*Por Luiz Alberto Cureau Júnior, via LinkedIn - 29/04/2025
Nos últimos anos, os países do G20 têm aumentado significativamente seus orçamentos de defesa, refletindo uma preocupação crescente com a segurança global. Em 2024, os gastos globais em defesa alcançaram US$ 2,46 trilhões, com um aumento médio de 7,4% nos investimentos militares. Por exemplo, a Alemanha registrou um crescimento de 23,2% em seus gastos, enquanto a Rússia elevou seu orçamento militar em 41,9% devido a tensões geopolíticas. A China e a Índia também estão intensificando seus esforços, mas o Brasil se encontra em uma trajetória oposta.
A indústria brasileira de defesa enfrenta desafios significativos. A falta de apoio governamental tem levado à obsolescência das tecnologias e capacidades das Forças Armadas. O investimento em defesa é crucial para proteger o território nacional, mas também para assegurar a soberania e a capacidade de atuação em cenários internacionais, algo que nós não podemos ignorar.
O desinteresse dos jovens em carreiras militares é alarmante, resultando de fatores como salários baixos e a falta de importância dada por autoridades governamentais. Os valores que um soldado recebe estão longe de serem ideiais e os oficiais, então, não chegam a competir com nenhuma das carreiras de governo e também com as do setor privado. Em 2024, a quantidade de candidatos para alguns concursos do Exército caiu drasticamente, evidenciando a desmotivação entre os jovens. A situação é preocupante, pois a profissão exige profissionais qualificados, e o que tem ocorrido não ajuda em nada para a estrutura atual.
Contraditoriamente, a taxa de desemprego entre jovens no Brasil tem diminuído, reduzindo-se pela metade entre 2019 e 2024, acompanhada por um aumento no número de estagiários. No entanto, essa realidade cria um paradoxo: jovens mais preparados se afastam da carreira militar, enquanto aqueles com menor qualificação veem as Forças Armadas como uma alternativa. Essa disparidade evidencia a necessidade de atrair talentos qualificados e oferecer oportunidades viáveis para os que enfrentam dificuldades no mercado de trabalho.
Diante dessa realidade, é crucial que o Brasil reexamine sua política de defesa e busque um aumento nos investimentos governamentais. A modernização das Forças Armadas deve ser uma prioridade de Estado, garantindo que o país possa se posicionar competitivamente no cenário internacional.
Além disso, o governo deve implementar políticas que valorizem e incentivem os jovens a buscar as Forças Armadas, tornando essa carreira atraente, por meio de capacitação e comunicação sobre a importância da defesa nacional.
Em suma, o Brasil não pode ignorar os sinais de alerta que ocorrem no mundo. A falta de investimentos em defesa e a desmotivação das novas gerações são questões urgentes. Negligenciar esses aspectos enfraquece as capacidades militares e coloca em risco a soberania do país, essencial para garantir segurança e integridade nacional.
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