*LRCA Defense Consulting - 24/11/2025
A Base Industrial de Defesa (BID) brasileira atingiu um marco histórico em 2025, com autorizações para exportação de produtos e serviços que totalizam 3,1 bilhões de dólares, um crescimento de 74% em relação ao ano anterior. Esse resultado expressivo decorre não apenas da demanda internacional aquecida, mas também do trabalho estratégico coordenado pelo Ministério da Defesa, especialmente pela Secretaria de Produtos de Defesa (SEPROD), o Departamento de Promoção Comercial (DEPCOM), a Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX Brasil), que atuam em sincronia na promoção comercial, desburocratização e inserção do setor em cadeias globais de valor.
Impacto econômico e tecnológico
A BID representa cerca de 3,58% do Produto Interno Bruto
(PIB) brasileiro e gera aproximadamente 2,9 milhões de empregos diretos e
indiretos, abrangendo desde grandes integradoras até centros de pesquisa e
desenvolvimento. Embora o investimento público em defesa corresponda a menos de
1% do PIB, número modesto frente a outras nações, o setor avança graças a
políticas que incentivam a inovação tecnológica, elevando a complexidade e o
valor agregado dos produtos. Esse crescimento gera divisas, estimula a transferência
de tecnologia e qualifica a mão de obra para o setor de defesa e para o mercado
civil.
Principais destaques do setor
O setor apresenta um portfólio diversificado, incluindo
aeronaves como o cargueiro KC-390 e os futuros modelos do caça Gripen E/F,
veículos blindados como o Guarani 6x6, sistemas de radares, armamentos leves,
soluções cibernéticas e sistemas integrados de comunicação segura. Aeronaves e
seus componentes respondem por cerca de um terço das exportações. O Brasil
comercializa para cerca de 140 países, abrangendo regiões estratégicas da
Europa, Oriente Médio e Américas, demonstrando a capacidade de competir com
potências mundiais.
Fatores de sucesso e estratégias
O sucesso da indústria brasileira repousa em uma política
pública integrada que combina promoção comercial estruturada, inovação
tecnológica e modernização regulatória. O DEPCOM e a SEPROD são fundamentais
nesse processo, promovendo a participação em feiras internacionais e missões
comerciais, além de reduzir barreiras para as exportações. A APEX Brasil
desempenha papel chave apoiando a presença das empresas brasileiras em grandes
eventos internacionais, organizando missões comerciais e facilitando conexões
com investidores e compradores globais, em articulação com os órgãos do governo
e a ABIMDE.
O incentivo à cooperação entre governo, setor privado e centros de pesquisa fomenta transferência tecnológica, desenvolvimento conjunto e customização de soluções. Neste contexto, a ABIMDE reúne a voz do setor junto ao governo, Forças Armadas, academia e mercado internacional, promovendo inovação, organizando a participação coletiva da indústria brasileira em eventos globais e contribuindo para a formulação e defesa de políticas públicas que ampliam a competitividade da indústria nacional.
Reflexos no cenário global e na soberania nacional
O avanço da BID não só posiciona o Brasil como ator
relevante na indústria global de defesa, mas também fortalece sua soberania ao
garantir autonomia tecnológica e capacidade de desenvolvimento e manutenção dos
meios militares. Em um contexto geopolítico de desafios e disputas por
inovação, a consolidação da base industrial é estratégica para a segurança
nacional e a projeção internacional. A diversificação e o crescimento contínuo
do portfólio indicam um futuro promissor, com impactos positivos na economia,
inovação e geração de empregos qualificados.

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