*LRCA Defense Consulting - 12/06/2025
A Embraer publicou um relatório sobre o potencial inexplorado para aprimorar a conectividade aérea intra-africana. O estudo abrangente destaca o papel crítico da melhoria das viagens aéreas no crescimento econômico e no desenvolvimento em todo o continente africano e foi apresentado hoje na conferência AviaDev em Zanzibar.
Apesar de a África representar 18% da população global, ela contribui com menos de 3% para o PIB global e apenas 2,1% para o tráfego aéreo global de passageiros e cargas, de acordo com a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA). Essa disparidade é fundamental para a limitada conectividade aérea intra-regional do continente, um gargalo significativo no desenvolvimento econômico e da aviação da África.
O relatório identifica a necessidade de voos mais diretos, mais frequências, hubs eficientes, tecnologia aprimorada e parcerias/alianças mais fortes, além de foco no tamanho certo de aeronaves e na experiência do passageiro, e está disponível para download.
Potencial de Crescimento Econômico e da Aviação
Espera-se que o PIB da África cresça 3,8% ao ano nos próximos 20 anos, com um crescimento projetado do RPK (Passageiro-Quilômetro Operacional) de 4,4% ao ano, superando as taxas de crescimento da Europa e da América do Norte. Embora a África tenha a menor propensão a viagens do mundo, seu potencial de crescimento é imenso. O desenvolvimento da conectividade intrarregional será um fator-chave para esse crescimento.
Desafios Atuais de Conectividade
Atualmente, 64% dos mercados intra-africanos são atendidos com sete voos semanais ou menos, indicando uma oportunidade significativa para aprimorar a conectividade. Muitos mercados africanos de origem e destino (O&D) continuam mal atendidos ou totalmente desassistidos por voos diretos, forçando alguns passageiros a fazerem conexões por meio de hubs distantes, às vezes tão distantes quanto a Europa ou o Oriente Médio.
Oportunidades Estratégicas
O relatório da Embraer identifica 45 rotas intra-africanas atualmente não atendidas por um voo direto, que poderiam sustentar múltiplos voos diretos semanais, apoiando o crescimento econômico regional. As 10 principais rotas poderiam sustentar pelo menos três voos diretos por semana com uma aeronave de 100 assentos.
O relatório também utiliza uma curva de estímulo intra-africana desenvolvida pela Embraer, com base em dados de tráfego dos últimos 10 anos, que estima o número esperado de passageiros ao abrir um voo direto. Os dados mostram que o fator de estímulo varia de acordo com o tamanho do mercado. Por exemplo, um mercado com 50 passageiros antes da abertura de um voo direto terá um aumento de 40% na demanda. Para um mercado menor, como 20 passageiros, a abertura de um voo direto resultaria em um aumento de 80% na demanda.
Operações eficientes em hubs e o aumento das frequências também são cruciais para melhorar a qualidade da conectividade, oferecendo aos passageiros mais flexibilidade e conveniência.
Implantação de Aeronaves
Aeronaves do tamanho certo, como o E2 da Embraer, são essenciais para o desenvolvimento da conectividade em mercados fragmentados. Essas aeronaves oferecem custos de viagem mais baixos e maior alcance, tornando-as ideais para rotas de curta e média distância, além de se destacarem na abertura, manutenção e expansão de novas rotas.
Stephan Hannemann, Vice-Presidente Sênior de Vendas e Marketing, Chefe da Região Oriente Médio e África da Embraer Aviação Comercial, afirmou: “Este relatório, e os dados que o sustentam, destacam o potencial significativo para novas rotas e melhor conectividade de hubs em toda a África. Ao implantar a aeronave certa e aprimorar as viagens aéreas intrarregionais, a África pode desbloquear novas oportunidades econômicas, melhorar a experiência geral de viagem para milhões de passageiros e liberar o potencial econômico do continente.”
"A AviaDev África se dedica a apoiar o desenvolvimento da conectividade aérea de, para e dentro da África Subsaariana. O novo relatório da Embraer ilustra as vastas oportunidades já disponíveis para proporcionar melhor conectividade intra-africana e garantir um futuro robusto e resiliente", afirma Jon Howell, CEO e fundador da AviaDev.
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