*LRCA Defense Consulting - 21/10/2025
No início de outubro de 2025, a Marinha do Brasil firmou contrato com a QinetiQ Target Systems, empresa do Reino Unido, para o fornecimento de alvos aéreos Banshee 600 — uma parceria que marca mais um passo na modernização dos sistemas de treinamento e calibração da Força Naval.
Um salto tecnológico nos exercícios de defesa
O contrato, estimado em R$ 316,4 mil e realizado por
inexigibilidade de licitação, foi publicado oficialmente no Diário Oficial da
União do dia 13 de outubro. O sistema será utilizado em atividades de
calibração e aferição de armas navais, além de treinamentos de pessoal
operacional. Segundo a documentação da Amazul (Amazônia Azul Tecnologias de
Defesa S.A.), o alvo aéreo apoiará o alinhamento dos sistemas de tiro e o
aperfeiçoamento da prontidão dos operadores.
O Banshee 600 é uma aeronave não tripulada de pequeno porte, controlada por rádio, capaz de simular ameaças aéreas reais em diferentes cenários operacionais. Ele pode ser lançado de plataformas terrestres ou embarcações, atingindo velocidades de até 200 nós e altitudes próximas de 7.000 metros.
Herança consolidada da QinetiQ
A QinetiQ Target Systems, divisão especializada da gigante
britânica QinetiQ Group, é uma das líderes globais em treinamento de defesa e
avaliação de sistemas de combate. Em agosto de 2025, a empresa anunciou ter
ultrapassado a marca de 10.000 unidades produzidas da família Banshee —
empregada por marinhas e forças aéreas da OTAN, além de forças armadas
asiáticas e do Oriente Médio.
Os modelos mais recentes da linha, como o Banshee Jet 80+,
foram apresentados neste ano nos eventos DSEI e AUSA 2025, destacando avanços
como propulsão por turbina dupla, controle digital CASPA e compatibilidade com
cargas úteis que simulam mísseis supersônicos e aviões de ataque.
Reforço à prontidão da Esquadra
Para a Marinha do Brasil, a aquisição representa uma
atualização importante em relação aos alvos aéreos atualmente disponíveis. O
uso do Banshee 600 permitirá ensaios de calibração para radares, sistemas de
mísseis antiaéreos e canhões navais, além de ampliar o realismo de exercícios
de interceptação aérea conduzidos pelos caças A-4 Skyhawk, ainda principais
vetores de combate da Aviação Naval.
Além disso, o investimento sinaliza continuidade no processo de reequipamento gradual da Força Naval, que busca maior autonomia em testes e simulações de combate com tecnologia de padrão internacional.
Contexto internacional
A compra brasileira ocorre em um momento de expansão global
da QinetiQ no segmento de alvos aéreos, com contratos recentes firmados com a
Grã-Bretanha, Japão e forças da OTAN. A série Banshee, segundo a fabricante,
faz parte de um esforço internacional para proporcionar treinamentos de defesa
aérea mais próximos da realidade dos combates contemporâneos, inclusive contra
ameaças hipersônicas e enxames de drones.
O acordo entre o Brasil e a QinetiQ reforça, portanto, o compromisso da Marinha em manter seus sistemas de defesa prontos para enfrentar os desafios tecnológicos do século XXI — e demonstra que a cooperação entre países aliados continua sendo um pilar essencial para a evolução das capacidades navais.
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