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06 maio, 2021

Taurus tem recorde de Ebitda, de Margem Ebitda e de produção no 1º trimestre


*LRCA Defense Consulting - 06/05/2021

A Taurus Armas S.A. continuou mostrando pujança em seus números após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2021 (1T21), com recordes no Ebitda, na Margem Ebitda e na produção de armas. 

Recorde no Ebitda e em sua margem
No Ebitda, houve crescimento de 269,1% entre o 1T21 e 1T20, totalizando R$ 175,7 milhões no último trimestre. O valor é recorde para um trimestre, e vem crescendo continuamente, tendo assumido novo patamar desde 2020, de modo que, o Ebitda do 1T21 supera o desempenho do indicador em todo o ano de 2019, quando totalizou R$ 128,0 milhões.

A margem Ebitda foi de 31,9%, também recorde para a Taurus em um trimestre, superando em 16,9 p.p. a margem auferida no mesmo período de 2020. Se forem excluídas do cálculo as despesas extraordinárias incorridas em função da pandemia de COVID-19, de R$ 0,7 milhão no 1T21, o Ebitda do trimestre seria de R$ 176,4 milhões, com margem de 32,0% sobre a receita líquida do período.


Recorde na produção de armas
As duas fábricas da Taurus, no Brasil e nos EUA, mantiveram alto ritmo de atividade no 1T21, o que elevou a produção total do trimestre a 492 mil unidades, volume 87,1% superior a igual período do ano anterior e novo recorde da Companhia. Enquanto a unidade do Brasil vem ganhando produtividade, em linha com o planejado, a unidade nos EUA segue seu ramp up superando as expectativas iniciais. No 1T21, foram 175 mil armas produzidas na fábrica norte-americana, o que representa aumento de 288,9% comparado ao 1T20.


Forte geração de caixa traz redução da dívida e da alavancagem
A Taurus se tornou uma empresa fortemente geradora de caixa, sendo essa sua realidade atual. A sólida e crescente geração de caixa permitiu transformar o perfil financeiro da Companhia, de modo que hoje a questão do endividamento está basicamente solucionada.

A posição na conta de “caixa e aplicações financeiras” no encerramento do 1T21 apresentou crescimento de 180,4% em relação à registrada no encerramento do exercício de 2020, totalizando R$ 255,7 milhões. Dessa forma, a dívida líquida da Companhia era de R$ 665,7 milhões em 31/3/2021, apresentando redução de R$ 109,7 milhões ou 14,1% ante 31/12/2020, e de R$ 332,4 milhões considerando a posição há 12 meses, no encerramento de março de 2020.

O grau de alavancagem medido pelo indicador dívida líquida/Ebitda apresentou queda expressiva no decorrer dos últimos anos, reflexo do alinhamento do perfil da dívida e da crescente geração operacional de caixa. Considerando o Ebitda dos últimos 12 meses (2T20 a 1T21: R$ 591,8 milhões), o multiplicador dívida líquida/Ebitda em 31/3/21 era de de 1,1, evidenciando uma drástica redução em relação ao de 1,7 em 31/12/2020.

A Companhia conta, ainda, com “créditos potenciais” que serão destinados ao abatimento da dívida, representados pelo terreno da antiga fábrica em Porto Alegre e pela fábrica de capacetes, que estão à venda, e o saldo dos bônus de subscrição a vencer. Simulando a posição da dívida líquida em 31/03/2021 onde esses valores são abatidos do total, a dívida na data seria de R$ 456,3 milhões, o que levaria ao grau de alavancagem de dívida líquida/Ebitda de apenas 0,6.

Avanço no Patrimônio Líquido positivo
Depois de reverter, no encerramento do exercício de 2020, a situação de Patrimônio Líquido negativo que vinha apresentando nos últimos anos, o resultado do 1T21 permitiu ampliar esse saldo positivo, levando à Companhia a encerrar o trimestre com Patrimônio Líquido positivo de R$ 153,4 milhões, montante 262,6% superior à posição de 31/12/2020.

Com desempenho estável e consolidado, a Taurus segue no caminho para, após eliminar os saldos negativos nas contas de reservas de capital e prejuízos acumulados em exercícios anteriores, alcançar o objetivo de voltar a remunerar seus acionistas com pagamento de dividendos.

Receita Operacional Líquida se mantém alta
A receita líquida da Companhia no trimestre totalizou R$ 551,1 milhões, levemente inferior ao 4T20, mas 74% maior que a do 1T20. A venda de armas respondeu por 93,0% do total da receita líquida desse trimestre, totalizando R$ 512,5 milhões, resultado 72,7% superior ao registrado no 1T20.

O custo dos produtos vendidos (CPV) apresentou evolução inferior à registrada na receita líquida, propiciando aumento da margem bruta, que atingiu 46,1% no 1T21.

As despesas operacionais também apresentaram crescimento inferior ao da receita líquida no período de comparação, de modo que passaram a representar 15,5%, ante 21,6% no mesmo período do ano anterior. 

Lucro Bruto em alta e quarto trimestre consecutivo de Resultado Líquido positivo
O aumento da margem bruta, que atingiu 46,1% no 1T21, está relacionado ao grau de eficiência operacional mantido nas operações da Companhia, com forte gestão sobre os custos, ao mix de vendas de maior valor agregado, além da diluição dos custos fixos a partir da alta da receita.

Com isso, o lucro bruto no trimestre foi de R$ 254,0 milhões, desempenho que supera em 131,8% o alcançado em igual trimestre de 2020 e em 4% o do 4T20.

A estabilidade operacional, com eficiência na produção e distribuição, gestão sobre custos e despesas, e mix de vendas que incorpora modelos de maior valor agregado resultaram em lucro líquido de R$ 68,1 milhões no 1T21, quarto trimestre consecutivo com resultado positivo, mesmo com o forte impacto do resultado da variação cambial passiva. 

Comparando-se os mesmos trimestres, a empresa reverteu o grande prejuízo havido no 1T20, quando tinha registrado resultado líquido negativo de R$ 157,1 milhões em função do efeito contábil da variação cambial sobre a dívida que, nesse período, onerou o resultado em R$ 195,4 milhões.

Em relação ao 4T20, a diminuição do Resultado Líquido é explicada por um maior volume de vendas naquele, quando a empresa comercializou a maior parte de seus estoques, bem como pela enorme diferença entre as variações cambiais ativas (VCA) e passivas (VCP) nos dois trimestres. No 4T20, a VCA contribuiu com R$ 119,4 milhões e "pesou" com R$ 64,6 milhões para o LL (T= +54,8 milhões), enquanto que no 1T21 a VCA contribuiu com apenas 15,5 milhões e a VCP "pesou" com R$ 79,3 milhões (T: -63,8 milhões). 

Backorder imenso e aumento da rentabilidade
A Taurus confirmou ter um backorder (pedidos firmes em carteira) de 2,3 milhões de armas, o que se traduz por cerca de 18 meses de produção à frente já garantida. Segundo seu CEO declarou em recente live, esse backorder já estaria próximo de 2,5 milhões de armas.

A companhia também afirma que, a partir do trimestre em curso, a fabricação da pistola GX4 vai aumentar ainda mais o volume da unidade nos EUA. Como esta pistola tem custo de produção muito próximo ao dos modelos atuais, isso significa também um aumento no ticket médio de venda e uma ampliação das margens.  

Modelos como a pistola GX4, as pistolas da linha Toro, os revólveres 460 RH e Heritage 14” e 15” são posicionados em uma linha “premium”, para clientes que buscam um produto diferenciado e estão dispostos a pagar por esse diferencial. Esses modelos incorporam maior valor agregado e, portanto, trazem maiores margens para a Companhia.

Investimento em Capex e olho em novas oportunidades
Com a forte geração de caixa que a Taurus vem tendo, seu CEO afirmou que, além de reduzir a alavancagem financeira, a empresa pretende investir forte em Capex (aquisição de bens de capital: equipamentos e instalações) e ficar atenta a oportunidades que possam surgir no mercado.

Conclusões
A Taurus Armas trouxe à tona um primeiro trimestre em linha com seus últimos e excelentes resultados. Na comparação do 1T21 em relação ao 1T20, além de reverter um enorme prejuízo, apresentou crescimento em praticamente todo os indicadores, lembrando que o 1T20 já havia sido um trimestre com quebra de vários recordes.

O Resultado Líquido positivo só não foi maior devido ao esgotamento dos estoques e ao impacto da variação cambial passiva, fato este que, pela tendência existente hoje, poderá ser revertido no 2T21, caso o valor da moeda americana permaneça no atual patamar ou caia mais ainda.

O recorde na produção de armas deverá continuar nos próximos trimestres, haja vista que a unidade americana continua em ramp up, enquanto que a unidade brasileira desenvolve um aumento de produtividade por meio da racionalização e da otimização de processos. 

O lançamento da pistola GX4 e a venda de outras armas do segmento "premium" deverão contribuir para um aumento das margens de lucro da empresa.

A expansão recorde do Ebitda e da geração de caixa permitiu transformar o perfil financeiro da empresa, praticamente solucionando a questão do endividamento e contribuindo para aumentar o Patrimônio Líquido positivo. 

Não foi só desta vez que o CEO da Taurus comentou que está "atento a oportunidades que possam surgir no mercado", já o tendo feito outras vezes em 2020, após a empresa ter passado a gerar um bom caixa. Em uma live recente, Salesio afirmou que "a Taurus pode surpreender". No entender desta Consultoria, estas afirmações tanto podem ser tipicamente genéricas para a atual situação (dinheiro em caixa), como podem significar que a companhia tenha algum negócio em vista, seja uma aquisição, seja uma nova joint venture.

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