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31 julho, 2023

Taurus e SCOPA firmam acordo para avaliar criação de fábrica de armas na Arábia Saudita


*LRCA Defense Consulting - 31/07/2023

Em Fato Relevante divulgado hoje ao mercado, a Taurus Armas S.A. informou que celebrou, nesta data, um Memorando de Entendimentos (MoU), não vinculante, para permitir o estudo de viabilidade da constituição de uma joint venture no Reino da Arábia Saudita (KSA) com a empresa SCOPA DEFENSE TRADING LLC.

O objetivo da joint venture será a fabricação de armas Taurus no Reino da Arábia Saudita e comercialização em toda a região do GCC - Cooperation Council for the Arab States of the Gulf (Conselho de Cooperação do Golfo), que tem como membros: Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã.

A futura parceria também busca atender uma série de programas e plataformas do projeto Saudi Vision 2030 (www.vision2030.gov.sa), que objetiva uma posição abrangente e ambiciosa para o Reino da Arábia Saudita (KSA) até o ano de 2030, com várias frentes estratégicas para promover o desenvolvimento econômico e social da região, principalmente na área de defesa.

A partir da assinatura do MoU, as partes terão até 12 meses para concluir os estudos de criação da joint venture e o plano de negócios a ser desenvolvido, bem como será definida a participação de cada uma das partes envolvidas e as demais condições para efetivação da nova empresa. Durante este período, a SCOPA DEFENSE TRADING LLC. atuará como agente e distribuidora da TAURUS para explorar oportunidades de negócios para as Forças Policiais e Militares em toda a região do GCC.

Segundo a Taurus, a celebração desse Acordo é mais um passo importante na estratégia global da empresa como líder mundial na fabricação de armas leves e transferência de tecnologias, tendo como base, rentabilidade sustentável, qualidade e melhoria dos indicadores financeiros e operacionais, além do forte investimento no desenvolvimento de tecnologias de novos produtos, processos e materiais.

A cerimônia formal de assinatura do MoU está prevista para ocorrer hoje, como um dos eventos da programação do dia do Fórum de Investimentos Brasil – Arábia Saudita, com transmissão ao vivo pelo canal da FIESP no YouTube.


O Fórum faz parte dos esforços da Arábia Saudita para estabelecer parcerias de investimentos com o setor privado de países de todo o mundo, diversificar sua economia e fortalecer sua posição como um centro de comércio internacional. No Brasil, serão discutidos os interesses dos sauditas nos produtos e serviços brasileiros, bem como as possibilidades de investimentos em alguns setores do país.


A importância do Fórum pode ser aquilatada pela participação do ministro de Investimentos do Reino da Arábia Saudita, Khalid Al Falih (foto), liderando a maior delegação saudita que o Brasil já recebeu, bem como pelas presenças do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e do prefeito da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes, além de outras autoridades governamentais e lideranças empresariais de importantes entidades e companhias brasileiras.


Modelo de negócios
Embora o modelo de negócios ainda não tenha sido definido pelas duas parceiras, é bastante provável que se dê em termos de ToT - Transfer of Technology, de ToP - Transfer of Production ou de ambos.

No primeiro caso, a operação seria feita à semelhança do que já acontece com a Taurus na Índia, onde a brasileira entra com a tecnologia e a parceira com os recursos. Na ToP, haveria a transferência da produção de bens e/ou serviços da Taurus para a joint venture. Isso pode incluir a transferência de linhas de produção, maquinário, instalações, pessoal e outros recursos necessários para a produção das armas no KSA.

No último cenário, ToT e ToP podem ser combinadas, com a Taurus transferindo tecnologia e movendo os meios necessários à produção.

Agilidade negocial saudita é diferencial importante
O CEO da Taurus, Salesio Nuhs, destacou que os sauditas são extremamente ágeis e estão totalmente  comprometidos com o Programa Visão 2030. Colocou que a Taurus está trabalhando com a possibilidade de muito rapidamente avançar nos objetivos do Memorando de Entendimento e concluir o estabelecimento da joint venture.

Salesio observou que a Taurus é uma empresa experiente e competente em transferência de tecnologia, pois já teve um processo semelhante na Índia, caracterizando-se por ser uma companhia ágil, haja vista o modelo de administração que a atual equipe dirigente imprime.

Afirmou ainda que a SCOPA tem uma característica de administração também muito ágil e está totalmente voltada para cumprir os objetivos do Programa Visão 2030. Sendo assim, o CEO da Taurus entende que a conclusão dos estudos de viabilidade do MoU agora assinado possa acontecer de maneira célere, até mesmo bem antes do prazo previsto.

Esta Consultoria ressalta que o projeto conjunto está andando em velocidade realmente surpreendente, haja vista que as negociações se iniciaram em março, foi assinado um contrato de representação comercial no início de julho e, hoje, já está sendo firmado o MoU.

SCOPA Defense: a empresa de defesa predominante do Reino
A SCOPA Defense é uma ágil, experiente e renomada empresa privada de defesa do Reino da Arábia Saudita (KSA), onde está 100% de seu capital.

Estabelecida como a empresa de defesa predominante do Reino, o objetivo da SCOPA é contribuir efetivamente para o ambicioso programa Visão 2030, criando indústrias militares orgânicas, fornecendo sistemas de defesa e serviços avançados e inovadores que atendam às necessidades e requisitos das Forças Armadas sauditas, ampliando assim as capacidades e o ecossistema de defesa do Reino, bem como alcançando os mercados globais de defesa e segurança.

Um de seus objetivos mais importantes é contribuir para o processo revolucionário de defesa, encontrando maneiras de investir no setor privado e criando oportunidades de emprego para a juventude saudita. Para tanto, a empresa também acredita que o estabelecimento de indústrias privadas de defesa estimulará uma ampla gama de outros setores dentro do Reino, como equipamentos industriais, comunicações e tecnologia da informação, o que, por sua vez, criará mais oportunidades de trabalho para os cidadãos sauditas.

Mohammad Bin Abdulaziz Al-Ajlan (foto) é o fundador, proprietário e Presidente da SCOPA Industries Corp. Além disso, é também o Vice-Presidente do Conselho de Administração do poderoso grupo industrial Ajlan & Bros. A SEPHA Industries, agente e distribuidora da Taurus no KSA desde 04 de julho deste ano, é também controlada pelo grupo Ajlan & Bros. Holding. Em seu papel como presidente da SCOPA, Al-Ajlan vê a empresa como um player global que estabelece parcerias estratégicas, contribuindo ativamente para os objetivos de defesa do Reino e reforçando sua posição na indústria de defesa internacional.

A SCOPA está em parceria com algumas das principais empresas dos EUA e do Ocidente para fornecer uma ampla gama de avançadas soluções de defesa que incluem: Armas e Munições com foco na fabricação local para contribuir com o objetivo da Visão 2030 de localizar no Reino mais de 50% dos gastos militares; Sistemas Terrestres; Sistemas Navais; Sistemas de Aviação; Sistemas Integrados de Defesa Antimísseis; Sistemas C5ISR (Comando, Controle, Comunicações, Computadores, Cibernética, Inteligência, Vigilância e Reconhecimento) em todas as plataformas de defesa; Sistemas de Proteção e Detecção CBRNE (Químicos, Biológicos, Radiológicos, Nucleares, Explosivos) de classe mundial; Tecnologia da Informação; Logística; e Serviços Gerenciados em operações estratégicas, operacionais e táticas.
 
Visão 2030 - o grande plano saudita de 15 anos
O Plano Visão 2030, anunciado pelo governo saudita em 2015, mudou economicamente a Arábia Saudita nos últimos anos e é esperado que continue mudando.

Até 2015, o petróleo respondia por cerca de 75% das receitas orçamentárias, 40% do PIB e 90% das receitas das exportações. O "vício do ouro negro" acostumou os sauditas a comprar tudo o que precisavam, pois sempre houve dinheiro farto e era muito mais barato importar do que produzir localmente.

No entanto, o atual governo vislumbrou que o país não poderia manter a dependência da renda petroleira e o enorme gasto público diante de um cenário de grandes mudanças que estão acontecendo no mercado energético internacional (variações enormes nos preços do petróleo, surgimento de fontes alternativas não poluentes e política mundial contra o uso de combustíveis fósseis) e de tendências demográficas que indicam aumento significativo no número de sauditas em idade produtiva até 2030.

A ascensão do príncipe Mohamed Bin Salman (foto) no cenário político saudita e o declínio dos preços do petróleo em 2014 incentivaram o desenvolvimento do plano como meio de abandonar ou, pelo menos, diminuir grandemente essa dependência e diversificar a atividade econômica, abrindo amplamente as portas para o envolvimento de um setor privado ativo e facilitando a entrada dos investimentos estrangeiros no país. Assim, um dos pilares do Visão 2030 é justamente transformar a Arábia Saudita em um centro de investimentos globais.

Desde 2015, o PIB saudita cresceu 66% e, atualmente, é a economia que cresce mais rápido entre as dos países que compõem o G20.

Em todo o mundo, o produto interno bruto 2022 foi de 12.025 dólares per capita. Em contraste, o PIB da Arábia Saudita atingiu 31.855 dólares por habitante, ou 1,052 trilhão de dólares para o país como um todo, prevendo chegar a 1,6 trilhão de dólares em 2030. A Arábia Saudita é, portanto, uma das grandes economias do mundo e ocupa atualmente a 17ª posição.

Segundo análises sauditas, a elevação de produtividade por meio da reforma econômica permitirá ao país duplicar seu PIB e criar até 6 milhões de novos empregos até 2030. Com as reformas, Riad pretende elevar sua renda não petroleira, de US$ 43,6 bilhões em 2015 para US$ 267 bilhões em 2030. 


Mercado de Defesa saudita
Para que seja melhor entendido o que significa esse país em termos de mercado de defesa para os produtos brasileiros, a LRCA Defense Consulting realizou um levantamento sobre aspectos importantes da Arábia Saudita, especialmente aqueles que podem influenciar os negócios em andamento com a Taurus Armas, objetivo desta matéria.

Em termos desse mercado, o foco do Programa Visão 2030 é a fabricação local de armamentos e demais materiais de Defesa em parceria com renomadas empresas estrangeiras,  possibilitando que mais de 50% dos gastos militares do Reino sejam destinados ao seu próprio parque industrial.

Gastos com Defesa

Historicamente, a Arábia Saudita gastava, em média, 6% a 7% do PIB ao ano, ou seja, algo próximo a 70 bilhões de dólares com seu setor de defesa. Com 7,4% em 2022, o Reino gastou mais de seu produto interno bruto (PIB) em defesa do que qualquer outro país, exceto a Ucrânia, atingindo cerca de 75 bilhões de dólares. Somente os gastos recorrentes com armas e munições, perfazem um total estimado de US$ 1 bilhão por ano. Tais números tornam o país um dos que mais investem em defesa, sendo o 5º no ranking mundial.

Toda a região do Oriente Médio viu seus gastos com defesa chegarem a US$ 184 bilhões em 2022.

Efetivos militares e de segurança
As Forças Armadas da Arábia Saudita têm um efetivo total de cerca de 258.000 integrantes ativos, sendo aproximadamente 125.000 sob o Ministério da Defesa e Aviação, dos quais 75.000 nas Forças Terrestres, 15.000 nas Forças Navais (incluindo cerca de 3.000 fuzileiros navais) e 35.000 na Força Aérea, Defesa Aérea e Forças de Mísseis Estratégicos. Além disso, há 130.000 militares na Guarda Nacional (SANG).

A Guarda Nacional, também conhecida como Exército Branco, é uma força terrestre separada do Ministério da Defesa, e é responsável pela segurança interna, proteção da família real e ameaças externas. A Guarda Real é uma estrutura separada das Forças Armadas cuja principal responsabilidade é a segurança e proteção da família real saudita. A Guarda Real também fornece segurança e proteção às delegações e autoridades convidadas durante as visitas oficiais ao Reino. A Guarda Nacional, a Guarda Real e a Guarda de Fronteira estão sob a tutela do Ministério da Guarda Nacional.

As funções de polícia, investigações e manutenção de ordem pública são de responsabilidade do Ministério do Interior, estando sob seus cuidados as forças de segurança especiais e as forças de proteção às infraestruturas (refinarias de petróleo, portos, aeroportos). São cerca de 50.000 policiais, equipados com armas leves e recrutados em todas as regiões do Reino.

Em 2017, através de um decreto real, foi criada a Presidency of State Security (PSS), um órgão de segurança que combina os serviços de contraterrorismo e inteligência doméstica sob um mesmo comando. A PSS é responsável pelos assuntos relacionados à segurança de estado e é supervisionada pelo rei. Os integrantes da PSS são oriundos das demais forças de segurança e agências existentes.


O serviço militar não é obrigatório na Arábia Saudita. Em 2018, as mulheres foram autorizadas a se alistar nas forças armadas. No entanto, seus trabalhos não envolviam combate, mas lhes davam a oportunidade de trabalhar na segurança e no controle de passaportes. No ano seguinte, foi permitido às mulheres ingressar nas forças armadas como combatentes e, em 2021, as primeiras recrutas do país se formaram no Centro de Treinamento de Quadros Femininos das Forças Armadas.

A mudança para permitir que mulheres entrassem no exército saudita veio como parte da iniciativa Visão 2030 do reino, que busca reformar quase todos os aspectos da vida e do governo. Um aspecto é o empoderamento das mulheres e a igualdade de gênero em todos os campos.


Fabricação local de armamento leve e sua munição
A Military Industries Corporation (MIC) é uma empresa estatal fundada em 1953 e controlada pelas Forças Terrestres, sob a tutela do Ministério da Defesa. Em 2017, a MIC tornou-se uma subsidiária da Saudi Arabian Military Industries (SAMI), após a criação desta. Por mais de vinte anos, as empresas europeias tiveram forte influência e acesso ao mercado local, estabelecendo parcerias com a MIC para fabricação de armas leves (H&K) e munições de pequenos calibres (a FN montou diversas linhas na MIC). Porém, pelo passado recente de decisões dos governos europeus contrárias aos interesses sauditas, o governo local tem procurado outros fabricantes que possam minimizar o risco de não-fornecimento e acesso à tecnologia.

M
eta de nacionalizar mais de 50% dos gastos militares do país até 2030

Em 2017, foi criada a GAMI - General Authority for Military Industries (Autoridade Geral das Indústrias Militares), uma entidade governamental criada pelo Conselho de Ministros. A GAMI é a autoridade para as indústrias militares e para a centralização de aquisição de produtos de defesa, sendo o órgão regulador do setor e o principal fomentador das indústrias militares sauditas.

Cabe à GAMI desempenhar um papel fundamental na consecução das metas estabelecidas pelo plano desenvolvimentista denominado Visão 2030, que inclui uma meta de nacionalizar mais de 50% dos gastos militares do país até 2030. A GAMI é responsável por orientar o setor das indústrias militares, estabelecendo seus regulamentos, monitorando seu desempenho, desenvolvendo os recursos necessários e gerenciando a aquisição militar (sistemas militares, equipamentos e serviços para todas as entidades militares) para garantir o crescimento e a sustentação das indústrias militares locais.

O mandato do GAMI abrange tanto as entidades de defesa como de segurança em matéria de aquisições/parcerias. Em síntese, é a GAMI que pode definir os padrões e centralizar todo o processo de aquisição e de parcerias das forças militares e de segurança no Reino, otimizando os recursos e estimulando a indústria local.
Production).


Armamento leve e munições
O armamento leve padrão presente nas Forças Terrestres, Força Aérea, Marinha e Defesa Antiaérea & Forças de Mísseis Estratégicos inclui os seguintes modelos e marcas:

1) Pistolas: FN (High Power), SIG Sauer (P226), Heckler & Koch (H&K P9) e Glock (17 e 19) são as fabricantes mais presentes nas FFAA e forças de segurança. O calibre padrão é 9mm. Há dezenas de outros fabricantes e plataformas em uso, uma vez que, até um passado recente, cada usuário poderia definir sua compra. O calibre de escolha, em geral, é o 9mm Parabellum. Não há produção local de pistolas.

2) Fuzis de Assalto/Carabinas: H&K G3 (fabricado localmente sob licença alemã, porém a unidade está atualmente inoperante e obsoleta), H&K G36 (fabricado localmente sob licença alemã), H&K 33E, FN SCAR-H, FN P90, FN FAL, Kalashnikov (AKM, AKMS e AK 103; este último é fabricado sob licença e amplamente empregado pelo Joint Forces, em operações no conflito ao sul do país), Colt M16A2, Colt M4 e Steyer AUG A3. O calibre padrão é 7,62x51mm para os fuzis (exceto para os Kalashnikov, que usam o 7,62x39mm) e 5.56x45mm para as carabinas e M16.

3) Submetralhadoras: H&K MP5 (era fabricada localmente sob licença alemã, mas a unidade está hoje inoperante e obsoleta) e Beretta M12. O calibre padrão é 9mm.

4) Munições para armas leves: o país produz munições para os calibres 9x19mm (pistolas e submetralhadoras), 5.56x45mm (carabinas e M16) e 7.62x51mm (fuzis de assalto, exceto os AK).


Informações relevantes sobre o mercado saudita
A informação mais relevante é que o governo alemão, país de origem das armas Heckler & Koch (HK), não autorizou a renovação da licença de fabricação e, portanto, a MIC somente poderá fabricar armas enquanto durarem os estoques de peças e matéria-prima. De forma semelhante, a empresa belga FN Herstal também está impossibilitada de realizar novas vendas ou produção no país, uma vez que o parlamento belga, seguindo a decisão do governo alemão, cerceou o acesso saudita às armas e munições leves fabricadas pelas empresas de seu país.

Em resumo, além de não haver produção local de pistolas,  a Arábia Saudita não conseguirá manter sua produção de fuzis de assalto, carabinas e submetralhadora, haja vista as questões políticas e geopolíticas envolvidas.

A estimativa é de que, nos próximos três anos, o mercado potencial somente de pistolas 9mm seja de 30 a 50 mil armas por ano e de 20 a 30 mil fuzis de assalto e carabinas por ano, podendo tais números serem fortemente majorados com o estabelecimento da joint venture entre a Taurus e a SCOPA, haja vista que essa nova empresa passará, então, a ter o apoio e o fomento do governo saudita, pois a GAMI oferece preferência de compra ao material produzido localmente. Não está inserido nessas estimativas o consumo anual do mercado civil de pistolas 9mm, que é pouco expressivo, perfazendo aproximadamente 5 mil armas por ano.

No entanto, a ideia dos sauditas é, além do mercado local, explorar oportunidades no mercado externo, principalmente nos países em que possui forte influência política e/ou econômica. Como a Taurus escreveu no Fato Relevante: "O objetivo da joint venture será a fabricação de armas Taurus no Reino da Arábia Saudita e comercialização em toda a região do GCC (Cooperation Council for the Arab States of the Gulf), que tem como membros os seguintes países: Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã".

Além disso, o ministro saudita declarou hoje que as iniciativas da Arábia Saudita visam também a grande região MENA, composta por 19 países do Oriente Médio e do Norte da África

Assim, embora a motivação principal da Taurus seja a de fornecer seus produtos para um dos maiores compradores de armas do mundo, o fato de poder usar a Arábia Saudita como base de exportação para mercados hoje inacessíveis a ela, pode se tornar uma estratégia de grande sucesso.

Região MENA

Conclusão
Em síntese, um dos países mais ricos do mundo e que mais gastam em Defesa não possui, em termos operacionais, uma indústria própria de armamento leve e quer estabelecê-la com urgência. Assim, a SCOPA Defense - sua empresa predominante de Defesa - assinou hoje um Memorando de Entendimento para estudar uma parceria com a Taurus Armas para esse fim, haja vista o elevado conceito mundial da multinacional brasileira em produzir armas modernas que embutem um alto nível de inovação, tecnologia e confiabilidade.

Se tudo for acertado, a joint venture a ser criada poderá passar a ser a fornecedora oficial de armamento leve do Reino da Arábia Saudita, podendo ainda exportar seus produtos para os países do Conselho de Cooperação do Golfo e da Região MENA, aos quais não tem acesso atualmente.

Para além disso, a concretização do negócio tende a levar a Taurus para um  patamar ainda mais elevado no universo das fabricantes internacionais de armamento leve, capaz de viabilizar novos e importantes negócios nos mercados militar, policial e civil de outros países.

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