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03 outubro, 2020

A Grande Corrida às Armas de 2020 é confirmada pelos números de setembro

Brasileira Taurus Armas deverá continuar sendo fortemente beneficiada pela alta demanda


*LRCA Defense Consulting - 03/10/2020 (atualizado em 04/10 às 09h54)

Após a divulgação das verificações de antecedentes realizadas pelo Sistema Nacional de Verificação Instantânea (NICS) do FBI em setembro, percebe-se que a Grande Corrida às Armas de 2020 definitivamente ainda está em andamento. Em comparação com setembro de 2019, os cheques NICS aumentaram de 2.207.312 para 2.892.115, o que torna o mês passado o setembro mais movimentado na história de 22 anos do sistema de verificação instantânea.

Em termos anuais, apesar de ainda faltarem três meses para o encerramento do ano, o total de NICS (28.826.449) já é superior ao total dos 12 meses de 2019 (28.369.750). Mantendo-se a atual tendência, é possível  que o número anual em 2020 chegue ao redor de 37 milhões de NICS, recorde absoluto para todos os tempos.

Vendas ajustadas sazonalmente indicam aumento de 67% em relação a Set 19
Segundo o site The Trace, mantido pela Bloomberg, os americanos compraram cerca de 1,92 milhão de armas em setembro de 2020, tornando-se este o sexto mês mais alto já registrado, de acordo com uma análise de dados do FBI.

Normalmente, mais armas são vendidas no inverno do que no verão. Nos dados não ajustados, o gráfico tem uma aparência irregular. Ajustar os dados para variação sazonal revela uma imagem mais verdadeira da tendência de vendas ao longo do tempo.

Portanto, este número ajustado sazonalmente indica a venda de cerca de 1,21 milhão de armas curtas e 720.000 armas longas (rifles e espingardas). Isso representa um aumento de 67% em relação a setembro de 2019.

Aumento recorde, forte e contínuo em 2020
A demanda por armas de fogo sempre aumentou após eventos como tiroteios em massa e eleições. Mas nenhum aumento (anterior) se compara ao aumento contínuo em 2020, que começou com o início da pandemia do coronavírus em março.

A comparação dos números de setembro de 2019 com setembro de 2020 revela que, apesar do decréscimo em alguns estados, praticamente todos os estados tiveram um grande aumento nas vendas. Os cheques NICS aumentaram em mais de 400% no Distrito de Columbia e em Delaware. Geórgia, Maryland, Michigan, Nova Jersey, Rhode Island e Utah, todos viram um aumento de mais de 100% em comparação com setembro de 2019.

É evidente que a demanda por armas de fogo permanece em níveis historicamente altos em todo o país, e espera-se que continue por todo o resto do ano.

Nova onda de compras pode vir em outubro
A preocupação com a agitação, com as pilhagens e com os distúrbios, vistos em cidades de Seattle a Nova York, não devem se dissipar tão cedo, e com o presidente agora lutando contra a COVID e alguns democratas exigindo que a 25ª Emenda seja invocada, a tensão política só aumentou nos últimos dias. Assim, não seria surpresa se isso levasse a outra onda de vendas de armas em outubro, quando as vendas já são tradicionalmente fortes.

As vendas de armas também tendem a subir antes das eleições presidenciais, e parece que a única força capaz de conter o aumento esperado é a lei da oferta e da demanda. Não se pode comprar o que não está disponível e, embora a maioria dos fabricantes esteja acrescentando turnos e aumentando a produção o máximo que podem, a indústria simplesmente não tem sido capaz de atender à demanda por armas de fogo dos consumidores.

Prateleiras vazias e dificuldade de reposição evidenciam a alta demanda por armas

Influência nas eleições
A National Shooting Sports Foundation (NSSF) estimou que cerca de 40% das vendas de armas de fogo este ano foram para compradores de armas de primeira vez, o que significa que entre janeiro e agosto deste ano, mais de 5.000.000 de americanos compraram armas de fogo pela primeira vez. Se esse número de 40% estiver próximo do exato para setembro, os Estados Unidos adicionaram outros 768.000 novos proprietários de armas nesse último mês. 

Quando o dia da eleição chegar, parece provável que haverá mais de 6.000.000 de novos proprietários de armas, e seu voto poderá desempenhar um papel importante na decisão sobre quem ocupará a Casa Branca no próximo ano.

Taurus Armas deverá continuar sendo fortemente beneficiada
A brasileira Taurus Armas S.A. se orgulha de ostentar dois feitos significativos: é a segunda marca de armas mais importada pelos Estados Unidos e a quarta mais desejada pelos consumidores americanos, detendo já cerca de 15% do market share desse país (maior mercado mundial para armas pequenas), exportando para lá cerca de 85% de sua produção no Brasil.

A Taurus produziu 655 mil armas no 1S20, com a operação industrial nos EUA acelerando seu ramp-up e a unidade brasileira operando em plena capacidade. No segundo trimestre do ano, foram produzidas 103 mil unidades na fábrica localizada nos EUA, comparado a 45 mil no primeiro trimestre, uma evolução de quase 130%, enquanto que no Brasil, no 2T20, foram 289 mil unidades produzidas.

No Brasil, foram vendidas 102 mil unidades no 1S20, mais do que o dobro das 50 mil unidades vendidas no primeiro semestre de 2019. Considerando apenas os EUA, as vendas no 1S20 foram de 692 mil unidades, volume que supera as vendas totais de armas da Companhia (somando-se esse país, o Brasil e a exportação para outros países) do primeiro semestre do ano passado (659 mil).  

No trimestre ora encerrado, a fábrica americana continuou seu ramp-up, devendo estar produzindo perto de 2.000 armas/dia. A unidade brasileira também aumentou sua produção, produzindo mais de 5.200 armas/dia e trabalhando em três turnos, devendo chegar a 5.600 a/d até o final do ano.

Como este foi o melhor mês de setembro nos EUA e como os dados brasileiros (números do SIGMA e do SINARM) apontam também para recordes de vendas de armas no Brasil, é razoável acreditar que os números do 3T20 da empresa (encerrado em 30 Set) sejam similares ou até melhores que os do 2T20, quando bateu cinco recordes (volume de produção, volume de vendas, receita, lucro bruto e Ebitda). Conta ainda a seu favor a pequena variação cambial havida no trimestre (cerca de 3% - número atualizado), cujo impacto no lucro provavelmente será amortecido pela maior parte das receitas, que são também apreciadas em dólares. 

Em consequência, salvo a ocorrência de fatores que fujam ao alcance desta análise, é lícito esperar que a companhia apresente lucro líquido no 3T20.

*Com informações de: Bearing Arms, The Trace e LRCA Defense Consulting.

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