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07 janeiro, 2021

Taurus Armas: como a vitória democrata nos EUA e sua pauta podem beneficiar a empresa


*LRCA Defense Consulting - 07/01/2021

Com a blue wave (onda azul - cor do Partido Democrata) predominando na Casa Branca e nas duas Casas do Congresso dos EUA, muitos brasileiros passaram a se questionar sobre quais serão as consequências deste fato para o setor de armas e munições brasileiro, especialmente para a empresa Taurus Armas, temendo que eventuais restrições possam afetar os negócios dela nesse país, já que possui uma unidade fabril na Georgia e exporta para os Estados Unidos cerca de 85% do que produz na fábrica brasileira situada em São Leopoldo (RS).

Durante toda a sua campanha à presidência dos EUA, Joe Biden afirmou que seu governo iria atuar fortemente nessa questão, restringindo o acesso às armas de assalto capazes de causar destruição em massa, como metralhadoras e fuzis automáticos, além de carregadores de grande capacidade. Mesmo fuzis semiautomáticos, como os populares AR-10 e AR-15, poderiam ser incluídos na nova política para o setor.

As restrições iriam desde a proibição da fabricação e venda desses produtos, passando por um maior prazo burocrático para as autorizações de compra, e indo até um novo "imposto" de 200 dólares por arma já adquirida, após a regulamentação da já existente Lei Nacional de Armas de Fogo.

Mesmo assim, em questões constitucionais, a Suprema Corte americana é hoje dominada por republicanos, o que dificultaria, em tese, a aprovação de medidas mais restritivas que afrontassem o direito e a liberdade previstos na Segunda Emenda.

Além disso, os EUA não é um país de esquerda e não o será com a vitória dos democratas. A população é bastante consciente e vigilante sobre os valores maiores que embasam sua pátria, sendo um erro crasso confundir a imensa maioria dos democratas norte-americanos com esquerdistas do tipo que se encontra na América Latina.

Portanto, esta Consultoria acredita que, mesmo com o controle total do Executivo e do Legislativo, medidas mais restritivas serão de difícil implementação, haja vista a liberdade permitida pela Segunda Emenda à Constituição, o estilo de vida americano e os resultados de uma recente pesquisa Gallup. Esta pesquisa mostrou que o apoio a leis mais rígidas sobre armas caiu para seus níveis mais baixos desde 2016.

A Taurus Armas frente ao novo cenário americano
Nos EUA, a Taurus não fabrica e não vende armas automáticas ou fuzis semiautomáticos, diferentemente de algumas de suas grandes concorrentes como Smith & Wesson, Ruger e SIG Sauer. 

Os produtos que a tornaram a quarta marca mais vendida e a primeira mais importada são pistolas em tamanho full size (G3, TS9 e 1911) e subcompactas (G2c e G3c), bem como revólveres de diversos calibres (onde é líder), rifles de repetição  (carabina Puma), rifles de pequeno calibre (.22) e espingardas, devendo lançar em breve uma pistola microcompacta (GX4) e o primeiro revólver com munição de fuzil (5,56mm) e cano de 14,5 polegadas (o mesmo do T4 semiautomático), passando assim a explorar novos e promissores nichos de mercado.

Segundo já afirmou Salesio Nuhs, Presidente e CEO Global da Taurus Armas: "Se Joe Biden não falasse nada sobre o assunto, já haveria uma grande correria para comprar armas, pois a posição anti-armas do Partido Democrata é um fato histórico e, sempre que este assume o governo, há um aumento de vendas em torno de 30% a 40% nos primeiros anos. O fato de ele estar mexendo nesse assunto, certamente será motivo de uma demanda maior ainda".

Além disso, se o novo governo americano realmente conseguir impor uma maior restrição às armas automáticas e aos fuzis semiautomáticos, o fato tenderá a causar um aumento significativo na venda de armas curtas mais potentes, como, por exemplo, as pistolas full size e os revólveres "canhões" de grosso calibre da Taurus, tanto os já existentes (como os Raging Hunter), quanto os que serão lançados nos calibres .460, .350 e .223. 

A propósito, uma das armas da marca gaúcha que também se beneficiará - e muito - é a carabina (ou rifle) Puma Lever Action (ação por alavanca - repetição), haja vista ser disponibilizada em calibres poderosos (.357 Magnun e .454 Casull, além dos tradicionais .38 e .44) e ter um bom alcance de utilização de cerca de 200 metros. Disponíveis em tamanhos de cano de 20 ou 24 polegadas e capacidade para 9 a 12 cartuchos, a carabina Puma é a substituta ideal para os americanos que quiserem adquirir uma arma poderosa e com maior alcance útil que uma pistola ou revólver, seja para caça, seja para defesa da propriedade ou seja, ainda, para o tiro esportivo. 

Carabina Puma Lever Action poderá ter vendas significativamente aumentadas

Por outro lado, a simples discussão política do assunto "restrição às armas" tende a fazer com que uma grande quantidade de americanos resolva se antecipar à qualquer possibilidade futura, indo às compras para adquirir uma ou mais uma arma, exatamente como está acontecendo desde novembro, culminando com dezembro ter sido o mês recorde na história do NICS (checagem do FBI sobre intenção de compra de novas armas). Segundo alguns experts americanos, essa tendência deve se prolongar ainda por um bom tempo no país.

Com produtos que aliam alta qualidade a um custo imbatível e gozam da preferência de significativa parcela dos consumidores locais, este cenário seria muito benéfico à Taurus Armas, agregando novas e significativas vendas às cerca de 1,2 milhão de armas que a empresa tem em pedidos em carteira (backorders) nesse país, o que significa quase 10 meses de produção de suas unidades nos EUA e no Brasil.

Portanto, mesmo se forem implementadas as restrições previstas na campanha, esta Consultoria acredita que a companhia gaúcha poderá continuar apresentando um crescimento exponencial em suas vendas nos EUA, pelo menos nos próximos dois anos.

 

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