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Drone Hermes 900 em imagem da AEL Sistemas |
*LRCA Defense Consulting - 18/10/2025
A proteção da Amazônia e das fronteiras brasileiras entrou em uma nova fase. O desafio de monitorar mais de 5 milhões de quilômetros quadrados da Amazônia Legal — região marcada pela densa floresta, áreas de difícil acesso e crescente presença de atividades ilegais — exige cada vez mais o uso intensivo de dados e tecnologia de ponta. E esse esforço tem ganhado força com sistemas desenvolvidos no próprio país, consolidando a autonomia tecnológica nacional.
Vigilância persistente na floresta
Entre as soluções em operação, o destaque vai para o
sistema Hermes 900 (H900), fornecido pela AEL Sistemas e operado
pela Força Aérea Brasileira (FAB). O veículo aéreo remotamente pilotado
(ARP) é uma das principais ferramentas da chamada “vigilância persistente”,
capaz de manter voo contínuo por até 36 horas a grandes altitudes.
Dotado de sensores eletro-ópticos e câmeras de visão termal e noturna de última geração, o Hermes 900 registra imagens e vídeos em alta resolução sob qualquer condição climática — de dia ou à noite. As imagens permitem identificar garimpos ilegais, movimentos suspeitos, áreas de desmatamento ativo e pistas clandestinas utilizadas por organizações criminosas.
O sistema também é modular. Pode empregar diferentes cargas úteis, como radares de abertura sintética e sensores para coleta de dados do espectro eletromagnético, transmitindo todas as informações em tempo real por enlaces táticos seguros para centros de comando e controle.
Conexão em rede e consciência situacional
No horizonte próximo, o Hermes 900 e outras plataformas de
vigilância deverão integrar-se ao Link-BR2, rede de dados desenvolvida
pela AEL que conectará sistemas aéreos, navais e terrestres a um único fluxo de
informação. Essa integração criará um ambiente compartilhado de consciência
situacional, no qual Exército, Marinha, FAB, Polícia Federal, IBAMA e
demais órgãos poderão operar de forma conjunta e sincronizada.
Operações reais, resultados concretos
Essa capacidade já demonstrou resultados práticos em grandes
operações coordenadas pelo Estado brasileiro. Durante a Operação Samaúma,
em 2021, o Hermes 900 auxiliou no combate ao desmatamento ilegal, transmitindo
em tempo real dados estratégicos que permitiram o direcionamento das forças
terrestres.
Em outro momento, na Operação Verde Brasil 2, o uso combinado de drones e aeronaves tripuladas permitiu localizar áreas de extração ilegal de madeira e pistas clandestinas, ampliando o alcance das ações contra crimes ambientais.
Comunicação segura e comando integrado
A base dessa integração tecnológica está nos sistemas de
comunicação desenvolvidos pela AEL, como o Rádio Definido por Software
(RDS). A tecnologia garante comunicações criptografadas e interoperabilidade
entre as forças, fundamentais para missões conjuntas.
Na prática, os sensores detectam, o VANT observa, o Link-BR2 transmite, o RDS conecta e os centros de comando processam tudo em tempo real. O resultado é uma resposta coordenada e precisa, com menos exposição de tropas e maior eficiência operacional.
Apoio humanitário e emergencial
Os benefícios da tecnologia vão além da segurança. As
plataformas operadas pela FAB também têm sido empregadas em missões
humanitárias, resgates e apoio logístico, inclusive durante a enchente de 2024
no Rio Grande do Sul. Em situações de calamidade, os sistemas auxiliam no
mapeamento de áreas afetadas, localização de vítimas e manutenção de
comunicação entre equipes de resgate — contribuindo diretamente para salvar
vidas.
Soberania e sustentabilidade
Mais do que uma fronteira física, a Amazônia representa um
ativo global indispensável ao equilíbrio climático e à conservação da
biodiversidade. Ao investir em sistemas nacionais de defesa e vigilância
ambiental, o Brasil reafirma seu compromisso com a soberania e com a
sustentabilidade, consolidando-se como referência internacional em
tecnologia aplicada à proteção ambiental.
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