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22 outubro, 2022

Taurus terá primeira linha de produção de pistolas 100% automatizada no mundo

Complexo Industrial de Fornecedores da Taurus, em São Leopoldo (RS)

*Jornal do Comércio, por Eduardo Torres - 21/10/2021

Ainda no primeiro semestre de 2023, a Taurus terá em funcionamento, em São Leopoldo,  a primeira linha de produção 100% automatizada para a fabricação de pistolas. Será, de acordo com o CEO Global da Taurus, Salesio Nuhs, a primeira operação deste tipo totalmente feita por robôs no mundo.

Parte destes equipamentos já chegou ao parque industrial da fabricante de armas, com um aporte, entre a compra de robôs e a montagem da linha de produção, de R$ 69 milhões. Faz parte do plano de investimentos de R$ 170 milhões da empresa no Rio Grande do Sul em 2022.

"Atualmente, são automatizadas somente parte da fabricação e montagem de armas, como por exemplo, o polimento do tambor para revólveres. A partir deste processo que foi desenhado por inteiro dentro da Taurus e contratado o projeto para que uma empresa execute a automatização da linha, teremos toda a célula do ferrolho das pistolas produzida por robôs", aponta o diretor.

Tendo fechado 2021 com a produção de 2,2 milhões de armas – sendo 1,59 milhão no Brasil –, entre 2018 e 2021, a Taurus praticamente dobrou sua produção. A intenção com os investimentos deste ano é ampliar a eficiência e a qualidade da produção brasileira, na unidade de São Leopoldo.

Pistola microcompacta Taurus GX4

Investimento em pessoal e parcerias com universidades
Para isso, parte dos investimentos é direcionada à formação de pessoal, com ênfase para parcerias em desenvolvimento de tecnologias com a Unisinos, Ufrgs, UFSC e UCS. Na Universidade do Vale do Sinos (Unisinos), por exemplo, a Taurus mantém o MBA em processos de manufatura próprios. "Não adiantaria investirmos tanto na modernização dos equipamentos sem desenvolvermos as pessoas que trabalham na fábrica e que vão operar este processo todo", justifica Nuhs.

Unidade de produção de DLC (material que dá ao aço a resistência do diamante)
Entre as novidades em modernização da produção – também incluídas no pacote de investimentos deste ano – está a atração para o parque industrial de São Leopoldo uma unidade de produção de DLC (diamond like carbon). Trata-se de um material que dá ao aço a resistência do diamante, aplicado sobretudo aos canos das armas. Atualmente, este processo só é feito na unidade da Taurus nos Estados Unidos.

"Hoje, parte da arma é enviada aos Estados Unidos, passa por este processo e retorna ao Brasil para a montagem. O que estamos possibilitando é a atração e instalação de um dos produtores de DLC para cá. Será um ganho em tecnologia e qualidade para a nossa produção, mas também a abertura de um mercado para este parceiro, que poderá atuar com esta tecnologia além da produção de armas", explica Salesio Nuhs.

Para isso, será preciso a fabricação de um forno específico para esta produção. Segundo Nuhs, ainda está em fase final de definição do parceiro, que poderá vir da Holanda ou dos Estados Unidos.

Pistola Taurus TX22 com supressor

Novas linhas de produção e novos equipamentos
Entre os R$ 181 milhões investidos pela Taurus no ano passado, esteve a compra de um terreno vizinho à fábrica de São Leopoldo. É lá que estarão instaladas as novas linhas de produção e as instalações de boa parte dos novos equipamentos que já chegaram à Taurus.

É que a maior fatia dos investimentos destes dois últimos anos – R$ 113 milhões em 2021 e R$ 70 milhões em 2022 – é reservada a novos maquinários para a sua produção. Recentemente, foram entregues 14 máquinas da Hyundai, de um total de 42 que ainda chegarão este ano. A maior parte delas destinada aos centros de usinagem da Taurus.

De acordo com Salésio Nuhs, depois de reverter um quadro de endividamento nos últimos anos, a Taurus experimenta agora o "seu momento de investir". Da produção brasileira, 85% é destinado à exportação. Algo que, independentemente do cenário eleitoral, Nuhs não acredita que terá grande alteração nos próximos anos.

Novo Fuzil Taurus T10 nos calibres 7,62x51 e .308Win

Produção de supressores (silenciadores) e novos calibres para exportação
Segundo ele, a maior parte das vendas no Brasil são destinadas a forças de segurança. E para atender a este segmento, a fabricante gaúcha deve ampliar nos próximos meses a produção de supressores (silenciadores). Com um investimento de R$ 10 milhões – parte dos R$ 170 milhões aportados neste ano –, a linha de produção foi concluída nos primeiros meses deste ano, mas a fabricação ainda se dava em menor escala. "Há cerca de 15 dias saiu a regulamentação do uso de supressores. Isso possibilitará ampliarmos a produção e garantirmos maior valor agregado ao nosso produto", explica Nuhs.

Será possível à Taurus agora entrar em licitações públicas para vendas de armas às forças policiais oferecendo as armas já com o silenciador. 

Já para o mercado externo, os novos maquinários em instalação em São Leopoldo permitirão à Taurus ingressar no mercado de novos calibres, como o 7,62mm, em contratos para forças armadas no exterior.



 

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