*LRCA Defense Consulting - 04/10/2025
O mercado mundial de telecomunicações vive uma transformação significativa com a consolidação de picosatélites dedicados à comunicação de dispositivos da chamada Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês). A tendência ganha força ao adotar protocolos abertos e interoperáveis, como o Projeto de Parcerias de 3ª Geração (3rd Generation Partnership Project – 3GPP), o Padrão de Banda Estreita para Redes Não Terrestres (Narrowband Non-Terrestrial Networks – NB-NTN) e a Rede de Longo Alcance para Banda Estreita (Long Range Wide Area Network – LoRaWAN).
Essas soluções garantem conectividade para ativos fixos e móveis em regiões onde as redes celulares convencionais não chegam, como áreas rurais, marítimas ou mesmo desertos.
Por que a adoção cresce?
Entre os fatores que explicam o avanço dessa tecnologia
estão:
- Redução
drástica do custo por bit transmitido e por terminal.
- Cobertura
global, alcançando locais sem infraestrutura de telecomunicações.
- Protocolos
abertos, que evitam dependência tecnológica.
- Integração
facilitada com plataformas de análise de dados, inteligência artificial e
gêmeos digitais.
- Aumento da demanda por rastreabilidade em tempo real em setores como logística, agropecuária, energia e relatórios ambientais, sociais e de governança (ESG).
Cenário internacional
Empresas como Lacuna Space, Astrocast, Sateliot, OQ
Technology, Apogeo Space e Fleet Space Technologies já comprovaram que pequenos
satélites de baixo custo são capazes de entregar serviços de IoT em grande
escala. Agora, o Brasil se prepara para entrar nesse seleto grupo.
Papel da Shamal Space e da Navollo
A brasileira Shamal Space, em parceria com a Navollo
Aerospace, está desenvolvendo o LEPTONSat, o primeiro picosatélite de
comunicação IoT totalmente concebido e fabricado no Brasil. O projeto segue os
protocolos abertos do 3GPP para NB-NTN, assegurando compatibilidade e
escalabilidade.
Um picosatélite (ou picosat) é um satélite artificial com massa inferior a 1 kg, utilizando tecnologia de miniaturização para reduzir custos de fabricação e lançamento, tornando o acesso ao espaço mais democrático.
Segundo a empresa, a meta é lançar, nos próximos anos e com apoio de investidores globais, uma constelação de satélites LEPTONSat. O objetivo é oferecer cobertura nacional e um serviço competitivo para processos em locais de conectividade instável ou inexistente, abrindo também espaço para atender ao mercado internacional.
Complementaridade com redes de alta capacidade
De acordo com especialistas, a aplicação dos picosatélites
se diferencia da de constelações como a Starlink, voltadas ao tráfego de
alta capacidade e baixa latência. Enquanto a constelação da SpaceX atende redes
de grande volume de dados, os picosatélites IoT são projetados para
transmissões em massa de baixíssimo consumo de energia, ideais para sensores
autônomos de longa vida útil.
Saiba mais:
- Shamal & Navollo lançam a LEPTONSat, solução nacional para aplicações de comunicação IoT
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