea do planeta
Diferente do Aquífero Guarani, compartilhado por quatro países da América do Sul, o SAGA é 100% brasileiro. Seu volume supera em mais que o dobro o do Guarani (37 mil km³), o que faz do Brasil o guardião da principal fonte hídrica subterrânea do planeta. Especialistas estimam que sua capacidade seria suficiente para abastecer toda a população mundial por aproximadamente 250 anos.

Esse ativo colossal transforma o SAGA em recurso estratégico de primeira ordem, com potencial para garantir segurança hídrica global em um cenário de acelerada escassez.

Pilar da biodiversidade e do clima
Muito além da dimensão numérica, o SAGA cumpre papel vital nos ecossistemas amazônicos. Suas águas abastecem rios e igarapés, sustentando o fluxo hídrico mesmo durante longos períodos de estiagem. Essa função é crucial para a sobrevivência dos 10% das espécies conhecidas do planeta que vivem na região, consolidando a Amazônia como uma das áreas mais ricas em biodiversidade do mundo.

O aquífero também contribui para o ciclo climático continental: ao manter a umidade do solo, ele alimenta a evapotranspiração que origina as chamadas "chuvas voadoras", massas de vapor que percorrem grandes distâncias e influenciam o clima de toda a América do Sul.

Ameaças crescentes: degradação, desmatamento e clima
O futuro do SAGA, entretanto, não está garantido. O desmatamento e a degradação florestal ameaçam sua capacidade de recarga. Enquanto áreas degradadas por queimadas ou exploração seletiva podem se recuperar, o desmatamento total — causado por corte raso, mineração ou expansão agrícola — compromete irreversivelmente o abastecimento subterrâneo no curto e médio prazos.

A isso se somam os impactos das mudanças climáticas: padrões de chuva alterados, temperaturas em ascensão e secas mais extremas afetam tanto a qualidade quanto o volume das águas do aquífero.

A cobiça internacional
A abundância de recursos naturais na Amazônia desperta atenção crescente da comunidade internacional. Declarações de líderes estrangeiros em defesa de uma suposta “gestão coletiva” da região levantam sérias preocupações quanto à soberania nacional. No cenário de escassez hídrica mundial, especialistas alertam que a água poderá se tornar motivo de disputas geopolíticas — tornando o SAGA alvo natural de interesses externos.

Resposta brasileira: ciência, defesa e soberania
Ciente dessa realidade, o governo brasileiro anunciou em 2025 cerca de R$ 1 bilhão em investimentos voltados a projetos científicos, tecnológicos, ambientais e de defesa para a região amazônica. Entre as medidas destacam-se sistemas de monitoramento por satélite, inteligência artificial e drones, ampliação das áreas protegidas, capacitação de forças militares e fortalecimento das brigadas florestais.

O Fundo Amazônia registrou um recorde de R$ 1,19 bilhão em aprovações no primeiro semestre de 2025, voltadas a ações de prevenção de ilícitos ambientais e estímulo a alternativas econômicas sustentáveis para comunidades locais. Parlamentares têm enfatizado que uma presença militar forte e capaz deve caminhar lado a lado com a pesquisa científica, a valorização da transição energética e o fortalecimento das populações indígenas e tradicionais.

Imperativo estratégico: proteger para não perder
Especialistas em segurança nacional apontam que a defesa do SAGA requer mais do que discursos. É fundamental estruturar adequadamente as Forças Armadas para essa missão e prover:

  • presença e vigilância permanente nas áreas de maior concentração do aquífero;

  • monitoramento constante e integrado com satélites, drones e sensores subterrâneos;

  • aumento das unidades militares especializadas em operações de selva;

  • ações coordenadas entre órgãos ambientais e militares para resposta rápida a ameaças.

A experiência mundial mostra que recursos estratégicos são alvos de pressão constante e tentativas de internacionalização, frequentemente disfarçadas de preocupações ambientais ou humanitárias.

Responsabilidade histórica
O Sistema Aquífero Grande Amazônia é mais do que uma reserva de água. É um capital natural que pode representar a diferença entre abundância e escassez hídrica para gerações futuras em todo o planeta. Mas sua preservação depende de consciência coletiva, ação governamental eficaz, apoio da sociedade civil e defesa nacional robusta.

Manter o SAGA sob soberania brasileira não é apenas uma questão de orgulho: é uma responsabilidade histórica. O futuro da água no planeta pode estar intimamente ligado às decisões que o Brasil tomar hoje sobre a Amazônia.

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