*LRCA Defense Consulting - 21/05/2025
De olho no futuro das missões espaciais brasileiras, o Programa MLBR - Microlançador Brasileiro já trabalha no desenvolvimento de um novo motor de propulsão líquida para o terceiro estágio do foguete. Essa tecnologia vai permitir um controle mais fino do empuxo e, com isso, uma colocação em órbita muito mais precisa — uma demanda crescente em lançamentos de satélites.
Parceira estratégica do Programa, a BIZU Space lidera o desenvolvimento desse novo sistema, que deve ser testado já no terceiro voo do lançador brasileiro.
Uma das contribuições mais significativas da empresa está no
desenvolvimento da tecnologia de propulsão líquida, criando um estágio superior inovador de combustível líquido projetado
para substituir o terceiro estágio de combustível sólido do MLBR.
Diferente da propulsão sólida, a propulsão líquida permite ajustes em
tempo real durante o voo, melhora a precisão orbital e aumenta a capacidade de carga
útil, o que representa um salto importante em termos
de precisão, segurança e versatilidade para as futuras missões do MLBR, fatores essenciais para posicionar o Brasil de forma competitiva
no crescente mercado de pequenos satélites.
O sistema de
propulsão emprega peróxido de hidrogênio concentrado e querosene de
aviação (Jet-A), selecionados após uma análise minuciosa por suas
características de custo-benefício e estabilidade. Para apoiar esse
desenvolvimento tecnológico, a BIZU estabeleceu uma infraestrutura
fundamental, incluindo um concentrador de peróxido interno e um campo de
teste construído em parceria com Univap - Universidade do Vale do
Paraíba.
O projeto está avançando de forma consistente. Os primeiros testes com câmaras de combustão em escala reduzida já foram realizados — um passo essencial para validar os sistemas envolvidos. Entre os principais desenvolvimentos já em andamento, estão:
- Sistemas hidráulicos e pneumáticos;
- Válvulas e banco de controle e monitoramento;
- Produção local de Peróxido de Hidrogênio concentrado (HTP);
- Catalisador para decomposição rápida do HTP, que libera oxigênio para queima do combustível (querosene de aviação);
- Sistema de injeção do propelente;
- Projeto, fabricação e testes da câmara de combustão;
- Protocolos de segurança e procedimentos de ensaio para motores líquidos.
Com esses avanços, o Brasil dá mais um passo importante rumo ao domínio de tecnologias espaciais mais sofisticadas. O objetivo é claro: em breve, ter um motor nacional de propulsão líquida à base de HTP e Jet-A pronto para voar.
Saiba mais:
- Microlançador Made in Brazil: como a Bizu Space avança na independência espacial nacional
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