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16 agosto, 2025

Centro de Computação da Aeronáutica assina convênio inédito em Inteligência Artificial


*LRCA Defense Consulting - 16/08/2025

No dia 08 de agosto de 2025, o Comando da Aeronáutica (COMAER) deu um passo decisivo rumo à transformação digital com a celebração do 1º Convênio de Ciência, Tecnologia e Inovação, no âmbito do Comando-Geral de Apoio (COMGAP) para implantação do primeiro Laboratório de Inteligência Artificial da Força Aérea Brasileira (FAB).

A iniciativa, liderada pela Diretoria de Tecnologia da Informação (DTI) e executada pelo Centro de Computação da Aeronáutica de São José dos Campos (CCA-SJ), marca o início de um novo ciclo de modernização tecnológica no Sistema de Tecnologia da Informação da Aeronáutica (STI). Com um investimento de R$ 6,5 milhões do Plano de Investimentos de Royalties, aprovado pelo Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER), o Laboratório será equipado com infraestrutura de ponta para o desenvolvimento de soluções baseadas em Inteligência Artificial (IA), elevando a segurança operacional, a eficiência administrativa e a autonomia tecnológica da Força.

A Solenidade de Assinatura contou com a participação do Diretor de Tecnologia da Informação da Aeronáutica, Brigadeiro Engenheiro Sérgio Ricardo de Assis, do Presidente da Fundação Casimiro Montenegro Filho (FCMF), Brigadeiro Engenheiro Luiz Sérgio Heinzelmann, do Chefe do Centro de Computação da Aeronáutica de São José dos Campos (CCA-SJ), Coronel Aviador Rodrigo Araújo Freire; e com as presenças do Chefe da Divisão de Computação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Professor Denis Silva Loubach, e do Professor da Divisão de Engenharia da Computação do ITA, Doutor Paulo André Lima de Castro.

F2A assinatura deste convênio revestiu-se de importância histórica por tratar-se do Primeiro Projeto de Inovação executado pelo Centro de Computação da Aeronáutica de São José dos Campos, como uma Instituição Científica Tecnológica e de Inovação (ICT), com uma Fundação de Apoio, a qual “visa dar suporte a projetos de pesquisa, ensino e extensão e de desenvolvimento institucional, científico e tecnológico de interesse das instituições apoiadas e, primordialmente, ao desenvolvimento da inovação e da pesquisa científica e tecnológica, criando condições mais propícias a que as instituições apoiadas estabeleçam relações com o ambiente externo”, conforme o Decreto 7.423, de 31 de dezembro de 2010.

“A criação do Laboratório de Inteligência Artificial (LabIA) é um marco histórico para o Força Aérea. Estamos integrando Ciência de Dados, redes neurais, modelos generativos e visão computacional para transformar a forma como operamos e tomamos decisões estratégicas”, afirma o Brigadeiro Sérgio Ricardo.

Entre as principais aplicações previstas para o LabIA estão: tomada de decisão, manutenção de aeronaves, simulação de combate, otimização logística, análise de imagens, automação de processos e segurança cibernética, como as principais.

F3O LabIA também contribuirá diretamente para a modernização de ferramentas estratégicas para o Comando da Aeronáutica, tais como o Sistema Integrado de Logística e Materiais e Serviços (SILOMS) e o Sistema de Gestão Documental da Aeronáutica (SIGADAER).

Participação da sociedade civil e parcerias estratégicas
Um dos diferenciais deste projeto é a integração com a sociedade civil, por meio da atuação de bolsistas e pesquisadores. Foram planejados quatro tipos de bolsas, de modo que os pesquisadores terão a oportunidade de contribuir ao longo de 48 meses de atividades em três categorias, conforme a seguir: uma bolsa para pesquisador com pós-doutorado, é aquele que será responsável pela condução e orientação acadêmica dos demais bolsistas, que podem ser ocupadas por mestrandos ou doutorandos. Estes serão os maiores beneficiários, uma vez que ao término do projeto contarão com elevação acadêmica e técnica. A última delas é a bolsa de iniciação científica, direcionada para alunos de graduação.

Além dos bolsistas, o projeto conta com a colaboração de especialistas do Instituto de Logística da Aeronáutica, dos Centros de Computação do Rio de Janeiro e Brasília, do Centro de Defesa Cibernética e do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), assim como do próprio CCA-SJ, o qual é localizado no Campus do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), e se beneficiará da proximidade com as demais ICT do Comando da Aeronáutica, com o intuito de fomentar sinergia de modo multidisciplinar nas pesquisas de IA para FAB.

Soberania tecnológica e futuro da Defesa
Dentre os diversos equipamentos adquiridos, destacam-se servidores de computação de alto desempenho (HPC), por ser uma plataforma de supercomputação projetada especificamente para Inteligência Artificial (IA) e por apresentarem elevada capacidade de processamento paralelo. Em vez de serem servidores comuns, o HPC é um sistema completo e otimizado que combina hardware e software de ponta para acelerar o desenvolvimento, o treinamento e a inferência de modelos de IA.

O coração desses servidores são as suas múltiplas GPU, que são muito mais poderosas do que as CPU tradicionais para tarefas de IA. Essas GPU são interconectadas por uma tecnologia de alta velocidade, que permite comunicação e compartilhamento de dados de forma incrivelmente rápida. Essa arquitetura de interconexão é crucial para o treinamento de modelos de IA muito grandes, pois as GPU podem trabalhar em conjunto como um único e poderoso processador.

F4A capacidade de processar grandes volumes de dados em tempo real e executar modelos de IA de alto desempenho localmente garante poder computacional para treinar os melhores modelos de IA disponíveis na atualidade, além de maior autonomia sobre softwares e informações sensíveis, o que é essencial para a Soberania Nacional. A FAB se posiciona, assim, na vanguarda da aplicação de tecnologias emergentes no setor de Defesa.

“O lançamento do 1º Laboratório de Inteligência Artificial tem o potencial de revolucionar a forma como conduzimos nossas ferramentas de Comando e Controle (C2), tornando a Força Aérea mais ágil, inteligente e segura. Este projeto é também um modelo de colaboração entre instituições militares, setor acadêmico e sociedade civil, com benefícios diretos para área de Defesa, reforçando o compromisso do STI com a soberania tecnológica e a segurança Nacional, frente aos desafios estratégicos deste novo milénio.”, destacou o Chefe do CCA-SJ.
 

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