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25 dezembro, 2025

Embraer absorve corte da Azul sem tremores: backlog bilionário e vendas globais blindam gigante brasileira

 


*LRCA Defense Consulting - 25/12/2025

A repactuação entre Embraer e Azul, que reduziu de 51 para 25 o pedido firme de jatos E195-E2, gerou manchetes alarmistas, mas analistas e números concretos mostram que o episódio é um ajuste pontual sem riscos significativos para a fabricante brasileira. O contrato original, firmado entre 2014 e 2018 e parcialmente executado com 39 entregas já realizadas à Azul, foi revisado no contexto do Chapter 11 da companhia aérea, homologado por tribunal americano em 18 de dezembro. Longe de sinalizar fraqueza, o movimento reforça a solidez da Embraer, cujo backlog atingiu recorde histórico de US$ 31,3 bilhões no terceiro trimestre de 2025, com a aviação comercial sozinha em US$ 15,2 bilhões – alta de 38% ante 2024.

Contexto do ajuste com Azul
A Azul, em reestruturação financeira, renegociou múltiplos contratos para viabilizar sua recuperação, incluindo o saldo remanescente de um pedido antigo que nunca se materializou integralmente devido à crise setorial. A Embraer já havia reconhecido grande parte da receita das entregas anteriores, e o corte de 26 aeronaves representa perda limitada de backlog futuro, diluída por uma carteira diversificada. Especialistas como o BTG Pactual classificam o risco como "limitado", destacando que adiantamentos pré-pagamentos garantem caixa mesmo em cenários de revisão contratual.

Backlog recorde sustenta otimismo
No terceiro trimestre, a Embraer reportou entregas de 62 aeronaves, 5% acima de 2024, com aviação comercial em 102 unidades nos nove meses – 68% da meta anual. O E195-E2, protagonista do acordo com Azul, brilha no portfólio: 330 pedidos firmes acumulados, com book-to-bill de 2,7x nos últimos 12 meses. A Porter Airlines celebrou a 50ª entrega em dezembro, consolidando 75 firmes mais 25 opções, enquanto 2025 trouxe marcos como o pedido da Avelo Airlines (50 firmes + 50 opções, US$ 4,4 bi).

Novas vitórias globais compensam
A Embraer converteu oportunidades em contratos bilionários: LATAM Group (24 firmes + 50 opções), TrueNoord (20 firmes E195-E2 + 30 opções, US$ 1,8 bi) e Helvetic Airways (3 firmes + 5 opções). Esses deals, somados à diversificação em executiva e defesa, elevam o backlog a níveis inéditos, com produção nivelada para 2026. Analistas veem 2025 como o melhor ano da história da empresa, com campanhas de vendas bem-sucedidas impulsionando crescimento.

Perspectiva: voo estável à vista
O episódio Azul não abala a trajetória ascendente da Embraer, que prioriza mercados internacionais maduros como EUA, Canadá e América do Sul, reduzindo exposição a riscos locais. Com ações estáveis e projeções intactas para entregas anuais (145-155 comerciais), a fabricante brasileira demonstra resiliência em meio a ventos contrários no setor aéreo. Investidores e o mercado aeroespacial confirmam: o E2 segue como estrela competitiva, e a Embraer, blindada por números robustos.

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