*LRCA Defense Consulting - 28/06/2025
As aeronaves da SHARK.AERO foram projetadas para uso civil, com foco em desempenho aerodinâmico, eficiência e voo esportivo, não para missões militares ou de guerra eletrônica (EW). No entanto, com pequenas modificações, tais características, agregadas com ferramentas de EW, estão sendo aproveitadas para o uso em missões de combate a drones russos do tipo Shahed, Orlan e similares no cenário da guerra Rússia & Ucrânia, como mostra a matéria abaixo.
Por outro lado, a recente aquisição da alemã Grob Aircraft SE pela também alemã Helsing pode levar ao desenvolvimento de aeronaves de combate dedicadas à função anti-drone, especialmente no segmento leve, tripulado ou não tripulado, com inteligência artificial embarcada.
A Grob Aircraft é especialista em aeronaves leves, com fuselagens em materiais compostos e de baixo custo operacional, ideais para modificações táticas e uso persistente, enquanto a Helsing é uma desenvolvedora de sistemas de inteligência artificial militar, com foco em guerra eletrônica, percepção situacional e combate digitalizado; é a Helsing que está introduzindo a IA nos caças suecos Gripen.
A união dessas capacidades cria uma base perfeita para projetar plataformas de caça a drones, com sensores avançados, software de identificação automática de ameaças e potencial armamento direcionado. Por exemplo, uma aeronave Grob G 120TP modificada poderia servir como plataforma leve e rápida, capaz de voar em baixa altitude em regiões sensíveis, com radar/IA detectando drones tipo Shahed-136, Orlan-10 e outros a quilômetros de distância e ativando sistemas de guerra eletrônica para bloqueio ou guiando mísseis/armas direcionadas. É plausível, ainda, cogitar uma eventual integração de armamento leve na aeronave, agregando-o às capacidades já existentes e a tornando mais eficaz no combate a drones.
A-29 Super Tucano Anti-drone
Tais fatos evidenciam, mais uma vez, a aplicabilidade de algumas aeronaves civis ao serem adaptadas para o uso em combate contra drones, servindo como importante alerta para que a Embraer apresse o desenvolvimento de seu A-29 Super Tucano Anti-drone, haja vista que esta aeronave é altamente adaptável para o combate a drones como o Shahed, Orlan e similares, graças à sua manobrabilidade, armamento versátil, sensores avançados e baixo custo operacional.
As modificações anunciadas pela Embraer em 2025 reforçam o potencial do A-29 como uma plataforma anti-drones, especialmente para missões de patrulha e interdição em conflitos de baixa intensidade ou contra UAS de médio e grande porte. Embora ainda não tenha sido amplamente empregado nessa função específica, sua versatilidade e histórico operacional sugerem que, com ajustes adicionais, pode se tornar uma solução eficaz e econômica para forças aéreas que buscam combater a crescente ameaça de drones.
No bojo dessa questão, parece ser válida a pergunta: pela aparente facilidade e simplicidade do equipamento de EW adaptado à aeronave leve da SHARK, o Super Tucano poderia também receber uma ferramenta semelhante, adicionando mais essa capacidade à diversidade de armamentos que pode carregar?
Ucrânia recebe primeira aeronave Shark de guerra eletrônica para missões anti-drone
*Euromaiden Press, por Yuri Zoria - 22/06/2025
A Ucrânia adquiriu sua primeira aeronave leve Shark de dois lugares da empresa tcheco-eslovaca SHARK.AERO, equipada com um sistema de guerra eletrônica especialmente desenvolvido para combater ameaças de drones como Shahed e Orlan.
Esta aeronave não deve ser confundida com o drone ucraniano de reconhecimento de alta resolução Shark-M, desenvolvido pela Ukrspecsystems.
Isso ocorre em meio aos ataques diários de drones explosivos da Rússia contra cidades ucranianas, frequentemente envolvendo centenas de drones visando áreas residenciais. À medida que as defesas aéreas se tornam cada vez mais precárias e os suprimentos antiaéreos dos EUA são interrompidos sob o governo Trump, a Ucrânia está recorrendo a todos os meios disponíveis para combater a ameaça, desde equipes móveis de tiro com metralhadoras e drones interceptadores, até mísseis antiaéreos. Apesar desses esforços, dezenas de drones recentemente romperam as defesas, danificando prédios de apartamentos e ferindo civis.
Aeronave revelada no Paris Air Show
De acordo com o Militarnyi, o analista de aviação francês Ate Chuet (veja no vídeo) relatou a entrega (à Ucrânia) após se reunir com um representante da SHARK.AERO durante o Paris Air Show de 2025. O porta-voz da empresa explicou sua abordagem de design:
"Decidimos criar um Shark focado em guerra eletrônica na Ucrânia. Simplesmente o equipamos com uma antena para detectar e rastrear ameaças de drones. Conseguimos detectar os perfis eletromagnéticos de diferentes drones, como Shahed, Orlan etc. Uma vez detectados, podemos neutralizá-los com bloqueadores montados sob a aeronave."
Como funciona o sistema EW
O conjunto de guerra eletrônica (EW) do Shark consiste em dois componentes: um tem como alvo o sistema de posicionamento GNSS e o outro bloqueia os links de vídeo e controle dos drones. O contêiner de bloqueio é montado sob a fuselagem da aeronave, alinhado com seu centro de massa. Operando a uma altitude de 1.800 metros, ele pode suprimir sistemas inimigos em um raio de 4,5 quilômetros.
Capacidades táticas contra drones guiados
Embora os drones Shahed também utilizem sistemas de navegação inercial além do GNSS, tais sistemas destinam-se principalmente a compensar desvios em pequenas zonas afetadas por interferências. Como esses sistemas acumulam erros ao longo do tempo, interferências prolongadas por meio de plataformas aéreas como o Shark podem desviar significativamente os drones de suas trajetórias pretendidas, mesmo que não causem falha imediata.
O alcance de cruzeiro da aeronave, a 270 km/h, é de aproximadamente 2.000 quilômetros e, no modo de economia de combustível, pode permanecer no ar por quase 12 horas. A velocidade máxima é de 300 km/h.
O Shark também é equipado com um sistema de paraquedas capaz de pousar toda a aeronave com segurança em emergências, que pode ser acionado pelo piloto ou pelo navegador. Para operações em grandes altitudes, inclui um gerador de oxigênio, permitindo voar até 5.500 metros.
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