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19 março, 2021

Em turnaround "de livro", Taurus registra Patrimônio Líquido positivo e lucro de R$ 263,6 mi em 2020


*LRCA Defense Consulting - 19/03/2021

Ao divulgar o seu balanço referente ao 4T20 e ao ano de 2020, a Taurus Armas S.A. definitivamente surpreendeu analistas e acionistas ao apresentar Patrimônio Líquido positivo já agora (a previsão era para o 4T21) e registrar um excepcional lucro de 263,6 milhões de reais no ano passado. E isso foi alcançado com a subscrição de apenas uma parcela dos bônus (ainda restam R$ 178 mi) e sem a alienação dos ativos non core: fábrica de capacetes e terreno em Porto Alegre, ativos estes que poderão render cerca de 100 milhões de reais.

Sem dúvida, com esse balanço, a empresa mostra que realizou um verdadeiro "turnaround de livro".


 

Para analisar os resultados, vale transcrever a clara, lúcida e entusiasmada mensagem de Salesio Nuhs, CEO Global da empresa, recheando-a com infográficos do press release.

"Finalmente, patrimônio líquido positivo! A cada trimestre de 2020 os recordes em todos os indicadores operacionais se sucederam. A produção industrial se manteve em ritmo crescente, de modo que chegamos no último trimestre do ano com a média de produção, considerando as fábricas do Brasil e dos EUA, de 8.200 armas/dia e o total de 1,6 milhão de armas produzidas em 2020. 

Com a demanda aquecida em nossos principais mercados, Brasil e EUA, atingimos a marca de 1,8 milhão de armas vendidas, o que proporcionou receita de R$ 1.773,2 milhões. Isso representa aumento de 77,4% em relação a 2019, que já tinha sido um ano de resultados fortes para a Taurus. O crescimento da receita foi acompanhado de ganho de rentabilidade, a partir da firme gestão de custos e despesas, levando ao recorde também no lucro bruto, na margem bruta, no Ebitda e em sua margem.


Encerramos o ano com lucro líquido de R$ 263,6 milhões, o que permitiu reverter a posição de patrimônio líquido negativo que se mantinha na Taurus desde 2015. É um primeiro passo na direção de voltar a remunerar os acionistas com o pagamento de dividendos. E isso em apenas três anos a partir do choque de gestão que demos na Companhia, prazo bem mais curto do que o que se podia esperar.




Demos início à nossa gestão na Taurus, em 2018, com um propósito muito firme e um planejamento estratégico bem delineado, com foco em um objetivo claro: recuperar o equilíbrio da Companhia. Essa fase foi cumprida com sucesso. Os indicadores operacionais atingiram níveis sem precedentes para a Taurus e a questão do endividamento, que era um aspecto sensível, foi plenamente equalizada, com a razão de alavancagem dívida líquida/Ebitda saindo de 11,2 em 2018 para 1,7 ao final de 2020. Essa evolução se deve também, em grande parte, à visão estratégica do controlador em realizar uma operação de aumento de capital. Em 2020, foram capitalizados mais de R$ 40 milhões em exercícios dos bônus de subscrição, sendo que R$ 33,8 milhões foram realizados pelo controlador, parcela equivalente à 84,5% do total.




Foram mudanças profundas e definitivas, consolidando um perfil para a Taurus bastante diverso daquele de três anos atrás. Hoje a Taurus tem a maior margem bruta entre as empresas de armas que divulgam seus resultados. Nos preparamos para isso e temos, atualmente, o menor custo de produção, de modo que a margem bruta em 2020 foi de 42,6%, enquanto Ruger e Smith & Wesson – empresas do setor listadas em bolsa nos EUA – registraram margens, considerando os últimos 12 meses divulgados, de 33,7% e 39,6%, respectivamente. A Taurus é também a melhor empresa mundial do setor em termos de crescimento e de conquista de mercado.

A Companhia está muito bem estruturada e, quando se está preparado como estamos, tanto é possível superar mais rapidamente algum desafio que venha a surgir, como também se beneficiar mais amplamente de uma situação positiva de mercado. E nós estamos em uma situação muito favorável em nosso segmento de mercado desde o ano passado, com demanda em alta em nossos dois principais mercados – Brasil e EUA. O mercado norte-americano cresceu muito em 2020 e mantém essa tendência. Considerando os dados de intenção de compras do NICS (National Instant Criminal Background Check System), as consultas realizadas para a compra de arma nos meses de janeiro e fevereiro de 2021 nos EUA somaram 3,4 milhões, um número histórico, sem precedentes para igual período.

A possibilidade de ter uma arma proporciona, para o cidadão, maior sensação de liberdade e segurança para si e sua família. Para o consumidor, a arma é um produto que ele almeja e aguarda ansiosamente o momento de adquirir, é a realização de um sonho. Segundo pesquisa realizada no mercado norte-americano, 20 milhões de pessoas nesse país pretendem comprar sua primeira arma em 2021. E a Taurus é a primeira opção do consumidor que busca sua primeira arma de uso pessoal, em função da resistência, confiabilidade de funcionamento, custo x benefício e disponibilidade do produto. Nossa marca hoje é a 4ª mais vendida nos EUA e, se considerarmos as marcas de armas importadas no mercado norte-americano, desde 2019 a Taurus é líder de vendas.

Estamos com mais de um ano de produção futura vendida: temos back orders de 2,3 milhões armas, o que nos permite aumentar em pelo menos 30% as vendas e o Ebitda em 2021 em relação ao resultado que estamos apresentando agora, de 2020. As unidades do Brasil e dos EUA estão trabalhando intensamente e estamos nos preparando para aumentar ainda mais a produção, de modo a acompanhar esse ritmo da demanda. O ritmo de produção da fábrica no Brasil atualmente é de cerca de 6 mil armas/dia, o que representa produção de 1,1 milhão armas/ano. Nos EUA, a expectativa é que em 2021 a produção também já se aproxime da capacidade plena de produção de cerca de 800 mil armas no ano. Isso somaria 1,9 milhão de armas produzidas. Mas nossa meta é alcançar, ainda em 2021, a produção histórica de 2 milhões de armas.

Um possível limitador para seguir aumentando a produção poderia ser o fornecimento de matérias primas, uma vez que, atualmente, há uma crise de abastecimento que vai desde embalagens até commodities. De modo a evitar qualquer gargalo nesse sentido, alugamos um galpão próximo da fábrica de São Leopoldo para estoque de matérias primas, itens que são demandas mundiais. Assim temos garantido, e pretendemos manter esse padrão no decorrer do ano, um estoque de no mínimo três meses para as principais matérias primas, de forma a assegurar que não tenhamos problemas para entregar nossas encomendas.

Mesmo assim, com todos os resultados positivos e essa excelente perspectiva, não nos acomodamos. Seguimos pensando à frente e temos novas etapas traçadas no planejamento estratégico, sempre visando o crescimento da Companhia. Nos próximos cinco anos, queremos ser o maior fabricante de armas leves do mundo, e estamos em plena atividade, nos preparando para alcançar mais esse objetivo. Vamos chegar lá com crescimento orgânico – o que envolve o aumento da produção, produtos que incorporam os anseios do consumidor, atuação em segmentos que não atuamos ainda, de maior valor agregado.

Um aspecto que consideramos essencial em nosso modelo de atuação e em nossa visão de futuro da Taurus é o desenvolvimento de novos produtos. Investimos muito em pesquisa e desenvolvimento de modo a oferecer ao mercado produtos que atendam aos anseios do consumidor. Aspecto chave para isso é o CITE – Centro Integrado de Tecnologia e Engenharia Brasil/EUA. Unificamos a engenharia dos dois países, sob coordenação do Brasil. A equipe dos EUA tem a missão de reportar o que o consumidor está desejando em termos de inovação e a equipe do Brasil transforma isso em produtos. É uma prioridade manter esse CITE atuante e extremamente vigilante em relação às demandas do mercado, de modo que possamos responder ao consumidor apresentando novidades que tragam sempre a resposta a essas demandas.


Fruto do trabalho que vem sendo realizado pelo CITE é a GX4, pistola que vamos lançar no Brasil e nos EUA em abril. A arma será montada nos EUA e importada para o Brasil de modo que seja possível disponibilizar esse lançamento também para o consumidor brasileiro, já que a homologação de novos modelos no País é bastante demorada. Essa pistola, quarta geração da família G, incorpora muita inovação, e vai além de uma evolução em relação aos modelos anteriores. É um produto novo, que nos coloca em um segmento de mercado no qual a Taurus não atuava, de pistolas microcompactas, com faixa de preço superior e que incorpora maior valor agregado. E outras novidades virão, ampliando o destaque que a marca Taurus tem no mercado.

Pistola GX4, em sua primeira foto conhecida

Estamos desenvolvendo outros produtos de maior valor agregado. Em 2020, o preço médio da Taurus (no atacado) foi mais de 30% inferior ao das duas empresas estrangeiras do setor já citadas acima, conforme pode ser observado no gráfico. Ao contrário de ser um aspecto negativo para a Taurus, isso representa importante potencial de ganho. Vamos aumentar o ticket médio a partir desse caminho que já estamos seguindo, que envolve o lançamento de produtos voltados para uma faixa de preço superior, que incorporam, também, maior rentabilidade.

Também de importância estratégica no nosso planejamento traçado para os próximos cinco anos é nosso condomínio industrial, que começou a ser construído em dezembro e deve estar concluída em setembro 2021, com início de operação em janeiro de 2022. Essa ampliação do complexo industrial trará seis grandes fornecedores da Taurus para dentro complexo industrial, entre eles a joint venture de carregadores, que vão entregar seu produto já auditados e aprovados pelo nosso pessoal de recebimento e qualidade, direto na linha de produção da Taurus, por meio do trem logístico. Isso vai proporcionar importante ganho em termos de garantia de abastecimento, qualidade, logística e custo.

O terceiro desafio é implementar as duas joint ventures, a de carregadores, já em produção, e a fábrica na Índia. A questão dos carregadores é muito estratégica, pois são muito poucas as fábricas de carregadores no mundo. Esse item que hoje a Taurus importa, passará a ser produzido localmente, dentro de nossas instalações, e além de atender nossas necessidades, passaremos também a abastecer a o mercado consumidor, abrindo as portas para a Taurus desse importante mercado de reposição antes do que originalmente previsto. Com relação à fábrica de armas na Índia, em joint venture com o Grupo Jindal, questões internas nesse país, além das adversidades criadas pela pandemia de Covid-19, causaram atraso no andamento do projeto.

Alcançamos muito em 2020, mesmo enfrentando os percalços representados pela pandemia de Covid-19. Já em março, no início da pandemia no Brasil, criamos um comitê permanente para gestão de todos os assuntos relacionados ao Covid-19. Isso contribuiu para que pudéssemos manter o planejamento e as operações com ritmo vigoroso e, ao mesmo tempo, zelar pelos nossos funcionários e contribuir com a sociedade nos cuidados com relação à pandemia. Foram estabelecidos diversos ajustes nas unidades para adequar os processos às recomendações de saúde e higiene, criamos estrutura de apoio para nossos funcionários e fizemos diversas doações, inclusive fabricando em nossa unidade de São Leopoldo máscaras no modelo “face shield” para doação em todo o País. Os resultados que estamos agora apresentando do exercício de 2020, assim como a manutenção da saúde de nossa gente, são dois fatos que igualmente nos enchem de orgulho.

Seguimos entusiasmados com o que há por vir na Taurus, pois estamos prontos para novos avanços. Agradecemos a toda a equipe da Taurus, no Brasil e nos EUA, que com sua incansável dedicação nos permitiu ter tanto a comemorar. Agradecemos também o apoio do nosso Conselho de Administração, assim como a confiança e parceria de nossos fornecedores, clientes e acionistas".

Veja informações mais detalhadas no press release.

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