*LRCA Defense Consulting - 05/08/2025 (retificado em 06/08, de acordo com FR da Embraer)
A Embraer, uma das maiores fabricantes de aeronaves do mundo, anunciou resultados financeiros e operacionais robustos no segundo trimestre de 2025 (2T25), consolidando sua trajetória de recuperação e reforçando sua posição estratégica no mercado global. A companhia registrou uma receita líquida recorde para o período, expandiu significativamente suas entregas e atingiu um patamar histórico em sua carteira de pedidos firmes, sinalizando um futuro promissor.
Destaques financeiros: crescimento sólido e eficiência operacional
A receita líquida consolidada da Embraer no 2T25 alcançou impressionantes R$10,3 bilhões, um recorde histórico para um segundo trimestre e um aumento de 30,9% em comparação com o mesmo período de 2024. Este crescimento robusto reflete a forte demanda pelos produtos da empresa e a eficiência de suas operações.
O lucro antes de juros e impostos (EBIT) ajustado atingiu R$1,1 bilhão, com uma margem de 10,6%, superando os 9,2% registrados no 2T24. Já o EBITDA (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) ajustado foi de R$1,39 bilhão, com uma margem de 13,5%. Esses indicadores demonstram a capacidade da Embraer de gerar valor e otimizar seus custos operacionais.
O lucro líquido atribuível aos acionistas da Embraer e o lucro líquido por ADS (American Depositary Shares) foram de R448,9 milhões e R$0,6120 no segundo trimestre de 2025, em comparação com R$520,8 milhões e R$0,7090, respectivamente, no segundo trimestre de 2024.
O lucro líquido ajustado foi de R$675,0 milhões no trimestre, em comparação com R$415,7 milhões no ano anterior, excluindo itens extraordinários como R$(215,3) milhões em impostos diferidos e R$441,4 milhões dos resultados da Eve. (RETIFICADO)
O fluxo de caixa livre ajustado (ex-Eve) foi negativo em R$1,0 bilhão no trimestre. Segundo a companhia, este consumo de caixa é um movimento estratégico e esperado, decorrente da preparação para um maior volume de entregas de aeronaves nos próximos trimestres, o que demanda investimentos em produção e estoque.
Desempenho por segmento: Aviação Executiva lidera o crescimento
Todos os segmentos de negócios da Embraer contribuíram para os resultados positivos do trimestre, com destaque para a Aviação Executiva. Este segmento foi o grande motor do crescimento, com uma receita de R$3,1 bilhões, um aumento expressivo de 74% em relação ao 2T24. A margem EBIT ajustada do setor também cresceu de 11,4% para 14,6%, impulsionada por maiores volumes, disciplina de preços e um melhor mix de produtos.
Aviação Comercial: a receita do segmento alcançou R$3,2 bilhões, um crescimento de 11% comparado ao ano anterior. A margem bruta melhorou, mas a margem EBIT ajustada teve uma ligeira redução devido a itens extraordinários. A Embraer entregou 19 jatos comerciais, mantendo a estabilidade em relação ao 2T24.
Defesa & Segurança: com um aumento de 28,4% na receita, atingindo R$1,26 bilhão, o segmento de Defesa e Segurança também demonstrou forte desempenho, impulsionado pelo reconhecimento de receita do A-29 Super Tucano. A margem bruta e a margem EBIT ajustada tiveram melhorias significativas, refletindo o aumento de volumes e o mix de clientes.
Serviços & Suporte: as receitas deste segmento cresceram 23%, chegando a R$2,6 bilhões, reflexo do aumento de volumes na Aviação Comercial e da expansão da oficina de motores GTF da OGMA.
Entregas e pedidos: recordes confirmam demanda aquecida
No 2T25, a Embraer entregou um total de 61 aeronaves, representando um aumento de 30% em relação às 47 aeronaves entregues no mesmo período do ano anterior. As entregas incluíram 19 jatos comerciais (10 E2s e 9 E1s), 38 jatos executivos (21 leves e 17 médios) e 4 aeronaves de Defesa (A-29 Super Tucano).
A carteira total de pedidos firmes (backlog) atingiu um marco histórico de US$29,7 bilhões no 2T25, superando o recorde anterior e registrando um aumento de 40% em relação ao ano anterior. Esse crescimento foi observado em todas as unidades de negócios, com destaque para Defesa & Segurança (+100%) e Aviação Executiva (+62%), o que assegura uma forte visibilidade de receitas futuras para a companhia.
Entre os pedidos que impulsionaram o backlog, destaca-se o da SkyWest para 60 aeronaves E175, com opções para mais 50 unidades, reforçando a presença da Embraer no mercado norte-americano.
Marcos operacionais e estratégicos
Além dos números, o trimestre foi marcado por importantes conquistas operacionais. A Embraer celebrou a venda da milésima unidade do jato E175 desde seu lançamento, um feito que sublinha a popularidade e sucesso do modelo. No setor de Defesa, o KC-390, aeronave multimissão, foi selecionado pela Lituânia, que encomendou três unidades, expandindo a presença global da Embraer nesse mercado estratégico.
A Embraer também reforçou que os resultados do 2T25 não foram significativamente impactados pelas tarifas aplicadas pelos Estados Unidos (EUA), demonstrando a resiliência da companhia diante de cenários comerciais complexos.
Perspectivas para 2025: confiança na execução
A Embraer reiterou suas projeções para o ano de 2025, sinalizando confiança na continuidade de seu desempenho. As estimativas (sem considerar a Eve) incluem:
- Entregas de Aviação Comercial: entre 77 e 85 aeronaves.
- Entregas de Aviação Executiva: entre 145 e 155 aeronaves.
- Receita Consolidada: entre US$7,0 e US$7,5 bilhões.
- Margem EBIT Ajustada: entre 7,5% e 8,3%.
- Fluxo de Caixa Livre Ajustado: US$200 milhões ou maior.
Conforme a visão da própria empresa, expressa no relatório, "O trimestre reforça o bom momento operacional da Embraer, com crescimento consistente e margens saudáveis. O aumento nas entregas, a solidez da carteira de pedidos e o guidance reiterado para o ano reforçam a visibilidade e a confiança na retomada da companhia. O consumo de caixa, ainda que negativo, reflete o ciclo de produção e não representa deterioração financeira".
Os resultados da Embraer no 2T25 demonstram a capacidade da empresa de navegar em um cenário global dinâmico, adaptando-se e prosperando através de sua expertise em engenharia, inovação e excelência operacional. A expectativa é que a companhia continue a impulsionar seu crescimento, consolidando sua liderança na indústria aeroespacial global.
Assim, o desempenho da empresa reafirma sua resiliência e capacidade de entregar valor aos acionistas, com tecnologia de ponta e presença global consolidada.
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