*LRCA Defense Consulting - 23/10/2025
A manhã desta quinta-feira (23) marcou oficialmente o início das obras do AeroCITI, o novo complexo aeronáutico da Aeromot em Guaíba (RS), inaugurado em cerimônia que reuniu autoridades estaduais, empresários e representantes de universidades. O evento simboliza o ponto de partida de um megaprojeto avaliado em R$ 3 bilhões, que promete transformar o Rio Grande do Sul em um polo mundial de tecnologia, inovação e produção aeronáutica.
Inauguração e presença oficial
A solenidade ocorreu na Estrada Ismael Chaves Barcelos,
no Distrito Industrial de Guaíba, e contou com a presença do governador
Eduardo Leite, do secretário de Desenvolvimento Econômico Ernani Polo, do
prefeito de Guaíba Marcelo Maranata e do CEO da Aeromot, Guilherme
Cunha. O ato foi realizado no Dia do Aviador e no aniversário do
primeiro voo do 14-Bis, reforçando o simbolismo histórico do projeto. Durante o
evento, Leite destacou o papel do complexo como “vetor de desenvolvimento
regional e nacional, que coloca o Rio Grande do Sul na vanguarda da tecnologia
aeronáutica”.
Estrutura e metas do complexo
O AeroCITI — sigla para Aerocentro Integrado
de Tecnologia e Inovação — ocupa uma área de 500 hectares e será
uma aerotrópole sustentável, integrando fábrica de aeronaves, centro
de pesquisa, hub de inovação, heliporto e infraestrutura aeroportuária com
pista de 1.800 metros. O local chegará a operar como alternativa ao
Aeroporto Internacional Salgado Filho, em ocasiões de contingência.
A primeira fase concentra um investimento de R$ 240 milhões, dos quais R$ 60 milhões já foram aplicados. Nesta etapa terão início as obras de terraplanagem e infraestrutura básica, com previsão de conclusão até 2027 da pista de 1,4 km e da primeira fábrica de aeronaves certificadas do Estado, pertencente à Diamond Aircraft Brasil, subsidiária criada pela Aeromot para produção do modelo DA62, um bimotor de sete lugares movido a combustível limpo.
Inovação e sustentabilidade
O projeto aposta fortemente em mobilidade aérea
sustentável e descarbonização. Uma das metas do AeroCITI é ser referência
em aviões movidos a etanol, reforçando a posição do Brasil na busca por
tecnologias ambientalmente responsáveis. Além disso, o hub de inovação abrigará
startups e universidades voltadas ao desenvolvimento de soluções para a aviação
limpa e integração multimodal.
Cunha salientou que o AeroCITI “não será apenas uma fábrica de aviões, mas um ecossistema completo de tecnologia, formação de mão de obra e cooperação internacional”, com potencial de gerar 1.500 empregos diretos e indiretos na fase inicial — podendo alcançar até 10 mil postos quando empresas parceiras se instalarem no entorno até 2030.
Repercussão e impacto regional
Além de fortalecer a cadeia aeroespacial, o empreendimento
reposiciona Guaíba como referência de investimento industrial, ocupando a
área antes destinada à fábrica da Ford. O governo estadual espera atrair novas
universidades e centros de pesquisa para a região, criando um polo
interdisciplinar de engenharia, economia e meio ambiente aeronáutico. Segundo o
secretário Ernani Polo, “o AeroCITI sintetiza o novo perfil produtivo do Rio
Grande do Sul: um estado voltado à inovação, à exportação e à
sustentabilidade”.
O complexo também prevê a criação de áreas de convivência, como praças temáticas e um futuro museu da aviação, voltado à educação e preservação da memória aeronáutica nacional.
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