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18 agosto, 2025

RADAZ e TreeX firmam parceria exclusiva para aplicação de radar SAR no setor de florestas plantadas

 

 
*LRCA Defense Consulting - 18/08/2025

A RADAZ, empresa brasileira especializada em radares SAR ultracompactos embarcados em drones, e a TreeX, companhia sediada em Curitiba (PR) focada em florestas plantadas, anunciam parceria estratégica exclusiva para atuação conjunta no setor. A iniciativa visa expandir o uso de soluções baseadas em sensoriamento remoto de alta resolução nas operações florestais no Brasil, com aplicação direta no manejo de áreas cultivadas, controle de pragas, avaliação e estimativa de biomassa e análise de solo e subsolo.

A tecnologia central da parceria é o radar RD350, desenvolvido pela RADAZ. Com apenas 5 kg, o equipamento de abertura sintética se destaca por ser o único no mundo a operar simultaneamente nas bandas C, L e P — o que garante leituras precisas e contínuas da vegetação e do subsolo, mesmo em ambientes de floresta densa e em condições de baixa ou nenhuma luminosidade.

A combinação das bandas permite diagnósticos tomográficos decimétricos, capazes de identificar, por exemplo, de formigueiros subterrâneos até sinais de erosão e compactação do solo, níveis de umidade e geração de modelos 3D de biomassa. Os dados gerados são compatíveis com sistemas GIS (em formato GeoTIFF), além de software proprietário que realiza a análise automática de imagens e informações.

O radar RD350 já está em operação em países como Brasil, Alemanha, Inglaterra, Itália, Suécia e Emirados Árabes Unidos, e em breve entrará em operação na Finlândia. Além de uso na área do agronegócio, a tecnologia está sendo aplicada no monitoramento de áreas de difícil acesso, dutos subterrâneos, camadas geológicas e redes hídricas sob vegetação fechada.

A TreeX, por sua vez, reúne profissionais com ampla experiência no setor florestal, com passagens por empresas como Klabin, Brookfield, Malinovski e Brasil Florestal. Com atuação nas áreas de negócios, consultoria e tecnologias, a empresa opera drones voltados ao monitoramento florestal e será responsável por viabilizar a aplicação da tecnologia com clientes do setor no Brasil. Estão previstas também demonstrações técnicas em campo.

A parceria foi firmada com exclusividade para o segmento de florestas plantadas e tem como objetivo gerar ganhos operacionais, econômicos e ambientais: redução de perdas por pragas, maior eficiência no uso de insumos, redução da necessidade de mão de obra, aprimoramento do planejamento florestal e melhor retorno financeiro para operações de médio e grande porte.

“É uma grande satisfação unirmos forças com uma empresa especializada no setor agroflorestal para abertura de novas oportunidades de negócio para a RADAZ nesse segmento”, afirma o CEO da empresa, Norivaldo Corrêa Filho.

Igualmente entusiasmado com o negócio, o sócio da TreeX José Totti salienta que a união da experiência prática da TreeX com a tecnologia da RADAZ representa um divisor de águas para o setor de florestas plantadas. “Estamos animados com o potencial de transformação dessa parceria para os nossos clientes”.

A divulgação oficial da parceria ocorre durante a Show Florestal 2025, realizada de 19 a 21 de agosto, em Três Lagoas (MS), um dos principais polos brasileiros de florestas plantadas. A feira da indústria do eucalipto é uma das principais vitrines do setor desse segmento na América Latina.

Sobre a RADAZ
Fundada em 2017, a RADAZ desenvolve soluções de sensoriamento remoto por radar, combinando tecnologia de ponta com excelência técnica. Desde sua criação, a empresa consolidou sua presença no mercado nacional e internacional, com crescimento contínuo impulsionado principalmente pelas exportações.

Sediada no estado de São Paulo, a RADAZ atua globalmente, alinhada às melhores práticas de ESG (ambientais, sociais e de governança). Com seis pedidos de patente — incluindo um já concedido nos Estados Unidos —, a empresa aposta na diversificação de mercados e no fortalecimento de parcerias estratégicas. O portfólio da companhia tem aplicação em setores como mineração, gestão ambiental, defesa civil e infraestrutura urbana, com foco em soluções de alto desempenho para o desenvolvimento sustentável e a segurança de operações em diferentes áreas da sociedade.

Sobre a TreeX
TreeX é formada por profissionais com ampla experiência no setor florestal. Sua atuação está estruturada em três frentes: negócios, consultoria e tecnologias.

A empresa apoia clientes na gestão de ativos, na melhoria da produtividade e na definição de parâmetros de competitividade alinhados às demandas do mercado.

O propósito da TreeX é atuar como parceiro estratégico de organizações que buscam fortalecer sua posição no setor e adotar soluções tecnológicas para a criação de valor e evolução de seus negócios. 

Saiba mais:

- Brasileira Radaz vai abrir uma filial nos Emirados Árabes Unidos

- Olhos que atravessam o solo: a nova fronteira do reconhecimento por drones

- Radar RD350, da Radaz, em potenciais aplicações militares e de segurança

06 agosto, 2025

Brasileira Radaz vai abrir uma filial nos Emirados Árabes Unidos

 


*Brazil-Arab News Agency, por Isaura Daniel - 06/08/2025

A empresa brasileira de tecnologia Radaz está conquistando mercado no exterior com o fornecimento de um radar compacto que opera acoplado a um drone. Atualmente em transição entre categorias de porte, mas ainda classificada como startup, a Radaz, de São José dos Campos, espera dobrar seu faturamento este ano, e um dos seus pilares para isso é a expansão internacional e um relacionamento sólido com os Emirados Árabes Unidos, onde a empresa planeja abrir uma subsidiária em breve.

“O que temos visto são países com alta tecnologia comprando nosso radar, o que atesta suas particularidades únicas. É um produto altamente inovador, considerado de alto valor agregado”, disse Fernando Ikedo, diretor comercial da Radaz, à ANBA. A empresa já realizou vendas em países como Alemanha, Suécia, Inglaterra e Itália, e uma entrega está prevista para breve na Finlândia. Os Emirados Árabes Unidos são o principal destino internacional da Radaz.

A base para a internacionalização é o radar de abertura sintética (SAR) RD350, exclusivo da empresa, uma unidade compacta de apenas cinco quilos que opera a bordo de um pequeno drone. Segundo a Radaz, é o único radar do mundo a operar simultaneamente em três bandas diferentes: C, L e P. "É isso que confere à nossa solução seu caráter inovador", afirma Ikedo.

As bandas são as faixas de frequência nas quais o radar opera. A banda C permite identificar a cobertura vegetal em uma área, como o topo de um canavial ou a copa de uma floresta. A banda L permite a captura de informações no nível do solo e alguns centímetros abaixo dele, fornecendo dados sobre o terreno, nascentes de água e tudo o mais que estiver lá.

“O trabalho em conjunto dessas bandas produz resultados interessantes. Ao combinar as bandas C e L, é possível medir biomassa, volume de árvores e umidade do solo”, explica Ikedo. A banda P mostra o que existe no subsolo, de 10 a 20 metros de profundidade, e uma profundidade de até 120 metros foi alcançada para atender a uma necessidade específica.

Fernando Ikedo, diretor comercial da Radaz: a empresa fornece seus produtos para países tecnologicamente avançados

Fundada em 2017 com foco em pesquisa e no meio acadêmico, a Radaz desenvolveu seu RD350 analisando radares de abertura sintética de larga escala de décadas passadas, que precisavam ser instalados em aeronaves ou satélites para uso. Ao desenvolver seu produto, a startup se propôs a ampliar o uso e democratizar o acesso a essa tecnologia, de acordo com Ikedo.

“Quando se tem um radar de 100 quilos que só pode ser transportado por aeronaves ou satélites, muitos segmentos ficam sem cobertura porque isso é muito caro. Só colocar um avião no ar já custa uma fortuna”, ressalta o diretor comercial. A Radaz trabalhou na miniaturização do radar e, por fim, chegou ao seu produto atual. O peso de cinco quilos do radar inclui suas antenas e estrutura. A “cereja do bolo”, como diz Ikedo, foi a banda P e a capacidade de empregar as três bandas juntas.

O dispositivo tem inúmeras aplicações. O diretor comercial menciona que ele é usado na indústria agroflorestal para detectar formigueiros. "Em vez de desperdiçar formigueiro pulverizando-o por toda a área, você se concentra onde o formigueiro está", exemplifica. Seus propósitos incluem encontrar depósitos minerais, mapear tocas de castores, encontrar pessoas desaparecidas e esqueletos, detectar oleodutos e torneiras feitas por ladrões e inspecionar barragens de mineração.

Segundo Ikedo, no Brasil, o RD350 é utilizado principalmente em centros de pesquisa, mas também em setores como agrofloresta e mineração. Em outros países, a pesquisa também é o principal objetivo, incluindo estudos sobre vulcões, florestas, geologia, agricultura de precisão, etc. "A Radaz tem sido essencialmente um negócio de exportação", afirma o diretor comercial.

Radares para os Emirados Árabes Unidos
O relacionamento com os Emirados Árabes Unidos surgiu em 2021. Entre os clientes da Radaz no país está o Instituto de Inovação Tecnológica (TII), que opera mais de dez radares da empresa brasileira. Ikedo observa que o relacionamento é construído com base em uma profunda confiança, e a Radaz desenvolve tecnologias sob demanda para o TII. Como o TII se concentra em inovação tecnológica, os radares são utilizados para uma ampla gama de propósitos. Ikedo menciona alguns, como encontrar canos de água e conduzir pesquisas em sítios arqueológicos.

A nova filial da Radaz nos Emirados Árabes Unidos, mais especificamente em Abu Dhabi, deve ser inaugurada neste ou no próximo mês, de acordo com Ikedo. "Nosso objetivo é lançar operações lá para ficar mais perto da TII, nossa cliente, para poder ter técnicos e engenheiros apoiando projetos localmente e, eventualmente, é claro, expandir ainda mais as operações", afirma. A empresa não descarta a possibilidade de ter operações de fabricação no país árabe no futuro.

Um salto na receita

O ano de 2025 deve ser um marco para a Radaz, que inaugurou uma nova sede em maio, na cidade de São José dos Campos, onde também está localizada sua outra unidade, e está a caminho de mais que dobrar sua receita de R$ 17 milhões (US$ 3 milhões) em 2024. De acordo com Ikedo, embora a empresa espere aumentar as vendas no Brasil, sua perspectiva de crescimento para 2025 é sustentada principalmente pela exportação, com negócios fechados e alguns em andamento para este ano, além da perspectiva de expandir seus negócios nos Emirados Árabes Unidos.

Da esquerda para a direita, João, Laila, Norivaldo e Christian

Atualmente, a Radaz é comandada pelo contador, CEO e presidente do conselho, Norivaldo Corrêa Filho, ao lado de uma equipe com sólida formação acadêmica, incluindo João Roberto Moreira Neto, engenheiro-chefe e conselheiro, formado em Engenharia Eletrônica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e doutor pela Universidade Técnica de Munique.

Também fazem parte da equipe a diretora técnica, sócia e cofundadora Laila Fabi Moreira, formada em Engenharia Elétrica pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) e com mestrado e doutorado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); e o diretor de desenvolvimento de software, sócio e cofundador Christian Wimmer, formado em Física e doutorado pela Universidade de Regensburg.

Saiba mais:
- Olhos que atravessam o solo: a nova fronteira do reconhecimento por drones
 

02 agosto, 2025

Olhos que atravessam o solo: a nova fronteira do reconhecimento por drones


*LRCA Defense Consulting - 02/08/2025

Um drone equipado com tecnologia de radar de abertura sintética (SAR) está permitindo enxergar estruturas enterradas no subsolo com precisão inédita — como colônias de formigas, túneis ou pertences escondidos. Essa solução, desenvolvida no Brasil pela startup brasileira Radaz com apoio da Unicamp e aplicada em parceria com empresas como a Klabin, está transformando setores que vão da agricultura à arqueologia, passando por defesa e segurança pública, evidenciando seu uso dual.

Como funciona a tecnologia

Radar de Abertura Sintética (SAR): instalados em drones, transmitem sinais de baixa frequência (como na faixa P‑band), capazes de penetrar o solo e gerar imagens tomográficas do subsolo 

Padrões de voo sofisticados: trajetórias helicoidais permitem manter o radar sobre a área de interesse por mais tempo, melhorando a resolução tomográfica.

Inteligência artificial integrada: redes neurais profundas detectam padrões consistentes com objetos enterrados, como ninhos ou estruturas, com alta precisão.

Aplicações civis práticas
Agricultura e silvicultura
Na Klabin, a tecnologia foi testada em plantações de eucalipto para identificar ninhos de formigas cortadeiras a até 4 metros de profundidade. A taxa de acerto ficou em cerca de 80%, sem falsos positivos. Isso evita perdas significativas na produção e reduz o uso de inseticidas, ao detectar infestação de forma precisa e eficiente.

Mineração e geologia
Pode mapear subsidência de solos em áreas densamente vegetadas e detectar rochas até 100 metros abaixo da superfície — algo que satélites não conseguem com precisão similar.

Arqueologia
Projetos usam a tecnologia para localizar túmulos, objetos ou vestígios arqueológicos com mínima intervenção no solo. 

Aplicações em defesa e segurança pública
A capacidade de "enxergar" o que está enterrado sem contato físico com o solo abre um leque de aplicações estratégicas para uso militar e de segurança pública. Entre os possíveis usos estão:

Detecção de explosivos enterrados, minas terrestres e armadilhas: drones equipados com radar SAR de baixa frequência podem sobrevoar áreas suspeitas e identificar objetos metálicos ou cavidades artificiais, reduzindo o risco para equipes humanas e agilizando operações em zonas de conflito ou de pós-guerra.

Localização de túneis e esconderijos subterrâneos: em contextos de combate ao narcotráfico, contrabando ou terrorismo, a tecnologia pode identificar passagens escavadas sob fronteiras, favelas, presídios ou áreas de mata fechada — com mais precisão do que sensores térmicos ou satélites convencionais.

Reconhecimento tático e inteligência geológica: forças armadas podem empregar a tecnologia para mapear áreas de interesse estratégico, como terrenos acidentados ou potencialmente instáveis, ou para obter informações sobre infraestrutura oculta de oponentes.

Busca e salvamento: após terremotos, deslizamentos ou desabamentos urbanos, o radar pode ajudar a localizar vítimas presas sob os escombros ou áreas instáveis, guiando os resgates com segurança e rapidez. A tecnologia já foi empregada também em operações de busca a desaparecidos em terrenos alagadiços ou pantanosos, direcionando equipes para áreas promissoras.

O uso de drones SAR nesses cenários oferece a vantagem de operações remotas, discretas e não intrusivas, com risco reduzido e maior capacidade de cobertura. A adoção pela Defesa brasileira ou por forças policiais especializadas (como BOPE ou PF) ainda é incipiente, mas o potencial de aplicação é elevado — especialmente em um país de vasto território e diversidade geológica como o Brasil.

Exemplos internacionais do uso militar da tecnologia SAR em drones

Estados Unidos: as forças armadas norte-americanas já utilizam radares de abertura sintética embarcados em aviões e drones como o Global Hawk e o RQ-170 Sentinel para vigilância em tempo real e mapeamento do terreno — inclusive com sensores de penetração de solo para detectar túneis do cartel mexicano ao longo da fronteira sul.

Israel: além de radares SAR convencionais, Israel tem investido em drones táticos com sensores de penetração para localizar infraestruturas subterrâneas do Hamas, como túneis de contrabando e bunkers, em Gaza. A integração com inteligência artificial tem sido chave para diferenciar estruturas naturais de artificiais.

China: o exército chinês tem testado drones SAR de médio porte para mapeamento de cavernas e bunkers em regiões montanhosas e fronteiras críticas, com foco em dissuasão estratégica e capacidade de contrainteligência.

Por que essa inovação é relevante?
Custo reduzido e maior eficiência: grandes áreas podem ser mapeadas em poucos voos, sem necessidade de trabalho de campo intenso ou métodos invasivos.

Menor impacto ambiental
: escavações podem ser evitadas, mantendo sítios arqueológicos ou áreas agrícolas intactas até onde realmente houver algo enterrado.

Precisão aprimorada: a combinação de radar e IA minimiza falsos positivos e aumenta a confiabilidade dos resultados.

Desafios e perspectivas

Tipo de solo influenciando a penetração do sinal: solos argilosos ou úmidos podem limitar a profundidade alcançada pelo radar, exigindo ajustes de frequência e processamento 

Especialização técnica exigida
: desde a criação das trajetórias de voo até a interpretação dos dados de radar, são necessárias capacidades técnicas e conhecimento profundo da tecnologia.

Evolução constante: conforme miniaturização e sensores avançam, a expectativa é que drones SAR tornem-se ainda mais autônomos, podendo operar em enxames (swarm) e com processamento em tempo real.

Contexto no Brasil
A solução foi desenvolvida em parceria entre a Unicamp, a startup brasileira Radaz e a Klabin, dentro de programas de inovação como o PIPE da FAPESP. Trata-se da primeira vez no mundo que ninhos subterrâneos de formigas foram detectados com esse nível de acurácia usando tecnologia SAR embarcada em drone. 

O que vem pela frente?

Ampliação de usos: áreas como defesa, segurança pública, arqueologia, agronegócio, geologia e mineração devem continuar adotando essa tecnologia para detectar artefatos enterrados sem escavações.

Integração com outras tecnologias
: sensores como LiDAR e térmicos podem ser combinados, ampliando ainda mais o espectro de aplicação dessa abordagem.

Operação autônoma e enxames de drones
: sistemas que trabalham em cooperação poderão realizar mapeamentos amplos com rapidez e detalhamento.

Novo capítulo em exploração subterrânea
A união entre drones e radar SAR abre um novo capítulo em exploração subterrânea: é possível enxergar o que está oculto sem destruir o que está por cima. Seja para proteger plantações, acessar áreas geologicamente sensíveis ou realizar investigações forenses, essa tecnologia coloca o Brasil na vanguarda de uma revolução que combina mapeamento de precisão com inteligência artificial — uma verdadeira visão de raio-X do mundo real.

Além das imensas aplicações civis, o potencial para defesa e segurança pública é estratégico: drones com radar SAR podem localizar túneis clandestinos, armadilhas explosivas, esconderijos e outras ameaças invisíveis a olho nu, com baixo risco e alta precisão. Em um cenário global onde conflitos assimétricos, segurança de fronteiras e desastres naturais exigem respostas ágeis e tecnológicas, o radar embarcado em drones se torna uma ferramenta crucial para forças militares e operações policiais.


 Saiba mais:
- Radar RD350, da Radaz, em potenciais aplicações militares e de segurança 

04 junho, 2025

Radar RD350, da Radaz, em potenciais aplicações militares e de segurança

 


*LRCA Defense Consulting - 04/06/2025

A Radaz, uma empresa brasileira de tecnologia fundada em 2017, é especializada no desenvolvimento de radares de sensoriamento remoto de alta precisão. Originada a partir de pesquisas na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a empresa está sediada em São José dos Campos, São Paulo, e tem se destacado por criar soluções inovadoras e compactas para monitoramento de superfícies e estruturas subterrâneas.

O radar RD350 da Radaz representa uma inovação significativa no campo do sensoriamento remoto, destacando-se como o único radar de abertura sintética (SAR) embarcado em drones de classe 3 que opera simultaneamente nas bandas P, L e C. Com peso de apenas 5 kg, ele é compatível com drones como o Pelicano R3 da SkyDrones e o DJI Matrice 600 Pro, permitindo levantamentos aéreos de alta precisão em diversas condições ambientais.

Como uma solução compacta e poderosa para sensoriamento remoto, oferece capacidades únicas de penetração no solo e na vegetação, processamento automatizado e versatilidade operacional. Suas aplicações precípuas e potenciais abrangem o agronegócio, a pesquisa científica e operações de defesa e segurança.

Principais Características Técnicas
Três bandas simultâneas (P, L e C)
A banda P penetra até 120 metros no subsolo, a banda L fornece dados volumétricos e a banda C capta informações da copa das árvores, permitindo análises detalhadas do terreno e da vegetação.

Modos de voo versáteis

Suporta voos lineares para levantamentos topográficos amplos e voos helicoidais para tomografia de alta resolução, adaptando-se às necessidades específicas de cada missão.

Processamento automático de dados
Os dados coletados são processados automaticamente em um laptop fornecido com o sistema, entregando resultados como imagens SAR, modelos 3D e relatórios analíticos no mesmo tempo de duração do voo.

Alta produtividade

Capaz de cobrir até 500 hectares por dia em modo linear e 50 hectares em modo helicoidal, otimizando operações em larga escala.

Aplicações civis práticas
Inventário florestal automatizado
O modelo Forest Keeper RD350 estima automaticamente volume, DAP (diâmetro à altura do peito), altura das árvores e área basal com precisão de até 2%.

Detecção de estruturas subterrâneas
Identifica formigueiros, rochas e vazamentos em dutos, mesmo sob vegetação densa, com assertividade significativa, como demonstrado em projetos com empresas como a Klabin.

Monitoramento de subsidência
Detecta afundamentos do solo em áreas cobertas por vegetação, superando limitações de radares orbitais.

Agricultura de precisão
Auxilia na previsão de safra e na medição de umidade do solo, contribuindo para uma gestão agrícola mais eficiente.

Pesquisa e desenvolvimento
O modelo Explorer RD350 oferece acesso aberto aos dados brutos e de navegação, sendo ideal para universidades e centros de pesquisa que desejam desenvolver novas aplicações e algoritmos.

Aplicações potenciais em operações militares e de segurança
O radar RD350 da Radaz, embora desenvolvido inicialmente para aplicações civis e científicas, possui características tecnológicas que o tornam altamente aplicável em operações militares e de segurança, especialmente nas áreas de inteligência, vigilância, reconhecimento (ISR) e operações especiais, como:

Reconhecimento e inteligência (ISR) em terreno denso

As bandas P e L, que penetram vegetação e até o subsolo, são extremamente úteis para detectar:
- Abrigos camuflados.
- Redes de túneis.
- Depósitos subterrâneos.
- Posições inimigas sob cobertura florestal.

Aplicações práticas:

- Operações na Amazônia, selvas ou áreas de floresta densa.
- Reconhecimento de rotas clandestinas, como trilhas de narcotraficantes.

Detecção de ameaças subterrâneas
A penetração de até 120 metros no subsolo (banda P) permite:
- Localização de túneis transfronteiriços (contrabando, tráfico de drogas ou armas).
- Verificação de estruturas enterradas, como bunkers ou esconderijos.
- Monitoramento de atividades ilegais em fronteiras e zonas de conflito.

Vigilância persistente
A operação embarcada em drones de longa autonomia permite:
- Monitoramento de grandes áreas por longos períodos.
- Detecção de movimentos de tropas, veículos, embarcações e até pessoas, mesmo sob cobertura vegetal.
- Acompanhamento de atividades suspeitas sem necessidade de sobrevoo tripulado.

Controle de fronteiras e contrainteligência
Identificação de:
- Passagens clandestinas.
- Estruturas ocultas.
- Movimentações de grupos armados ou contrabandistas.

Análise de terreno e planejamento tático
- Geração de modelos digitais de terreno (MDT) com ou sem cobertura vegetal.
- Planejamento de rotas seguras.
- Avaliação de linhas de visada.
- Identificação de pontos estratégicos para vigilância ou operações ofensivas.

Monitoramento de infraestrutura crítica

- Vigilância de oleodutos, gasodutos, linhas de transmissão e outros tipos de pontos sensíveis.
- Detecção de tentativas de sabotagem ou interferências físicas.
- Identificação de subsidências, deslizamentos ou atividades clandestinas nas proximidades.

Operações especiais e busca e salvamento (SAR)
- Detecção de pessoas, veículos ou equipamentos ocultos em ambientes de difícil acesso.
- Auxílio em missões de busca de pessoas desaparecidas ou vítimas em áreas remotas.

Vantagens estratégicas
Portabilidade
Radar de 5 kg, operável por drones de médio porte, ideal para forças que necessitam de mobilidade.

Baixa detectabilidade
Operação embarcada em drones permite reduzir risco de detecção e exposição.

Processamento rápido
Dados processados em tempo real ou quase real, facilitando decisões rápidas em campo.

Versatilidade

Modos de voo linear (vigilância ampla) ou helicoidal (tomografia detalhada).

Limitações e considerações

- Dependência de drones de médio porte, com limitação de tempo de voo em comparação a aeronaves tripuladas.

- O radar não substitui sensores ópticos, térmicos ou eletromagnéticos, mas é complementar e pode preencher lacunas importantes não cobertas pelos demais tipos de sensoriamento.

- Sua capacidade de detecção é excelente contra alvos fixos ou semimóveis, mas menos eficaz contra alvos altamente móveis em tempo real.

Reconhecimento e expansão internacional
A tecnologia da Radaz tem ganhado destaque internacional, com exportações para países como Alemanha, Emirados Árabes Unidos, Suécia e Reino Unido. Instituições de pesquisa utilizam o RD350 em projetos diversos, incluindo o monitoramento de vulcões ativos na Islândia. No Brasil, a empresa tem colaborado com organizações como a Vale, Nexa, UNICAMP e o Instituto de Estudos Avançados da Força Aérea Brasileira.

No primeiro dia da DroneShow Robotics 2025 - principal evento da América Latina dedicado às tecnologias de drones, robótica e geotecnologia - que acontece de 03 a 05 de junho no Expo Center Norte – Pavilhão Azul, em São Paulo (SP), o estande da Radaz foi visitado por integrantes das três Forças Armadas do Brasil, evidenciando o interesse de militares pela tecnologia de sensoriamento remoto por radar (SAR).

Conclusão
O RD350 tem vasto potencial para uso militar e de segurança, especialmente em operações de inteligência, controle de fronteiras, combate ao narcotráfico, detecção de túneis, reconhecimento de terreno e localização de pessoas, equipamento, viaturas e construções sob vegetação densa. Sua portabilidade, aliada às capacidades de penetração no solo e cobertura vegetal, torna-o uma ferramenta estratégica, especialmente para forças que operam em biomas como a Amazônia ou em ambientes onde a camuflagem é um fator crítico. 

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