*LRCA Defense Consulting - 14/10/2025
A Embraer promoveu nesta segunda-feira (14) seu Embraer Day 2025, evento que reuniu investidores, analistas e executivos da fabricante aeroespacial brasileira para apresentar seus planos de crescimento e resultados recentes. As perspectivas apresentadas pelos membros da alta gestão demonstram otimismo robusto tanto para os segmentos de defesa quanto para a aviação comercial.
João Bosco da Costa Junior, CEO da divisão de Defesa e Segurança, destacou uma meta ousada para o cargueiro militar KC-390. Segundo ele, a produção anual do KC-390 pode mais que dobrar, saltando do atual ritmo de quatro a cinco unidades para até 12 aeronaves por ano até 2030. “Estamos rapidamente aumentando [a produção] não apenas internamente, mas também com nossa cadeia de suprimentos, que às vezes é o gargalo para alcançar entregas de 10 a 12 aeronaves até o fim da década,” afirmou o executivo.
Ele ainda ressaltou o interesse crescente em novos mercados, com destaque para a Índia, que planeja adquirir entre 40 e 80 unidades do KC-390, reforçando o potencial global da aeronave. O executivo projeta que o mercado endereçável para o KC-390 atinja 500 unidades nos próximos 20 anos, o que representa uma grande oportunidade para a Embraer.
No segmento comercial, o CEO global da Embraer, Francisco Gomes Neto, ressaltou a importância do recente pedido firme de 20 aeronaves E195-E2 feito pela empresa de leasing TrueNoord, com opção para adquirir outras 30 unidades. Esse contrato pode elevar em 14% a carteira de pedidos da aviação comercial e em 6% a carteira consolidada da Embraer, consolidando o momento positivo da companhia nesse setor. Gomes Neto expressou confiança nas negociações para eliminar as tarifas sobre o setor aéreo entre Brasil e Estados Unidos ainda este ano, afirmando: “Temos boas chances de zerar tarifas para o setor de aviação ainda este ano.”
A Embraer também destacou o desempenho do terceiro trimestre, com 62 aeronaves entregues — entre elas, 20 jatos comerciais e 41 aviões executivos. O Phenom 300 manteve-se como o jato leve mais vendido mundialmente, com 20 entregas, consolidando sua posição de destaque por 13 anos consecutivos.
Esse conjunto de informações reforça o cenário de crescimento sustentável e a posição competitiva da Embraer no mercado global. A empresa projeta entregar entre 77 e 85 aeronaves comerciais e entre 145 e 155 aviões executivos até o final do ano, sustentada por uma cadeia de suprimentos fortalecida, inovação tecnológica e expansão comercial.
O evento reforçou o apetite do mercado e de investidores pela Embraer, refletido no aumento de 4,1% nas ações da empresa após os anúncios, e no posicionamento favorável dos principais bancos e casas de análise, que veem a companhia bem posicionada para capturar uma fatia significativa do mercado global de aviação e defesa.
O Embraer Day 2025 deixa claro que a empresa brasileira continua focada em inovação, sustentabilidade e crescimento, com estratégias alinhadas para avançar no cenário internacional e entregar valor crescente a seus acionistas e clientes.
Moody’s eleva perspectiva da Embraer para positiva
O contexto financeiro da Embraer também foi destaque com a
recente decisão da agência Moody’s de elevar a perspectiva da empresa para
positiva, mantendo a nota de crédito em Baa3, grau de investimento. Essa
avaliação é fruto das melhorias contínuas nos indicadores de crédito e
liquidez, além dos fortes resultados operacionais.
A Moody’s ressaltou a redução de alavancagem bruta, que caiu de 4,7 vezes em dezembro de 2023 para 2,5 vezes em 2024, e o aumento do fluxo de caixa livre, que passou de US$ 142 milhões para US$ 505 milhões no período. A geração de fluxo de caixa livre positivo nos últimos 12 meses chegou a US$ 479 milhões, com expectativa de manutenção da forte geração nos próximos 12 a 18 meses, mesmo considerando os investimentos na subsidiária Eve.
A agência destacou a posição da Embraer como líder global na fabricação de jatos regionais, sua reputação pelo produto confiável e a liquidez confortável, com caixa suficiente para cobrir vencimentos de dívida até 2030. Apesar das perspectivas positivas, Moody’s pontuou a volatilidade cíclica do setor aeronáutico e a concorrência crescente como desafios constantes para a empresa.
Essa reavaliação fortalece a confiança do mercado na estratégia e gestão financeira da Embraer, facilitando melhores condições para captação e valorização dos papéis.
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