*HiTech Expert, por Herman Bogapov - 18/09/2025
Após a intensificação dos ataques com drones Shahed pela Federação Russa [à Ucrânia], especialistas apontam as deficiências do uso de drones interceptadores e a necessidade de implantar sistemas de mísseis antiaéreos e aeronaves leves.
Expansão da frota
O comentarista militar e político do grupo Resistência à Informação, Oleksandr Kovalenko, critica a abordagem unilateral que considera os drones antiaéreos como uma “wunderwaffe” e exclui outros métodos comprovados.
Ele argumenta que a defesa mais eficaz deve ser abrangente, utilizando todos os meios de defesa aérea disponíveis. O especialista enfatiza a rentabilidade econômica e o alto retorno financeiro das aeronaves leves, recomendando que não se impeça a expansão da frota de aviões e helicópteros.
Ele também observa que a experiência da Ucrânia em usar, por exemplo, o Yak-52 para abater drones é tão bem-sucedida que os ocupantes russos estão tentando adotá-lo.
Principais comparações e conclusões
Drones antiaéreos:
- Vantagens: são muito mais eficazes e econômicos do que os sistemas de mísseis antiaéreos (AMS) mais baratos. O custo de um drone antiaéreo é de cerca de 3.000 euros, e para abater um "Shahed-136" são necessários de um a dois drones, o que custa de 3 a 6 mil euros.
- Desvantagens: drones antiaéreos apresentam vulnerabilidades que ainda não foram abordadas. São um meio de interceptação descartável, ao contrário da aviação.
Helicópteros (Mi-8):
- Vantagens: um helicóptero pode abater um grande número de drones em uma única missão de combate. Ao mesmo tempo, uma hora de voo do Mi-8 custa apenas 1.000 a 1.500 dólares, o que o torna muito mais econômico do que drones antiaéreos.
- Desvantagens: menor velocidade e manobrabilidade em comparação aos aviões.
Aeronaves leves (Yak-52, Super Tucano, etc.):
Vantagens:
- Eficiência: em uma hora de voo, que custa de US$ 500 a US$ 1.000 (para o A-29 Super Tucano), a aeronave pode abater até 10 alvos aéreos.
- Versatilidade: as aeronaves podem operar preventivamente, interceptando drones a centenas de quilômetros das cidades, o que ajuda a aliviar as principais forças de defesa aérea.
- Persistência: ao contrário dos drones antiaéreos, as aeronaves são um meio reutilizável e persistente de contramedida.
Críticas ao uso de drones antiaéreos
Por sua vez, o especialista militar Yuri Kasyanov afirma que a ideia de usar drones antiaéreos como principal meio de combate aos “shaheeds” é ineficaz e errada.
Entre os motivos que ele menciona:
- Operadores com pouca experiência: Há muito poucos deles, e as equipes existentes foram transferidas para outras áreas da frente.
- Escassez de radares: o número de radares para detecção de alvos é extremamente pequeno.
- Limitações técnicas: os drones voam em formação compacta, e o operador não tem tempo para lançar um segundo drone interceptador se o primeiro não atingir o alvo.
- Desvantagem econômica:eEmbora os drones antiaéreos sejam baratos, sua baixa eficiência leva a grandes perdas. Esta, na opinião do autor, é a principal razão para a destruição de instalações comerciais e infraestrutura, em particular do centro logístico do "Epicenter".
- Componente de corrupção: Kasyanov acredita que esta “solução simples” foi inventada com o objetivo de enriquecer “suas” empresas de manufatura, que já ganharam milhões e ganharão ainda mais.
Argumentos a favor dos sistemas de defesa aérea
Kasyanov está convencido de que uma solução muito mais eficaz é criar nossos próprios sistemas de mísseis antiaéreos. Ele apresenta os seguintes argumentos:
- Maior eficiência: mísseis interceptadores têm um alto coeficiente de destruição (mais de 0,9).
- Capacidade e automação para qualquer clima: os SAMs podem operar em qualquer condição climática e sua operação é automatizada ao máximo.
- Velocidade e cadência de tiro: os mísseis são lançados com intervalo mínimo, sua alta velocidade garante rápida interceptação dos alvos.
- Custo acessível: o custo de um míssil antidrone é de US$ 10.000 a US$ 20.000, o que é muito mais econômico do que o custo das perdas em ataques. Por exemplo, o custo de um complexo, como o Pantsir, é de cerca de US$ 14 milhões, o que, na opinião do autor, é acessível para grandes empresas.
Conclusões de especialistas
Assim, Yuri Kasyanov argumenta que a Ucrânia não precisa de uma solução única na forma de drones, mas de uma abordagem sistêmica para a defesa aérea baseada em pequenos sistemas de mísseis antiaéreos.
Isso nos permitirá proteger efetivamente grandes cidades e infraestrutura usando fundos empresariais para financiar tais projetos, o que, em última análise, será mais lucrativo do que perdas constantes.
Ao mesmo tempo, Oleksandr Kovalenko chama a atenção para o desenvolvimento da frota de aeronaves, tanto aeronaves leves quanto helicópteros, cujos pilotos experientes podem abater dezenas de drones inimigos em um único voo.
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