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*Diário de Notícias, por Rute Simão - 22/04/2025
A indústria europeia da defesa enfrenta desafios multifacetados que exigem uma abordagem estratégica que vá além das tradicionais capacidades militares, mas há também oportunidades à vista. A fronteira entre as tecnologias civis e militares é cada vez mais tênue, representando um rol de oportunidades no atual contexto geopolítico dos vários países europeus.
O investimento na defesa é um dos temas na ordem do dia e torna-se imperativo que o pesado envelope de milhões alocado a este setor seja rentabilizado. "Estamos concentrados em gerar utilidade no investimento, porque sabemos que o período de guerra tem uma atividade destrutiva, mas também criativa que permite um desenvolvimento tecnológico mais à frente", defendeu esta terça-feira, 22, Guilherme Waldemar d’Oliveira Martins.
O membro da assembleia representativa da Ordem dos Economistas, que foi um dos convidados da Grande Conferência do Diário de Notícias sobre Defesa Nacional, considera as tecnologias de duplo uso - aquelas que podem ser utilizadas tanto para fins civis como militares - são fundamentais para "gerar utilidade no investimento" em defesa. São exemplos as aéreas da robótica, dos drones, da aeronáutica e da construção naval e espacial.
Para o especialista "a produção nacional e europeia nesta matéria deve estar inserida numa cadeia de valor". "Devemos valorizar a intervenção de todos os que queiram estar envolvidos. Em segundo lugar, temos de ter presente a necessidade da política de contrapartidas que significa que os atores públicos e privados têm de ver incentivos à frente, como os incentivos à exportação", apontou.
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Já o CEO da Thales Portugal, disse ser urgente desmistificar a ideia de que a "Europa ficou para trás em termos de capacidade tecnológica e que existe e uma diferença na valorização da capacidade tecnológica das empresas americanas e europeias".
"As empresas europeias são líderes mundiais em diversas áreas: encriptação quântica e toda a parte de proteção de pagamentos bancários, por exemplo. A componente microeletrônica, da qual estamos dependentes de Taiwan, é feita na Holanda", referiu Sérgio Barbedo durante a sua intervenção no painel sob o mote "Indústria Europeia de Defesa, infraestruturas e tecnologias de duplo uso: competitividade, sustentabilidade e cooperação".
O orador defendeu ainda ser necessário desenvolver mecanismos de financiamento eficazes e que envolvam os cidadãos.
Já Major-General João Vieira Borges, Coordenador do Observatório de Segurança e Defesa da Associação para o Desenvolvimento Econômico e Social (SEDES), corrobora com os seus pares sublinhando que "é a desenvolver capacidades nestas áreas" que se garante que o "investimento na defesa é, de facto um investimento e não um gasto".
"A indústria da defesa está a fazer um bom caminho com as empresas, o Estado e a Academia ligados nesta trilogia. Agora, é olhar para a Europa. Estamos no bom caminho, continuemos a acompanhar", disse.
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