*LRCA Defense Consulting - 30/12/2025
A Força Aérea Brasileira (FAB) consolidou um dos passos mais aguardados de seu processo de modernização ao declarar que o caça F-39E Gripen alcançou plena capacidade operacional, coroando uma sequência de ensaios, certificações e exercícios de tiro real conduzidos ao longo de 2024 e 2025. O marco coloca o Brasil em um novo patamar de dissuasão e capacidade de resposta, ao combinar armamentos de última geração, integração em rede e elevada consciência situacional em um vetor já inserido na rotina operacional do Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1º GDA), o Esquadrão Jaguar.
Segundo a FAB, a certificação operacional do Gripen resulta de uma campanha abrangente que envolveu o lançamento real do míssil ar-ar de longo alcance Meteor, a integração de mísseis de curto alcance e a plena validação dos sistemas de reabastecimento em voo com o KC-390 Millennium, além do primeiro exercício de tiro aéreo com o canhão Mauser BK-27 de 27 mm. Esses eventos, realizados em coordenação com o Instituto de Aplicações Operacionais (IAOP) e o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), permitiram avaliar desempenho, logística e doutrina de emprego em cenários reais, desde o alerta de defesa aérea até desdobramentos em diferentes regiões do território nacional.
Do ponto de vista operacional, a chegada do Gripen representa um salto em relação às plataformas de gerações anteriores, como o F-5M, ao oferecer maior alcance, melhor performance em combate além do alcance visual (BVR) e um pacote de sensores e armamentos capaz de engajar múltiplos alvos em ambientes complexos. Com a combinação do radar avançado, sistemas de guerra eletrônica e datalinks táticos, o caça torna-se um nó central na arquitetura de comando e controle da FAB, ampliando a capacidade de vigilância e resposta rápida frente a ameaças aéreas ou incursões em áreas sensíveis.
A plena capacidade operacional do F-39E também tem impacto direto sobre a doutrina e a formação de pilotos de caça, que vêm passando por processos de treinamento específicos, tanto na Suécia quanto no Brasil, para explorar todo o potencial do novo vetor multimissão. Exercícios recentes de tiro e reabastecimento em voo são usados como laboratório para o desenvolvimento de táticas, técnicas e procedimentos, reforçando a prontidão do 1º GDA para manter o alerta de defesa aérea 24 horas por dia.
No plano estratégico, a FAB destaca que a consolidação do Gripen como caça plenamente operacional fortalece a soberania e o domínio aeroespacial do país, ao integrar capacidade de defesa aérea, policiamento do espaço aéreo e missões de emprego de precisão em profundidade. A frota em expansão de F-39E, recebida em lotes ao longo dos últimos anos, passa agora a operar com todo o espectro de armamentos homologados, elevando o patamar tecnológico da Força e projetando efeitos sobre a indústria de defesa nacional, envolvida em transferência de tecnologia, engenharia e suporte logístico ao longo de todo o ciclo de vida da aeronave.

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