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14 outubro, 2020

Taurus: resultados do 3T20 tendem a continuar refletindo os recordes em vendas de armas

 

 *LRCA Defense Consulting - 14/10/2020

A multinacional brasileira Taurus Armas S.A. se orgulha de ostentar duas conquistas importantes para uma empresa que produz armamento leve: é a segunda marca de armas mais importada pelos Estados Unidos e a quarta mais desejada pelos consumidores americanos, detendo já cerca de 15% do market share desse país (maior mercado mundial para armas leves) e exportando para lá 85% de sua produção no Brasil.

Segundo Salesio Nuhs, Presidente e CEO Global da empresa, a Taurus reagiu muito bem à alta demanda nos EUA e no Brasil, pois antecipou e se preparou para esse crescimento quase que exponencial que está havendo em 2020.

1º semestre de 2020
A empresa produziu 655 mil armas no 1S20, com a unidade industrial dos EUA acelerando sua produção e a unidade brasileira operando a plena capacidade. No segundo trimestre do ano, foram produzidas 103 mil unidades na fábrica americana, comparado a 45 mil no primeiro trimestre, uma evolução de quase 130%, enquanto que no Brasil, no 2T20, foram 289 mil unidades produzidas.

No mercado nacional, foram vendidas 102 mil unidades no 1S20, mais do que o dobro das 50 mil unidades vendidas no primeiro semestre de 2019. Considerando apenas os EUA, as vendas no 1S20 foram de 692 mil unidades, volume que supera o total geral de
659 mil armas vendidas pela companhia no primeiro semestre do ano passado (somando-se Brasil, EUA e outros países).  

A companhia gaúcha, em uma das diversas lives em que seus executivos participaram,  revelou possuir pedidos “Back Order” de 852 mil armas, equivalente a mais de R$ 1 bilhão só em armas produzidas no Brasil, mais 208 mil armas em carteira na fábrica americana, equivalente a mais de 162 milhões de reais, além de uma carteira superior a 130 mil armas no Brasil. A grande demanda, especialmente nos EUA, está fazendo com que a empresa tenha cinco meses à frente de pedidos em carteira.

Uma das linhas de produção da G2c (transferida recentemente para os EUA) começará a produzir lá 250 armas/dia e poderá chegar a 1000 armas/dia no final do ano. Uma linha de produção da TS9 também já está lá. Essas duas linhas de produção foram transferidas, mas mantém a mesma rentabilidade que tinham no Brasil.

Devido às eleições presidenciais, às conturbações sociais e à pandemia, um grande número de americanos está adquirindo sua primeira arma, em um movimento nunca visto antes. Segundo alguns lojistas desse país, os revólveres e pistolas da Taurus são vistos como uma ótima opção para essa compra, pois agregam qualidade, custo acessível e reconhecimento do consumidor americano. 


3º trimestre de 2020
No trimestre encerrado no dia 30 de setembro, a fábrica americana continuou acelerando sua produção, devendo estar produzindo perto de 2.000 armas/dia, havendo previsão de um significativo acréscimo até o final do ano. A unidade brasileira também aumentou sua produção, produzindo mais de 5.200 armas/dia e trabalhando em três turnos, devendo chegar a 5.600 a/d até o final do ano.

Como os EUA tiveram o melhor mês de setembro da história, com relação à venda de armas, e como os dados brasileiros apontam também para recordes de vendas de armas no País, é razoável acreditar que os números do 3T20 da empresa sejam similares ou até melhores que os do 2T20, quando bateu cinco recordes (volume de produção, volume de vendas, receita, lucro bruto e Ebitda). 

Conta ainda a seu favor a pequena variação cambial havida no trimestre (cerca de 3%), cujo impacto no lucro provavelmente será amortecido pela maior parte das receitas, que são também apreciadas em dólares.  

Turnaround vira case internacional de sucesso
Ao se verificar a robusta evolução dos números da empresa no triênio 2018/2020 (gráfico abaixo), é possível constatar que ela realmente se encontra em verdadeiro processo de turnaround, pois reverteu completamente a situação de quase insolvência em que estava em 2015, quando foi adquirida pela CBC. 

Gráfico: Christian Lima

A nova administração, liderada pelo competente Presidente e CEO Global da Taurus, Salesio Nuhs, evitou que a companhia entrasse em recuperação judicial, fazendo uma completa reengenharia em todos os processos e sistemas (operacionais, financeiros, de compras, de vendas, de RH, de comunicação social, etc.), tanto no Brasil como nos Estados Unidos. 

Com isso, a empresa deu a volta por cima e passou a colecionar índices positivos a partir de 2018, encontrando-se hoje em um patamar que a torna um case de sucesso entre as maiores empresas mundiais de armamento leve, especialmente em termos de margem bruta e de margem Ebitda.

Analisando-se essa "virada de mesa", realizada em curto espaço de tempo e de forma tão consistente, é possível entender os motivos para que Salesio Nuhs, do alto de sua expertise de 30 anos no mercado de armas e munições, tenha afirmado publicamente (por mais de uma vez e com a convicção que lhe é peculiar) que a Taurus será a maior fabricante de armas leves do mundo.

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