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01 novembro, 2025

Radia fortalece rede global do WindRunner com parceria estratégica e destaque para inovação brasileira

 


*LRCA Defense Consulting - 01/11/2025

Em um movimento que consolida sua expansão na Europa, a Radia, empresa americana pioneira no desenvolvimento de aeronaves de carga ultra-grandes, anunciou nesta sexta-feira uma colaboração estratégica com a Atitech, maior provedora independente de serviços de Manutenção, Reparo e Revisão (MRO, na sigla em inglês) na região EMEA (Europa, Oriente Médio e África). O acordo, formalizado por meio de um Memorando de Entendimento (MoU), visa fortalecer a cadeia de suprimentos global do projeto WindRunner™, a aeronave de carga mais volumosa já concebida, projetada para transportar cargas ultra-grandes para locais remotos e sem infraestrutura avançada.

O WindRunner representa uma revolução no transporte aéreo de cargas pesadas, com um compartimento de carga de 7.700 metros cúbicos, equivalente a 12 vezes o volume de um Boeing 747-400F, e capacidade para 72,6 toneladas de payload.

Desenvolvida para aplicações duplas em setores como energia renovável, defesa, aeroespacial e resposta humanitária, a aeronave é capaz de pousar em pistas curtas de terra, de apenas 1.800 metros, facilitando o acesso a regiões isoladas, como parques eólicos em áreas remotas. "O WindRunner é mais do que uma aeronave; é uma resposta global a um dos problemas logísticos mais urgentes de nosso tempo", afirmou Mark Lundstrom, fundador e CEO da Radia, em declarações recentes.

Parceria com Atitech: foco em manutenção e suporte operacional
A nova aliança com a Atitech, sediada em Nápoles, na Itália, concentra-se em serviços de MRO, suporte de engenharia e assistência à linha de montagem final da Radia. Como parte da rede de parceiros europeus da companhia, que já inclui gigantes como Leonardo, MA Group, Aciturri e Aernnova, a Atitech trará sua expertise em manutenção de frotas complexas para garantir a confiabilidade do WindRunner em missões globais. A empresa italiana opera estações de manutenção em linha em todo o mundo e tem experiência com uma ampla gama de aeronaves, alinhando-se perfeitamente aos padrões de precisão e responsividade exigidos pelo projeto.

Giuseppe Giordo, presidente e CEO das operações italianas da Radia, destacou a sinergia entre as empresas: "A Atitech representa o melhor da capacidade aeroespacial europeia: precisão técnica, responsividade e padrões globais. Sua experiência em manter e modernizar frotas de aeronaves complexas alinha-se perfeitamente com nosso objetivo de assegurar a disponibilidade do WindRunner para missões comerciais, de defesa e humanitárias em todo o mundo."

 

Gianni Lettieri, presidente e CEO da Atitech, complementou: "Estamos honrados em apoiar o programa inovador WindRunner da Radia. Essa colaboração une duas empresas unidas pela inovação e excelência em engenharia, posicionando a Atitech para ajudar a desenvolver e sustentar uma nova classe de transporte aéreo oversized, essencial para a transição energética global e mobilidade, completamente construída, certificada e entregue aos clientes no Sul da Itália."

 

O anúncio ocorre em um momento crucial para o WindRunner, que deve entrar em serviço antes de 2030, utilizando tecnologias convencionais e componentes off-the-shelf para minimizar riscos e acelerar a certificação. A Radia planeja montar sua instalação de produção final tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, com incentivos governamentais em negociação para financiar o ambicioso empreendimento.

Destaque brasileiro: Akaer lidera desenvolvimento da cabine pressurizada
Enquanto a Radia avança na Europa, o Brasil ganha protagonismo no projeto graças à Akaer Engenharia, empresa sediada em São José dos Campos (SP) e líder em aerostruturas e sistemas integrados no setor aeroespacial.

Anunciada em junho de 2025, durante a Paris Air Show, a parceria com a Akaer posiciona a companhia brasileira como responsável pelo desenvolvimento da cabine pressurizada da aeronave e pelo suporte à integração de sistemas críticos, um marco que reflete a excelência técnica nacional em um consórcio global dominado por potências como EUA, Itália e Espanha.

Com décadas de experiência em projetos de defesa e aviação, incluindo colaborações com a Embraer e programas internacionais, a Akaer foi escolhida por sua capacidade de lidar com desafios complexos de engenharia. O trabalho será realizado na sede da empresa em São José dos Campos, polo aeroespacial do país, contribuindo para o fortalecimento da cadeia de suprimentos sul-americana. "É uma honra contribuir para um projeto que redefinirá o futuro da aviação global. O desenvolvimento do WindRunner é desafiador, e o papel da Akaer nele reflete a confiança conquistada por décadas de excelência, inovação e expertise comprovada", declarou César Silva, CEO da Akaer.

 

Essa participação não só eleva o perfil da Akaer no cenário internacional, mas também alinha o Brasil à transição energética mundial. O WindRunner foi concebido inicialmente para transportar pás de turbinas eólicas gigantes — que chegam a 105 metros de comprimento — diretamente para canteiros de obras remotos, reduzindo custos logísticos e emissões em comparação com o transporte rodoviário ou ferroviário. Mark Lundstrom reforçou o impacto da parceria: "Estamos orgulhosos de colaborar com parceiros de classe mundial como a Akaer, que compartilham nossa visão para o futuro e nos ajudam a moldar uma nova era de logística sustentável e integrada."

 

Especialistas veem na iniciativa uma oportunidade para o setor aeroespacial brasileiro expandir sua presença em mercados de alta tecnologia. "Projetos como o WindRunner destacam como o Brasil pode liderar em inovação sustentável, especialmente na energia eólica offshore e onshore", comentou um analista do setor.

Perspectivas: um futuro de logística sem limites
Com essas parcerias, a Radia consolida uma rede global que abrange desde o design estrutural até a manutenção pós-venda, posicionando o WindRunner como uma solução versátil para desafios contemporâneos, como a expansão de energias renováveis e respostas a desastres. O primeiro voo está previsto para 2029, e a companhia já planeja anunciar mais fornecedores e locais de montagem final.

Enquanto o mundo debate os limites da aviação, o WindRunner, com suas asas de 80 metros de envergadura e fuselagem de 108 metros de comprimento, prova que o céu não é o limite. Para o Brasil, via Akaer, é a chance de voar mais alto na arena global da inovação aeroespacial.

 

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