![]() |
| Imagem meramente ilustrativa |
*LRCA Defense Consulting - 10/12/2025
Em um marco para a cooperação naval Sul-Sul, a Marinha do Brasil (MB) assinou ontem, 9 de dezembro, um Memorando de Entendimento (MoU) tripartite com a Marinha da Índia e o estaleiro estatal indiano Mazagon Dock Shipbuilders Limited (MDL). O acordo foca na troca de informações sobre manutenção de submarinos da classe Scorpène e outras embarcações, visando aprimorar o suporte ao ciclo de vida dessas plataformas estratégicas.
A cerimônia ocorreu durante a visita oficial do Almirante Dinesh K. Tripathi, Chefe do Estado-Maior da Marinha indiana (CNS), ao Brasil, entre 9 e 12 de dezembro. Tripathi reuniu-se com autoridades brasileiras, incluindo o Ministro da Defesa José Múcio Monteiro Filho, o Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas Almirante Renato Rodrigues de Aguiar Freire e o Comandante da MB Almirante Marcos Sampaio Olsen. Os signatários foram o Almirante Tripathi, o Almirante Olsen e o Capitão Jagmohan, presidente da MDL.
Pilar estratégico da parceria bilateral
O MoU alinha-se aos cinco pilares da cooperação Índia-Brasil
para a próxima década, com defesa e segurança em destaque, conforme acordos da
visita do Primeiro-Ministro Narendra Modi ao Brasil e reuniões como a de
outubro de 2025 entre o Ministro Rajnath Singh e o Vice-Presidente Geraldo
Alckmin. Inclui compartilhamento de práticas de manutenção, logística,
treinamento e inovação em reparos, além de avanços em P&D, serviços
hidrográficos e conscientização marítima no Atlântico Sul e Oceano Índico.
Tanto o Brasil quanto a Índia operam submarinos Scorpène – o Brasil em seu programa PROSUB e a Índia no Projeto 75 pela MDL –, o que potencializa sinergias operacionais e interoperabilidade em exercícios conjuntos, cibersegurança e compartilhamento de dados classificados.
Impactos para a defesa regional
Essa iniciativa fortalece a prontidão naval de ambas as
nações e abre portas para colaborações futuras, como uma possível visita de
Estado do Presidente brasileiro à Índia em 2026. Analistas veem
o acordo como um contrapeso estratégico em regiões de crescente tensão
marítima, promovendo autonomia tecnológica sem dependência de fornecedores
tradicionais.

Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário será submetido ao Administrador. Não serão publicados comentários ofensivos ou que visem desabonar a imagem das empresas (críticas destrutivas).