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26 setembro, 2020

Taurus mira possibilidade de negócio bilionário no mercado indiano

Fuzis antiquados em uso pelo exército indiano


*LRCA Defense Consulting - 26/09/2020

O jornal online indiano Indian Defense News, em edição de 23 de setembro, reproduzindo matéria do The Economic Times (ET), divulgou que o exército indiano está requerendo imediatamente um número determinado de fuzis CQB para o combate aproximado, dadas as tensões atuais na Linha de Controle Real (LAC), onde as tropas estão posicionadas a curta distância e até mesmo travaram combates corpo-a-corpo recentemente.

Segundo fontes do ET, um pedido maior, de mais de 350.000 fuzis para combate a curta distância (CQB), foi reservado para a indústria indiana, mas uma exigência imediata de 93.895 desses fuzis, em processo de aquisição desde 2018, é vital para se obter uma vantagem combativa.

O jornal afirma que o exército do país está sem uma arma de combate aproximado há anos, com oficiais dizendo que fuzis de assalto regulares estão sendo usados ​​para essa função, reduzindo a eficiência operacional das tropas. Embora os fuzis CQB sejam particularmente úteis em operações antiterroristas, eles também têm imensa utilidade em operações de fronteira, onde um confronto entre as tropas pode ocorrer a curta distância.

Pedido de 350 mil fuzis CQB
Ainda conforme fontes do ET, o Exército apoia iniciativas dos setores público e privado no desenvolvimento interno dessas armas e começou a se envolver com empresas para um pedido maior de 350.000 fuzis que serão totalmente fabricados na Índia, com opções de exportação também. No entanto, é provável que esse processo leve pelo menos dois a três anos antes que a indústria local possa oferecer opções viáveis, com capacidade suficiente para produzir as armas. "A necessidade presente e imediata não pode ser comprometida. As armas são um requisito absolutamente imediato e apenas um quinto do número total necessário está sendo processado por meio de uma aquisição acelerada", disseram autoridades que não quiseram ser identificadas.

Importação deverá ser substituída por "Make in India"

Conforme relatado pelo ET, em uma reunião realizada na semana passada, presidida pelo secretário de defesa, foi decidido que os planos em andamento desde 2018 para importar um número limitado de carabinas de combate para atender às necessidades imediatas devem ser arquivados em favor de um Plano Make-in-India. O poderoso Conselho de Aquisição de Defesa, no entanto, ainda precisa ratificar a decisão. O processo acelerado iniciado em 2018 para 93.895 carabinas previa um período de entrega reduzido de uma linha de montagem ativa. Como nenhuma empresa indiana tinha uma opção viável, empresas estrangeiras foram escolhidas para o processo de teste e avaliação, mas a licitação (vencida pela Caracal) parece ter sido encerrada pelo governo.

Taurus confirma a possibilidade de participar do processo com seu Fuzil T4


Esta editoria perguntou ao Presidente e CEO Global da empresa gaúcha Taurus Armas, Salesio Nuhs, se há possibilidade de a empresa vir a participar, com seu Fuzil T4, de uma eventual nova licitação internacional para os 93.895 fuzis CQB e, posteriormente, já no bojo de uma fabricação local via Programa Make in India, participar também do processo de aquisição da quantidade restante que o exército indiano necessita.

O CEO da Taurus, com a cautela inerente a um dirigente de uma companhia de capital aberto, confirmou a possibilidade de participação: "Pelo que temos de informações, várias licitações e compras em andamento serão repensadas e recolocadas no mercado. A Taurus está pronta para participar, sim". 

Parcerias de primeira hora e interesse da Índia na Embraer podem ser pontos favoráveis
O fato de o binômio Taurus/CBC ser parceiro de primeira hora do Primeiro Ministro indiano Narendra Modi em seu Programa Make in India, concretizado por meio das joint ventures já firmadas com a Jindal Defence e com a SSS Defence, respectivamente, poderá pesar favoravelmente na balança das negociações para a aquisição/fabricação do novo fuzil CQB indiano, ainda mais no momento em que fontes indianas noticiam que o governo desse país asiático teria grande interesse na aquisição da divisão de aviões comerciais da Embraer.

Leia mais:
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