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10 novembro, 2020

Mesmo com forte prejuízo trimestral, liquidez da Embraer permanece sólida


*LRCA Defense Consulting - 10/11/2020

Em vidoconferência dirigida a investidores, analistas, jornalistas e demais interessados sobre os resultados do 3T20, o CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, disse hoje que a empresa está se preparando para um 2021 “bastante desafiador”, com uma nova onda de infecções por coronavírus nos Estados Unidos e na Europa, que devem atrasar a potencial recuperação das viagens.

A empresa já entregou mais aviões em outubro do que em todo o terceiro trimestre, um sinal promissor, mas que pode ser minado se a segunda onda da pandemia não for controlada agora. No 3T20, a Embraer entregou sete aeronaves comerciais e 21 executivas (19 jatos leves e dois grandes) e sua carteira de pedidos firmes (backlog) alcançou US$ 15,1 bilhões.

A Receita líquida teve queda de 13% no trimestre na comparação anual e ficou em R$ 4,09 bilhões, principalmente em função das quedas nas entregas da Aviação Executiva e especialmente da Aviação Comercial. “Essa queda foi parcialmente compensada pelo aumento de 106% (na comparação entre o terceiro trimestre de 2020 e terceiro trimestre de 2019) das receitas de Defesa & Segurança no trimestre, que foram impactadas no primeiro semestre do ano já que, algumas entregas foram postergadas em função das restrições de viagens impostas pela covid-19 como o fechamento de fronteiras de alguns países clientes”, explicou a fabricante.

Excluindo-se os itens especiais, o EBIT e EBITDA ajustados foram de R$ (239,5) milhões e R$ (40,7) milhões, respectivamente, levando a margens de -5,9% e -1,0%, respectivamente, tendo sido impactados negativamente pelo fraco resultado da Aviação Comercial.

Os resultados do 3T20 incluem itens especiais que representam um impacto total positivo de R$ 41,7 milhões, assim dividido: 1) R$ (292,5) milhões de despesas com reestruturação relacionadas ao ajuste da força de trabalho ocorrido na Companhia, conforme anunciado em setembro; 2) R$ (68,9) milhões de provisão adicional para perdas de crédito esperadas durante a pandemia; 3) R$ 317,2 milhões de reversão de impairment na Aviação Comercial, que impactou positivamente os resultados e; 4) R$ 85,9 milhões de reversão de impairment na Aviação Executiva, que também impactou positivamente os resultados do trimestre.

No 3T20, a empresa apresentou prejuízo líquido ajustado (excluindo-se impostos diferidos e itens especiais) de R$ 797,5 milhões e prejuízo por ação ajustado de R$ 1,08, reportando um uso livre de caixa ajustado de R$ 3.035,0 milhões, ainda afetado por aumentos de capital de giro (principalmente estoques mais altos) principalmente na Aviação Comercial. Mesmo assim, a empresa afirmou que seu prejuízo foi menor que outras empresas do setor.

Apesar do já esperado prejuízo, a liquidez da Companhia permanece sólida e fechou o 3T20 com um caixa de R$ 12,3 bilhões, acima dos R$ 10,9 bilhões do 2T20, apesar do fluxo de caixa livre negativo no trimestre.

A Companhia emitiu com sucesso US$ 750 milhões em títulos com vencimento em 2028, usando US$ 250 milhões dos recursos para pagar antecipadamente parcelas de seus títulos de 2022 e 2023, ao mesmo tempo em que adicionou US$ 500 milhões em liquidez.

A gestão de passivos,durante o 3T20, resultou no aumento do prazo médio do endividamento de 3,8 anos para 4,5 anos.

Devido à incerteza relacionada à pandemia da COVID-19, as estimativas financeiras e de entregas da empresa para 2020 permanecem suspensas neste momento.

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