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07 novembro, 2022

Caça avançado Gripen E tem produção da primeira fuselagem dianteira no Brasil

 

*LRCA Defense Consulting - 07/11/2022

A Saab está comemorando mais um marco do programa Gripen: a produção da primeira fuselagem dianteira do caça Gripen E em sua fábrica no Brasil. Esta é a parte mais complexa que está sendo produzida no país e demandou esforço e conhecimento especializado de profissionais para sua conclusão.

A fuselagem dianteira da aeronave é a célula onde senta o piloto. Nela são instalados o assento ejetável, comandos de voo como manche e pedais, o canopi, o radar AESA, os displays de cabine e toda a aviônica da aeronave.

A peça foi finalizada na última semana de outubro e será enviada para a Suécia para compor a cadeia global de suprimentos para a produção dos próximos caças, uma vez que as estruturas produzidas no Brasil ou na matriz são idênticas e podem ser instaladas em qualquer aeronave Gripen E.

“Essa produção traz consigo a mensagem de que foi possível realizar essa enorme transferência de conhecimento e tecnologia no Brasil. Os profissionais brasileiros são altamente qualificados. Estamos cumprindo todas as nossas obrigações contratuais com o governo brasileiro”, diz Ola Rosén, chefe de operações da fábrica de aeroestruturas da Saab no Brasil.

Essa não foi a primeira estrutura a ser produzida em território nacional. Conforme o planejamento original, a equipe brasileira iniciou os trabalhos com a fabricação de peças menos complexas como o cone de cauda e os freios aerodinâmicos em 2020. Desde então, vem ampliando a experiência e o conhecimento nos processos de fabricação para a produção de estruturas altamente complexas como a fuselagem dianteira.

Nesta nova etapa de produção, estiveram envolvidos cerca de 15 profissionais brasileiros dedicados, entre montadores, engenheiros, além de um time de logística local e funcionários suecos expatriados. Estes experientes funcionários têm como missão garantir que o conhecimento adquirido pelos técnicos brasileiros na Suécia seja consolidado durante o processo de fabricação no país.

“É muito gratificante produzir uma aeroestrutura tão complexa como a fuselagem dianteira aqui no Brasil. Isso significa que o treinamento das equipes, os processos e a instalação dos ferramentais necessários foram concluídos com sucesso para a produção dessa estrutura, capacitando a fábrica do Brasil para as próximas entregas, que já estão em produção. Os passos seguintes serão a otimização e o amadurecimento dos processos para termos a mesma eficiência que a fábrica da Suécia”, conclui Alexandre Barbosa, gerente de engenharia da fábrica de aeroestruturas da Saab no Brasil.

Características técnicas da Fuselagem Dianteira
- Material: Alumínio
- Tamanho: 3,30m de largura x 1,50m altura x 92cm profundidade
- Peso: 250 kg
- Composta por aproximadamente 1.500 partes e 14.500 prendedores

O Programa Gripen
A parceria com o Brasil começou em 2014, com um contrato para o desenvolvimento e produção de 36 aeronaves Gripen E/F para a Força Aérea Brasileira, incluindo sistemas, suporte e equipamentos. Um amplo programa de transferência de tecnologia, que está sendo executado em um período de dez anos, está impulsionando o desenvolvimento da indústria aeronáutica local por meio das empresas parceiras que participam do programa Gripen Brasileiro.

No decorrer desse período, mais de 350 técnicos e engenheiros brasileiros estão participando de treinamentos teóricos e práticos, na Suécia, para adquirirem o conhecimento necessário para a execução das mesmas tarefas no Brasil.

O caça avançado Gripen F-39 dará início a uma "nova era" para a Defesa Aérea nacional, pois é uma aeronave de última geração que conta com um sistema completo de combate e foi projetada para missões ar-ar, ar-mar e ar-solo, sob quaisquer condições meteorológicas.

"De fato, o Gripen é um diferencial. A aeronave é um game changer quando empregada em um cenário operacional com a junção de outras ferramentas, como os mísseis IRIS-T e Meteor, tornando, nesse contexto, a Força Aérea Brasileira ainda mais bem equipada", afirmou o presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC), Brigadeiro do Ar Antonio Luiz Godoy Soares Mioni Rodrigues.

Saiba mais:
A aquisição e produção de um avião supersônico [o caso do caça Gripen]



 

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