*Por Tolga Ors, via LinkedIn - 14/04/2025
A visão da Missão Espacial Brasileira Completa (MECB), criada em 1978, simboliza o objetivo nacional do Brasil de demonstrar ao mundo sua capacidade de acessar o espaço de forma independente. Hoje, a BIZU Space é um dos principais contribuintes para essa ambição de longa data por meio de seu trabalho no Micro Lançador BRasileiro (MLBR).
No final de 2023, o Brasil avançou significativamente em direção a essa meta quando a FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) e o Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTI) assinaram dois contratos para o desenvolvimento de veículos lançadores nacionais, a partir de 2024. Essas iniciativas visam cumprir a aspiração espacial nacional dentro de um prazo desafiador de três anos, incluindo o lançamento de dois protótipos.
O projeto MLBR une oito empresas brasileiras no desenvolvimento de um foguete de 12 metros capaz de colocar satélites de 40kg em órbita terrestre baixa (LEO). Dentro dessa estrutura colaborativa, a Bizu Space se concentra no planejamento de missões e na tecnologia avançada de propulsão - dois componentes críticos para o sucesso orbital.
Em parceria com a Cenic Engenharia Indústria e Comércio, a Bizu Space realiza um planejamento abrangente da missão, incluindo mecânica de voo, simulações de trajetória e análises de segurança. A equipe utiliza ferramentas sofisticadas para desenvolver simulações de segurança de voo que atendam aos padrões da Agência Espacial Brasileira, garantindo que cada lançamento cumpra rigorosos requisitos de segurança.
Talvez a contribuição mais significativa da Bizu esteja no desenvolvimento da tecnologia de propulsão líquida. A empresa está criando um estágio superior inovador de combustível líquido projetado para substituir o terceiro estágio de combustível sólido do MLBR. Esse avanço visa melhorar a precisão orbital e aumentar a capacidade de carga útil – fatores essenciais para posicionar o Brasil de forma competitiva no crescente mercado de pequenos satélites.
O sistema de propulsão emprega peróxido de hidrogênio concentrado e querosene de aviação (Jet-A), selecionados após uma análise minuciosa por suas características de custo-benefício e estabilidade. Para apoiar esse desenvolvimento tecnológico, a Bizu estabeleceu uma infraestrutura fundamental, incluindo um concentrador de peróxido interno e um campo de teste construído em parceria com Univap - Universidade do Vale do Paraíba.
A base aeroespacial do Brasil oferece terreno fértil para o crescimento do setor espacial. A indústria aeronáutica estabelecida do país, ancorada pela Embraer – a terceira maior fabricante de aeronaves comerciais do mundo – demonstra a capacidade do Brasil de desenvolver tecnologias aeroespaciais sofisticadas e competir internacionalmente.
Com parcerias público-privadas estratégicas, o Brasil poderá nutrir um ecossistema espacial comercial próspero. Empresas como a Bizu Space representam os blocos de construção iniciais dessa indústria nascente, que tem potencial não apenas para alcançar a autonomia espacial nacional, mas também para garantir a posição do Brasil num mercado espacial global em rápida expansão.
*Tolga Ors (PhD) é Founder and Managing Director na New Space Consulting (London, UK) e Head of R&D and Software Engineering no Team Tumbleweed.
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